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ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE REGIMES TRIBUTÁRIOS PARA O RAMO DA SAÚDE

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ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE REGIMES

TRIBUTÁRIOS PARA O RAMO DA SAÚDE

1.

Introdução

Existem diversos regimes tributários existentes, são eles: LUCRO PRESUMIDO, LUCRO REAL E SIMPLES NACIONAL.

Para cada regime tributário existe uma legislação específica que trata dos impostos incidentes, alíquotas e forma de apuração. O sistema tributário brasileiro é muito complexo e há necessidade de uma análise mais completa para se determinar a opção mais vantajosa em termos de economia tributária.

Um planejamento tributário (Elisão Fiscal) é capaz de identificar opções benéficas na visão tributária que trará economia as empresas, são de grande importância conhecer os diversos regimes tributários existentes antes de optar por algum deles, mostrando-se imprescindível o estudo de cada caso, pois as diferenças de carga tributária de um regime para outro são grandes.

A presente análise tributária tem como objetivo comparar os regimes tributários e a situação dos profissionais médicos, de forma prática e objetiva, identificando a opção mais vantajosa.

Apresentamos as opções tributárias a disposição dos profissionais médicos, como a legislação específica, impostos incidentes, alíquotas incidentes, apuração, recolhimento e comparativo entre os regimes.

2. Profissional Autônomo

Os profissionais liberais são tributados com base no regulamento do imposto de renda (RIR/99) decreto nº 3000, de 26 de Março de 1999.

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Os profissionais liberais fazem uso do livro caixa para apontar os recebimentos e despesas da atividade profissional com o objetivo de comprovação dos recebimentos e as despesas ao qual resultado será tributado com base na tabela progressiva do imposto de renda pessoa física.

O profissional autônomo que opte por não constituir empresa (CNPJ) apurará os impostos incidentes com base no regulamento de imposto de renda, assim para fins de apuração do imposto a recolher se faz necessária a utilização da tabela progressiva do imposto de renda disponibilizada pela Receita Federal.

Tabela Progressiva para cálculo anual do imposto de Renda

Pessoa Física para o exercício 2017.

Base de Cálculo Anual em

R$ Alíquota % Parcela a deduzir do Imposto em R$ Até 22.847,76 - - De 22.847,77 até 33.919,80 7,5 1.713,60 De 33.919,81 até 45.012,60 15 4.257,60 De 45.012,61 até 55.976,16 22,5 7.633,56 Acima de 55.976,17 27,5 10.432,32

Art. 45. São tributáveis os rendimentos do trabalho não assalariado, tais como

(Lei n º 7.713, de 1988, art. 3 º, § 4 º ):

I - honorários do livre exercício das profissões de médico, engenheiro,

advogado, dentista, veterinário, professor, economista, contador, jornalista,

pintor, escritor, escultor e de outras que lhes possam ser assemelhadas;

Seção

II

Despesas Escrituradas no Livro Caixa

Art. 75. O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho não assalariado,

inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro, a que se refere o art.

236 da Constituição, e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente do

exercício da respectiva atividade (Lei n º 8.134, de 1990, art. 6 º, e Lei n º

9.250, de 1995, art. 4 º , inciso I):

I - a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os

encargos trabalhistas e previdenciários;

II - os emolumentos pagos a terceiros;

III - as despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e à

manutenção da fonte produtora.

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As alíquotas incidentes para o profissional autônomo variam de acordo com a receita percebida pelo profissional, podem ser entre 7,5% até 27,5% sendo está à alíquota máxima.

EXEMPLO DA TRIBUTAÇÃO DO MÉDICO NA PRÁTICA

FATURAMENTO ANUAL

CONSULTÓRIO R$ 100.000,00

FATURAMENTO ANUAL

CONSULTÓRIO R$ 100.000,00 DESPESAS LIVRO CAIXA R$ 50.000,00

Base de Cálculo R$ 100.000,00 Base de Cálculo R$ 50.000,00 Alíquota (Vide Tabela Progressiva) 27,5% Alíquota (Vide Tabela Progressiva) 22,50% Aplicação da Alíquota sobre/ BC R$ 27.500,00 Aplicação da Alíquota sobre/ BC R$ 11.250,00 Parcela a Deduzir -R$ 10.432,32 Parcela a Deduzir -R$ 7.235,54

Imposto de Renda a Recolher R$ 17.067,68 Imposto de Renda a Recolher R$ 4.014,46

Nos exemplos acima apresentado é possível comparar a apuração do imposto de renda do profissional autônomo quando escritura o livro caixa com as despesas permitidas por lei e quando não possui livro caixa escriturado, é importante dizer que a utilização do livro caixa reduz a base de cálculo para apuração do imposto de renda, salienta-se ainda que é necessário estudar caso a caso, pois dependendo da receita percebida pelo proissional e as despesas dedutíveis que possui não seja vantajoso trabalhar como autônomo e sim como pessoa jurídica.

3. Lucro Presumido

As pessoas jurídicas sujeitas à tributação de lucros podem optar pelo regime do lucro presumido desde que não seja obrigada a tributação pelo lucro real, este regime foi introduzido com o objetivo de simplificação do cálculo e apuração do tributo devido.

A sistemática do lucro presumido como o próprio nome já diz é a presunção do lucro, para determinados setores existe um percentual de presunção de lucro estabelecida pela legislação e sobre ele se aplica as alíquotas incidentes para o regime do lucro presumido.

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TABELA DE PRESUNÇÃO LUCRO PRESUMIDO

ATIVIDADES ALÍQUOTAS

Indústria e Comércio em Geral 8%

Serviços em Geral 32%

Serviços Hospitalares e de Transporte

de Cargas 8%

Demais Serviços de Transporte

16% Revenda de Combustíveis para

Consumo 1,6%

O percentual de presunção para os consultórios médicos é de 32% sobre a Receita Bruta, sendo assim os impostos incidentes sobre a base cálculo presumida.

EXEMPLO PRÁTICO

FATURAMENTO ANUAL CONSULTÓRIO R$ 100.000,00

% DE PRESUNÇÃO 32%

BASE DE CÁLCULO R$ 32.000,00

Observação: A base de cálculo acima evidenciada é apenas para

apuração do IRPJ e CSLL, e a apuração é feita trimestralmente.

Após encontrarmos a base de cálculo do IRPJ e CSLL do exemplo acima

se aplica as alíquotas, são elas;

15% - IRPJ - Trimestral 9% - CSLL - Trimestral

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Além das alíquotas de IRPJ e CSLL incide sobre o lucro presumido as alíquotas de PIS e COFINS, são elas;

0,65% - PIS - Mensal 3,00% - COFINS - Mensal

EXEMPLO DA TRIBUTAÇÃO DO MÉDICO/DENTISTA NA PRÁTICA

JANEIRO FEVEREIRO MARÇO 1º TRIMESTRE

FATURAMENTO R$ 8.333,33 R$ 8.333,33 R$ 8.333,33 R$ 24.999,99 PIS 0,65% R$ 54,17 R$ 54,17 R$ 54,17 COFINS 3,00% R$ 250,00 R$ 250,00 R$ 250,00 PRESUNÇÃO 32% R$ 8.000,00 IRPJ 15% R$ 1.200,00 CSLL 9% R$ 720,00 TOTAL 304,17 304,17 304,17 1.920,00

4. Simples Nacional para Área de Saúde

O Simples Nacional é o regime especial unificado de arrecadação de tributos e contribuições devidos pelas microempresas e empresas de pequeno porque, instituído pela lei complementar 123, de 14 de Dezembro de 2006.

*Microempresa – Receita Bruta de Até R$360.000,00

*Empresa de Pequeno Porte – Receita Bruta de Até R$ 3.600.000,00

O regime do simples nacional possui seis tabelas, em cada tabela possui faixas de receita bruta e a alíquota incidente, cada tabela é específica para determinada atividade.

Os profissionais médicos puderam optar pelo regime do simples nacional desde de janeiro de 2015, com o advento da Lei Complementar 147/14, que além dos médicos, também permitiu o acesso ao regime simplificado de tributação

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também para as atividades exercidas por advogados, médicos, fisioterapeutas, dentre outros.

Sobreveio então a Lei Complementar n° 155/2017 que trouxe mudanças ao regime tributário do Simples Nacional, as quais passarão a vigorar no ano 2018 entrando novas atividades e um aumento significativo nos faturamentos, também entrará em vigor redutores da receita e alteração nas alíquotas.

Dentre as mudanças do Simples Nacional 2018, estão mudanças na tabela, na alíquota, nas atividades relacionadas ao tributo, no teto de faturamento, no prazo do pagamento de dívidas e entre outros. Neste texto mostraremos as classificações de faturamento, os anexos

e os descontos alterados no Simples Nacional 2018. Vamos lá.

A classificação do faturamento para enquadramento de empresas diminuiu de 20 (vinte) para 6 (seis), ou seja, você deverá saber onde enquadrar sua empresa na tabela, por isso a importância de saber sobre as mudanças do Simples Nacional em 2018.

Em se tratando de impostos, em ano de mudança, é claro que isso iria se refletir no simples nacional, como é feito quase todos os anos pelo governo e que é muito criticado pelos empresários e outras pessoas que pagam impostos diversos para exercerem suas atividades, ainda mais se considerado o ano de crise.

Explica-se: a LC 155/2016, altera o art. 18, §5º-B da LC 123/06, para adicionar a medicina, no seu inciso XIX, como atividade tributada pelo Anexo III, mas também determina a sua tributação pelo anexo V, no mesmo art. 18, §5º-I, I. Para resolver este impasse a Lei determina que “as atividades de prestação de serviços a que se refere o § 5o-I serão tributadas na forma do Anexo III (...) caso a razão entre a folha de salários e a receita bruta da pessoa jurídica seja igual ou superior a 28%” – aqui considerada essa razão em relação a folha e a receita dos últimos 12 meses (art. 18, §§ 5º-J, 5º-K, 5º-M, LC 123/06).

Em outras palavras, se a folha da Pessoa Jurídica, nos últimos 12 meses, representar 28% ou mais da Receita Bruta do mesmo período, a empresa será tributada pelo Anexo III, se representar menos que 28%, será tributada pelo anexo V.

Para avaliar, portanto, qual das duas opções de organização e exercício da atividade devem ser adotadas, do ponto de vista tributário, é altamente recomendável

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que o Médico procure ajuda de um bom contador para avaliar a sua situação particular e ajudar na escolha da melhor opção. Entretanto, para ajudar numa análise preliminar, vamos entender um pouco do funcionamento dessa dinâmica.

A primeira coisa que precisa ser feita é a soma da Folha de Pagamento dos doze meses anteriores ao período de apuração, e depois da Receita do mesmo período, e então dividir, o resultado da soma da Folha de Pagamentos, pelo resultado da soma da Receita.

ANEXO III

Receita Bruta Total em 12 meses

Alíquota Parcela Dedutível Até R$ 180.0000,00 6% 0 De 180.000,01 a 360.000,00 11,20% R$ 9.360,00 De 360.000,01 a 720.000,00 13,50% R$ 17.640,00 De 720.000,01 a 1.800.000,00 16% R$ 35.640,00 De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 21% R$ 125.640,00 De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 33% R$ 648.000,00 ANEXO V

Receita Bruta Total em 12 meses

Alíquota

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Até R$ 180.0000,00 15,50% 0 De 180.000,01 a 360.000,00 18% R$ 4.500,00 De 360.000,01 a 720.000,00 19,50% R$ 9.900,00 De 720.000,01 a 1.800.000,00 20,50% R$ 17.100,00 De 1.800.000,01 a 3.600.000,00 23% R$ 62.100,00 De 3.600.000,01 a 4.800.000,00 30,50% R$ 540.000,00

É preciso ressaltar, contudo, que a aplicação destes anexos não ocorre com a aplicação direta da alíquota sobre a Receita, seguido da dedução a Parcela Dedutível, tal como ocorre com a tributação do Imposto de Renda da Pessoa Física.

Na verdade, a alíquota dos anexos é chamada de alíquota nominal, e tanto ela quando a Parcela Dedutível, precisam ser aplicadas a uma fórmula matemática para, aí sim, encontrar a alíquota efetiva que será aplicada sobre a receita, e só então encontrar o valor devido. A formula aplicável é defina pelo art. 18, § 1º da LC 123/06:

RBT12 x Aliq – PD

RBT12

Onde:

RBT 12 é a Receita Bruta Total dos últimos 12 meses; Aliq é a alíquota correspondente da tabela; e

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PD é a parcela dedutível correspondente da tabela.

Do Resultado desta expressão, finalmente, deverá sair a alíquota aplicável sobre a receita bruta e, enfim, encontrar o valor devido pelo Simples

Nacional. Em tempo, ressalte-se que se o faturamento da empresa for superior a R$ 3,6

milhões e inferior a R$ 4,8 milhões anuais, o ISSQN deverá ainda ser calculado à parte, de acordo com a legislação do município.

6. Conclusão

Enfim, podemos afirmar, com certeza, a partir de alguns cálculos matemáticos, que o modelo a vigorar a partir de 2018 será financeiramente mais vantajoso para a Categoria do que o modelo atual, mesmo na tributação pelo Anexo V, e claro, mais ainda no Anexo III.

Mas vale a ressalva, novamente: como se vê, a conta a ser feita não é propriamente simples (esse Simples Nacional é cada vez menos Simples), e é por isso que recomendamos, fortemente, que o Médico/dentista-empreendedor procure um bom contador para avaliar a melhor opção para o seu caso. Não acredite em fórmulas prontas e sites que prometem facilidades diante de questões tão complexas e importantes para sua vida.

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