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Caso Clínico. Felipe Augusto Villa Verde* Yasmine Mendes Pupo** Carlos Kose** Giovana Mongruel Gomes** João Carlos Gomes***

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Felipe Augusto Villa Verde* Yasmine Mendes PuPo** Carlos Kose**

Giovana Mongruel GoMes** João Carlos GoMes***

* Mestrando em Odontologia, área de concentração Dentística Restauradora, na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG).

** Mestre em Odontologia, área de concentração Dentística Restauradora, pela UEPG. Doutoranda em Odontologia, área de concentração Dentística Restauradora, na UEPG.

*** Mestre e Doutor em Dentística Restauradora pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. Professor Associado da Universidade Estadual de Ponta Grossa no curso de Graduação e Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Odontologia (mestrado e doutorado).

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Previsibilidade com cerâmicas em dentes anteriores:

IPS e.max Press e e.max Ceram

Predictability with ceramics in anterior teeth: IPS e.max Press and e.max Ceram

Resumo

Desde o início da utilização das cerâmicas na Odontologia, es-sas têm recebido grande destaque porque dificilmente algum outro material consegue reproduzir com tanta naturalidade a estrutura dentária. Após o surgimento dos procedimentos adesivos e das cerâmicas metal-free, foi possível o restabele- cimento estético de dentes anteriores com segurança e qua-lidade estética. O paciente apresentado no presente relato de caso, do sexo masculino, com 28 anos de idade, apresentou-se com os elementos 11 e 21 tratados endodonticamente, escurecidos, com presença de restaurações em resina com-posta e deficiência no contorno gengival. Para o tratamento, recomendou-se utilização de pinos em fibra de vidro e coro-as metal-free. Para melhorar o contorno e nível gengival, foi realizada cirurgia plástica gengival nos elementos 11 e 21. A cerâmica de escolha para a confecção das coroas foi a re-forçada por dissilicato de lítio IPS e.max Press e cerâmica de cobertura IPS e.max Ceram com cristais de nanofluorapatita. Após a confecção dos preparos, foi realizada a moldagem e confeccionadas as estruturas cerâmicas, estratificadas com a cerâmica de cobertura. Em seguida, realizou-se a prova das peças protéticas, ajuste com pontas abrasivas para cerâmica e cimentação com cimento resinoso químico. Com as coroas cimentadas, observou-se uma perfeita adaptação marginal e naturalidade com as estruturas dentárias naturais, garantindo o biomimetismo proposto pelas restaurações cerâmicas. Abstract

Since the beginning of the use of ceramics in Dentistry, they have received great attention because hardly any other ma-terial can reproduce so naturally the dental structure. After the advent of adhesive procedures and metal-free ceram-ics, aesthetic restoration of anterior teeth with safety and quality became possible. The patient presented in this case report, a 28 years-old male, presented with the elements 11 and 21 endodontically treated, darkened, with presence of composite resin restorations and disability on gingival con-tour. For treatment, it was recommended the use of fiber-glass pins and metal-free crowns. To improve the level and gingival contour, gingival plastic surgery was performed on the elements 11 and 21. The ceramic of choice for the manufacture of crowns was the enhanced by lithium dis-ilicate IPS e.max Press and the coverage one was the IPS e.max Ceram with nanofluorapatite crystals. After making the preparations, the molding and ceramics structures fab-rication were performed, stratified with coverage ceramic. Next step was to test the prosthetic pieces, adjust them with abrasive tips for setting ceramic and cementation with chemical resin cement. With the crowns cemented, was ob-served a perfect marginal adaptation and naturalness with tooth structures, ensuring the biomimesis proposed by the ceramic restorations.

Keywords: Ceramics. Dental prosthesis. Esthetics.

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INTRODUÇÃO

A Odontologia Restauradora tem como objetivo o restabelecimento da estrutura dentária perdida, pro- porcionando a reabilitação com estética e função, de-volvendo ao paciente qualidade de vida e autoestima. Nesse sentido, a utilização das cerâmicas na Odon-tologia tem recebido grande destaque, uma vez que dificilmente algum outro material consegue reproduzir com tanta naturalidade a estrutura dentária3.

As cerâmicas apresentam-se como excelente al- ternativa de tratamento restaurador, devido à sua bio-compatibilidade, resistência à compressão, conduti-bilidade térmica semelhante à dos tecidos dentários, radiopacidade, integridade marginal e estabilidade de cor10. Assim, o desenvolvimento de novos sistemas cerâmicos proporcionou a confecção de restaurações com propriedades ópticas cada vez mais próximas às da estrutura dentária, como translucidez, opacidade, opalescência e fluorescência, além de permitir a repro- dução dos dentes e estruturas anatômicas com textu-ra e forma individualizada.

No entanto, é muito importante conhecer profun-damente suas propriedades mais favoráveis e diminuir significativamente a possibilidade de erro. A técnica de execução, a indicação e o preparo dos remanescentes dentários devem ser precisos para melhor aproveita- mento das propriedades e características desses ma-teriais22, além de cada vez mais conservadores, pre-servando a estrutura dentária remanescente.

Apesar do sucesso alcançado pelas restaurações metalocerâmicas, a Odontologia sempre buscou a substituição do metal, principalmente por motivos estéticos. Porém, somente após o surgimento dos procedimentos adesivos e das cerâmicas reforçadas metal-free foi possível o restabelecimento estético de dentes anteriores com segurança e qualidade esté-tica7,9. Assim, tradicionalmente, as cerâmicas felds-páticas são compostas pela fase cristalina, respon-sável pela resistência do material, e pela fase vítrea,

responsável pela translucidez. Para que as cerâmicas pudessem ser utilizadas sem a estrutura metálica, re-ceberam em sua composição a adição de diversos cristais à fase cristalina, como alumina, leucita, dissili-cato de lítio ou zircônia3.

O desenvolvimento da cerâmica vítrea reforçada por leucita, por Wohlwend, Scharer e Rheinberger, no início dos anos 90, tornou possível a utilização dessas cerâmicas com excepcionais propriedades estéticas e boas propriedades mecânicas em dentes anteriores16. Uma dessas cerâmicas é a IPS Empress. Porém, para que cerâmicas vítreas pudessem ser uti-lizadas em coroas totais de molares e próteses fixas, a resistência e a tenacidade desses materiais precisa-vam ser melhoradas. Assim, reforçou-se a cerâmica vítrea com dissilicato de lítio, primeiramente no siste-ma IPS Empress 2 e, em seguida, para os produtos IPS e.max. Uma alta resistência flexural e alta tenaci- dade à fratura podem ser encontradas nesses siste-mas, sendo o material adequado para a confecção de restaurações cerâmicas extremamente estéticas e com boas características de resistência16.

Os pacientes e profissionais buscam, cada vez mais, obter previsibilidade do resultado desejado e evitar repetições ou erros durante a realização do tra-tamento. Os procedimentos clínicos como o encera-mento diagnóstico, o mock-up intrabucal, as guias de preparo e as fotografias digitais podem orientar o pro-fissional e o técnico durante os desgastes dentários e confecção das restaurações cerâmicas13. Assim, no presente caso clínico objetivou-se adequar harmonio- samente o sorriso do paciente, fornecendo certa pre-visibilidade no tratamento, tanto para os profissionais como para o paciente.

RELATO DE CASO CÍNICO

Paciente do sexo masculino, 28 anos de idade, pro- curou atendimento especializado queixando-se da apa-rência do sorriso (Fig. 1). Apresentava os incisivos centrais

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Figura 1 - Sorriso inicial, onde observam-se os dentes 11 e 21 com comprometimento estético.

Figura 2 - Prova dos pinos de fibra de vidro. Figura 3 - Radiografia inicial. superiores com grandes restaurações, facetas em resina composta e tratamento endodôntico, causando escure- cimento dentário. O excesso de resina composta na mar- gem cervical no elemento 11 causava inflamação gengi-val e desnível em relação ao elemento 21. Esse excesso foi inicialmente removido para que, posteriormente, pu-desse ser realizada a cirurgia corretiva gengival.

Para reforço interno dos canais radiculares, foram cimentados pinos de fibra de vidro com cimento resino-so autocondicionante de polimerização dual (Fig. 2, 3). Após regressão da inflamação do tecido gengival, realizou-se cirurgia plástica corretiva para correção da altura e contorno gengival do elemento 11 (Fig. 4, 5). Posteriormente à cicatrização, foi realizado mock-up intrabucal com resina bis-acryl para determinação do formato desejado. O enceramento foi realizado para fa-cilitar a visualização da forma, posição e proporção das novas restaurações cerâmicas, pois auxilia os pacientes com dificuldade de imaginar quais modificações podem ser realizadas no seu sorriso e o possível resultado fi-nal, além de facilitar a comunicação entre profissional e paciente. Durante esse procedimento, o paciente foi questionado a respeito da aparência do sorriso e opinou quanto às mudanças que desejava. O mock-up foi mol-dado e enviado ao laboratório para que os provisórios fossem confeccionados com base no modelo.

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Figura 4 - Remoção do colar gengival. Figura 5 - Peeling gengival finalizado. A partir do modelo do mock-up, foi confeccionado um guia de preparos com placa de acetato de 0,5mm de espessura em plastificadora a vácuo. Essas matrizes transparentes de acetato — feitas sobre o modelo do mock-up realizado e ajustado na boca — são usadas para atingir os objetivos funcionais e estéticos e garantir preparos adequados, verificando imediatamente a ade-quação da inclinação axial dos pilares e a espessura dos preparos, ajudando o clínico a identificar as modifica- ções necessárias, além de facilitar a inserção da restau-ração provisória13. A placa foi recortada mantendo-se a região de canino a canino. Nos incisivos que receberam os preparos para coroa total, foram realizados três furos na face vestibular e três furos na face palatina, para que fossem realizadas as medidas com auxílio de uma son-da milimetrada. Foram utilizadas medidas de 2mm para a face vestibular, 2mm para a incisal e 1,5mm para a face palatina. Durante toda a confecção dos preparos, a matriz foi adaptada e as medidas conferidas (Fig. 6-9). Os preparos foram realizados com alta rotação so-bre refrigeração com pontas diamantadas 4102MF e 3098MF (KG Sorensen) nas faces vestibular, proximal e incisal, e 3118 na face palatina. Para o preparo da margem cervical, foi adaptado fio retrator Ultrapak #00 (Ultradent). O refinamento dos preparos foi realizado

com multiplicador (Sirona) com pontas diamantadas para acabamento FF e disco Sof-Lex (3M ESPE) ver-melho em baixa rotação.

Ao término dos preparos, um segundo fio retrator #0 foi adaptado no sulco gengival para realização da moldagem. Após 5 minutos, foi removido o segundo fio e realizada moldagem com silicona de adição (HidroX-treme – Coltene) em passo único (Fig. 10). O modelo de gesso foi vazado e troquelado para confecção das coroas cerâmicas IPS e.max Press (Fig. 11). Para tomada da cor, foi realizada fotografia digital no momento do mock-up, com a porção inicial da es-cala de cor VITA-Clássica montada baseada no valor, da cor B1 a D2 (Fig. 12). A confecção das restaurações cerâmicas foi reali-zada com o sistema IPS e.max Press estratificado com a cerâmica de cobertura IPS e.max Ceram. Com o mo- delo troquelado, foi iniciada a confecção da restaura- ção cerâmica com o enceramento do modelo para de-terminação do formato da estrutura cerâmica injetada. O enceramento foi, então, levado ao forno do sistema EP600 para injeção da cerâmica sob pressão. Com a estrutura de dissilicato de lítio devidamente pronta, foi realizada a estratificação com a cerâmica de cobertura IPS e.max Ceram com cor predominante A1 (Fig. 13).

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Figura 6 - Profundidade do preparo medido com sonda milimetrada (vista oclusal). Figura 8 - Preparos dos dentes 11 e 21 finalizados. Figura 10 - Preparo moldado em detalhes. Figura 7 - Profundidade do preparo medido com sonda milimetrada (região incisal 2mm). Figura 9 - Vista oclusal dos preparos finalizados. Figura 11 - Modelo de gesso troquelado.

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Figura 12 - Escala de cor. Com as coroas prontas, foram iniciados os proce-dimentos clínicos. Após a remoção dos provisórios e profilaxia dos preparos com pedra-pomes para remo- ção total do cimento provisório (Fig. 14), foram realiza-dos testes com Variolink Try-in (Ivoclar/Vivadent) para determinação da cor do cimento resinoso que iria ser utilizado para cimentação das restaurações (Fig. 15, 16). A cor determinada foi A1. Os procedimentos clínicos de preparo interno das peças cerâmicas e da estrutura dentária foram inicia- dos após a prova das restaurações cerâmicas. As co- roas cerâmicas reforçadas por dissilicato de lítio rece-beram condicionamento com ácido fluorídrico 7% por 20 segundos somente nas suas porções internas (Fig. 17) e foram lavadas abundantemente após condicio-namento (Fig. 18). Em seguida, o silano Monobond-S do sistema Variolink II (Ivoclar/Vivadent) foi aplicado para que ocorresse a ligação do cimento resinoso com a matriz vítrea da cerâmica (Fig. 19). O sistema adesivo dual Excite DSC (Ivoclar/Vivadent) foi também utilizado no interior das coroas (Fig. 20). Para cimentação, foi utilizado isolamento relativo com auxílio do expandex. Fio retrator #00 foi adap-tado no sulco gengival para controle da umidade do campo operatório durante a cimentação. O condicio-namento da estrutura dentária foi realizado com ácido fosfórico 37% por 15 segundos e realizada aplicação do sistema adesivo Excite DSC (Fig. 21, 22). A cimentação foi iniciada pelo elemento 11, no qual foram realizados os procedimentos adesivos. Após a manipulação do cimento resinoso e inserção do mes-mo no interior da coroa, a peça foi levada até o dente e pressionada até o extravasamento do cimento e per- feita adaptação da coroa ao preparo dentário. O ele-mento 21 foi também posicionado para que a posição de ambos os dentes fossem mantidas corretas. Após alguns segundos, o elemento 21 foi retirado e, então, foi realizada a remoção do excesso do cimento e feita polimerização por apenas 10 segundos (Fig. 23, 24).

Na sequência, os mesmos procedimentos adesi-vos e de cimentação foram realizados com o elemento 21 (Fig. 25). Após a remoção do cimento resinoso ex-travasado com o auxílio de um microbrush, também foi realizada a remoção do excesso de cimento nas superfícies proximais antes que ocorresse a completa polimerização do cimento dual.

O fio dental foi, então, passado entre os dentes, po-rém sempre mantendo o dedo indicador sob pressão na porção incisal das coroas, para que não ocorresse o deslocamento das peças (Fig. 26). Com lâmina de bisturi número 12 foram removidos os excessos intras-sulculares e feita a remoção dos fios retratores (Fig. 27). Para uma completa polimerização do cimento resino- so, foi aplicada glicerina gel em todo o contorno da mar- gem gengival e realizada fotopolimerização por 60 segun-dos em cada face das coroas cerâmicas (Fig. 28, 29).

Após a finalização do processo de cimentação e ajustes funcionais e estéticos necessários, constatou- se o resultado satisfatório dos procedimentos restau-radores (Fig. 30, 31, 32).

Figura 13 - Coroas prontas no modelo de

gesso. Figura 14pedra-pomes. - Profilaxia dos preparos com

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Figura 15 - Try-in aplicado na peça cerâmica. Figura 16 - Coroas em posição com Try-in cor A1.

Figura 17 - Condicionamento interno com ácido fluorídrico 7% por

20 segundos. Figura 18 - Lavagem abundante da peça após condicionamento.

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Figura 21 - Condicionamento da estrutura dentária com ácido fos-fórico por 15 segundos.

Figura 25 - Cimentação da coroa do elemento 21.

Figura 22 - Aplicação do sistema adesivo.

Figura 23 - Remoção dos excessos de cimento com microbrush. Figura 24 - Cimentação da coroa do elemento 11.

Figura 26 - Remoção com fio dental dos excessos proximais de cimento.

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Figura

27 - Remoção dos excessos de cimento com lâmina de bis-turi n° 12. Figura 28 - Glicerina gel aplicada na margem gengival.

Figura 29 - Fotopolimerização por 60 segundos em cada face. Figura 30 - Coroas 11 e 21 cimentadas.

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DISCUSSÃO

A Odontologia tem passado por uma verdadeira re- volução nas últimas três décadas, não somente quan-to ao desenvolvimento de novos materiais e técnicas, mas também pelo grande suporte de evidências cien-tíficas suportando as aplicações clínicas. Felizmente esses avanços significativos nos materiais e técnicas justificam a utilização rotineira dos sistemas totalmente cerâmicos atuais23.

Pesquisas recentes a respeito das cerâmicas me- tal-free sugerem que, devido às suas excelentes pro-priedades ópticas e biológicas, podem e devem ser utilizadas para restauração das estruturas dentárias perdidas24. Apresentam-se como os melhores mate-riais para mimetização da aparência natural dos ele- mentos dentários. Contudo, alguns obstáculos limita-vam seu uso, como a fragilidade e a falta de segurança mecânica. Para isso, avanços recentes nos métodos de processamento das cerâmicas têm simplificado o trabalho dos técnicos em prótese, e aumentado a qua- lidade dos materiais cerâmicos, os quais têm melhora-do também suas propriedades mecânicas14. A técnica de injeção é um processo que foi desen-volvido para minimizar as porosidades e falhas que ocorriam durante o processo de ceramização. Em 2005, a cerâmica injetada com propriedades melhora- das chamada IPS e.max Press foi introduzida no mer-cado16. É uma cerâmica vítrea reforçada com dissilicato de lítio e encontrada na forma de pastilhas para a técni- ca de injeção. A fabricação das pastilhas difere do pro-cesso de sinterização do IPS Empress e IPS Empress 2, o qual minimiza a ocorrência de defeitos na massa da cerâmica, sendo as pastilhas apresentadas em di-versos graus de opacidade conforme a necessidade de cada caso1,16. A combinação, concentração e valência dos íons têm papel essencial no processo, sendo que a principal vantagem desse mecanismo é a homoge-neização da cor no material16. Apresenta resistência à flexão em torno de 400MPa, módulo de elasticidade de 95GPa e temperatura de injeção de 915-920ºC1,16,20,25, sendo indicadas para facetas finas, facetas, coroas unitárias anteriores e posteriores, inlays, onlays, próte-ses fixas de três elementos até segundo pré-molar, e supraestruturas de implantes unitários, ou de até três elementos, até o segundo pré-molar16.

A estrutura do IPS e.max Press é recoberta com um novo tipo de cerâmica com nanofluorapatita, o IPS e.max Ceram17. O tamanho nanométrico dos cristais de fluorapatita é responsável pelo fenômeno de opales- cência, proporcionando excelentes propriedades estéti-cas, restabelecendo vitalidade ao dente restaurado27. A opacidade é controlada pela presença de cristais com tamanhos maiores. Opalescência, brilho, opacidade e translucidez são ajustados de diversas maneiras com o IPS e.max Ceram pela dissipação da luz através dos diferentes tamanhos dos cristais de fluorapatita18 . A re-sistência flexural biaxial é de 90MPa e a porcentagem de cristais de fluorapatita é de 19 a 23%17. Assim, a IPS e.max Ceram é uma cerâmica de co-bertura para estratificação de restaurações cerâmicas em conjunto com estruturas IPS e.max Press, com-posto de cerâmica vítrea e cristais de nanofluorapatita (Ca5(PO4)3), que não contém feldspato ou leucita17. Os cristais de fluorapatita variam em tamanho, podendo ser desenvolvidos no tamanho desejado por um pro-cesso chamado nucleação controlada e cristalização. O tamanho dos cristais de fluorapatita é menor do que 300nm de comprimento e 100nm de diâmetro. Tam-bém estão presentes cristais com desenvolvimento longitudinal medindo 2-5µm e 300nm de diâmetro17.

Em comparação com o Empress 2, as duas cerâ-micas exibem melhoras substanciais nas proprieda- des físicas e ópticas em relação aos seus antecesso-res. Em 1983, Simonsen e Calamia21 introduziram o condicionamento interno das restaurações cerâmi-cas com ácido fluorídrico, favorecendo o processo de adesão, proporcionando uma das mais importantes mudanças em relação às restaurações cerâmicas.

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Essa adesividade requer que a cerâmica contenha par-tículas de sílica que possam se removidas seletivamente pelo condicionamento com ácido fluorídrico, para criar aderência micromecânica do cimento resinoso com a superfície interna da cerâmica25. Com isso, somando-se ao advento dos adesivos dentinários no início dos anos 90, as restaurações cerâmicas metal-free puderam ser utilizadas com maior resistência e segurança23. A composição, a estrutura e as propriedades físicas da cerâmica definem o tipo de tratamento de superfície mais eficiente para alcançar considerável resistência adesiva2,4,6,26. Apesar da associação do condiciona-mento com ácido fluorídrico e aplicação do silano ser favorável na união às cerâmicas feldspáticas, leucíti-cas e cerâmicas baseadas em dissilicato de lítio8,11, o emprego desse ácido não deve ser considerado um método universal, ou seja, o condicionamento da su-perfície cerâmica não é padrão para todos os sistemas cerâmicos5 . Essa técnica de condicionamento não fa-vorece a resistência adesiva de cerâmicas baseadas em alumina e zircônia infiltradas de vidro, aluminizadas densamente sinterizadas, e de zircônia tetragonal es-tabilizada por óxido de ítrio5,19.

Höland et al.15 relataram que o sucesso dos bioma-teriais é determinado pela longevidade clínica, sendo que os aspectos determinantes para o sucesso são as propriedades ópticas e mecânicas, como a resistência, tenacidade, abrasão comparável à do dente natural, translucidez, cor, durabilidade e tecnologia de processa-mento (injetada ou CAD/CAM). Baseado em evidências científicas, concluíram que o sucesso da longevidade das cerâmicas vítreas (ex: IPS e.max Press) e cerâmicas sinterizadas torna esses materiais promissores para o desenvolvimento de outros materiais15. CONSIDERAÇÕES FINAIS A partir da revisão de literatura e apresentação do caso clínico a respeito dos sistemas cerâmicos e pro-cedimentos restauradores, pode-se concluir que esses trabalhos podem e devem ser realizados de forma pre-visível. Atualmente, as diversas técnicas e materiais dispo-níveis podem ser utilizados de forma sistemática para o correto planejamento e indicação dos tratamentos es-téticos. Para tanto, o conhecimento das características de cada material e técnicas é essencial para garantir o 1. Albakry M, Guazzato M, Swain MV. Biaxial flexural strenght, elastic moduli, and x-ray diffraction characterization of three pressable all-ceramic materials. J Prosthet Dent. 2003 Apr;89(4):374-80. 2. Amaral R, Ozcan M, Valandro LF, Balducci I, Bottino MA. Effect of conditioning methods on the microtensile bond strength of phosphate monomer-based cement on zirconia ceramic in dry and aged conditions. J Biomed Mater Res B Appl Biomater. 2008 Apr;85(1):1-9. 3. Anusavice KJ. Phillips materiais dentários. 11. ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2005. cap. 21, p. 619-72. 4. Blatz MB, Sadan A, Kern M. Resin-ceramic bonding: a review of the literature. J Prosthet Dent. 2003 Mar;89(3):268-74. REFERêNCIAS 5. Bottino MA, Faria R, Valandro LF. Percepção: estética em próteses livres de metal em dentes naturais e implantes. São Paulo: Artes Médicas; 2009. cap. 7. p. 470-6. 6. Bottino MA, Valandro LF, Scotti R, Buso L. Effect of surface treatments on the resin bond to zirconium-based ceramic. Int J Prosthodont. 2005 Jan-Feb;18(1):60-5. 7. Bowen RL. Properties of a silica-reinforced polymer for dental restorations. J Am Dent Assoc. 1963 Jan;66:57-64. 8. Brentel AS, Ozcan M, Valandro LF, Alarça LG, Amaral R, Bottino MA. Microtensile bond strength of a resin cement to feldspathic ceramic after different etching and silanization regimens in dry and aged conditions. Dent Mater. 2007 Nov;23(11):1323-31.

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Yasmine Mendes Pupo

Rua Jaime Rosas, 180 – Jardim Carvalho CEP: 84.015-600 – Ponta Grossa / PR E-mail: yasminemendes@hotmail.com

Endereço para correspondência

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Referências

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