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ESTUDO COMPARATIVO SOBRE A RADIAÇÃO SOLAR INCIDENTE À SUPERFÍCIE NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO LOURENÇO VELHO-MG, BRASIL

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Academic year: 2021

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ESTUDO COMPARATIVO SOBRE A RADIAÇÃO SOLAR INCIDENTE À SUPERFÍCIE NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO LOURENÇO VELHO-MG,

BRASIL

THOMAZ ALVISI DE OLIVEIRA1 ADLER GUILHERME VIADANA2

1 Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais-IFSULDEMINAS

thomaz.oliveira@ifsuldeminas.edu.br 2 Universidade Estadual Paulista-UNESP

adlergv@unesp.br

Resumo

A diferença anual da radiação solar que incide à superfície da Terra em função das latitudes, das altitudes e das irregularidades do relevo, promove, em ordens escalares diversas, a ocorrência de zonalidades geográficas e, em consequência disso, a reação sistêmica ao equacionamento dessa energia se traduz em organização espacial. Nesse contexto, a radiação solar é elemento fundamental para o funcionamento dos sistemas ambientais e indispensável para a estruturação das paisagens. O presente trabalho é um estudo comparativo sobre a incidência de radiação solar nos solstícios de verão e inverno do ano de 2011 na bacia hidrográfica do rio Lourenço Velho, inserida na porção meridional da Serra da Mantiqueira, sul do estado de Minas Gerais, Brasil. Objetivou-se explorar o potencial desse parâmetro como um dos elementos-suporte para a investigação sobre a distribuição de energia à superfície, informação de relevância para estudos em geossistemas. Utilizou-se uma cena ASTER (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer) do satélite EOS AM-1, meridiano central 45o W Gr., com resolução espacial de 30x30 metros, folhas topográficas 1:50.000 editadas pelo IBGE e o software ArcGis 9.3. Os resultados, apresentados sob a forma de mapas, apontaram diferenças relevantes nos valores de radiação solar incidente à superfície nos período considerados e conseguiram ilustrar de forma geral a distribuição anual de energia na unidade de área em questão.

Palavras-chave: Balanço Energético. Sistemas Ambientais. SIG.

Abstract

The difference in annual solar radiation falling on the earth's surface according to the latitude, the altitude and the relief irregularities promotes, in various scalar levels, the occurrence of geographical zonalidades and, as a result, the systemic response to this energy equation translates into spatial organization. In this context, the solar radiation is fundamental to the operation of environmental and indispensable systems for structuring landscapes. This work is a comparative study about the incidence of solar radiation in summer and winter solstices in year 2011, on the basin of river Lourenço Velho, inserted into the southern portion of the Serra da Mantiqueira, south of Minas Gerais state, Brazil. This study aimed to explore the potential of

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this parameter as one of the support elements for research on the distribution of energy to the surface, relevance information for studies in geosystems. We used a scene ASTER (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer) of the satellite EOS AM-1, central meridian 45 ° W Gr, with spatial resolution of 30x30 meters, topographic sheets. 1: 50,000 published by the IBGE and the ArcGIS 9.3 software. The results, presented in the form of maps, showed significant differences in solar radiation values incident to the surface in the considered period and managed to illustrate in general the annual distribution of power to the unit area in question.

Key-words: Energy Balance. Environmental Systems. SIG.

1. Introdução

A radiação solar incidente à atmosfera é o “elemento gatilho” para a constituição e direcionamento dos fluxos de matéria que circulam nos sistemas. Em função da inclinação do eixo da Terra e do seu movimento de translação essa energia varia anualmente, a depender da condição latitudinal da faixa de terra considerada. Essa condição permite a divisão do globo em grandes zonas, amparadas pelas médias de temperatura e pluviosidade, principalmente.

Ao ser transferida à superfície essa energia é assimilada de forma irregular em uma mesma faixa latitudinal tendo em vista interferências advindas das altitudes e das irregularidades do relevo, que promovem em ordens escalares diversas a ocorrência de zonalidades geográficas. Em consequência, a reação sistêmica ao fracionamento dessa energia se traduz em organização espacial.

A importância dessa diferenciação anual de radiação incidente sobre a superfície, também denominada de balanço de radiação, foi amplamente discutida por pesquisadores russos nas décadas 60 e 70 do século XX, no âmbito dos estudos voltados ao refino da temática geossistêmica e referencial de relevância para o mapeamento das unidades de paisagens da superfície terrestre.

Zvorykin (1964) desenvolveu um estudo voltado à classificação de terras para a agricultura e destacou que a diferenciação dos terrenos para esse fim advém não só da configuração física característica dos terrenos, mas também do regime de radiação incidente sobre eles, sendo este um fator de influêcnia

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que determina o tipo de cultivo a ser adotado. Nesses termos, a radiação incidente à superfície aliada às características morfométricas podem definir as diferentes áreas de cultivo e a serventia das mesmas. Trata-se aqui de um estudo das paisagens.

Grishankov (1973) trabalhando os níveis das paisagens continentais e as zonalidades geográficas explica que as regularidades zonais advém das mudanças no balanço de radiação causadas pela alteração no ângulo de incidência dos raios solares sobre a superfície da terra, mas não só. Segundo o autor (op. cit.) a morfologia e a morfometria são fatores que também orientam essa distribuição.

Nesse contexto, a radiação solar, elemento fundamental para o funcionamento dos sistemas ambientais e indispensável para a estruturação das paisagens, é parâmetro de relevância para observações direcionadas ao estudo dos geossistemas no que tange à distribuição de energia em determinada unidade de área. Assim, o trabalho que ora se apresenta pauta um estudo sobre a incidência de radiação à superfície da bacia hidrográfica do rio Lourenço Velho, sul do estado de Minas Gerais.

2. Metodologia de Trabalho

Uma imagem ASTER (Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer), disponibilizada gratuitamente em ambiente virtual foi utilizada para a obtenção de informações de incidência de radiação à superfície. Para a realidade da pesquisa usou-se uma cena correlata à folha SF-23 (Rio de Janeiro) com meridiano central de 450 W e resolução espacial de 30x30 metros.

Para a obtenção dos mapas de incidência de radiação utilizou-se a ferramenta solar radiation do software ArcGis 9.3, onde foram calibradas as datas de leitura, a saber: 21/06/2011 para o solstício de inverno e 22/12/2011 para o solstício de verão. A unidade utilizada foi o Watt hora por metro quadrado (WH/m2).

As folhas topográficas Itajubá (IBGE,1971) SF.23-Y-B-III-3; Lorena (IBGE, 1975) SF.23-Y-B-VI-2; Santa Rita do Sapucaí (IBGE,1971) SF.23-Y-B-II-4; Virgínia (IBGE,1971) SF.23-Y-B-III-4, todas em escala 1:50.000 foram

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utilizadas como aporte às atividades de campo, necessárias para a calibragem dos resultados.

O posicionamento das faces do terreno, informações prestadas por Oliveira e Viadana (2014), auxiliou a compreensão da relação entre esse parâmetro e a intensidade de radiação incidente à superfície na unidade de área em questão, nos dois momentos considerados.

3. Resultados e Discussão

A bacia hidrográfica do rio Lourenço Velho insere-se no contexto sul do estado de Minas Gerais, porção correlata às terras meridionais da serra da Mantiqueira. (Figura 1)

Figura 1 – Contexto locacional da bacia hidrográfica do rio Lourenço Velho.

A complexidade morfológica da área é retratada por vertentes facetadas com orientações diversas, por amplitudes topográficas expressivas entre topos e fundos de vale e pelo vigor das declividades.

Tal como apresentado por Oliveira e Viadana (2014) vertentes com faces voltadas aos quadrantes Sudeste (SE), Sul (S) e Sudoeste (SW) representam porcentagem significativa no montante total das exposições,

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pautadas as extensões das mesmas, em confronto com as vertentes opostas, expostas a Noroeste (NW), Norte (N) e Nordeste (NE). Extensões menos significativas são representadas pelas faces voltadas a oeste e leste. (Figura 2).

Esse arranjo morfométrico influencia a distribuição da radiação incidente na bacia. De acordo com o mapa de incidência de radiação à superfície na bacia hidrográfica do rio Lourenço Velho no solstício de inverno as vertentes voltadas aos quadrantes S, SE e SW são aquelas que apresentam os valores mais baixos por metro quadrado, enquanto que seus opostos N, NW e NE recebem valores altos e próximos a esse. (Figura 3).

Figura 2 – Mapa de Orientação das vertentes da bacia hidrográfica do rio Lourenço Velho, sul do estado de Minas Gerais.

(Fonte: OLIVEIRA e VIADANA, 2014)

As vertentes voltadas aos quadrantes N, NW e NE de acordo com o mapa de incidência de radiação no solstício de verão, denunciaram o recebimento valores altos e próximos a este. Os quadrantes S, SE e SW mostraram, para

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esse período, um aumento significativo nos valores de radiação por metro quadrado se comparados ao solstício de inverno, mas raramente conseguem alcançar valores máximos para a área. (Figura 4)

Em suma, ficou evidenciado que em algumas porções valores de radiação médios a altos são constantes ao longo do ano, enquanto que em outras a oscilação entre valores baixos e altos é evidente. Em porções pontuais, os valores mais baixos de radiação são presentes no solstício de verão, informando que essas áreas recebem, ao longo do ano, uma quantidade de energia inferior às outras porções da bacia, uma vez que, no solstício de inverno essa energia tende a ser ainda menor.

Figura 3 – Incidência de radiação à superfície no solstício de inverno na bacia hidrográfica do rio Lourenço Velho, sul do estado de Minas Gerais.

Figura 4 – Incidência de radiação à superfície no solstício de verão na bacia hidrográfica do rio Lourenço Velho, sul do estado de Minas Gerais.

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4. Considerações Finais

Os mapas de incidência de radiação apresentaram diferenças significativas nos valores entre os meses de junho (solstício de inverno) e dezembro (solstício de verão) e deram conta de retratar de forma geral a oscilação do balanço de energia para a área em questão.

Na bacia hidrográfica do rio Lourenço Velho a orientação das vertentes configura-se como importante elemento direcionador da intensidade da ação dos agentes externos sobre a superfície da bacia, sendo um deles, a radiação solar.

O balanço anual de radiação incidente à superfície é elemento de relevância para os estudos pautados na temática sistêmica e, para a abordagem geossistêmica, oferece possibilidades de entendimento sobre a distribuição da energia sobre determinada unidade de área.

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Referências

GRISHANKOV, G. Ye. The landscape levels of continents and geographical zonality. Soviet

Geography: review and translate. v. XIV, n. 2, p. 61-78.

IBGE (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA). Folha topográfica

SF-23-Y-B-III-3 Itajubá. [Rio de Janeiro], 1971. Escala: 1:50.000.

IBGE (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA). Folha topográfica

SF-23-Y-B-VI-2 Lorena. [Rio de Janeiro], 1975. Escala: 1:50.000.

IBGE (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA). Folha topográfica

SF-23-Y-B-II-4 Santa Rita do Sapucaí. [Rio de Janeiro], 1975. Escala:1:50.000.

IBGE (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA). Folha topográfica

SF-23-Y-B-III-4 Virgínia. [Rio de Janeiro], 1975. Escala: 1:50.000.

NATIONAL AERONAUTICS AND SPACE ADMINSTRATION-NASA; THE MINISTRY OF ECONOMY, TRADE AND INSDUSTRY-METI. Advanced Spaceborne Thermal Emission and Reflection Radiometer - ASTER: Global Digital Elevation Map Announcement. Disponível em: http://asterweb.jpl.nasa.gov/gdem.asp >. Acesso em:15 mar. 2013.

OLIVEIRA, T. A; VIADANA, A. G. Mapeamento e caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do rio Lourenço Velho, sul do estado de Minas Gerais-Brasil. In: I Simpósio Mineiro de Geografia, 2014, Alfenas, MG, Brasil. Anais. Alfenas: UNIFAL, 2014. Artigos, p. 146-159. Disponível em: <http://www.unifal-mg.edu.br/simgeo/anais> Acesso em 10/03/2015.

ZVORYKIN, K. V. Study and classification of agricultural lands. Soviet Geography: review and

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