A Escola Inglesa
Em toda a Europa, até o século VII, o louco era precioso para Deus e bem
tratado pelo discurso e práticas religiosa. Mas a partir do século XVII, número de
loucos e miseráveis aumentaram muito, então os asilos passaram a ser usados de forma indiscriminada para abrigá-los como indesejados e puni-los como possuídos.
Henrique VIII [1491-1547] Rei da Inglaterra de 1509 a 1547 e fundador do anglicanismo, tentou remediar a situação e criou, em Londres, o Hospital Bethlehem, um asilo exclusivo para
Willian Shakespeare
[1553-1623] Sugeria que as doenças
mentais resultavam de uma grande sobrecarga
emocional.
Ilustrou sua teoria com o comportamento de um dos seus mais famosos
personagem, Hamlet,
Joannes Wierus
[1515-1588] Médico, ocultista e
demoneologista, usou o termo "doença mental" para
designar as mulheres
acusadas de praticar bruxaria. É considerado o fundador da
psiquiatria como ciência humana.
Robert Burton [1577-1640]
Sob pseudônimo de
Demócrito Junior, padre anglicano e filósofo
contemporâneo de Shakespeare.
Sob o nome de Demócrito Junior, Robert
Burton analisou a Melancolia: suas
causas, seus sintomas, seus efeitos, as características mais inesperadas de suas manifestações, seus remédios.
Seu clássico Anatomia da Melancolia,
publicado em 1621, abordou vários aspectos da doença mental. Nele, teorizou sobre causa, sintomas e até mesmo o prognóstico da
hipocondria, alcoolismo, mitomania, depressão severa etc..
Enumerou, dentre as causas da melancolia, Deus, diabos, bruxas, mágicos e as estrelas.
Divididos em três partes, seu livro é considerado o melhor trabalho já
escrito sobre a melancolia.
Esquecido durante o século XVIII, foi redescoberto no século XIX. Essa obra revela a face obscura da espécie
Thomas Sydenham.
[1624-1689]
Um dos pais da Epidemiologia. Eminente cientista médico, era chamado "O Hipócrates
Inglês” porque conduziu a medicina de volta aos
Sua teoria era que a causa de todas as doenças residia na natureza e que a
natureza possuía um instinto para curar a si mesma.
Ele classificou as doenças como agudas (causadas por Deus) e crônicas
Sydenham deixou descrições lúcidas sobre
varíola, malária, pneumonia, escarlatina, doença de São Guido, histeria e um relato notável sobre gota, doença da qual sofria. Discordava da teoria “uterina” da histeria.
Sua concepção, muito avançada para o seu tempo, afirmava que o homem também era suscetível de histeria.
Sua terapia consistia em dieta, purgantes, sangrias discretas, e uso do ópio como
A partir de 1700, começaram a separar dos doentes mentais e fundaram a primeira
instituição para doentes mentais, cuja filosofia era abrigar e tratar.
Formaram-se grupos de médicos e filósofos, como Rosseau e Diderot, influenciados
pelos estudos do filósofo John Loke,
influenciando profundamente a psiquiatria praticada na França.
Apoiados na teoria de John Locke [1632-1704], do funcionamento da compreensão humana, esses reformistas ressaltavam e caracterizavam que o doente mental não era totalmente destituído de razão.
O tratamento moral surgiu na
Inglaterra no final do século XVIII, como forma de recuperar os
perturbados, através do carisma
pessoal do médico, apoiando-se na força do caráter e no uso sutil de táticas psicológicas.
Para isso o paciente deveria ser conquistado, depois, motivado através da manipulação de suas paixões, esperanças, temores, sensibilidade ao prazer e a dor, desejo por estima, repulsa e à vergonha.
William Battie
[1704-1776]
Fundou a primeira instituição para doentes mentais da
Inglaterra e iniciou uma nova era na psiquiatria.
Foi o primeiro médico de reputação, com base científica, que fez da insanidade
seu objeto de trabalho em tempo
integral e que expôs a loucura para uma especialidade médica respeitável.
Iniciou os estudos da insanidade que vinham sendo encobertos por séculos de antigas tradições.
É considerado o primeiro professor de psiquiatria.
Willian Cullen [1710-1790] Criou em 1769 o termo “neurose” designando um conjunto de afecções do sentimento e do
movimento, sem febre
nem lesões detectáveis. Sua obra foi traduzida
É considerado o mais talentoso médico escocês, atraia estudantes de todo o
mundo, dentre eles, o americano
Benjamim Rush [1745-1813],
considerado o pai da psiquiatria dos Estados Unidos da América.
Cullen classificou as doenças em 4 grandes
classes:
1. Pyrexiae (ou doenças febris).
2. Neuroses (conjunto de afecções em que há perturbação da razão, do sentimento e do movimento, sem lesão perceptível do
cérebro e sem febre).
3. Cachexiae (estado patológico caracterizado por extrema magreza e mau estado geral
grave).
Foi um marco na medicina do seu tempo.
Sugeriu que a doença resultava de distúrbios do sistema nervoso.
Estabeleceu uma das primeiras
classificações das doenças psíquicas com alguma base científica.
Pinel o traduziu para o francês e adotou algumas de suas idéias.
William Tuke [1732-1822] Comerciante de café e chá e filantropo. Fundou em 1792 um hospício na cidade de
York, para dar tratamento humanitário aos doentes mentais.
Seu nome está ligado ao tratamento
humanizado dos doentes mentais,
para os quais projetou o Retiro York,
famosa instituição onde tentou
corajosamente manter os doentes
sem restrições excessivas.
Tuke desenvolveu a terapia assistida
por animais (TAA), a equoterapia, com o objetivo de melhorar o controle
postural, a coordenação e o equilíbrio do paciente com distúrbios articulares.
James Parkinson [1755-1828]
Descobriu a doença que levou seu nome: doença de Parkinson, conforme seu trabalho publicado em 1817.
Sua principal obra foi “Ensaio sobre a paralisia agitante”, onde descreve os
principais sintomas da doença que leva o seu nome.
Nesse curto ensaio, mostrou que os sintomas dessa doença constituíam uma entidade clínica.
Charcot teve papel decisivo na
descrição da doença: descreveu a rigidez, a micrografia e a disartria; discordou de Parkinson quanto a
presença de paralisia e foi o
responsável pela primeira droga eficaz.
John Haslam [1764-1844]
Escreveu o primeiro relatório psiquiátrico em extensão da
história sobre as ilusões de um paciente louco.
Propôs em 1830 o termo doença mental no lugar do termo loucura.
Charles Scott Sherrington [1852-1957] Um dos fundadores da escola neurofisiológica
inglesa, publicou estudos sobre as funções
neuronais e descreveu o arco-reflexo simples em 1906.
Também é conhecido por ter inventado a palavra sinapse, para designar o
ponto de conexão, até então
Grafton Elliot Smith [1871-1937] Médico e antropólogo, Publicou estudos de anatomia comparada e sobre a evolução do sistema nervoso central.