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CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DAS INTERNAÇÕES PARA GRAVIDEZ, PARTO E PUERPÉRIO ENTRE OS ANOS DE 2013 A 2018 NO ESTADO DE SERGIPE

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CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL DAS INTERNAÇÕES PARA GRAVIDEZ, PARTO E PUERPÉRIO ENTRE OS ANOS DE 2013 A 2018 NO ESTADO DE SERGIPE Luana da Conceição Costa Cardoso (Discente de Enfermagem, Universidade Tiradentes)*

Suellen Stefhane Santos Britto (Discente de Enfermagem, Universidade Tiradentes)

Taciana Silveira Passos (Orientadora, Enfermeira, Mestra e Doutoranda em Saúde e Ambiente, Universidade Tiradentes) *e-mail: luanacardoso.ccc@gmail.com

Os objetivos foram caracterizar o perfil das internações hospitalares por casos de gravidez, parto e puerpério em Sergipe entre 2013 a 2018 e analisar a tendência de internações para cada faixa etária. Trata-se de estudo ecológico, descritivo, quantitativo, cujos dados foram coletados na plataforma do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). As internações representaram 33% de todas as hospitalizações no estado, com custo médio R$ 545,00 reais para saúde pública. Nesse período predominaram as internações notificadas em mulheres entre 20 e 39 anos, brancas, caráter de urgência e rede privada. Nota-se também a expressiva representação das adolescentes entre essas internações.

Palavras-chave: Gravidez; Hospitalização; Parto; Período pós-parto.

INTRODUÇÃO

A internação hospitalar gera repercussões negativas na vida da mulher grávida ou parturiente, uma vez que a deixa propensa às diversas vulnerabilidades e preocupações durante esse período. Traçar o perfil das internações por gravidez, parto e puerpério em um determinado local e período é de extrema relevância, visto que possibilita identificar indicadores que representam e caracterizam a realidade da comunidade (ANDRADE et. al, 2018; FALAVINA et. al, 2018; PIVETA et. al, 2016).

O detalhamento das informações disponibilizadas pelo Departamento de Informática do SUS (DATASUS) tem a função essencial de nortear políticas públicas e estratégias de saúde. O acesso a essas informações gera subsídios para o devido planejamento e efetivação de estratégias de melhorias para a assistência à mulher no período gestacional, bem como observar a efetividade das notificações (ANDRADE

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et. al, 2018; ARAUJO; SILVA, 2015; GOMES, 2018). Os objetivos do estudo foram caracterizar o perfil das internações hospitalares causadas por casos de gravidez, parto e puerpério em Sergipe no período de 2013 a 2018 e analisar a tendência de internações para cada faixa etária.

METODOLOGIA

Trata-se de um estudo ecológico, descritivo e quantitativo, cujos dados foram coletados por meio da plataforma online do DATASUS. Neste endereço eletrônico, os pesquisadores consultaram, respectivamente, os itens “acesso à informação”, “informações de saúde (TABNET), “epidemiológicas e morbidade”, “morbidade hospitalar do SUS”. Tais informações pertencem ao Sistema de Informações Hospitalares do Sistema único de Saúde (SIH/SUS).

A coleta dos dados foi realizada no dia 21/02/2019. O processo de construção do banco de dados do estudo foi realizado, primeiramente, com a seleção de todas as internações de mulheres residentes em Sergipe, no período de 2013 e 2018. Em seguida, foram selecionadas aquelas mulheres de 10 a 49 anos de idade, com diagnóstico contemplado no Capítulo XV – Gravidez, parto e puerpério (códigos O00 a O99) – da Décima Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10).

Foram coletados como dados de perfil: faixa etária, caráter de atendimento e custos das internações. Os dados foram organizados em planilhas do software Microsoft Excel 2010, sendo calculadas e organizadas as frequências absolutas e relativas das variáveis categóricas, havendo a distribuição dos dados por meio de tabelas.

Para verificar a tendência temporal das internações para cada faixa etária. Inicialmente, foram calculadas as taxas de internação hospitalar para cada grupo etário em cada ano:

Nº de internações por gravidez, parto e puerpério do grupo etário a cada ano x 100 Nº total de internações por gravidez, parto e puerpério do grupo etário no período

Como esta pesquisa baseou-se em dados disponibilizados publicamente em mídia eletrônica, por meio do Ministério da Saúde, e também pelo fato da manutenção do sigilo e privacidade acerca das informações coletadas, foi dispensada a apreciação por Comitê de Ética em Pesquisa.

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RESULTADOS

Gravidez, parto e puerpério representaram aproximadamente 33% de todas as internações hospitalares entre 2013 e 2018 no estado de Sergipe. No total foram 175.456 internações de mulheres com idades entre 10 e 49 anos. Cada internação custou em média R$ 545,00 reais para os serviços de saúde pública.

A Tabela 1 descreve o perfil destas internações entre 2013 e 2018. Mulheres de 20 a 29 anos foram à maioria desses casos (48,95%), seguidas pelas de 30 a 39 anos (24,37%). Essas duas faixas etárias são consideradas as mais adequadas à natalidade, levando em consideração a saúde da mulher.

Tabela 1. Perfil das internações hospitalares por gravidez, parto e puerpério em

Sergipe, entre 2013 e 2018.

Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

Nota-se também a expressiva representação das adolescentes entre essas internações. Mesmo concentrando apenas cinco anos, ou seja, entre 15 e 19 anos, contra uma década das demais faixa-etárias (ex.: 20 a 29 anos), esse grupo alcançou expressivos 22,44% do total. Vale ressaltar que problemas da gravidez na adolescência oferecem maiores impactos sociais, psicológicos, econômicos e educacionais, afetando tanto mãe quanto bebê (Tabela 1).

As demais faixas etárias estudadas (de 10 a 14 anos e de 40 a 49 anos) somam apenas 4,25% de internações causadas por casos de gravidez, parto e puerpério. No

Variável n % Faixa Etária 10 a 14 anos 2487 1,42 15 a 19 anos 39374 22,44 20 a 29 anos 85878 48,95 30 a 39 anos 42750 24,37 40 a 49 anos 4967 2,83 Caráter do atendimento Eletivo 720 0,40 Urgência 176127 99,59 Raça/Cor Preta 3864 2,18 Parda 757 0,42 Branca 105821 59,83 Amarela 316 1,78 Indígena 3 0,001 Ignorado 66086 34,36 Regime Público 13474 7,61 Privado 69840 39,49 Ignorado 93533 52,88

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entanto, quanto à gravidez na infância, os números merecem atenção. Anualmente, uma média de 415 meninas de 10 a 14 anos precisaram ser internadas por parto, aborto ou complicações na gravidez, entre 2013 e 2018, com um total de 2487 internações neste período (Tabela 1).

Se a gravidez na adolescência e infância tivesse sido evitada, o Estado teria economizado em média R$ 1.913.655,29, por ano. Isso quer dizer que o custo desta situação causa sérios prejuízos, não só a nível individual, mas também a nível de saúde pública.

Quanto aos outros aspectos do perfil, predominou-se o caráter de atendimento de urgência (99,59%); mulheres com raça/cor branca (59,83%); regime de internação privado (39,49%). Neste último quesito, regime de internação, observa-se que houve 52,88% de casos ignorados e acredita-se que boa parcela destes se refere à rede pública (Tabela 1).

Ao analisar o percentual de internações de cada grupo etário ao ano em relação ao total para cada grupo etário no período, observa-se um crescimento para as faixas etárias maiores com leve declínio nos anos de 2014 e 2016. Enquanto que houve um declínio de partos entre as mais jovens, ainda que tenham apresentado pico em 2015 (Figura 1).

Figura 1. Análise da tendência das internações por gravidez, parto e puerpério nas

diferentes faixas etárias.

Fonte: Ministério da Saúde - Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS)

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Entre os anos de 2013 a 2018 houve predomínio de internações notificadas por gravidez, parto e puerpério em mulheres entre 20 e 39 anos, brancas, caráter de urgência e rede privada. No entanto, observa-se falhas na notificação ao apresentar número expressivo de ignorados para algumas variáveis como raça/cor e regime de atendimento.

A gravidez de adolescentes, de 15 a 19 anos, e crianças de 10 a 14 anos, chegaram em terceiro e quinto lugar no ranking das internações causadas por casos de gravidez, parto e puerpério, no estado de Sergipe, entre 2013 e 2018. No entanto, este cenário tem mudado de perfil ao longo dos últimos anos de forma positiva.

Entre as consequências, a gravidez na infância e adolescência afasta a mãe da escola ou é responsável pela falta de um ambiente adequado para o desenvolvimento da criança. Infere-se que parte destas gestações possa ser resultado de abusos sexuais e merecem atenção da Justiça e dos gestores da saúde.

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