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REDUÇÃO DE CROMO (VI) EM FILTRO BIOLÓGICO DE FLUXO CONTÍNUO

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Academic year: 2021

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PIBIC-UFU, CNPq & FAPEMIG Universidade Federal de Uberlândia Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação DIRETORIA DE PESQUISA

1- Acadêmico do curso de graduação em Engenharia Química;

REDUÇÃO DE CROMO (VI) EM FILTRO BIOLÓGICO DE FLUXO

CONTÍNUO

Marcelo Melo Pirete1

Faculdade de Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia Avenida João Naves de Ávila 2121, Bairro Santa Mônica, Uberlândia / MG marcelopirete@yahoo.com.br

Mauriellem Dalcim Guttierres2

Faculdade de Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia

Vicelma Luíz Cardoso3

Faculdade de Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia

Miriam Maria de Resende3

Faculdade de Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia

Resumo: O meio ambiente tem se tornado uma área de amplo desenvolvimento, devido às problemáticas atuais relacionadas a esse tema. Nesse quadro, destacam-se as indústrias cujos efluentes são ricos em cromo (VI). A forma hexavalente do íon é bastante tóxica, sendo carcinogênica e mutagênica, enquanto a forma trivalente é pouco ou até mesmo não tóxica. A descarga de Cr (VI) em águas é regulada abaixo de 0,05 mg/L pela USEPA e a União Européia, EC, enquanto Cr total, incluindo Cr (III), Cr (VI) e suas outras formas, é regulada inferior a 2 mg/L. Os tratamentos utilizados para esse tipo de efluente são onerosos e pouco eficientes, o que leva à negligência de muitas empresas em relação à destinação de seus resíduos. Assim, foi proposto um tratamento utilizando um biofiltro em fluxo contínuo descendente, um processo mais barato e com melhor rendimento. O tratamento se baseia na conversão de cromo (VI) na forma trivalente pela cultura mista utilizada presente no interior do bioreator. A cultura inicialmente foi adaptada à presença de cromo hexavalente, desenvolvendo e potencializando a capacidade de redução do íon. As variáveis analisadas (o pH e a concentração inicial de cromo hexavalente) foram alteradas no decorrer dos diversos experimentos realizados no bioreator, observando uma faixa ótima de operação do biofiltro. Ao fim de cada ensaio foram realizadas análises de cromo hexavalente e total, de sólidos voláteis e da demanda química de oxigênio, monitorando, dessa forma, a taxa de remoção de cromo (VI), assim como a redução da carga orgânica do efluente e a perda de microrganismo por ensaio realizado. Concluiu-se que quanto menor se apresentou a concentração inicial de cromo hexavalente melhor foi a eficiência do processo, sendo essa a variável de maior influência. Os resultados demonstraram um bom rendimento no consumo de cromo hexavalente, viabilizando, assim, uma boa alternativa ao tratamento de efluentes ricos em cromo.

Palavras-chave: meio ambiente, cromo hexavalente, tratamento de efluentes, biorreator

1. INTRODUÇÃO

A problemática ambiental, atualmente, é uma das questões mais debatidas, uma vez que sua reversão muitas vezes implica em onerosos custos às empresas.

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As indústrias cujo efluente é rico em cromo são consideradas uma das maiores poluidoras. Isto ocorre porque este íon na forma hexavalente é caracterizado por ser carcinogênico, mutagênico e acumulativo.

O curtume é uma das empresas que mais produzem rejeitos ricos em cromo, uma vez que esse íon é importante no processo de curtimento do couro. Além disso, essa atividade representa grande peso na balança comercial brasileira, sendo o Brasil um dos cinco maiores produtores e exportadores de peles bovinas do mundo, exporta para Ásia e Europa e entre o ano de 2004 e 2005 o país chegou a ocupar o primeiro lugar na produção de couro no mundo.

Vários métodos já foram criados com o intuito de reverter esse problema, no entanto se apresentaram onerosos e pouco eficientes. Um exemplo são as resinas de troca iônica e o tratamento químico. Esse último, ainda apresenta ainda outro problema, esse tratamento gera rejeitos indesejáveis e prejudiciais ao meio ambiente.

O íon cromo apenas se apresenta em dois estados de oxidação estáveis na forma hexavalente e trivalente (Dermou et al., 2005). A forma trivalente apresenta toxicidade à flora apenas em elevadas concentrações e é pouco tóxica ou até mesmo não tóxica a fauna, (Anderson, 1997), no entanto a forma hexavalente, como já mencionado, se apresenta extremamente tóxica.

A descarga de Cr (VI) em descargas de efluentes industriais, não pode ultrapassar 0,1 mg/L, considerado limite pela Resolução Conama no 397, de 3 de abril de 2008 (Publicada no Diário Oficial da União nº 66, de 7 de abril de 2008, Seção 1, páginas 68-69), enquanto Cr III é regulado inferior a 1 mg/L. Essa norma, no entanto, é negligenciada por muitas empresas devido aos onerosos custos dos tratamentos, até então conhecidos, de efluentes ricos nesse íon.

A alta taxa de remoção de cromo hexavalente alcançada por Dermou et al. (2005), utilizando populações bacterianas resistentes ao cromo foi um indicativo muito bom de que a remoção biológica de cromo hexavalente de efluentes industriais é uma técnica factível, eficiente e econômica. Nesse contexto, foi proposto um tratamento biológico em biorreatores de fluxo contínuo, o qual se apresenta mais acessível economicamente e eficiente. O cromo hexavalente é bastante nocivo aos microrganismos, assim, como forma de defesa, eles convertem essa forma à trivalente, bem menos nociva. Acredita-se que a via enzimática é a principal utilizada pelos microrganismos nesse processo.

2. MATERIAS E MÉTODOS 2.1. Cultura utilizada

Foi utilizada uma cultura mista de microrganismos que apresenta mais de trinta mil espécies de bactérias, sendo que seis foram isoladas, porém apenas quatro identificadas. As bactérias identificadas foram: Pseudomonas sp., Serratia sp., Klebsiella e Bacillus sp. Esta cultura foi isolada do solo contaminado de uma lagoa, que recebe como efluente gerado a água de lavagem do pátio do terminal de combustível, no qual ocorrem derrames eventuais de gasolina e óleo diesel (Vieira et al., 2007).

2.2. Adaptação dos microrganismos

A fim de selecionar os microrganismos capazes de converter a forma hexavalente em trivalente foi feita uma adaptação da cultura. A fim deverificar a influência da carga orgânica no processo, dois meios foram utilizados, um à base de levedura residual, com uma alta carga orgânica, e outro à base de acetato de sódio. Os meios estão indicados na Tabela 1.

A adaptação dos microrganismos ao meio de levedura residual realizada em uma metodologia em que parte do meio de cultura foi centrifugado a 18500 xG por 15 minutos e os sólidos transferidos para quatro erlenmeyers com concentrações de cromo iguais a 31,25; 58,82; 83,33 e 105,26 mg/L respectivamente. Os meios eram incubados sob agitação por 48 horas. Após esse período uma amostra de 50mL era retirada do meio e centrifugada nas mesmas condições de

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centrifugação dos meios de cultura. Com o sobrenadante, fazia-se a análise de cromo hexavalente, que permitiu conhecer a eficiência da redução do íon. Esse método foi realizado três vezes.

Tabela 1: Meio de cultura utilizado no tratamento.

Meio de Cultura

Acetato de sódio Levedura residual

Nutrientes Concentração (g/l) Nutrientes (g/l)Concentração

K2HPO4 0.500 K2HPO4 0,401 NH4Cl 1,000 KH2PO4 1,124 MgSO4.7H2O 0,200 NH4NO3 3,386 CaCl2.2H2O 0,001 MgSO4.7H2O 0,100 FeSO4.7H2O 0,001 CaCl2.2H2O 0,020 CH3COONa.3H2O 2,500 MnSO4.H2O 0,030

K2HPO4 0.500 residualLevedura 4,000

NH4Cl 1,000

A adaptação da cultura ao meio à base de acetato de sódio foi feita de forma muito similar partindo do meio de cultura já adaptado ao meio de levedura residual. Esses microorganismos foram transferidos para quatro erlenmeyers com 0,5 L de meio contendo acetato e concentração de cromo variando de 58,82 a 181,3 mg/L. Após a transferência os erlenmeyers foram deixados sob agitação constante (170 rpm) em câmara de agitação a 27oC por 48 horas. Após esse período uma alíquota de 50 mL foi retirada para a análise de sólidos voláteis em suspensão, a fim de determinar o crescimento da cultura no meio.

2.3. Descrição do bioreator

O biofiltro foi construído com o material acrílico possuindo 0,095 metros de diâmetro e 2 metros de altura com capacidade volumétrica de 6,5 litros de espaço livre. A fim de fixar a cultura no interior do reator foi utilizado anéis poliméricos de 3 centímetros de diâmetro e 2 cm de altura com preenchimento interno hexagonal específico para filtros biológicos. Ao longo do reator exista 11 pontos para amostragem, porém apenas três deles foram utilizados, o primeiro a 15 cm da entrada, o segundo a 49 cm e o terceiro 92 cm, respectivamente. Além desses pontos a amostragem era feita na entrada e na saída do bioreator. O bioreator está apresentado na Figura 1.

No processo, o afluente foi mantido sob refrigeração a uma temperatura de aproximadamente 7 ºC para evitar contaminações e era bombeado por uma bomba Minipuls 3 marca Gilson para o reator por meio de uma mangueira de 1,2 mm de diâmetro, ligada ao topo do reator. A fim de evitar aumento de pressão no interior do reator devido à produção de gases, foi conectada ao topo do biorreator uma mangueira de 2 mm de diâmetro. Na parte inferior do reator estava a saída do efluente que era armazenado em um tanque para posterior descarte.

A vazão utilizada foi de 4,5 mL/min – 0,27 L/h (tempo de detenção hidráulico de 24 horas, recomendado pela NBR 7229/1982 para operação de filtros biológicos).

A cultura foi inoculada no reator à uma concentração de 4 g/L. Posteriormente, a cultura foi deixada em repouso por um mês a fim de que a cultura se fixasse nos anéis poliméricos. Essa concentração seguiu a relação DQO/Sólidos voláteis em suspensão igual a 1.

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Figura 1: Biorreator utilizado no processo de redução de cromo (VI).

2.4. Ensaios no reator

As variáveis utilizadas nos ensaios do biofiltro foram o pH e a concentração inicial de cromo hexavalente. A concentração de inóculo também é importante considerar, porém, devido à dificuldade em controlar essa variável, ela não foi considerada nos ensaios.

Antes de fazer o planejamento de experimentos foram realizados quatro ensaios preliminares que possibilitaram traçar as condições em que o rendimento atingido seria o maior possível. As condições destes ensaios preliminares estão na Tabela 2.

Tabela 2: Condições dos ensaios preliminares.

As condições escolhidas para operação do biofiltro foram: faixa de pH de 5,5 a 8,0 e concentração de cromo hexavalente de 15 a 165 mg/L. Esta faixa de pH foi escolhida pois é nesse intervalo que os microrganismos sobrevivem e a faixa de cromo hexavalente foi selecionada baseada na concentração do íon nos efluentes de curtume. Desta forma realizou-se um planejamento composto central com 22 mais 3 réplicas no ponto central, mais 4 experimentos no ponto axial, com α de ortogonalidade igual a 1,4142 resultando em 11 experimentos. A matriz de planejamento está apresentada na Tabela 3.

Os experimentos do planejamento tiveram duração de 48 horas antes das análises. Esse período era importante para assegurar que o processo no biofiltro já estivesse no estado estacionário no momento das amostragens.

As amostras foram coletadas na entrada do reator, antes do meio passar pelo tratamento biológico, no efluente e em três pontos diferentes no reator. A amostragem foi feita utilizando uma seringa com agulha de 8 cm de comprimento de forma a manter a amostra o mais homogênea possível. Posteriormente, realizaram-se as análises de cromo hexavalente, cromo total, demanda química de oxigênio (DQO) e sólidos voláteis.

Ensaio pH Concentração inicial de cromo (mg/L) Tempo de operação Tempo de detenção hidráulico 1 7 90 12 8 2 7 90 28 24 3 7 90 30 24

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Nos intervalos dos ensaios o reator recebeu meio com 2 g/L de glicose para assegurar a sobrevivência dos microrganismos.

Tabela 3: Planejamento de experimentos.

2.5. Procedimentos analíticos

2.5.1. Análise de cromo hexavalente.

As análises foram realizadas por meio espectrofotométrico a 540 nm. Inicialmente uma curva de calibração foi constrída, apresentada pela equação (1), que relaciona a absorbância com a concentração de cromo hexavalente, válida para concentrações inferiores a 400 microgramas por litro.

C(CrVI) = 1.858,1xAbs. [g/L] (1)

Nessa análise a amostra foi diluída até por volta da metade da faixa de calibração (220 g/L), posteriormente seu pH foi abaixado para 2. Em seguida a amostra recebeu uma solução de acetona contendo 5mg/L de 1,5 – difenilcarboidrazida. Após aproximadamente 5 minutos a amostra adquiriu coloração rósea e sua absorbância foi lida em epectrofotômetro a 540 nm. Posteriormente, com o auxílio da equação 1 obteve-se a concentração de cromo hexavalente no meio.

2.5.2. Análise da demanda química de oxigênio (DQO)

A DQO foi realizada usando o Método Titulométrico, refluxo fechado/222 0C conforme Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (2005).

2.5.3. Análise de sólidos voláteis em suspensão (SVS).

Os sólidos voláteis em suspensão foram determinados pelo Método dos Sólidos Fixos e Voláteis inflamados a 550 ºC/2540 E (Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 2005). 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Variáveis Experimento pH (X1) CCr0 (X2) 1 5,5 (-1) 15 (-1) 2 5,5 (-1) 165 (+1) 3 8 (+1) 15 (-1) 4 8 (+1) 165 (+1) 5 5,31 (-) 90 (0) 6 8,18 (+ ) 90 (0) 7 6,75 (0) 3,94 (+ ) 8 6,75 (0) 176,06 (+ ) 9 (C) 6,75 (0) 90 (0) 10 (C) 6,75 (0) 90 (0) 11 (C) 6,75 (0) 90 (0)

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3.1. Adaptação dos microrganismos.

Os resultados das análises realizadas durante o estágio de adaptação dos microrganismos estão apresentados na Tabela 4.

Tabela 4: Resultados das análises de cromo hexavalente da cultura em adaptação.

Os microrganismos no estágio de adaptação apresentaram maiores eficiências em concentrações menores, enquanto que sob condições de altas concentrações, a taxa de remoção se apresentou bem inferior.

3.2. Ensaios no bioreator.

3.2.1. Resultados dos ensaios preliminares.

Os resultados preliminares dos ensaios no bioreator estão apresentados na Tabela 5.

Observou-se para baixas concentrações que um tempo de retenção hidráulico de 24 horas não foi suficiente para atingir uma taxa satisfatória de remoção de cromo hexavalente, ao contrário de condições com alta concentração de cromo hexavalente. Assim foi estipulado que o tempo de detenção hidráulico utilizado no processo seria de 48 horas garantindo que todos os ensaios fossem analisados já no estado estacionário.

O ensaio 3 foi o único realizado com o meio de cultura à base de acetato de sódio, e pôde-se observar que os outros ensaios com meio à base de levedura residual apresentaram resultados muito semelhantes ao experimento 3. Isso permite concluir que a carga orgânica não influencia no processo de redução do cromo hexavalente.

Tabela 5: Resultados dos ensaios preliminares no biofiltro.

Ensaio Tempo de operação Pontos de coleta

Concentraç ão de cromo (VI) (mg/L) Remoção de Cromo (%) DQO (mg/L) Sólidos voláteis (mg/L) 1 12 ENTRADA 90,0 - -

-Experimento 1 Experimento 2 Experimento 3

Conc. Inicial de Cr(VI) (mg/L) Conc. Final (mg/L) Remoção (%) Conc. Final (mg/L) Remoção (%) Conc. Final (mg/L) Remoção (%) 31,25 26,122,41 16,42 26,121,67 16,42 27,922,01 10,66 58,82 33,341,58 43,32 45,982,34 21,83 27,321,38 53,55 83,33 60,422,10 27,49 73,061,18 12,32 60,421,87 27,49 105,26 101,351,23 3,71 - - 98,42,58 6,52

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1 81,0 10 - -2 83,0 7,78 - -3 70,0 22,22 - -SAÍDA 67,0 25,00 - -ENTRADA 90,5 - 4038,72 -1 70,49 22,11 - -2 71,97 20,48 - -3 60,82 32,80 - -2 24 SAÍDA 58,45 35,41 2404 178 ENTRADA 89,8 - 776,64 -1 43 52,11 - -2 37,55 58,18 - -3 33,09 63,15 - -3 12 SAÍDA 26,68 70,28 436,95 0

Pode-se observar pela análise de SVS que a quantidade de microrganismos perdidos no reator em cada ensaio é muito pequena. Além disso, a análise de DQO indicou uma taxa considerável de remoção de matéria orgânica, embora ainda não esteja satisfatória.

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3.2.2. Resultados dos ensaios do planejamento experimental.

A concentração de inoculo é considerada uma variável relevante ao processo estudado, contudo ela não foi incluída no planejamento devido à dificuldade de medida desta variável.

Fixou-se a duração de cada experimento em 48 horas. Tempos maiores foram testados em ensaios preliminares e não foi verificada significativa redução no cromo, além de ser onerosamente inviável. Da mesma forma, em tempos menores de operação, notou-se que o regime ainda não estava em estado estacionário e que, portanto, a redução de cromo não foi satisfatória.

Nota-se na Tabela 6 que o aumento da remoção está relacionado à diminuição da concentração de cromo inicial e pouco é influenciada pelo pH na faixa estudada. Assim no presente estudo a concentração de cromo hexavalente é a variável de processo mais importante, já que na condição de CCr0 = 3,94 mg/L foi obtido o valor máximo de remoção de cromo(VI).

Verifica-se nos ensaios 5 e 6 que quanto maior for o pH menor é a remoção de cromo (VI), ou seja, o aumento das variáveis gera uma diminuição no valor deste atributo.

Dermou e Vayenas (2007) encontraram remoções de 100% para concentrações iniciais de cromo hexavalente de 5 e 30 mg/L utilizando filtros biológicos com operação em batelada agitada em reciclo.

Tabela 6: Resultados do planejamento experimental.

Experimento pH CCr0 (mg/L) Remoção de CCr(VI) (%)

1 5,5 (-1) 15 (-1) 60,20 2 5,5 (-1) 165 (+1) 30,00 3 8 (+1) 15 (-1) 43,7 4 8 (+1) 165 (+1) 15,40 5 5,31 (-) 90 (0) 30,2 6 8,18 (+) 90 (0) 16,9 7 6,75 (0) 3,94 (+) 92 8 6,75 (0) 176,06 (+) 26,7 9 (C) 6,75 (0) 90 (0) 33,4 10 (C) 6,75 (0) 90 (0) 30,10 11 (C) 6,75 (0) 90 (0) 29,40

A Tabela 7 apresenta os resultados da regressão múltipla para remoção de cromo, apresentando apenas as variáveis significativas com seus respectivos parâmetros e níveis de significância, juntamente com o coeficiente de determinação (R2) como resposta à remoção de cromo hexavalente.

Nota-se na Tabela 7 que as variáveis isoladas X1 e X2, influenciaram significativamente no processo.

O coeficiente de correlação (R2) obtido após o ajuste foi de 0,913 indicando que os resultados foram explicados pela equação empírica proposta com 91% da variabilidade dos dados.

A equação empírica ajustada que representa a remoção de cromo hexavalente está descrita na equação (2).

Remoção de cromo (%) = 32,7723 -7,0242 X1 - 10,0244 X12- 20,1149 X2 +17,1812 X22 (2) Observa-se pela Equação 2, que a remoção de cromo foi influenciada pelas variáveis isoladas X1 (pH) e X2 (Ccr0). Os sinais negativos dos coeficientes das variáveis X1 e X2 nesta equação indica que em maiores valores de pH e de C cr0menores serão os valores de remoção de cromo (VI) isto é, o aumento das variáveis gera uma diminuição no valor da resposta.

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Tabela 7 - Resultados da regressão para a remoção de hexavalente.

Fatores Parâmetros Nível de significância (p)

Constante (0) +32,7723 0,000377 X1 (pH) -7,0242 0,073552 X2 (Ccr) -20,1149 0,000812 X12 (pH2) -10,0244 0,066831 X22 (Ccr2) +17,1812 0,008678 R2 = 0,913

Nas condições dos experimentos 5 e 6 verifica-se que o aumento do pH de 5,31 para 8,18, mantendo fixa a concentração inicial de Cr(VI) em 90 mg/L, proporcionou uma diminuição considerável na remoção de Cr(VI) que passou de 30,2 para 16,9. O mesmo comportamento foi verificado ao aumentar a concentração de cromo inicial de 3,94 para 176,06 mg/L, que proporcionou uma diminuição mais efetiva na remoção de Cr(VI), passando de 92 para 26,7.

4. CONCLUSÕES

Pode-se concluir que o pH e a concentração inicial de cromo hexavalente são variáveis muito importantes no processo, sendo que a eficiência é maior em condições de pH aproximadamente seis e concentrações iniciais de cromo hexavalente baixas. Além disso, a quantidade de microrganismos perdida nos ensaios foi pequena indicando que o biofilme estava bem aderido ao suporte. Foi possível perceber, também, que esse processo não é influenciado pela carga orgânica do efluente.

Assim, o tratamento biológico de cromo hexavalente em biofiltros é factível e apresenta rendimentos satisfatórios, além de demandar baixos custos.

5. AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à Universidade Federal de Uberlândia e à Faculdade de Engenharia Química pela oportunidade em realizar este trabalho, ao CNPq pelo apoio financeiro na concessão da bolsa de Iniciação Científica e a FAPEMIG, Brasil pela concessão dos recursos financeiros utilizados no cumprimento das atividades propostas neste projeto.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Anderson, R. A., 1997, Chromium as an essential nutriant for humans, Regul. Toxicol. Pharmacol. 26 (1), S35–S41.

Dermou, E., Velissariou, A., XenoS, D. Vayenas, D.V., 2005, Biological chromium(VI) reduction using a trickling filter, Journal of Hazardous Materials B126, 78–85.

Dermou, E.; Velissariou, A.; Xenos, D.; Vayenas, D.V. (2007), Biological removal of hexavalent chromium in trickling filters operating with different filter media types, Desalination 211 156–163 Eaton, D. A., Clesceri, L. S., Rice, E. W., Geenberg, A. E., Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater (2005).

Vieira, P. A., Vieira, R. B., De França, F. P., Cardoso, V. L., 2007, Biodegradation of Effluent Contaminated with Diesel Fuel and Gasoline. Journal Hazard. Mat. V. 140, pp. 52-59, 2007.

REDUCTION OF CHROMIUM (VI) IN BIOLOGICAL REACTOR OF

CONTINUOUS FLUX

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Marcelo Melo Pirete

Faculdade de Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia Avenida João Naves de Ávila 2121, Bairro Santa Mônica, Uberlândia / MG marcelopirete@yahoo.com.br

Mauriellem Dalcim Guttierres

Faculdade de Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia

Vicelma Luíz Cardoso

Faculdade de Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia

Miriam Maria de Resende

Faculdade de Engenharia Química da Universidade Federal de Uberlândia

Abstract: The environment has been become an area of ample development, because of the problems related with this theme. Thus, the industries whose effluent are rich in chromium (VI) are considerate the industries that pollutes more. The valence six of the ion Cr is sufficiently toxic, being carcinogenic and mutagenic, while the trivalent form is a little or even though not toxic. The discharge of Cr (VI) in waters is regulated below of 0,05 mg/L by the USEPA and European Union, EC, while total Cr, including Cr (III), Cr (VI) and its other forms, is regulated at 2 mg/L. The treatments used for that effluent type are onerous and little efficient, what takes to the negligence of a lot of companies in relation to the destination of their residues. Thus, a biological filter in descending continuous flow was proposed, a process cheaper and with better yield. The treatment is based on the chromium conversion (VI) in the trivalent form by the mixing culture in the interior of the biological reactor. The culture, initially, was adapted to the chromium (VI) presence and developing the capacity of reduction of the ion. The analyzed variables (pH and the initial chromium (VI) concentration) had been modified on the several experiments realized in the biological reactor, observing an excellent range of operation of the biological filter. In the end of each experiment, the chromium (VI) and total, volatile solids and the chemical demand of oxygen, had been analyzed, monitoring the rate of chromium removal (VI), as well as the reduction of the concentration of organic compounds in the effluent and the loss of microorganism for each experiment realized. It was concluded that in lower initial chromium (VI) concentration the efficiency of the process was better, being this the variable of the most influence. The results had demonstrated a good yield in the chromium (VI) consumption, making possible, thus, a good alternative to the treatment of effluents rich in chromium.

Referências

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