A questão 07 aborda acentuação gráfica. É correta a alternativa (E). A palavra auxílio é acentuada por ser
paroxítona terminada em ditongo crescente. O Novo Acordo não modificou esta regra. Portanto, são
acentuadas pela mesma razão as palavras escritório, secretária e benefício. As demais alternativas estão
erradas, pois são acentuadas por outras razões. Na alternativa (A), inglês e porém são oxítonas, e,
portanto, seguem outra regra de acentuação. Na alternativa (B), nível é paroxítona terminada em L,
segue outra regra de acentuação também. Na alternativa (C), substituído é acentuada por conta do hiato.
Na alternativa (D), todas são proparoxítonas, motivo por que são acentuadas.
Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.
Fortaleza, 14 de março de 2012.
Profa. Maria de Jesus de Sá Correia
Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
COORDENADORIA DE CONCURSOS – CCV
Evento – Seleção Pública para Composição de Banco de Recursos Humanos de Professores da
SEDUC
PARECER
A Comissão Examinadora da Prova de Língua Portuguesa efetuou a análise do recurso Administrativo e
emitiu seu parecer nos termos a seguir.
Conhecimentos Básicos – Questão 10
A questão 10 exige que o candidato identifique a função sintática do QUE. É correta a alternativa
(D). No trecho “Elas dizem para si mesmas que são capazes de fazer o que as outras crianças fazem”
(linha 19), a forma que exerce a função de conectivo, pois é conjunção integrante. A única alternativa em
que o que exerce essa mesma função é a alternativa (D), em que a forma que introduz oração
substantiva e é classificada como conjunção integrante, exercendo, portanto, a função de mero
conectivo. E isso independe da concordância ou não do verbo com o sujeito. A função do que, foco da
questão, não muda. Portanto, somos de parecer que a falha na digitação não invalida a questão, por
várias razões. Primeiramente, porque o foco da questão é a função sintática do que e não concordância
verbal, que em nada afeta a função do termo. Segundo, porque o suposto desvio de concordância não
condiz com os fatos linguísticos. Na norma popular, a falha de concordância se dá noutros casos, nunca
nesse. É comum o desvio da norma com sujeito plural e verbo singular, ou sujeito coletivo e verbo plural.
A pessoa menos escolarizada não usaria plural com um sujeito de terceira singular. Um candidato que
domina as funções do que identificaria facilmente a função conectiva do que da alternativa (D), a
despeito de qualquer eventual falha que tenha percebido e eliminaria todas as alternativas em que a
forma que é claramente pronome relativo, exercendo funções sintáticas de sujeito ou objeto, a depender
da frase. Ressalte-se, ainda, que o segmento foi destacado do texto (linhas 15-16). Nele não há falha de
digitação.
Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.
Fortaleza, 14 de março de 2012.
Profa. Maria de Jesus de Sá Correia
Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV
A questão 17 requer compreensão leitora. É correta a alternativa (C). O texto afirma logo no primeiro
parágrafo que “Toda educação comprometida com o exercício da cidadania precisa criar condições para
que o aluno possa desenvolver sua competência discursiva” (linhas 01-02). Mais adiante, é o próprio
texto que esclarece o que entende por “competência discursiva”: “o sujeito ser capaz de utilizar a língua
de modo variado, para produzir diferentes efeitos de sentido e adequar o texto a diferentes situações de
interlocução oral e escrita” (linhas 03-05). Para atingir esse fim, ainda segundo o texto, “é necessário
contemplar, nas atividades de ensino, a diversidade de textos e gêneros” (linhas 23-24). Logo, “um
ensino de português comprometido com o exercício da cidadania precisa propor atividades de uso e
análise da língua calcadas em textos de diversos gêneros”.
São falsas as demais alternativas, porque não condizem com o texto. A alternativa (B), por
exemplo, é falsa, pois, não se propõe, no texto, a exclusão do estudo da norma gramatical. Afinal,
reconhecer a heterogeneidade linguística não significa banir o estudo da norma gramatical do ensino.
Significa, isto sim, reconhecer que há várias formas de usar a língua, que são mais ou menos adequadas
a depender da situação comunicativa. Ademais, banir o estudo da norma gramatical no ensino de
português seria negar o acesso a uma norma de prestígio, adequada a muitos contextos sociais e
profissionais, o que não seria condizente com um ensino comprometido com a cidadania.
Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.
Fortaleza, 14 de março de 2012.
Profa. Maria de Jesus de Sá Correia
Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
COORDENADORIA DE CONCURSOS – CCV
Evento – Seleção Pública para Composição de Banco de Recursos Humanos de Professores da
SEDUC
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A Comissão Examinadora da Prova de Língua Portuguesa efetuou a análise do recurso Administrativo e
emitiu seu parecer nos termos a seguir.
Conhecimentos Específicos – Questão 18
A questão 18 exige reescrita do trecho “é necessário contemplar, nas atividades de ensino,
a diversidade de textos e gêneros, e não apenas em função de sua relevância social, mas também
pelo fato de que textos pertencentes a diferentes gêneros são organizados de diferentes formas”
(linhas 23-25). É correta a alternativa (A): “A diversidade de textos e gêneros deve ser
contemplada no ensino, devido à sua relevância social e ao fato de terem organização
diferente”. Há, no trecho original, a modalidade deôntica expressa pela construção “É
necessário” que foi retomada na paráfrase pela construção “deve ser”. Os termos relacionados
no trecho original por “não apenas... mas também” constituem justificativa para o argumento
anterior: é necessário contemplar a diversidade de textos e gêneros, porque os textos têm
relevância social e são organizados de diferentes formas. Na paráfrase, essa ideia foi retomada
pela locução devido a que expressa valor de “em virtude de”, “por causa de”, cabível nesse
contexto.
As demais alternativas são falsas. A alternativa (B) é falsa por duas razões. Altera o valor
da modalidade deôntica, com valor de necessidade, para o valor de possibilidade: “As
atividades de ensino podem se basear...”. Além disso, nega que os textos tenham importância
social: “...não porque estes tenham importância social...”. A alternativa (C) é falsa, porque
estabelece uma relação de conclusão indevida, além de conter erros conceituais. Os textos não
são organizados de formas diferentes nas atividades de ensino, mas nos diferentes gêneros. A
alternativa (D) estabelece uma relação de causa/efeito indevida. Não é a organização diferente
que dá aos textos relevância social. Por fim, a alternativa (E) é falsa, pois nega a relevância
social dos textos.
Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.
Fortaleza, 14 de março de 2012.
Profa. Maria de Jesus de Sá Correia
Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV
A questão 19 requer que o candidato reconheça termos empregados como sinônimos no texto. É
correta a alternativa (D): os termos exigência e demanda são tomados como sinônimos no texto: “essa
exigência tende a ser crescente” (linhas 13-14) e “A necessidade de atender a essa demanda obriga” (linha
14). Os termos são de uso relativamente comum e o contexto não deixa dúvida. Segundo o dicionário
Houaiss, verbete demanda: “ato ou efeito de demandar; manifestação de um desejo, pedido ou exigência”.
As demais alternativas são falsas, pois os termos não são empregados como sinônimos. Boa parte
deles são claramente tomados como termos com significados diferentes, o que o texto deixa entrever
relacionando-os por adição. Esse é ocaso das alternativas (B), (C) e (E): formas e perspectivas (linha 07); da
língua e da linguagem (linha 10); diversidade de textos e gêneros”(linhas 23-24).
Entre “aluno” (linha 02) e “sujeito” linha (03) não há uma relação de sinonímia, nem mesmo
contextual, pois na linha 02 a referência é a estudante. Note-se que o contexto é ensino, educação. Já na
linha 03, sujeito se refere a qualquer cidadão, não apenas o aluno. Não se diz no trecho “Um dos aspectos
da competência discursiva é o sujeito ser capaz de utilizar a língua...” que um dos aspectos da competência
discursiva é o aluno ser capaz de...”, mesmo porque a afirmação é genérica. Fala-se de competência
discursiva de modo geral, não de competência discursiva do aluno. Não há relação de sinonímia, portanto.
No máximo, relação de hiperonímia/hiponímia, considerando-se que todo aluno é também um sujeito, ou
seja, um indivíduo.
A falha na indicação da linha na alternativa (E), na palavra gêneros não invalida a questão, por vários
motivos. Em primeiro lugar, a relação de sinonímia (ou ausência dela) poderia ser reconhecida
independentemente da linha, pois, em nenhuma passagem do texto, a palavra gêneros é tomada como
sinônima de textos. Esta figura em duas passagens apenas: “a diversidade de textos e gêneros” (linhas
23-24) e “textos pertencentes a diferentes gêneros” (linhas 24-25). Em ambas, evidencia-se a ausência de
sinonímia entre os dois termos, e, para tanto, basta observar a construção em que ocorrem os dois termos.
Em segundo lugar, a indicação da linha em todas as alternativas seguiu mero protocolo formal que
recomenda indicar linha de citação. Não era absolutamente necessária em nenhuma das alternativas para a
correta interpretação dos termos. Na alternativa (E), uma vez que, em todos os usos da palavra textos e
gêneros, estes não são usados como sinônimos, não haveria motivo de dúvida, para um leitor que teve
acesso ao texto integralmente e o compreendeu. Por fim, é falho o argumento, segundo o qual a ausência de
uma linha 28 no texto nega a existência da palavra “gêneros” no texto e induziria ao erro. Ora, no
enunciado, está claro que as palavras foram retiradas do texto. Este estava disponível integralmente ao
candidato. A palavra gêneros figura duas vezes no texto, e, em nenhuma das ocorrências, é usado como
sinônimo de textos. Logo, não há como argumentar que a indicação da linha conduziria ao erro. No máximo,
e foi o que aconteceu, levaria à percepção de que houve um engano na digitação da linha, causada por
alteração na formatação. Nenhum leitor, por menos inábil que fosse, julgaria que foi indicada uma linha
inexistente de um termo inexistente. O contexto do enunciado: “No texto, são tomados como sinônimos os
vocábulos do par” já restringe os vocábulos ao contexto do texto da prova. Se a palavra gêneros existe na
prova, logo só poderia ser uma das ocorrências. Se o candidato se perguntasse “qual das ocorrências?”, teria
como auxílio o fato de que em nenhuma das ocorrências gêneros é sinônimo de textos. Aliás, nem nas
ocorrências nem fora delas.
Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.
Fortaleza, 14 de março de 2012.
Profa. Maria de Jesus de Sá Correia
Presidente da Coordenadoria de Concursos – CCV
A questão 20 exige que o candidato reconheça no texto da prova marcas que o caracterizam como
argumentativo. É correta a alternativa (D). No texto, há freqüente emprego de formas injuntivas como em
“deve a escola organizar as atividades curriculares...” (linhas 09-10) e “A necessidade de atender a essa
demanda obriga à revisão substantiva dos métodos de ensino” (linha 14). Os enunciados com valor deôntico,
comuns em textos argumentativos e em diversos pontos do texto analisado, são nitidamente persuasivos,
como já demonstraram diversos estudos (cf. PESSOA, 2007
1). Neles, o falante busca a adesão do ouvinte,
buscando convencê-lo da necessidade de algo ou impondo obrigação ou proibição.
As demais alternativas são falsas por não apresentarem marcas do discurso argumentativo. A
alternativa (C), por exemplo, é falsa, pois o apelo a valores como cidadania e demandas sociais não é
marca típica de texto argumentativo. Afinal, nada há nos termos cidadania e demandas sociais que
caracterizem discurso argumentativo. O fato de eventualmente tais palavras figurarem em textos
argumentativos não as torna marca típica de argumentação. Noutras palavras, não é a presença delas no
texto que nos auxilia a caracterizá-lo como argumentativo. Não há na menção a esses termos qualquer
marca de persuasão, como se depreende dos trechos: “Toda educação comprometida com o exercício da
cidadania precisa criar condições para que o aluno possa desenvolver sua competência discursiva” (linhas
01-02) e “Atualmente, exigem-se níveis de leitura e de escrita diferentes dos que satisfizeram as
demandas sociais até há bem pouco tempo” (linhas 12-13), em que a força argumentativa está na
generalização “Toda educação” e no verbo “precisar”, semanticamente próximo de “dever”. A expressão
“demandas sociais” está empregada nesse trecho sem valor argumentativo por si. Informa-se que as
demandas sociais mudaram. Não se usa a expressão para convencer o leitor.
Em face da argumentação apresentada, a Comissão indefere o recurso e ratifica o gabarito oficial.
Fortaleza, 14 de março de 2012.
Profa. Maria de Jesus de Sá Correia
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