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Metodologia da Pesquisa Jurídica. Andréa Portolomeos

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Academic year: 2021

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Metodologia

da Pesquisa

Jurídica

Andréa Portolomeos

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10/02 Bibliografia: Como se faz uma tese – Umberto Eco; Monografia no curso de

Direito – Antonio Henriques; Metodologia científica para o curso de Direito –

Marina Marconi; Manual da monografia jurídica – Rizzatto Nunes; Parecer jurídico – Wladmir Martinez; Manual de redação forense – Victor Gabriel Rodrígues. Se for comprar um só, optar pelo do Umberto Eco, mas o último citado também é muito bom.

Parecer

O parecer é a opinião de um jurisconsulto sobre determinada controvérsia. Ela deve estar fundamentada em legislação, doutrina e jurisprudência, mas não pode se limitar a estas. O parecerista não julga propriamente, mas sim relata os fatos e opina sobre eles na fundamentação.

A forma e a substância estão intimamente associadas na peça jurídica. Víctor Gabriel chega a dizer que a primeira tem primazia sobre a segunda.

A dinâmica entre orações subordinadas e coordenadas pode dar ênfase a partes diferentes do discurso. Assim, aquilo que estiver entre vírgulas terá menos importância do que a oração final do período, como no caso do seguinte período apresentado pela professora: “O réu, que estava assistido por um bom advogado e conseguiu a absolvição, é o acusado pelo crime.”

A ênfase pode ser dada também através da utilização das vozes verbais, como na diferença entre ‘os policiais abriram o inquérito’ e ‘o inquérito foi aberto pelos policiais’, estando o foco principal sempre no sujeito. Foco pode ser dado, também, ao ato em si: ‘abriram o inquérito’.

Não existe uma forma oficial para o parecer, mas temos algumas recomendações legais quanto a isso. Vide art. 129, VIII, da Constituição Federal e Lei 8.625/93 (Lei Ôrganica Nacional do Ministério Público) que diz ser dever do promotor indicar os fundamentos jurídicos em todos seus pronunciamentos na seara judicial.

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fundamentação, conclusão e parte autenticativa.

A ementa é um resumo do parecer. Ela deve ser constituída por frases nominais (não há verbo na ementa, portanto nem mesmo articuladores, como ‘mas’ ou ‘assim’). Seu início deve apresentar a situação de conflito (as partes, sem nominar, e o fato antijurídico), logo depois, separados por travessões, os nexos de causalidade que anteciparão o que será importante na fundamentação. Ao seu final, segue o entendimento do parecerista.

O relatório é uma narrativa que conta cronologicamente determinada história, apresentando os fatos consumados relevantes para o leitor, portanto o tempo verbal predominante é pretérito perfeito. Ele deve tender a uma imparcialidade, privilegiando a narrativa e não o posicionamento do parecerista.

O relatório precisa responder aos elementos constituintes da narrativa: o quê, quem, como, quando, onde, por quê e por isso.

A fundamentação segue uma ordem lógica, e não cronológica, que encaminha o raciocínio até minha opinião. Ela deve trabalhar com a persuasão (pathos) e o convencimento (logos).

A conclusão do parecer deve ser uma proposta ou sugestão, ou seja, o correto é a utilização de verbos como ‘propõe-se’ ou ‘sugere-se’.

17/02 Uma das nossas opções de trabalho de conclusão de curso é a monografia. Ela pode ser de dois tipos. No primeiro, temos um trabalho que consiste principalmente na compilação do que já foi dito sobre determinado tema e na apreciação crítica do mesmo. No segundo, há a necessidade de se descobrir algo novo. É um trabalho de pesquisa que presa pela originalidade. Aqui na graduação, estaremos fazendo o primeiro modelo de monografia.

Quanto ao tempo de preparação do trabalho final, podemos pensar numa certa ordem de trabalho. Primeiro, é necessário identificar um tema preciso, pois o tema excessivamente amplo não poderá ser adequadamente abordado com o tempo disponível. Além disso, o tema muito amplo possibilita que a banca mais facilmente conteste o trabalho apresentando questões nas quais o aluno não pensou. Assim,

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quanto mais específico o tema, mais difícil será a arguição da banca.

Em seguida, há a necessidade de se fazer um levantamento bibliográfico, que, caso o tema seja muito amplo, dará origem a um rol muito grande de que não se poderá tomar conta.

Com esta bibliografia em mãos, organiza-se essa documentação. Isto significa que devemos estudar e fichar este material, para que se tenha o domínio deste conhecimento para a elaboração do trabalho e para a arguição que poderá ser feita frente a uma possível banca.

A partir desta leitura, temos que relacionar as diferentes idéias e teses que surgiram durante este estudo, assim como com a própria temática escolhida. Aqui já começa a aparecer o juízo crítico do aluno.

Por último, escreve-se uma análise do trabalho a ser realizado, obedecendo as regras da ABNT e as de boa escrita, sempre empenhando-se para que o leitor compreenda o que se pretende dizer.

Voltando ao tema da escolha do tema, devemos evitar os temas muitos abstratos, pois estes são por natureza amplos e tendem a uma personalização do discurso, o que retira boa parte do caráter científico do trabalho.

O ideal é que o tema seja atual e, se possível, marginal, pois assim a bibliografia não será muito extensa.

A monografia deve ser científica e o será quando: debruçar-se sobre um objeto reconhecível; dizer do objeto algo que ainda não foi dito ou revê-lo por ótica diferente; for útil aos demais pesquisadores (critério este mitigado no caso da monografia da graduação, já que aqui a principal intenção é o amadurecimento intelectual do aluno); fornecer elementos para a verificação e contestação das hipóteses apresentadas.

Para a próxima aula, ler o capítulo ‘A escolha do tema’ do livro de Umberto Eco. 03/03

Etapas da pesquisa científica

1ª etapa: pesquisa exploratória:

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provisórias para a questão norteadora) 2ª etapa: pesquisa teórica:

Organização do andamento da pesquisa através da elaboração de um projeto. Escolhe-se um modelo teórico a partir do qual se fará estudo sobre determinado assunto.

3ª etapa: a pesquisa aplicada:

É de responsabilidade do professor.

Métodos da pesquisa científica

Principais métodos: pesquisa experimental, pesquisa de observação e pesquisa bibliográfica.

Pesquisa experimental ou de laboratório: o pesquisador exerce controle sobre variáveis importantes para a pesquisa.

Pesquisa de observação ou de campo: consiste na observação direta das coisas e dos fatos tal qual ocorrem espontaneamente no mundo real, sem qualquer tipo de intervenção do pesquisador. Não se pode reproduzir o evento em laboratório.

Pesquisa bibliográfica: é a pesquisa que incide sobre a bibliografia de um tema. Não decorre apenas da leitura de livros. Composta por trabalhos de diferentes autores, lida também com metodologias ou pontos de vista diferentes. É o tipo de pesquisa mais utilizado pelo estudante de direito.

Fonte: termo recorrente numa pesquisa bibliográfica. Conceito que pode variar, mas na maior parte das vezes refere-se a textos fundamentais, básicos. É o suporte mais básico da informação. Ex.: A CFB é o suporte mais básico numa pesquisa que tem o direito civil objeto. Já os textos de Afonso Arinos de Melo Franco, importante Senador da República, podem ser vistos como uma fonte secundária dessa pesquisa.

10/03 O primeiro estágio da pesquisa é a pesquisa exploratória, que é o levantamento de bibliografia, leitura informal de alguns textos e tentativa de delimitação de um objeto. Este é seguido de pesquisa teórica (que será realizada ainda neste período, incluindo a feitura do projeto) e, por último, a pesquisa aplicada.

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O projeto é constituído de introdução, embasamento teórico, metodologia, cronograma e referências bibliográficas. A introdução é composta por quatro itens: considerações iniciais, questões norteadoras, objetivos e justificativa. Aqui, o pesquisador deverá apresentar o tema dentro do qual a pesquisa se desenvolverá, a delimitação do objeto de investigação, definições jurídicas, histórico do problema a ser investigado, as questões norteadoras, objetivos e justificativas.

A introdução deve dar conta do tema e do objeto delimitado, falando de conceitos históricos e jurídicos acerca destes.

Nas considerações iniciais, seu primeiro parágrafo deve trazer uma sinopse do que o projeto representa, apresentando o objeto a ser investigado através uma redação simples. Ainda dentro das considerações iniciais, deve-se definir juridicamente o problema da pesquisa. Aqui o pesquisador deverá usar obras de referência.O pesquisador esclarece sobre conceitos-chave que pautam seu trabalho.

O título deve trazer o objeto da pesquisa e o sub-título delimitar ainda mais precisamente.

A questão norteadora deve ser apresentada na introdução de forma clara e sem deixar margem para interpretações equívocas, sendo posta como uma pergunta ou afirmativa.

Como exemplo, podemos pensar no tema propriedade de terra, tendo como objeto o direito de propriedade e a necessidade de uma reforma agrágria no Brasil: uma discussão à luz de seus fundamentos jurídicos. Uma questão norteadora possível seria: “De que forma a legislação brasileira poderá contribuir para promover uma reforma agrária que possa garantir maior acesso da população de baixa renda à terra?” ou “De que forma se poderia usar o sistema de tributação da propriedade rural ociosa no Brasil poderia contribuir neste sentido?”

Poderíamos pensar em algo mais simples. Tendo como objeto o direito de propriedade e a necessidade de reforma agrária no Brasil, a questão norteadora poderia ser “Quais as áreas de maior incidência dos conflitos de terra no Brasil e como esses conflitos têm sido tratados pela justiça brasileira?”

A questão norteadora precisa ser explicada de forma a torná-la acessível ao maior contingente possível de leitores.

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O objetivo específico do trabalho é responder às questões norteadoras levantadas pelo pesquisador, como, por exemplo, partindo de uma das questões norteadoras acima, “mapear o latifúndio ocioso no Brasil, procurando associar sua ocorrência com variáveis sociais e econômicas da região.”

Os objetivos também devem contemplar os desdobramentos da pesquisa.

Os objetivos de um projeto são o conjunto de ações a serem desenvolvidas pelo pesquisador, com o propósito de responder às questões norteadoras. Deve-se enunciar os objetivos já delimitando às ações práticas que serão tomadas pelo pesquisador para atingi-los.

Por último, temos a justificativa, que são as razões que levaram o aluno a fazer um projeto para estudar determinado problema. Essas razões devem ser de ordem científica. Assim, ela deve tratar da relevância do trabalho, tendo em vista o insatisfatório conhecimento sobre o assunto; as lacunas, inconsistências e incoerências existentes; e a relevância social do trabalho, pois toda pesquisa científica deve ter uma ressonância social.

XX/XX Uma das nossas opções de trabalho de conclusão de curso é a monografia. Ela pode ser de dois tipos. No primeiro, temos um trabalho que consiste principalmente na com

Referências

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