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BRASIL COMPANHIA HIDRO ELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO - CHESF

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COMPANHIA HIDRO ELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO - CHESF

BRASIL

Utilização do Sistema de Informação Geográfica (SIG) na Gestão

Ambiental do Reservatório da Usina Hidrelétrica de Sobradinho,

Bahia, Brasil.

Recife, 30 de junho de 2004.

Utilização do Sistema de Informação Geográfica (SIG) na Gestão Ambiental do Reservatório da

Usina Hidrelétrica de Sobradinho, Bahia, Brasil

Geóloga ANDREA AMARANTE; Geógrafa CLARA FERREIRA; Engenheira Cartográfica VALÉRIA

CARAZZAI.

COMPANHIA HIDRO ELÉTRICA DO SÃO FRANCISCO - CHESF

DATOS DE LA EMPRESA

Dirección: R. Delmiro Gouveia,333 – Bongi –

Recife/PE

Código Postal: 50761-901

Teléfono: 55-81-32292642

Fax: 55-81-32293555

E-Mail: andreaa@chesf.gov.br

PALABRAS-CLAVE: Sistema de Informação

Geográfica-SIG, Sobradinho, Gestão Ambiental, Rio

São Francisco

Introdução

No Brasil, o geoprocessamento vem sido

utilizado no setor elétrico como uma poderosa

ferramenta no auxílio ao planejamento, gestão e

análise de projetos e atividades, bem como no

gerenciamento da rede de distribuição. Através

de seus recursos, é possível analisar bases de

dados que incluem informações cartográficas,

espectrais (obtidas por sensores remotos),

observações de campo, resultados de entrevistas

ou censos, lidando, portanto, com todos os tipos

de informações necessárias à tomada de

decisão: básicas, históricas, atuais e futuras.

O Sistema de Informação Geográfica – SIG

(ou Geographical Information System – GIS), é

uma poderosa ferramenta de geoprocessamento

que realiza o tratamento computacional de dados

geográficos, ajudando a analisar informações

distribuídas num universo geográfico. O SIG

permite o mapeamento sistematizado das

informações existentes sobre determinado

empreendimento, auxiliando na identificação,

análise e solução de problemas relacionados ao

meio ambiente e sua gestão ambiental.

Este trabalho apresenta uma aplicação de

SIG utilizada pelo Departamento de Meio

Ambiente da Companhia Hidro Elétrica do São

Francisco, através de seu Núcleo de

Geoprocessamento, para a região do reservatório

da Usina Hidrelétrica de Sobradinho, no Rio São

Francisco.

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco

– CHESF

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco

– CHESF é uma empresa de economia mista

subsidiária das Centrais Elétricas Brasileiras –

ELETROBRÁS, e tem sua área de atuação

predominantemente na Região Nordeste do

Brasil (Figura 1).

(2)

Seu parque gerador é formado por 16 usinas,

14 hidrelétricas e 2 térmicas, com 64 unidades

geradoras, totalizando 10.704 MW de potência

nominal, supridos através de 9 reservatórios com

capacidade de armazenar 50 bilhões de metros

cúbicos d’água.

O sistema de transmissão abrange os

Estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba,

Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e

Sergipe, com 18.273 km de linhas de transmissão

e 93 subestações (Figura 2).

O Rio São Francisco e o Reservatório da UHE

Sobradinho

O Rio São Francisco é considerado o maior

rio totalmente brasileiro. Ele nasce na Serra da

Canastra, no Estado de Minas Gerais, seguindo

a direção geral sul-norte até a confluência com o

rio Urucuia, onde inicia um grande arco com

direção norte-nordeste até cidade de Cabrobó

(PE), girando, então, para leste e logo depois,

para sudeste, até a sua foz, no Oceano Atlântico,

na divisa entre os Estados de Alagoas e Sergipe.

De acordo com CODEVASF (2003), a extensão

total do rio é de aproximadamente 2800 km.

O rio São Francisco tem seu potencial

aproveitado por 9 hidrelétricas, sendo uma

pertencente à Companhia Hidrelétrica de Minas

Gerais - CEMIG (Três Marias) e as demais,

pertencentes à Chesf (Sobradinho, Itaparica,

Moxotó, Paulo Afonso (I, II, III), Paulo Afonso IV e

Xingo).

O Reservatório de Sobradinho inicialmente

foi projetado pela Chesf para funcionar como um

reservatório de regularização plurianual que

aumentasse as vazões mínimas garantidas do rio

São Francisco em épocas de estiagem,

viabilizando o quarto aproveitamento do

Complexo de Paulo Afonso, localizado a jusante

deste reservatório, e acrescentasse energia firme

ao conjunto de usinas hidrelétricas da empresa.

(3)

A construção do empreendimento de

aproveitamento hidrelétrico foi iniciada em junho

de 1973, tendo o reservatório atingido a sua cota

máxima nominal em julho de 1977. A Usina de

Sobradinho iniciou a operação no último trimestre

de 1979, quando também ocorreu a primeira

energização do sistema Chesf na tensão de 500

kV - Subestações de Sobradinho e PA IV e Linha

de Transmissão Sobradinho-PA IV..

O lago de Sobradinho ocupa uma área de

4.214 km

2

e possui uma capacidade de

armazenamento da ordem de 34 bilhões de m

3

.

Opera com uma vazão mínima de 2.060m

3

/s em

época de estiagem, o que permite a operação

das demais usinas da Chesf localizadas a

jusante.

Totalmente localizado no estado da Bahia, o

lago atinge os municípios de Sobradinho, Sento

Sé, Itaguaçu da Bahia, Xique-Xique, Pilão

Arcado, Remanso e Casa Nova (Figura 3),

sendo o maior lago artificial da América Latina e o

terceiro maior do mundo.

Figura 3: municípios do Estado da Bahia atingidos pelo lago do reservatório de Sobradinho

Durante seu enchimento, foram inundadas 4

cidades e 30 povoados, resultando no

deslocamento de mais de 70 mil pessoas.

Permaneceram em lotes rurais em volta do

reservatório, 5.806 famílias e outras 3.851 foram

deslocadas para as novas sedes dos municípios.

A barragem tem a altura de 41m e

comprimento de 8,5 km, e possui uma tomada

d’água de 25m

3

/s para alimentar projetos de

irrigação, e uma eclusa de navegação com 120m

de comprimento e 17 metros de altura que

garante a navegação entre Pirapora (MG) e

Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), num percurso de

mais de 1200km, vencendo o desnível de 32,5m.

A usina formada a partir desse reservatório

possui 6 unidade geradoras de turbinas Kaplan

com uma potência instalada de 175.050 kW,

formando um total de 1.050.300 kW, e uma vazão

de 710 m3/s por máquina.

O sistema utilizado para disponibilizar a

energia gerada é composto por uma subestação

elevadora com 09 transformadores monofásicos

de 133,3 MVA cada um, que elevam a tensão de

13,8 kV para 500 kV. A partir daí a conexão com o

sistema de transmissão da CHESF é efetuada

através da subestação seccionadora de Sobradinho

500/230 kV, de onde partem 02 circuitos em 500 kV

para Itaparica/Paulo Afonso, 01 circuito em 500 kV

de interligação com a Eletronorte e 01 circuito em

230 kV que abastece todo o Sudoeste do Estado da

Bahia, partindo de Juazeiro até Barreiras/BA.

O Sistema de Informação Geográfica - SIG do

Reservatório de Sobradinho.

.

Considerando a ampla área ocupada pelo

reservatório de Sobradinho,e as diversas bases

cartográficas produzidas para a região, que

haviam sido elaboradas no sistema CAD e que

estavam dispersas dentro do Núcleo de

Geoprocessamento, o objetivo principal do SIG

foi centralizar as informações e incorporara um

banco de dados às bases vetoriais já existentes.

O SIG de Sobradinho disponibiliza, de uma

forma bem simples e rápida, as informações do

entorno do reservatório, permitindo consultas

rápidas a mapas e banco de dados, bem como,

através do seu módulo de impressão, permite a

plotagem de mapas de qualidade.

Como os dados estão georreferenciados no

mesmo sistema de projeção cartográficas, o SIG

ainda permite, através de recursos do ArcView, a

consulta e criação de outras bases, através do

cruzamento de informações existentes.

Além de facilitar a visualização e a consulta

de dados existentes sobre o reservatório, o SIG

subsidia a implantação do Sistema de Gestão

Ambiental e o monitoramento do referido

empreendimento.

Para a concepção do SIG, foi utilizado o

artifício da montagem de telas de consulta

através de mapas temáticos. Estes mapas

tiveram como objetivo principal identificar a

inserção do empreendimento no seu entorno.

O SIG encontra-se no sistema UTM, tendo

sido utilizado como datum de referência aquele

contido em todas as cartas topográficas oficiais

(4)

da SUDENE que cobrem a região de estudo: o

datum Córrego Alegre – Zona 24. Todos os

dados vetoriais existentes, obtidos em outros

projetos, notadamente os contidos nos

levantamentos realizados pelo IBGE (1997) foram

convertidos este datum, através do utilitário de

conversão de projeção existente no software

ArcView.

Para elaboração dos mapas de saída do

SIG, optou-se por uma escala que atendesse

duas premissas:

1.

Visualização de todo o entorno do

reservatório

2.

Visualização dos dados em mapa no

formato A0 (841 X 1189 mm)

Neste sentido, a escala adotada para os

mapas temáticos plotados a partir do SIG, em

uma folha de formato A0, foi de 1:250.000.

Para elaboração dos produtos, foram

compilados os dados existentes do Projeto

“Gerenciamento Integrado das Atividades em

Terra na Bacia do São Francisco -

SRH/GEF/PNUMA/OEA - Subprojeto 2.1 –

Mapeamento Temático de Uso da Terra no

Submédio São Francisco, e as informações

contidas na Base Digital Municipal do Brasil

(IBGE,1997).

Telas de Consulta

A princípio, o SIG foi estruturado com quatro

níveis de consulta:

− − − − − −

por divisão político-administrativa,

utilizando-se o banco de dados compilado da Bautilizando-se

Digital Municipal do Brasil - IBGE (1997), com

dados referentes à área dos municípios,

população, etc.

por bacia hidrográfica, utilizando-se os dados

compilados de SRH/GEF/PNUMA/OEA -

Subprojeto 2.1 – Mapeamento Temático de

Uso da Terra no Submédio São Francisco.

por uso e ocupação de solo utilizando-se os

dados compilados de SRH/GEF/PNUMA/OEA

- Subprojeto 2.1 – Mapeamento Temático de

Uso da Terra no Submédio São Francisco.

por tipo de vegetação, utilizando-se os

compilados de dados SRH/GEF/PNUMA/OEA

- Subprojeto 2.1 – Mapeamento Temático de

Uso da Terra no Submédio São Francisco.

Em uma segunda etapa, foram incorporados ao

SIG novos dados do meio físico, compilados de

outros órgãos:

por unidade geológica, utilizando-se os dados

compilados do mapa Geológico do Estado da

Bahia, de autoria da Companhia Baiana de

Pesquisas Minerais -CBPM (CBPM, 2002);

por tipo de solo, utilizando-se os dados

compilados do Estudo Ambiental da UHE

Sobradinho (FADE/Chesf, 2003)

Dados obtidos através de sobrevôos

realizados por equipe técnica do Departamento

de Meio Ambiente na área, como fotos e

anotações de campo, para efeito de

levantamento de passivos ambientais por

solicitação do IBAMA, geraram um mapa de

pontos associado a uma ficha de campo que

permitem o acesso imediato às mesmas, através

de uma rotina de programação (hiperlink) que

conecta o ponto à ficha de campo, no formato pdf

(Esri, 2003).

Na etapa atual, estão sendo compilados dados

referentes ao monitoramento da qualidade de

água do reservatório, para inserção através de

tabelas de pontos que permitirão analisar e

monitorar a qualidade de água do reservatório,

bem como identificar prováveis fontes potenciais

de poluição da água no mesmo.

Conclusões e recomendações

O resultado positivo obtido com a concepção

do SIG, no que se refere à centralização e

atualização das informações cartográficas e

espaciais do reservatório teve como

conseqüência a criação de SIGs para os demais

reservatórios da empresa. Hoje, o NGeo possui

quase todos os reservatórios montados em SIG,

e uma rotina de atualização dos mesmos, a

medida em que novos dados são gerados.

Por ser um sistema de alimentação contínua,

ele não se encontra na sua forma final, refletindo

a situação do reservatório hoje. Assim que novos

dados referentes ao reservatório forem sendo

gerados, eles podem ser incorporados à estrutura

do SIG, desde que obedeçam ao sistema de

projeção utilizado.

Um problema na geração de SIGs para

áreas localizadas no nordeste do Brasil é

conseqüência da pobre cobertura cartográfica

existente, visto que a região possui apenas

cobertura oficial na escala 1:100.000 (cartas da

Superintendência de Desenvolvimento do

Nordeste - SUDENE/ Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística - IBGE/ Divisão de

Serviços Geográficos do Ministério do Exército /

DSG), e as imagens de satélite disponilbilizadas

pelos principais agentes comercializadores no

Brasil abrangem pequenas partes da região, seja

devido à baixa demanda, ou à grande incidência

de nuvens durante boa parte do ano.

(5)

Figura 4 : exemplos de telas de consulta – SIG Sobradinho

Uma dificuldade dos próximos meses será

na atualização dos SIGs para a nova plataforma

de software adquirida. Totalmente montada na

plataforma Esri, no ArcView 3.X, os SIGs deverão

ser convertidos para a nova plataforma do

ArcView 9, recém adquirida pela Chesf, , bem

como as customizações e layouts de impressão,

que atuam sobre plataformas de programação

distintas (linguagem Avenue no ArcView 3.X e

Visual Basic no ArcView 9).

Dificuldades à parte, o grande resultado de

todo este esforço levou ao reconhecimento e

importância do geoprocessamento dentro do

Departamento e da Empresa, tendo como

conseqüência a necessidade de estruturação da

área e investimento na mesma.

Bibliografia

Comitê da Bacia do São Francisco – Site Oficial: www.cbhsaofrancisco.org.br.

Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco – CODEVASF. 2002. Gerenciamento Integrado das Atividades Desenvolvidas em terra na Bacia do São

Francisco – Subprojeto 2.1: Mapeamento Temático de Uso da Terra no Baixo São Francisco. Projeto São Francisco ANA/ GEF/PNUMA/OEA: Relatório Final.

Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco – CODEVASF – Site Oficial: www.codevasf.gov.br

Companhia Baiana de Pesquisa Mineral – CBPM. 2002. Mapa Geológico do Estado da Bahia (em MapInfo). Disponibilizado no site: www.cbpm.com.br

Instituto Brasileiro de Geografia e Estadística – IBGE, 1997. Base Digital Municipal do Brasil.IBGE, CD-ROM.

Silva, P.A.; Vieira, G.G.; Farinasso, M.; Carlos, R.J. 2003. Determinação da Extensão do Rio São Francisco. Belo Horizonte, Anais do XI Simp.Bras.Sens.Remoto, p.393-400.

Referências

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