DEMOCRACIA, JORNALISMO E
COMUNICAÇÃO PÚBLICA
São Paulo, 16 de Novembro de 2020
Eder Brito
O que é Democracia – Giovanni Sartori
As cidades de hoje
– Os
atenienses que se reuniam na
praça eram cinco mil e só
metade participativa.
“O autogoverno que nunca
existirá”: autogoverno significa
ser governado de perto, não de
longe. Mas o governo local de
uma cidade já é um governo
indireto: não é mais
governar-se
diretamente,
mas
ser
governado por representante.
O que é Democracia – Giovanni Sartori
“Governo Consentido”: nasce
da
opinião
dos
eleitores
e
governa em sintonia com a
opinião
pública.
Governo
fundado no consenso.
“O Eleitorado não decide o que
fazer, mas quem o
fará” – A
opinião
pública
é
a
protagonista com a qual os
governantes devem fazer as
contas.
O que é Democracia – Giovanni Sartori
O quanto a Informação e a
Comunicação
Pública
interferem e fazem parte da
construção
desse
consenso
contínuo?
Os Engenheiros do Caos (2020) – Giuliano da Empoli
“Os cientistas sempre sonharam
reduzir o governo da sociedade a
uma
equação
matemática
que
suprimisse
as
margens
de
irracionalidade
e
de
incerteza
inerentes
ao
comportamento
humano”
“Fetiche” da possibilidade de
racionalizar
ao
extremo
o
processo de tomada de decisão
política
Os Engenheiros do Caos (2020) – Giuliano da Empoli
“Graças à internet e às redes
sociais, nossos hábitos, nossas
preferências, opiniões e mesmo
emoções
passaram
a
ser
mensuráveis”
Vivemos
a
“Era
da
Política
Quântica” – O uso de algoritmos
em estratégias eleitorais. Cálculos
cada
vez
mais
sofisticados
e
riscos
cada
vez
mais
imprevisíveis e irracionais
Os Engenheiros do Caos (2020) – Giuliano da Empoli
Era do narcisismo de massa
–
democracia representativa em risco.
“Seu
princípio
fundamental,
a
intermediação, contrasta de modo
radical com o espírito do tempo e
com as novas
tecnologias”
O tempo da democracia é longo pois
se
baseia
em
elaborar
e
firmar
compromissos.
“Suscita
a
indignação
de
consumidores
habituados a ver suas exigências
satisfeitas em um
clique”.
Esfera Pública – “Entre dados e robôs” – Eduardo
Magrani
Democracia conectada – “As plataformas digitais são esferas públicas
abstratas, dotadas de grande potencial comunicativo e democrático”.
O indivíduo como fonte de informação;
Engajamento sociopolítico e controle do poder público;
Esfera Pública – “Entre dados e robôs” – Eduardo
Magrani
Micro-targeting
Profiling
Filter bubble
Modelos de negócio baseado em filtragem algorítmica – efeitos
nocivos sobre a democracia e freio do entusiasmo acerca do papel
democrático da internet como esfera pública
Esfera Pública – “Entre dados e robôs” – Eduardo
Magrani
Filter bubble
Cookies
e outros métodos de rastreamento de “pegadas digitais”, apontam
o que mecanismos algorítmicos acham que eu quero ver
Quase sempre é ocultado aquilo que de fato desejamos ou eventualmente o
que PRECISAMOS ver.
Restrições a direitos fundamentais como o acesso à informação, liberdade
de expressão e prejudicial à formação de consenso.
A Explosão da Pós-Verdade
A Explosão da Pós-Verdade
O termo “Pós-Verdade” qualifica um ambiente em que os
fatos objetivos têm menos peso do que apelos
emocionais ou crenças pessoais em formar a opinião
pública. Uma das características dessa “post-truth era” é
a facilidade para manipular dados conforme a sua
vontade.
Dicionário Oxford, 2016
Ciclo de Visibilidade dos Problemas
Anthony Downs - 1972
Alguns problemas somem e aparecem da agenda pública?
Quem define interesse público?
A Imprensa e a Mídia como Quarto Poder
Por que a mídia é chamada de ‘quarto poder’?
Frase atribuída a Edmund Burke por Thomas Carlyle (1841):
“There were Three Estates in Parliament; but, in the Reporters’ Gallery yonder, there sat a Fourth Estate more important far than they all”
(Havia Três Estamentos no Parlamento; mas, na Galeria dos Repórteres, lá estava um Quarto Estamento mais importante do que todos eles)
Carta de Thomas Jefferson para Charles Yancey (1816):
“Where the press is free, and every man able to read, all is safe”
O ‘quarto poder’ e os Três Poderes
A imprensa e a democracia no Ocidente
O Quarto Poder é o vigilante (watchdog) dos Três Poderes, complementar ao sistema de freios e contrapesos (checks and balances) da democracia
Vigilante das condições de vida e dos direitos humanos de uma população, como definiu Amartya Sen:
“In the terrible history of famines in the world, no substantial famine has ever occurred in
any independent and democratic country with a relatively free press”
(Na terrível história da fome no mundo, nenhuma grave crise jamais ocorreu em
A ética no jornalismo
A ética jornalística: isenção, equilíbrio e “imparcialidade”
Princípios editoriais e códigos de conduta no jornalismo:
objetividade independência precisão
sigilo da fonte interesse público
Mídia, Interesse Público e opinião pública
“Interesse Público?
O que existe de comum numa coletividade?
Quais mecanismos constroem o interesse público? Quais instâncias estão autorizadas a defini-lo?
(Armando Medeiros de Faria, “Imprensa e Interesse Público” – Comunicação Pública, 2012)
É papel da imprensa reconhecer as opiniões predominantes em uma sociedade Credibilidade versus audiência: dilema da imprensa e da produção de informação contemporânea
Como a mídia funciona
A produção da notícia
A pirâmide invertida e os ‘Five Ws’
Mais
importante
Menos
importante
Perguntas:
Quem O quê Quando Onde Por quêOs meios de comunicação
A tecnologia e o fazer jornalístico
Impresso
Rádio
TV
Online
Redes
sociais
O consumo da informação
É preciso (re)aprender a consumir informação
A imprensa ainda tem um importante papel de vigilante dos donos do poder político e/ou econômico
Credibilidade ainda é um valor para a imprensa
Consumidor da notícia ainda precisa saber se quer se informar ou ter razão
O desafio ainda é informar com isenção, equilíbrio, objetividade, precisão, relevância e transparência
Imprensa e interesse público
A imprensa ainda é a vitrine de exibição dos temas da agenda pública
O jornalismo profissional ainda é insubstituível para que os assuntos
sejam reconhecidos e valorizados na esfera pública
(Armando Medeiros de Faria, “Imprensa e Interesse Público” –
Comunicação Pública, 2012)
IFLA – International Federation of Library Association
Comunicação Democrática – Eugênio Bucci
A Comunicação Democrática é desinteressada. Ela existe para atender ao direito à informação;
A Comunicação Democrática é uma aposta na sabedoria dos cidadãos;
A Comunicação Democrática se expõe a ser examinada pelos seus interlocutores e que se sabe apenas parte de um processo maior do que ela mesma;
“a liberdade de opinião é uma
farsa se a informação sobre os fatos não
estiver garantida e se não forem os próprios
fatos o objecto do debate.”
A Oficina Municipal agradece sua participação.
Missão
Cidadãos e gestores públicos constroem juntos cidades mais humanas.
Visão
