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Metade dos professores diz estar

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Academic year: 2021

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Metade

dos

professores

diz

estar

esgotada

a

um

nível

preocupai!

te

Níveis de esgotamento

são

mais elevados

nos

mais velhos

e

40%

não

se

sentem realizados.

Há uma

relação

entre exaustão

e

queixas com

salários,

diz estudo

pedido

pela

Fenprof

à

Universidade

Nova

Sociedade, 10/11

(2)

Metade

dos

professores

com

sinais

"preocupantes"

de

exaustão

Mais de

40%

não

se

sentem realizados.

uma

relação

directa entre

exaustão

e

queixas relacionadas

com

salários.

São

dados "catastróficos",

diz coordenadora

de estudo

pedido pela

Fenprof

à

Nova

Educação

Samuel

Silva

Esgotados efrustrados profissional-mente

-

éeste oretrato dos

profes-sores que éfeito por um estudo da Faculdade de Ciências Sociais e Hu-manas da Universidade Nova de

Lis-boa, que éapresentado hoje. Quase

metade dos docentes dásinais "pre-ocupantes" de "exaustão emocio-nal". Emais de 40% não se sentem realizados profissionalmente.

Os indicadores reunidos no estu-do, que envolveu quase 16mil

pro-fessores, são "absolutamente

catas-tróficos", classifica ainvestigadora Raquel Varela, que coordena o tra-balho. "0 Ministério da Educação vai

ter que agir em relação aisto. Não

épossível ter qualidade de ensino

numa situação como esta", defen-de ahistoriadora daUniversidade

Nova.

Otrabalho foi encomendado pela Federação Nacional de Professores

(Fenprof), que já manifestou a in-tenção de usar os dados agora

re-colhidos namesa das negociações

quando, napróxima semana, voltar

areunir-se com atutela para discutir acontabilização do tempo deserviço das carreiras dos docentes.

"Existem outras profissões para às

quais existem regimes de aposenta-ção diferenciados e queremos que haja também esse reconhecimento nocaso do professores", explica ao PÚBLICO osecretário-geral da Fen-prof, Mário Nogueira.

Segundo este responsável, há 12

mil professores debaixa prolongada,

oque éum bom indicador do estado deexaustão que afecta aclasse.

Os investigadores dividiram os

professores em cinco patamares,

consoante o nível de exaustão de-monstrado.

Quase metade (47,8%) revela

si-nais no mínimo preocupantes de exaustão emocional

-

20,6%

mos-tram sinais "preocupantes", 15,6% apresentam "sinais críticos" e11,6%

têm já "sinais extremos" de esgota-mento. Outros 28,5% dos docentes inquiridos mostram "alguns sinais" de exaustão emocional, aopasso que

só 23,6% não declaram quaisquer

sintomas.

Dos salários à indisciplina

Estes valores são "um pouco

sur-preendentes" para o psicólogo do ISPAJosé Morgado, especialista em Educação, por serem mais elevados do que os revelados em estudos an-teriores sobre a mesma matéria em

Portugal e em comparações

inter-nacionais. Todavia, os resultados

"podem tersido influenciados" pelo momento conturbado que sevive no sector. "O contexto em que se pro-duz uma resposta enviesa sempre a

resposta que sedá", avisa. Os investigadores da Universida-de Nova Universida-de Lisboa Universida-detectaram uma

"correlação muito forte" entre o estado de exaustão emocional ea

idade dos professores. Osníveis de exaustão são especialmente

eleva-dos nos professores com mais de55

anos, que, de acordo com osúltimos dados oficiais, representam quase

40% dos docentes ao serviço nas

escolas nacionais.

Outros factores que influenciam esta situação são questões de

car-reira (queixas sobre baixos salários

edesejo de reforma antecipada), de organização (burocracia na escola e

gestão hierarquizada), bem como a

indisciplina dos alunos.

Emsentido contrário, não foi en-contrada uma correlação de género

-

aexaustão é semelhante em ho-mens emulheres

-

nem a precarie-dade laborai ou adistância entre o

local onde dão aulas eo local onde vivem permanentemente influencia

oestado emocional dos docentes. A exaustão emocional éuma das

três dimensões que permitem

carac-terizar uma situação de burnout. As

outras duas são asensação de

des-personalização (que se observa

quanto um profissional que traba-lha com pessoas começa aencará-las como "coisas"), eque aparece com

uma prevalência muito baixa entre

os professores (7,6%), eafalta de rea-lização profissional. De acordo com o

estudo encomendado pelaFenprof, 42,5% dos professores não estão re-alizados profissionalmente.

Comparação

com médicos

O estudo não estabelece compara-ções com os resultados de outras profissões, mas os dados sugerem

que os professores do ensino

obri-gatório apresentam, ainda assim, níveis de cansaço inferiores aosdos colegas do ensino superior. Há dois anos, uma investigação da Univer-sidade Portucalense mostrava que 62% dos docentes universitários

es-tavam em burnout.

Noutro sector derisco para este

es-tado psicológico extremo, o da

saú-de, dois terços dos médicos deram

sinais de exaustão emocional num

(3)

Médicos epelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, divulgado também em 2016. A

Asso-ciação Portuguesa de Psicologia da Saúde Ocupacional aponta para que

13,7%da população activa em Portu-gal esteja em estado de burnout.

Oestudo assenta em "percepções subjectivas" dos professores e"não

fazuma classificação médica", expli-ca Raquel Varela. "Não nos expli-cabia a

nós dizer sehá burnout ou não." Os

dados que hoje são apresentados em

Lisboa serão agora analisados por

psicólogos epsiquiatras.

0

psiquiatra

epsicanalista António Coimbra de Matos eopsicólogo António Mendes Pedro fazem parte da equipa.

A equipa de Raquel Varela inclui ainda outros oito investigadores,

en-tre os quais omatemático Henrique Silveira, osociólogo João Areosa ea

antropóloga Luísa Barbosa Pereira.

Só em Outubro serão apresentadas

as conclusões finais do trabalho. Para esta investigação foram

va-lidadas 15.810 respostas de docen-tes. Os inquéritos (90% dos quais aplicados

junto

de professores do ensino público e os restantes no sector privado) foram entregues e

recolhidos pelos delegados sindicais na Fenprof, mas envolveram tanto professores sindicalizados como não sindicalizados. Oestudo tem uma

margem de erro de 0,5%.

(4)

Paraa investigação que é hoje divulgada foram validadas 15.810 respostas de docentes

0 que

é

a

exaustão

emocional?

"K

|ãoé

propriamente uma

l\

I

doença", mas pode ser o

I

\lsinal

de que algo grave

I

lse

passa. Éassim que

Miguel Bragança, presidente do

colégio de Psiquiatria da Ordem

dos Médicos, caracteriza o

estado de "exaustão emocional" que é revelado por cerca de

metade dos professores, no

estudo da Universidade Nova

de Lisboa.

Aexaustão emocional éa

"sensação de dar tudo enão

ter mais nada para dar", ilustra Miguel Bragança. É um estado deexaustão psicológica,

cognitiva eemocional, que pode ter manifestações físicas,

como insónias ou fadiga.

Aexaustão emocional éuma das três dimensões que servem para avaliar asíndrome de

burnout. Literalmente, a palavra significa "queimado" e, apesar

deser um termo em inglês, este éotermo médico correcto.

As outras duas dimensões

desta forma de"esgotamento" são a despersonalização

eosentimento de falta de

(5)

Sindicatos

deixam

aviso:

"0

Governo

é

que

sabe

que

2019

quer ter"

nas escolas

Samuel

Silva

A reunião da próxima quarta-feira entre sindicatos e

Ministério

da Educação

(ME),

para negociar a

recuperação do tempo de serviço dos docentes, "pode correr mal"

se oGoverno mantiver aproposta

que tem em cima da mesa. O aviso

édo secretário-geral da Federação Nacional de Professores (Fenprof ),

Mário Nogueira, no dia em que foi divulgada uma sondagem segundo

aqual quase todos os professores

(96,4%) exigem que os nove anos, quatro meses edois dias em que as

carreiras estiveram congeladas

se-jam

integralmente contabilizados

para efeitos de progressão nas car-reiras. "O Governo éque sabe que

2019 quer ter com os professores", afirma.

Opróximo ano lectivo "pode ser todo" como asúltimas semanas, em que os professores têm estado em greve às reuniões de avaliação,

ad-mite: "Só que vai ser todo oano e

não apenas no final."

Aplataforma sindical de que faz

parte aFenprof (CGTP), a

Federa-ção Nacional da Educação (UGT) e

mais outras oito estruturas sindicais

anunciou ontem que no arranque

do ano lectivo haverá uma nova

gre-ve de professores, entre 1e4 de Ou-tubro. No dia 5de Outubro, feriado em Portugal edia internacional do professor, será organizada uma ma-nifestação nacional de docentes.

Além disso, no arranque das

au-las, a17deSetembro, osprofessores vão entregar atodos ospais e encar-regados de educação um manifesto para explicar asituação profissional dos docentes. Naprimeira semana do novo ano lectivo, em data ainda não definida, haverá um "Dia D": não haverá aulas para os alunos du-rante amanhã porque os

professo-res vão estar reunidos em plenários

e reuniões.

As novas acções de luta foram ontem divulgadas na mesma con-ferência deimprensa em que foram

anunciados os resultados de uma

sondagem promovida pela

platafor-ma sindical junto dos professores. Aconsulta mostrou, "para quem ti-vesse dúvidas", que a posição dos sindicatos "é aposição dos professo-res", sublinha osecretário-geral da Fenprof, que tem sido oporta-voz

do grupo.

A sondagem, organizada entre o

passado fim-de-semana e aúltima

terça-feira, e àqual responderam

mais de50 milprofessores, segundo

os dados apresentados, mostra que

os docentes (96,4%) exigem a con-tabilização detodo otempo de ser-viço. Eque 93,8% admitem apenas

negociar aforma como esse tempo

será recuperado.

Osresultados desta consulta cho-cam com avisão do Governo sobre a

mesma matéria, que voltou a ser de-monstrada quando, na terça-feira, o

Ministério da Educação convocou os

sindicatos para nova ronda negociai. Atutela diz que está disponível para

negociar otempo de serviço conge-lado até 2017acontabilizar (de que

os professores não abdicam), bem como o modo de recuperação e o

calendário da mesma. A proposta

apresentada pelo Governo éde que

sejam recuperados dois anos, nove

meses e18dias de tempo de serviço. Os sindicatos não abdicam desde o

início de que sejam tidos em conta

os nove anos, quatro meses edois dias em que acarreira esteve con-gelada.

(6)

Mais de dois terços dos profes-sores inquiridos (67,9%)

demons-traram abertura para que agreve

àsreuniões de avaliação fosse

sus-pensa caso asnegociações com o

Ministério da Educação fossem

re-tomadas. Aconvocatória da tutela

chegou, mas os sindicatos

decidi-ram manter a greve

-

que começou no omês passado eseprolonga até aopróximo dia 13 de Julho

-

pelo

menos até ao dia da reunião com

atutela.

A justificação apresentada é a

dis-cordância dos termos em que a

con-vocatória foi feita. Para odia ehora

(15h) dareunião, a plataforma

sin-dical convocou uma manifestação de professores àporta do Ministério

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