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DESENVOLVIMENTO DO 5º NÍVEL DO SiBCS. Proposta

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DESENVOLVIMENTO DO 5º NÍVEL DO SiBCS Paulo Klinger Tito Jacomine – UFRPE

Proposta

O desenvolvimento do 5º nível do SiBCS está dependendo da revisão e modificação dos tipos de horizonte A fraco e moderado, conforme já exposto em “Reflexões sobre o SiBCS” enviado ao CE em 1998.

O horizonte A fraco foi criado para distingui-lo do moderado, pensando-se que o primeiro fosse exclusivo do solos da

região semi-árida. Os levantamentos, sobretudo os

detalhados, mostraram que sob caatingas ocorrem os dois tipos de A e que nem nos levantamentos ultradetalhados consegue-se separá-los. Além disso, o horizonte A fraco ocorre também em outras regiões do Brasil. Considerando que não se pode separá-los por morfologia, não tem validade mante-los separados.

Nos levantamentos detalhados os pedólogos não conseguem separá-los na região semi-árida e as legendas ficam com classes associadas pelos tipos de A.

Exemplo: NEOSSOLO LITÓLICO Eutrófico típico com A fraco e moderado textura média cascalhenta fase substrato gnaisse caatinga hiperxerófila relevo ondulado.

A quase totalidade dos tipos de A está sendo usada para distinguir classes no 4° nível, ou seja, A húmico, proeminente, chernozêmico, antrópico, hístico. Restam os horizontes A, fraco e moderado, que estão sendo colocados no 5º nível.

Em face do exposto, a proposta é para juntar os horizontes A fraco e moderado e denominá-los A ócrico e empregá-lo

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para distinguir classes de solos no 4º nível categórico, por coerência com os outros tipos de A.

Em nível categórico mais baixo, série, é mais importante separar classe de solos pelos teores de matéria orgânica, ou seja, quilos de matéria orgânica por hectare. Feitos alguns ensaios, verifica-se que há grande variação nos teores de matéria orgânica dentre os tipos de A fraco e moderado e mesmo entre os diversos tipos de A moderado nas várias regiões do Brasil.

PROPRIEDADES PARA USO A NÍVEL DE FAMÍLIA 1) Grupamentos de classes texturais

Uma das propriedades mais importantes para subdivisão de classes de solos a nível de família diz respeito ao grupamento de classe texturais que no Brasil foram

concebidas principalmente para os levantamentos

pedológicos a nível de reconhecimento e exploratórios (ver triangulo de grupamento texturais em uso). Estes critérios estão sendo usados até hoje, inclusive para levantamentos detalhados. É necessário um detalhamento maior para o nível de família, para atender as exigências da interpretação para o uso agrícola dos solos, inclusive para culturas irrigadas.

Sabe-se que nas condições de clima tropical úmidas do Brasil usa-se, quase sempre, o lado esquerdo do triângulo de classes texturais, começando pelas texturas arenosas e chegando até as muito argilosas. O lado direito do triângulo, da parte mediana para baixo, onde as texturas são mais siltosas, quase não se usa o triângulo. Em nível de família é

necessário que os grupamentos texturais sejam

desmembrados em classes mais detalhadas para satisfazer as exigências quanto ao uso agrícola dos solos. Em face do exposto, está sendo proposta a seguinte subdivisão:

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-Textura da classe areia

-Textura da classe areia franca -Textura franco-arenosa

-Textura franco - argilo – arenosa

A diferença de comportamento ao uso agrícola destas classes texturais pode ser comprovada pelos dados oriundos dos levantamentos pedológicos detalhados e ultradetalhados, entre outros, pela Embrapa/Solos através da UEP de Recife, em convênio com a CHESF, realizados nos municípios de Glória,BA (Projeto Jusante), Embrapa 2006 A, e Tacaratu,PE (Projeto Barreiras) Embrapa, 2006 B.

Tabela 3.1 – Classes de velocidade de infiltração básica (United States, 1951) Classe Velocidade (mmh-1) Muito rápida > 250,0 Rápida 250,0 a 125,0 Moderadamente rápida <125 a 63 Moderada <63 a 12,5 Moderadamente lenta <12,5 a 5,0 Lenta < 5,0 a 1,3 Muito lenta < 1,3

INFILTRAÇÃO DE ÁGUA NO SOLO

A taxa de infiltração da água no solo é uma dos parâmetros que define limites de classes de terra no SiBCTI (Embrapa/Solos, 2006). Conforme Embrapa, 2006 A, todos os solos de textura arenosa e média leve apresentam taxas médias de infiltração básica muito rápida. Quanto ao armazenamento hídrico, as diferenças mais notáveis correlacionaram-se com o conteúdo e a distribuição das frações mais finas nos perfis de solos. Dentro de 120 cm de

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profundidade, os solos de textura média leve (teores de argila até 20%) apresentaram uma capacidade de armazenamento médio ao redor de 79 mm. Nos solos arenosos, mas com textura da classe areia franca dentro de 100 a 200 cm de profundidade, a capacidade de armazenamento ficou em torno de 72 mm. Já nos solos somente com textura da classe areia em todo perfil, o armazenamento médio situou-se ao redor de 57 mm. Portanto, o armazenamento hídrico comparado à infiltração básica foi o parâmetro que melhor diferenciou classes de solos na faixa de textura arenosa até média leve. A textura muito argilosa permanece como está e o grupamento textural argiloso fica menos abrangente (conforme consta do triangulo de classes texturais para o nível de família). Na parte mediana do triângulo, para o lado direito, onde estão as texturas com mais silte, permanecem as texturas franca, franco-argilosa, franco-argilo-siltosa e franco-siltosa. O grupamento textural siltosa fica restrito apenas a classe textural silte, conforme pode ser visto no triângulo de classes texturais para o nível de família.

Conclusão - A proposta de classes texturais para o nível de família fica conforme segue:

- Textura areia... (1)

- Textura areia franca ... (2)

- Textura franco-arenosa ... (3)

- Textura franco-argilo-arenosa ...(4)

- Textura argilosa ... (5)

- Textura muito argilosa ... (6)

- Textura franco-argilosa... (7)

- Textura franco-argilo-siltosa... (8)

- Textura franca... (9)

- Textura franco-siltosa... (10)

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As classes texturais correspondentes aos nºs 1, 2, 3, 4, 5 e 6, já foram testadas em alguns levantamentos pedológicos, entretanto as demais classes precisam ser testadas para validação.

Os contrastes texturais entre horizontes são expressos por notação binária ou ternária, na forma de frações (Embrapa/Solos, 2006, pág. 232).

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DISTRIBUIÇÃO DE CASCALHOS, NÓDULOS E CONCREÇÕES NO PERFIL.

Refere-se à constituição macroclástica do material

componente do solo. É característica distintiva, em função da proporção de cascalhos (2 mm a 2 cm) em relação a terra fina (fração menor que 2 mm). Quando significativa, a

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quantidade de cascalho deve ser usada como modificador do

classe textural, sendo reconhecidos, conforme

Embrapa/Solos 2006, as seguintes classes:

Com cascalhos – percentagem de cascalho entre 8% e menor que 15%.

Cascalhenta – percentagem de cascalho entre 15 e 50%.

Muito cascalhenta – percentagem de cascalho superior a 50%.

Exemplo: Textura argilosa cascalhenta. 2) Propriedade: Saturação por base.

A saturação por bases foi usada no 3º nível, considerando apenas as propriedades entróficas e distróficas.

Neste 5º nível, a saturação por base é usada com maior detalhamento, conforme segue:

- Hiperdistrófico < 35%;

- Mesodistrófico > 35% e < 50% - Mesoeutrófico > 50% e < 75% - Hipereutrófico > 75%

Caráter álico - Este caráter listado para o 5º nível precisa ser analisado para ver se é pertinente permanecer no 5º nível ou excluído do SiBCS.

Os solos com caráteres alumínico e alítico são por definição, solos com alumínio extraível elevados e álicos. Alem disso, o detalhamento da saturação por bases no 5º nível, permite distinguir, quando o valor V for < 35% (Hiperdistrófico), solos álicos. Resta a rara ocorrência de solos álicos quando a

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saturação por base for > 35% e < 50% (mesotrófico). Creio que este caráter poderia ser eliminado para simplificar o SiBCS.

O item referente a mineralogia será discutido no final.

Teor de ferro, classes não utilizadas nos outros níveis categóricos.

Consta do SiBcs, 2006:

Subdivisões de classes aplicadas em outros níveis categóricos, como por exemplo: solos mesoférricos e hipoférricos.

Seria válido subdividi-los mais no 5º nível, além das divisões que constam do 3º nível categórico?

Caráter aniônico

Este caráter já esta sendo usado no 3º nível. Exemplo: Latossolos Vermelhos Ácricos. Outros solos com este caráter poderiam ser distinguidos no 3º nível, conforme constatados em Mato Grosso, porem até agora não foram separados.

Caráter alofânico – A possibilidade da ocorrência deste caráter no Brasil seria no Acre. Os dados que se conhece pertencem à tese do Gama, porém não se tem certeza se o valor satisfaz. Creio que a RCC do Acre é uma oportunidade boa para se colher mais algumas amostras nos locais certos. Caso não se confirme, o caráter será eliminado.

Características especiais pedogenéticas ou decorrentes de uso do solo, como compactação e adensamento

Creio que estas características deverão ser usadas no 6º nível.

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Profundidade do solo – Será que alem dos caráteres lítico, léptico e o limite de 50 cm para Neossolos Litólicos e limite de 80 cm para Luvisolos Orticos, serão necessários outros limites de profundidades?

Classes de reação do solo

Com base no SiBCS, 2006, apêndice D, podem ser separadas as seguintes classes de solos:

Ácido – com pH < 6,6;

Neutro – com pH > 6,6 e < 7,4; Alcalino – com pH > 7,4

Creio que este item é dispensável, tendo em vista as subdivisões de saturação por bases e suas relações com o pH do solo.

Mineralogia – É preciso maior reflexão se a mineralogia, sobretudo da fração argila deveria ser usada no 5º nível. Creio que não devemos seguir a mesma linha do Soil Taxonomy, usando a mineralogia no nível de família. Poderá ser usada no 6º nível se acharem pertinente, ou substituída por intervalos de CTC (T), apos correlação com os tipos de minerais de argila, como as possibilidades que se seguem.

1) Solos ácricos (conforme definição atual) 2) Solos com Tmb (T muito baixo)

3) Solos com Tb (T baixo) 4) Solos com Tm (T médio) 5) Solos com Ta (T alto)

6) Solos com Tma (T muito alto)

No passado foi usado para Latossolos até o limite de 16 Cmol/kg.

Tmb = T < 6,5 Cmol/kg 100g de argila (com desconto p/C)

Tb = > 6,5 < 13 (C/desconto para C) ou < 16 (sem

desconto)

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Ta = T > 27 < 40? < 50? (sem desconto para C) Tma = T > 40? > 50? (sem desconto para C)

A vantagem disto é que o calculo poderia ser feito com as análises normais para levantamento de solos.

As classes de solos, com base na mineralogia das frações < 0,002 mm (minerais da fração argila) sugeridas (conforme SiBCS, 2006) São:

1) cauliníticos – com predominância de argilomineral do gropo da caulinita (> 50% por peso, pelo ATD). No caso dos Latossolos (Resende & Santana, 1988), também podem ser separados pelos valores Ki e Kr em:

Cauliníticos – Ki > 0,75 e Kr > 0,75

Cauliníticos – oxídicos – Ki > 0,75 e Kr < 0,75

2) Oxídicos – com predominância de óxidos de ferro e de alumínio (Kr < 0,75)

3) Gibbsíticos (> 40% por peso, pela ATD).

Os Latossolos (KAMPF et al; 1988); KER, 1995), podem ser separados pelos valores Ki e Kr em:

Gibbsíticos o oxídicos – Ki < 0,75 e Ki < 0,75

4) Esmectíticos – com predominância de argilo minerais do grupo das esmectitas.

5) Vermiculiticos – predominância de vermiculitas.

6) Outros argilominerais - que venham a predominar na constituição do solo.

7) Mistos – sem predominância de qualquer argilomineral específico (principalmente interestratificados).

OBS: Creio que é necessário distinguir especificamente os argilominerais que possuem o alumínio entre camadas.

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MINERALOGIA DAS FRAÇÕES AREIA GROSSA E FINA Nas frações grosseiras dos solos (> 0,05 mm), identificam-se minerais primários facilmente intemperizáveis ou não, que poderão qualificar classes no 5º nível categórico, dependendo ou não do que for decidido pelo CE.

Seguem-se as classes propostas, conforme

Embrapa/Solos, 2006.

1) Micácea – Com predominância de micas) biotita e/ou muscovita > 40% da amostra (pela contagem de grãos na fração areia total);

2) Anfibolítica – Presença de anfibólio > 40% da amostra (pela contagem de grãos na fração areia total);

3) Fedspática – Com feldspatos em > 40% da amostra (pela contagem de grãos da fração areia total)

4) Silicosa – Presença de quartzo, calcedônia ou opala > 90% da amostra (pela contagem de grãos na fração areia total).

Quando for pertinente, acrescentar após a classe textural, entre parênteses, o qualificativo de mineralogia, por exemplo: Textura média (Micácea)

OBSERVAÇÕES

1) Há uma classe que não está contemplada nas quatro já referidas. Trata-se de classe com 40% ou mais de concreções magnéticas e magnetíticas. Pode chegar a 99%. Isto é importante, porque muitas concreções contem nutrientes, sobretudo micronutrientes (ver lev.do Sul de MS)

2) Outro aspecto considerar é que a grande maioria (80 a 90%?) dos solos brasileiros são silicosos.

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Conclusão - Em face do exposto, há que considerar a pertinência de usar as classes referidas.

Caso positivo há que acrescentar pelo menos mais uma classe.

Referências

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