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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS CURSO DE AGRONOMIA ANDERSON DE CARVALHO GONÇALVES

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

CURSO DE AGRONOMIA

ANDERSON DE CARVALHO GONÇALVES

ESTRATÉGIAS PARA A MINIMIZAÇÃO DAS PERDAS DE NITROGÊNIO NA CAFEICULTURA IRRIGADA

Uberlândia – MG Fevereiro - 2015

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ANDERSON DE CARVALHO GONÇALVES

ESTRATÉGIAS PARA A MINIMIZAÇÃO DAS PERDAS DE NITROGENIO NA CAFEICULTURA IRRIGADA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Agronomia, da Universidade Federal de Uberlândia, para obtenção do grau de Engenheiro Agrônomo.

Orientadora: Regina Maria Quintão Lana. Coorientador: André Luís Teixeira

Fernandes.

Uberlândia – MG Fevereiro – 2015

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ANDERSON DE CARVALHO GONÇALVES

ESTRATÉGIAS PARA A MINIMIZAÇÃO DAS PERDAS DE NITROGENIO NA CAFEICULTURA IRRIGADA

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Agronomia, da Universidade Federal de Uberlândia, para obtenção do grau de Engenheiro Agrônomo.

Aprovado pela Banca Examinadora em 24 de fevereiro de 2015

Luara Cristina de Lima Dr. Marcos Vieira de Faria Membro da Banca Membro da Banca

___________________________ Prof.ª. Dra. Regina Maria Quintão Lana

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4 RESUMO

GONÇALVES, Anderson de Carvalho, Universidade Federal de Uberlândia, fevereiro de 2015. Estratégias para a minimização das perdas de nitrogênio na cafeicultura irrigada. Orientadora: Dra. Regina Maria Quintão Lana.

A adubação é fator importante na formação e condução de uma lavoura cafeeira, sendo o nitrogênio o nutriente mais exigido pela cultura. As principais perdas de nitrogênio ocorrem por volatilização e por lixiviação, sendo que os métodos principais para reduzir as perdas de N são, o parcelamento da adubação, o uso de fontes menos suscetíveis a perdas de N, e adubos de lenta liberação, O experimento foi conduzido no Campo Experimental Izidoro Bronzi – ACA, no município de Araguari – MG, durante as safras 2010/2011, 2011/2012, 2012/2013 e 2013/2014, com o objetivo de buscar as estratégias mais adequadas para a minimização de perdas de nitrogênio na produção do café arábica (Coffea arabica L.) em área irrigada. Foram testadas, 3 fontes de nitrogênio, sendo estas, uréia agrícola, uréia polimerizada e nitrato de amônio, nas dose de 210 e 300 kg ha-1 de N, aplicadas de forma convencional e também fertirrigada no caso da ureia agrícola. Foram realizadas avaliações dos aspectos biométricos, da produtividade, do pegamento de frutos no 4 e 5 nós e da maturação dos frutos, observando a interferência da adubação nitrogenada sobre estes aspectos. As estratégias adotadas no trabalho para minimização das perdas de nitrogênio não foram eficientes, mas o nitrogênio aplicado proporcionou incrementos de produção de até 151% em relação a testemunha. Em ano de safra alta, a fetirrigação com ureia proporciona homogeneidade de frutos superior, e em anos de safra baixa, o nitrogênio não teve efeito positivo para homogeneidade de frutos.

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5 Sumário 1. Introdução...6 2. Material e métodos ...8 3. Resultados e discussão...12 4. Conclusões...22 5. Referências Bibliográficas...23

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6 1. Introdução

O café, vem se destacando há um longo período como uma cultura de grande importância no cenário nacional e mundial. No Cerrado, o café vem ganhando destaque, fato este, que promove a ocupação de grandes áreas cafeeiras, fazendo do cerrado uma região produtora de elevada importância no âmbito nacional e internacional. Atualmente, a espécie mais cultivada é o café arábica (Coffea arabica L.), pela sua apreciação superior no mercado internacional em relação a outras espécies.

A CONAB (Companhia Nacional de Abastecimento) em janeiro do ano de 2015 estimou uma colheita entre 44,11 e 46,61 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado. Evidenciando uma possível variação de produção 2,8% para mais ou menos, se comparado a safra anterior, que obteve uma produção de 45,34 milhões de sacas. O Brasil ocupa a primeira posição mundial como produtor e exportador de café, sendo uma referência pelo manejo adotado em suas lavouras.

O cerrado se firmou como importante centro de produção cafeeira, sendo esta região considerada a alguns anos atrás, levando-se em conta aspectos climáticos, pouco favorável ao cultivo do café. No cenário atual, segundo Fernandes et al. (2012) a cafeicultura no cerrado brasileiro, é considerada uma das mais bem desenvolvidas em nível mundial, isto porque consegue englobar altas produtividades e boa qualidade de produto final.

Dentre as variáveis no processo produtivo do café, o manejo nutricional onera bastante o custo, haja visto que a maioria dos adubos disponíveis no mercado tem sua matéria prima importada, verificando-se então, a necessidade de uma adubação adequada para a planta, afim de se obter uma boa relação custo benefício na fertilização do cafezal.

O nitrogênio é o nutriente exigido em maior quantidade pelo cafeeiro, sendo útil principalmente nos processos de crescimento vegetativo, formação da florada, além de agir diretamente na produção de amido e carboidratos (Santinato, Fernandes e Fernandes. 2018).

Segundo Balota (1997, apud Lobo et al. 2012) o nitrogênio é um nutriente com alta mobilidade tanto no solo, quanto na planta, o que facilita sua perda por lixiviação e por volatização.

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7 A volatização ocorre quando o amônio (NH4), é transformado pela ação da urease em amônia (NH3), que é volatilizada quanto se tem condições de ph elevado no solo, umidade e temperaturas adequadas (Sangoi et al. 2003). A lixiviação ocorre quando o nitrato (NO3-) que é pouco adsorvido no solo devido as cargas negativas nos coloides, é carreado para perfis profundos no solo, não ficando disponível as plantas. As perdas por lixiviação são determinadas pela quantidade de nitrato, fluxo de água no solo, e a forma de apicação do adubo no solo (Sangoi et al. 2003).

Os principais métodos para reduzir as perdas de nitrogênio são o parcelamento da adubação, a utilização de adubos protegidos e fontes menos suscetíveis a volatilização e a lixiviação.

A fertirrigação consiste na aplicação de adubos através do sistema irrigante, sendo que seu uso se baseia no princípio de parcelamento da adubação. È melhor aplicável no sistema de irrigação por gotejamento, já que no gotejamento, o sistema radicular da planta coincide com a área de maior valor de umidade do volume molhado (Coelho et al. 2011).

Segundo Pujol (2012), o parcelamento da adubação nitrogenada não afeta a disponibilidade do nutriente, mas se utilizado juntamente com outras formas da preservação de N, como no caso de inibidores de uréase, apresenta efeito positivo em relação a adubação convencional.

De acordo com isso, o objetivo deste trabalho é avaliar diferentes fontes e formas de aplicação do nitrogênio na cafeicultura irrigada, propiciando a adoção de uma estratégia eficiente para minimizar as perdas de nitrogênio na lavoura cafeeira.

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8 2. Material e métodos

O experimento foi instalado no campo experimental da ACA (Associação dos Cafeicultores de Araguari), em Lavoura de café situada na fazenda chaparal, localizada às margens da Rodovia do Café, Km 09, no município de Araguari-MG, latitude 18º38´, e altitude de 820 metros. O clima da região é classificado pelo método de Köppen, como Aw, tropical quente e úmido, com inverno frio e seco. A precipitação anual média é de 1606 mm e a temperatura média anual é de 21,9ºC. O cafeeiro utilizado foi a variedade IAC15 (Catuaí vermelho), foi plantado em dezembro de 2002, no espaçamento 4,0 x 0,5 m.

Na tabela 1, estão dispostos os tratamentos utilizados no trabalho. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso com quatro repetições e nove tratamentos, correspondendo a duas doses de nitrogênio (210 e 300 kg ha-1), três fontes (uréia, uréia

polimerizada e nitrato de amônio), aplicados via convencional (tratorizada), ou em fertirrigação no caso da fonte uréia agrícola. A parcela experimental é formada por 20 plantas, com espaçamento de 4,0 x 0,5 m totalizando 5.000 plantas por hectare. Avaliou-se a qualidade em função do uso do nitrogênio, suas fontes, doses, e formas de aplicação.

Tabela 1. Doses, fontes e formas de aplicações de fertilizantes nitrogenados no cafeeiro irrigado por gotejamento.

Tratamentos Dose de N (kg ha-1)

Fonte de N (Dose) Forma de

aplicação

1 0 Testemunha -

2 210 Uréia agrícola (3 x 155 kg ha-1) Convencional 3 300 Uréia agrícola (3 x 222 kg ha-1)

4 210 Uréia polimerizada N (3 x 171 kg ha-1)

5 300 Uréia polimerizada N (3 x 244 kg ha-1) 6 210 Nitrato de amônio (3 x 218 kg ha-1) 7 300 Nitrato de amônio (3 x 312 kg ha-1)

8 210 Uréia agrícola (40 x 12 kg ha-1) Fertirrigação 9 300 Uréia agrícola (40 x 17 kg ha-1)

Uréia - 45% de N, Nitrato de amônio – 32% de N, Uréia polimerizada – 41% de N

Os fertilizantes foram aplicados superficialmente, nos tratamentos com adubação convencional (sob a projeção da copa), e parcelados em três aplicações (novembro, janeiro e

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9 março de todos os anos avaliados) juntamente com a adubação potássica (3 x 145 Kg ha-1 de KCl). Nos tratamentos fertirrigados, a aplicação foi feita através de bomba injetora centrífuga, sendo realizada semanalmente a partir de setembro de cada ano, até junho do ano subsequente (10 meses de fertirrigação), com as doses em conformidade com a Tabela 1. Os tratos fitossanitários, culturais e nutricionais foram realizados de acordo com as recomendações do MAPA-PROCAFÉ, sendo padronizado para os nove tratamentos.

O sistema de irrigação instalado no experimento é o de gotejamento, com emissores autocompensantes. Antes do início da aplicação dos tratamentos, em todo ano, são realizadas avaliações da uniformidade do sistema de irrigação por gotejamento, calculando-se os coeficientes: a) coeficiente de uniformidade estatística (Us); b) coeficiente de uniformidade de emissão (CUE) e coeficiente de uniformidade de emissão absoluta (CUEa).

Estão sendo utilizados dados de estação meteorológica automática para o manejo da irrigação, a partir dos quais é estimada a evapotranspiração da cultura, pelo método de Penman-Monteith, padrão FAO (Allen et al. 1998). Para o controle da irrigação, foi calculada a evapotranspiração da cultura do café através de dados obtidos em estação meteorológica automática instalada próxima à lavoura de café, no próprio Campo Experimental Izidoro Bronzi. Para o balanço hídrico climatológico, os dados de precipitação também foram medidos pela mesma estação, nos anos de 2011, 2012, 2013 e 2014.

Através do balanço hídrico climatológico, pode-se inferir que a região possuiu um déficit hídrico anual médio de 200 mm, sendo que esse déficit se concentra entre os meses de junho a outubro. Esse fator pode ser melhor notado na média dos anos 2011, 2012 e 2013, onde o déficit chega próximo a 200 mm no mês de outubro, e no ano de 2014, no mês de outubro, onde esse déficit ultrapassa os 250 mm (Figura 1).

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10 Figura 1 – Extrato do balanço hídrico normal para a região, Campo Experimental Izidoro Bronzi, Araguari, MG. (Fonte: MAPA/Procafé. 2014)

Para os aspectos biométricos, foram avaliados o número de internódios e o crescimento da planta em centímetros. Foram feitas seis avaliações dos aspectos biométricos, realizadas nas seguintes épocas, dezembro de 2011, maio de 2012, outubro de 2012, maio de 2013, outubro de 2013 e maio de 2014. É importante salientar que essas épocas correspondem as fases de, desenvolvimento reprodutivo (dezembro de 2011), maturação dos frutos (maio de 2012), desenvolvimento vegetativo (outubro de 2012), indução, crescimento e dormência das gemas florais (maio de 2013), florada, chumbinho e expansão dos frutos (outubro de 2013), e maturação dos frutos (maio de 2014).

Todas as avaliações ocorreram no intuito de promover uma comparação entre a formação de novos internódios e o tamanho destes na planta, ajudando a estimar para a próxima safra qual a eficiência da aplicação de nitrogênio, e se realmente esse nutriente possibilitou um incremento de produção.

Nas avaliações, excluiu-se as plantas da bordadura e com o uso de trena e planilha, foram realizadas medições de ramos e contagens dos números de nós dos dois lados da planta, a partir do último nó que produziu frutos na última safra. No mês de maio de 2011 e de 2012, está contagem incluiu também o número de frutos no 4º e 5º nó, não realizado nas demais

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11 épocas. E após a colheita ocorreu somente a contagem de nós. Esta contagem foi feita nos experimentos tornando possível a observância da produtividade final. Posteriormente os dados foram anotados na planilha e fez-se uma média para cada repetição, fez-se a ANOVA e o teste de Tukey, para comparação entre as médias dos tratamentos a 5% de probabilidade.

Ainda avaliou-se a porcentagem de homogeneidade dos frutos na colheita da safras 2011/2012 e 2012/2013, de modo que, em uma amostra de 1000 ml de frutos colhidos aleatoriamente por tratamento, foram separados e contados os frutos verdes, verde cana, cereja, passa, e bóia. Em sequência, somou-se a quantidade de frutos na amostra total (1000ml), correspondendo a 100%, sendo então, possível fazer a porcentagem para cada tipo de fruto.

Após a colheita e a secagem do café no terreiro do Campo Experimental Izidoro Bronzi, o café foi separado em sacos, que foram pesados, e posteriormente colocados sobre uma balança, retirou-se a quantidade necessária de café para que a amostra ficasse com o peso de um quilo. Essa amostra foi beneficiada para a retirada da casca do grão, e ainda passou pelo processo de catação manual, para retirada de outras impurezas na amostra, a amostra beneficiada e limpa foi então pesada.

Após a tabulação dos dados obtidos, foi feita a média para cada repetição, e a verificação da significância da ANOVA, utilizando o teste de Tukey para comparar as médias dos tratamentos a 5% de probabilidade.

As análises estatísticas foram realizadas no software SASM-Agri, utilizado para separação de médias em experimentos agrícolas, destacando-se dos demais pela facilidade de interpretação da interface, e pela compatibilidade com outros aplicativos (Canteri et al. 2001).

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12 3. Resultados e discussão

De acordo com a tabela 2, a produtividade do cafeeiro sofreu alterações de acordo com as fontes, as doses e a forma de aplicação.

Tabela 2. Produtividade em sacas ha-1 beneficiada de café nas safras de 2010/2011, 2011/2012, 2012/2013, 2013/2014 e média das safras avaliadas.

Sacas Beneficiadas ha-1 Tratamento 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 Média PR % 01 43,2 ab 18,9 b 18,2 b 17,2 d 24,8 b 100 02 46,5 a 67,5 a 31,7 ab 70,8 bc 56,0 a 226 03 34,7 ab 62,9 a 29,9 ab 78,4 abc 53,7 a 217 04 36,5 ab 68,3 a 28,9 ab 68,8 bc 52,1 a 210 05 17,5 b 74,9 a 36,0 a 80,4 abc 53,6 a 216 06 34,3 ab 64,2 a 36,2 a 67,4 c 51,4 a 207 07 34,7 ab 85,4 a 34,6 a 87,6 a 62,3 a 251 08 34,5 ab 55,7 a 34,5 a 75,3 abc 51,0 a 206 09 49,8 a 65,6 a 35,4 a 83,8 ab 60,4 a 244 C.V. % 29,82 21,84 20,33 8,98 27,30

Médias seguidas pela mesma letra não se diferem entre si estatisticamente a 5% de probabilidade no teste de Tukey.

Na safra 2010/2011 se tratando de produtividade (tabela 2), os tratamentos que utilizaram como fonte a ureia agrícola, na maior dose avaliada, aplicado via fertirrigação e a ureia agrícola na menor dose avaliada, aplicado de forma convencional, se mostraram superiores ao tratamento com ureia polimerizada na maior dose avaliada. Alguns tratamentos mostraram redução na produtividade em relação a testemunha, mesmo não diferindo desta, esse decréscimo na produção não pode ser relacionado com os fatores avaliados na trabalho, visto que essa redução se relaciona com erros experimentais.

Na safra 2011/2012, em relação a produtividade (tabela 2), pode ser observado diferença entre a testemunha e os demais tratamentos, entretanto, os tratamentos adubados não diferiram estatisticamente entre si. Todos os tratamentos que utilizaram fontes de nitrogênio mostraram aumentos na produção do cafeeiro em relação a testemunha de modo que, ao se adotar a produtividade da testemunha como 100%, chegou-se a aumentos de

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13 produção de 195% a 352%. Sendo que, o tratamento que possibilitou um maior incremento de produção foi aquele que utilizou como fonte o nitrato de amônio na maior dosagem avaliada, aplicado de modo convencional.

Na safra 2012/2013, no que se trata de produtividade (tabela 2), ocorreu diferença entre os tratamentos que utilizaram as fontes, ureia polimerizada, aplicada na maior dose, nitrato de amônio, aplicados de forma convencional, e ureia agrícola aplicada via fertirrigação, independente da dose utilizada nos tratamentos. Ao considerar a produtividade da testemunha como 100%, observa-se que todos os tratamentos proporcionaram aumentos de produtividade no cafeeiro, sendo estes de 58% a 98%, destacando-se o tratamento com a fonte nitrato de amônio, com menor dose, aplicado de forma convencional.

Fernandes e Fraga (2010), em experimento realizado no Campo Experimental da Universidade de Uberaba, objetivando a comparação entre duas fontes de nitrogênio (nitrato de amônio e ureia polimerizada) explicam o que ocorre com o nitrato de amônio quando aplicado em altas e baixas doses. O autor relata que para os tratamentos que utilizaram nitrato de amônio, a produtividade foi maior quando aplicada dose de 210 kg ha-1 de N, visto que, na

dose de 150 kg ha-1 de N, a dosagem possivelmente, não foi suficiente para suprir a

necessidade do cafeeiro, e que na dosagem de 300 kg há-1 de N, o nitrogênio não foi disponibilizado, por ser volatizado ou lixiviado.

Na safra de 2013/2014, para produtividade (tabela 2), houve diferença entre os tratamentos, sendo que, o tratamento que utilizou como fonte o nitrato de amônio na maior dose avaliada, foi superior, aos que utilizaram como fonte, a ureia agrícola, a ureia polimerizada e o nitrato de amônio, todos em menor dose avaliada e aplicados de forma convencional, O tratamento que apresentou maior incremento na produção foi aquele que utilizou como fonte o nitrato de amônio em maior dose. Os tratamentos que apresentaram menores incrementos foram os que utilizaram como fonte o nitrato de amônio e a ureia polimerizada, ambos na menor dosagem avaliada.

Queiroz et al. (2011), em experimento realizado na cidade de Patos de Minas, objetivando o estudo das doses e fontes da adubação nitrogenada na cultura do milho, constataram que nenhuma das fontes avaliadas no trabalho (ureia 45%, nitrato de amônio 31%, ureia polimerizada 41%) diferiram significativamente, mas apresentaram efeito positivo a medida que se aumentava a dose, independente da fonte utilizada. Ainda neste experimento realizou-se a análise de qual fonte e qual dose seria mais rentável ao produtor, concluindo-se

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14 então, que a ureia agrícola deve ser recomendada para a cultura do milho em virtude do maior custo benefício gerado neste tratamento.

Civardi et al. (2011), constatou, também para a cultura do milho, em experimento realizado na cidade de Jataí, Goiás, que o uso da ureia comum, incorporada ao solo, apresenta melhores rendimentos de grão e maior produtividade da lavoura, se comparado ao uso da ureia revestida. Além disso, observou ainda que o uso da ureia revestida em doses reduzidas, proporciona menores valores de rendimento de grãos.

Adotando-se como referência a média das quatro safras avaliadas para produtividade (tabela 2), pode se inferir que todos os demais tratamentos diferiram significativamente da testemunha, evidenciando a importância da adubação nitrogenada. Apesar de que os tratamentos não apresentaram diferenças significativas entre si, a não ser entre eles e a testemunha, nota-se uma superioridade no quesito produtividade tanto no tratamento que utilizou como fonte o nitrato de amônio e a ureia agrícola, ambos na maior dosagem avaliada, sendo o primeiro aplicado de modo convencional, e o segundo na fertirrigação, proporcionando aumentos de produção em relação a testemunha de 151% e 144%, respectivamente. Pode-se inferir que a fonte nitrato de amônio promoveu efeitos positivos na produção do cafeeiro, sendo estes maiores que os ocasionados pela fonte ureia, comparando-se os tratamento de mesma docomparando-se de N, independente da forma de aplicação.

Malta, Nogueira e Guimarães (2003), constataram em experimento realizado na cidade de São Sebastião do Paraíso, Minas Gerais, que as diferentes fontes de nitrogênio utilizadas na adubação do cafeeiro, não diferiam entre si, entretanto, neste trabalho, observando os valores de produção do cafeeiro, o nitrocálcio, e a ureia, foram responsáveis por incrementos na produção, sendo que a ureia, foi responsável por um incremento, segundo o autor, de 324 kg de café beneficiado a mais que a fonte nitrato de amônio.

Ocorreram diferenças entre os tratamentos nos anos de alta e baixa produção (tabela 2), devido a bienalidade do cafeeiro gerar diferenças produtivas de um ano para outro. Analisando a produção do ciclo (2012/2013 e 2013/2014) nota-se que no primeiro ano deste, o nitrogênio aplicado foi preferencialmente utilizado para o desenvolvimento vegetativo do cafeeiro, determinando a baixa produção ocorrida nessa safra e a alta produção ocorrida na próxima safra. No primeiro ano do ciclo 2010/2011 e 2011/2012, o nitrogênio aplicado foi utilizado para o crescimento vegetativo do cafeeiro, entretanto, neste ciclo, a diferença de

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15 produção não foi tão acentuada, possivelmente, em função da primeira safra avaliada ter resquícios da adubação anterior.

O número de internódios presentes nos ramos plagiotrópicos (tabela3), permitem estimar a produção da safra seguinte, já que os frutos do cafeeiro desenvolvem-se nos nós dos ramos. As épocas das avaliações, concentraram-se em maio e outubro, abrangendo diferentes etapas do ciclo do cafeeiro afim de mostrar uma relação entre a característica avaliada e as etapas vegetativas e reprodutivas da planta.

Tabela 3. Número de internódios dos ramos plagiotrópicos, em diferentes épocas.

Tratamentos Número de internódios

Dezembro 11 Maio 12 Outubro 12 Maio 13 Outubro 13 Maio 14

01 4,0 b 7,0 b 2,75 a 9,25 c 1,5 a 8,0 c 02 5,7 a 10,0 ab 2,0 a 12,75 ab 1,5 a 12,0 ab 03 5,6 a 9,5 ab 1,75 a 12,75 ab 1,75 a 13,0 ab 04 5,8 a 11,5 a 1,75 a 11,25 bc 1,5 a 12,5 ab 05 5,7 a 10,7 ab 2,25 a 11,25 bc 1,0 a 12,25 ab 06 5,7 a 11,5 a 1,5 a 14,25 a 1,25 a 12,75 ab 07 5,8 a 11,2 a 2,25 a 11,75 ab 1,25 a 11,5 b 08 5,7 a 10,5 ab 1,75 a 13,0 ab 1,25 a 12,25 ab 09 5,7 a 11,2 a 2,25 a 12,75 ab 1,75 a 14,25 a CV % 3,19% 15,34% 41,84% 9,76% 32,57% 8,74%

Médias seguidas pela mesma letra não se diferem entre si estatisticamente a 5% de probabilidade no teste de Tukey.

Na avaliação realizada em dezembro de 2011 (tabela 3), todos os tratamentos diferiram significativamente da testemunha, entretanto, estes tratamentos não diferiram entre si. Em maio de 2012, os tratamentos que utilizaram como fonte a ureia polimerizada em menor dose, o nitrato de amônio, independente da dose, ambos aplicados de forma convencional, e a ureia agrícola em maior dose, aplicada via fertirrigação, apresentaram diferenças significativas em relação a testemunha. Já na avaliação realizada em outubro de 2012, os tratamentos não diferiram entre si em relação ao número de internódios.

Em maio de 2013 (tabela 3), os tratamentos com nitrato de amônio, independente da dose, e ureia agrícola, independente da dose e da forma de aplicação, diferiram da testemunha, mostrando um maior número de internódios.

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16 Na avaliação realizada em outubro de 2013 (tabela 3), observa-se que não houve diferença significativa entre os tratamento e a testemunha, enquanto em maio de 2014, procedeu-se uma avaliação que mostrou a superioridade de todos os tratamentos em relação a testemunha. Nota-se que o tratamento que obteve o menor número de internódios nesta avaliação, foi aquele com nitrato de amônio, em maior dose, aplicado de forma convencional. Nesta avaliação, pode-se inferir ainda, que o tratamento que atingiu um maior número de internódios foi o que utilizou como fonte a ureia agrícola em maior dose, aplicada via fertirrigação.

Os resultados encontrados neste trabalho para a variável número de internódios, não corroboram com os resultados encontrados por Maller et al. (2011), que observaram em seu trabalho que a fertirrigação, proporciona aumentos significativos no número de internódios, quando comparado com a aplicação convencional realizada em lavoura irrigada ou não.

Tabela 4. Crescimento em centímetros dos ramos plagiotrópicos, em diferentes épocas.

Tratamentos Crescimento

Dez /11 Mai/12 Out / 12 Mai / 13 Out/13 Mai/14

01 6,43 c 12,50 b 4,5 a 15,0 c 1,0 b 12,75 d 02 18,98 a 20,13 ab 3,0 a 27,75 b 2,25 ab 25,75 bc 03 17,68 ab 17,90 ab 3,0 a 31,5 ab 2,5 ab 29,75 ab 04 15,28 b 23,28 a 1,75 a 30,25 b 3,5 a 27,0 abc 05 19,98 a 23,13 a 2,75 a 25,5 b 3,75 a 26,75 abc 06 17,80 ab 24,03 a 3,5 a 38,5 a 2,75 ab 23,0 c 07 19,45 a 22,50 a 2,75 a 28,25 b 3,75 a 24,75 bc 08 18,25 ab 22,53 a 2,5 a 24,5 b 3,25 ab 29,0 abc 09 19,45 a 23,80 a 3,25 a 26,25 b 3,25 ab 32,5 a C.V. % 7,32 16,37 54,15 11,54 32,85 10,7

Médias seguidas pela mesma letra não se diferem entre si estatisticamente a 5% de probabilidade no teste de Tukey.

Na avaliação para crescimento dos ramos plagiotrópicos, realizada em dezembro de 2011 (tabela 4), todos os tratamentos diferiram da testemunha, registrando incrementos de 137% a 210%. Os tratamentos que utilizaram como fonte a ureia agrícola em menor dose, a ureia polimerizada e o nitrato de amônio, ambos na dose de 300 kg ha-1, estes aplicados de

forma convencional, e o tratamento que utilizou a ureia agrícola na maior dose avaliada, aplicada via fertirrigação, mostraram-se superiores ao tratamento com ureia polimerizada em

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17 menor dose avaliada. Esperava-se um baixo crescimento do cafeeiro em virtude da bienalidade, entretanto, por se tratar da primeira avaliação, fatores aleatórios de produção devido as safras ocorridas previamente, interferiram nos dados apresentados.

Já em maio de 2012 (tabela 4), os tratamentos que tiveram como fonte o nitrato de amônio, ureia polimerizada, e a ureia agrícola aplicada por fertirrigação, independente do dose aplicada, se mostraram superiores a testemunha. Já os que utilizaram a ureia agrícola aplicada de forma convencional não diferiram estatisticamente dos demais tratamentos avaliados. Entretanto, todos os tratamentos adubados possibilitaram um aumento no crescimento do cafeeiro se comparados à testemunha, evidenciando, a importância da adubação nitrogenada no desenvolvimento vegetativo.

Em outubro de 2012 (tabela 4), os tratamentos não diferiram entre si, mas a testemunha mostrou efeito positivos em relação aos demais tratamentos. Esse fato retrata o efeito da bienalidade do cafeeiro considerada por DaMatta et al. (2007) demonstra que a bienalidade ocorre devido à diminuição das reservas da planta em anos de alta produção, fazendo com que a produção na safra posterior seja baixa, para que a planta consiga reestabelecer suas reservas.

Em maio de 2013, no que se trata do crescimento (tabela 4), todos os tratamentos mostraram-se superiores a testemunha. Entre os tratamentos adubados, o nitrato de amônio aplicado em menor dose, diferiu dos demais, mostrando-se superiores. Os tratamentos com ureia agrícola em menor dose, nitrato de amônio em maior dose, ureia polimerizada, independente da dose, aplicados de forma convencional, e ureia agrícola independente da dose, aplicada via fertirrigação, diferiram negativamente dos demais tratamentos adubados. O tratamento com ureia agrícola em maior dose, aplicado de forma convencional, não diferiu dos demais tratamentos adubados.

Na avaliação de outubro de 2013 (tabela 4), os tratamentos que utilizaram como fonte o nitrato de amônio, na maior dose, e a ureia polimerizada independente da dose, diferiram positivamente da testemunha, e os demais tratamentos não diferiram da testemunha. Dentre os tratamentos adubados, não houve diferença estatística observada, mas o nitrato de amônio, com maior dose aplicada, e a ureia polimerizada independente da dose, apresentarem efeitos positivos no crescimento do cafeeiro em relação aos demais tratamentos, com incremento de crescimento de até 275% se comparados a testemunha.

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18 Fernandes et al. (2009), em experimento no município de Uberaba, Minas Gerais, concluíram que o uso de adubos nitrogenados de liberação lenta, é uma alternativa viável na adubação do cafeeiro, pois seu uso propicia menores perdas do nitrogênio, tanto por volatização, quanto por lixiviação, sendo assim, possível reduzir a quantidade de fertilizante aplicada na lavoura cafeeira.

Em maio de 2014, avaliando crescimento de ramos plagiotrópicos (tabela 4), todos os tratamentos diferiram da testemunha. Dentre os tratamentos adubados, os que receberam, ureia agrícola na menor dose e nitrato de amônio, independente da dose, aplicados de forma convencional, apresentaram-se inferiores ao tratamento adubado via fertirrigação com ureia agrícola na dose de 300 kg ha-1, diferindo estatisticamente. Já o tratamento com nitrato de amônio, com menor dose avaliada, foi inferior ao tratamento adubado com ureia agrícola, aplicada com dose de 300 kg ha-1, também diferindo estatisticamente. A adubação que apresentou efeito positivo mais acentuado em relação aos demais tratamentos, foi realizada com ureia agrícola, na dose de 300 kg ha-1, aplicada de forma fertirrigada.

Leite Júnior (2003), em experimento realizado na cidade de Botucatu, São Paulo, concluiu que a fertirrigação promoveu maior desenvolvimento vegetativo do cafeeiro se comparado a adubação convencional, avaliando as características biométricas, altura de planta e diâmetro do caule.

Sobreira et al. (2011), em experimento na cidade de Lavras, Minas Gerais, constatou também os benefícios da fertirrigação, concluindo que o crescimento do cafeeiro fertirrigado, é maior que no cafeeiro cultivado em sequeiro. Ele relata ainda, que na fase de formação, que não é o caso desse experimento, a fertirrigação pode gerar uma economicidade da ordem de 30% na dose de nitrogênio.

O crescimento dos novos ramos do cafeeiro, depende diretamente dos frutos em desenvolvimento nos ramos desenvolvidos no ano anterior (tabela 5), especialmente da qualidade desses frutos. Ainda a quantidade produzida é proporcional ao desenvolvimento dos nós e gemas da planta, formadas previamente (Fahl et al. 2003).

Sendo assim, é interessante a avaliação do pegamento de frutos em anos de alta e baixa produção (tabela 5), afim de proporcionar maior entendimento sobre a influência de diferentes fontes, doses e modo de aplicação do adubos nitrogenados no pegamento de frutos do cafeeiro.

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19 Tabela 5: Pegamentos de frutos (4° e 5° nó), em diferentes épocas.

Tratamentos 2011 2012 4º nó 5º nó 4º nó 5º nó 01 5,3 d 4,95 c 2,75 a 2,75 a 02 17,05 ab 14,325 b 4,5 a 4,75 a 03 16,28 bc 16,35 ab 4,5 a 4,25 a 04 14,5 c 14,83 b 3,75 a 3,75 a 05 18,8 a 17,9 a 5,25 a 5,25 a 06 17,98 ab 17,18 a 4 a 4,25 a 07 18,28 ab 17,68 a 4,75 a 4,75 a 08 17,65 ab 16,9 a 3 a 3,75 a 09 17,2 ab 16,925 a 3 a 3,75 a C.V. % 5,98 5,58 30,31 30,47

Médias seguidas pela mesma letra não se diferem entre si estatisticamente a 5% de probabilidade no teste de Tukey.

Na avaliação realizada em 2011 para pegamento de frutos (tabela 5), constatou-se que todos os tratamento foram superiores em relação a testemunha, sendo que para o pegamento no 4 nó, o tratamento que se mostrou superior aos demais foi a ureia polimerizada na maior dose avaliada.

Para o pegamento de frutos no 5 nó (tabela 5), todos os tratamento foram superiores estatisticamente comparando-se com a testemunha, e dentre os tratamentos superiores, os que diferiram significativamente dos demais, foram aqueles que receberam nitrato de amônio, ureia agrícola na fertirrigação, e ureia polimerizada na maior dose avaliada, não diferindo estatisticamente do tratamento com ureia agrícola na maior dose avaliada aplicada de forma convencional.

Para o ano de 2012, para ambos os pegamentos de frutos (tabela 5), não constatou-se diferença entre os tratamentos e a testemunha.

Um dos fatores de produção que merece atenção no ramo da cafeicultura, corresponde a maturação dos frutos, visto que a falta de uniformidade nesse quesito ocasiona problemas na qualidade de bebida e gere menor eficiência na colheita. Algumas alternativas, como uso de colheita seletiva, uso de reguladores de crescimento apresentam problemas relacionados com qualidade de bebida, enfolhamento e manutenção de frutos, além de custos elevados (Budzinski et al. 2005).

Com os dados de maturação (tabela 6), foi possível calcular o grau de homogeneidade da produção. Essa variável foi calculada somando a quantidade de frutos cerejas e passa.

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20 Tabela 6. Maturação de frutos em porcentagem na safra 2010/2011.

Tratamentos Verde Verde Cana Cereja Passa Bóia Homogeneidade (%) PR (%) 01 12 4 24 21 40 45 100 02 31 9 20 15 25 35 79 03 22 11 13 16 38 29 65 04 21 11 18 16 33 34 77 05 22 7 14 13 43 27 61 06 25 7 16 20 33 36 80 07 28 7 14 15 36 29 65 08 25 7 13 19 36 32 72 09 29 10 14 12 36 26 58

PR é igual a porcentagem relativa de frutos homogêneos.

Na safra 2010/2011 (tabela 6), nenhum dos tratamentos adubados se igualaram ou superaram a testemunha para homogeneidade de produção, inferindo então que no primeiro ano de adubação nitrogenada do experimento, não houve influência do nitrogênio na uniformidade de maturação dos frutos.

Na safra 2011/2012 (tabela 7), os tratamentos que demonstraram maior homogeneidade de produção foram aqueles que tiveram como fonte o nitrato de amônio em ambas as doses avaliadas, e a ureia agrícola aplicada via fertirrigação na maior dose avaliada, gerando um incremento de 75% em relação a testemunha.

Tabela 7. Maturação de frutos em porcentagem na safra 2011/2012.

Tratamentos Verde Verde Cana Cereja Passa Bóia Homogeneidade (%) PR (%) 01 0 6 13 18 58 33 100 02 13 8 25 15 39 40 123 03 13 9 28 14 35 42 130 04 10 8 24 16 42 40 123 05 8 10 28 16 38 44 135 06 13 8 39 14 25 54 164 07 17 9 43 14 18 56 173 08 9 11 27 9 45 36 109 09 8 15 38 19 20 57 175

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21 A adubação nitrogenada é responsável pelo retardamento da maturação de frutos, e interfere na qualidade da bebida e na uniformidade da colheita de forma direta (Pimenta, 1995). Entretanto, uma adubação nitrogenada desequilibrada pode ocasionar grandes prejuízos em produtividade, mesmo que se obtenha uma maior uniformidade de colheita. A homogeneidade dos frutos é fator preponderante para uma boa qualidade de bebida, sendo que aprecia-se os frutos do tipo cereja e do tipo passa na colheita afim de se obter uma boa qualidade do café produzido. Os maiores percentuais de grãos homogêneos resultam em uma classificação melhor dos grãos, interferindo diretamente na rentabilidade da produção.

Comparando-se os dados das duas safras avaliadas (tabelas 6 e 7), pode-se inferir que o maior parcelamento da adubação em virtude da fertirrigação, proporciona maior homogeneidade de frutos em safras de alta produção. Outros fatores estão relacionados a homogeneidade de frutos além do manejo nutricional, como por exemplo, condições de secagem e armazenagem do café colhido, regime hídrico e condições climáticas durante a safra e no pós colheita.

(22)

22 4. Conclusões

As estratégias adotadas no trabalho para minimização das perdas de nitrogênio não foram eficientes.

O crescimento vegetativo do cafeeiro é favorecido pela adubação nitrogenada, independente da fonte, dose e forma de aplicação avaliada.

A maior homogeneidade de frutos foi obtida com o nitrato de amonio e com a ureia agricola em fertirrigação, ambos na dose de 300 Kg ha, em safra de alta produtividade.

Nas safras de baixa produtividade, a adubação nitrogenada não foi eficiente para homogenidade de frutos.

O nitrogênio gerou um incremento significativo de produção dos tratamentos adubados em relação a testemunha, chegando a acréscimos de 151%.

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23 5. Referências bibliográficas

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(24)

24 FERNANDES, A. L. T.; FRAGA-JUNIOR, E. F. Doses de fontes nitrogenadas convencionais e nitrogênio polimerizado na produtividade e maturação do cafeeiro irrigado. Fazu em Revista, Uberaba, n. 7, p.37-41, 2010.

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25 SANGOI, L.; ERNANI, P. R.; LECH, V. A.; RAMPAZZO, C. Volatilization of N-NH3 influenced by urea application forms, residue management and soil type in lab conditions. Ciência Rural, Santa Maria, v.33, n.4, p.687-692, 2003.

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