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AVALIAÇÃO DA PROPENSÃO A QUEDA EM IDOSOS PRATICANTES DE PILATES E MUSCULAÇÃO

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AVALIAÇÃO DA PROPENSÃO A QUEDA EM IDOSOS PRATICANTES DE PILATES E MUSCULAÇÃO

LACERDA, Ana Luz *, BOAVENTURA, Cristina de Matos **

* Acadêmica do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo UNITRI- MG, Brasil. ( niinha.luuz@gmail.com )

** Orientadora e Professora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo UNITRI – MG, Brasil. ( c_boaventura@hotmail.com )

RESUMO

INTRODUÇÃO: O envelhecimento humano vem acompanhado de modificações físicas e psicológicas que contribuem para o surgimento de novas demandas de saúde. O envelhecimento pode ser conceituado como um conjunto de modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, que determina a perda progressiva da capacidade de adaptação do individuo ao meio ambiente, sendo considerado um processo dinâmico e progressivo. Objetivo: O objetivo do presente estudo foi comparar a propensão de quedas em idosos do sexo masculino e feminino, praticantes de pilates e musculação. Metodologia: A amostra foi composta por 60 idosos com idade entre 60 a 80 anos sendo 30 do sexo masculino, 15 praticantes de pilates e 15 praticantes de musculação e 30 do sexo feminino sendo 15 praticantes de pilates e 15 praticantes de musculação, que foram avaliados através dos testes “Timed Up and Go” e “Funcional Reach test”. Conclusão: De acordo com os resultados na presente pesquisa o método pilates demostrou uma influência maior em relação a diminuição do risco de queda em idosos, ou seja idosos praticantes de pilates tem um melhor equilíbrio.

Palavras chaves: Idoso, queda, exercício físico, pilates, musculação.

INTRODUÇÃO

A Organização Mundial de Saúde – OMS definiu como idoso um limite de 65 anos ou mais de idade para os indivíduos de países desenvolvidos e 60 anos ou mais de idade para indivíduos de países subdesenvolvidos, (MANCUSSI E FARO, 2005).

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2 No Brasil, são consideradas idosas as pessoas com mais de 60 anos. Esta idade também é usada como delimitador pela Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com o instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de idosos em nosso país é um dos maiores do mundo – 14,5 milhões de pessoas com mais de 60 anos, em 2000- e deverá se multiplicar-se por cinco até 2025, assumindo-se os pressupostos de grandes pesquisadores, (GÓIS E VERAS et al., 2010).

O envelhecimento pode ser conceituado como um conjunto de modificações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, que determina a perda progressiva da capacidade de adaptação do individuo ao meio ambiente, sendo considerado um processo dinâmico e progressivo. O declínio das funções orgânicas, manifestadas durante o envelhecimento, tende a aumentar com o tempo, com um ritmo que varia não só de um órgão para o outro, mas também entre idosos da mesma idade. Essas diferenças no processo de envelhecimento devem-se às condições desiguais de vida e de trabalho, a que estiveram submetidas às pessoas idosas (FERREIRA et al., 2010).

Devido as alterações fisiológicas do envelhecimento umas das maiores consequências é o desequilíbrio do idoso que leva a diversos episódios de quedas.

Para a American Geriatrics Society (AGS) e a British Geriatrics Society (BGS), quedas são definidas como um contato não intencional com a superfície de apoio, resultante da mudança de posição do indivíduo para um nível inferior à sua posição inicial, investigando a ocorrência da queda com fatores intrínsecos e extrínsecos (FALSARELLA et al., 2014).

O Teste do Alcance Funcional (FRT) foi elaborado em 1990, por Duncan. É um instrumento de avaliação que identifica as alterações dinâmicas do controle postural. Deslocamentos menores que 15 cm indicam fragilidade do paciente e risco de quedas. O teste apresenta boa confiabilidade. O Timed Up and Go Test (TUG) foi desenvolvido por Podsidlo e Richardson em 1997, é um teste de equilíbrio comumente utilizado para examinar a mobilidade funcional. O teste requer que o indivíduo se levante, caminhe 3 metros, vire, caminhe de volta e sente (PORTNOY et al., 2017)

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3 Evidências científicas indicam claramente que a participação em programas de atividades físicas é uma forma independente para reduzir e/ou prevenir uma série de declínios funcionais associados com o envelhecimento. Assim, os principais benefícios de um comportamento ativo do idoso podem ser classificados basicamente nas esferas biológica, psicológica e social, destacando-se, entre esses benefícios: aumento/manutenção da capacidade aeróbia; aumento/manutenção da massa muscular; redução da taxa de mortalidade total; prevenção de doenças coronarianas; melhora do perfil lipídico; modificação da composição corporal em função da redução da massa gorda e risco de sarcopenia; prevenção/controle da diabete tipo II e hipertensão arterial; redução da ocorrência de acidente vascular cerebral; prevenção primária do câncer de mama e cólon; redução da ocorrência de demência; melhora da autoestima e da autoconfiança; diminuição da ansiedade e do estresse; melhora do estado de humor e da qualidade de vida (MACIEL 2010).

O método pilates trabalha o corpo em uma globalidade. Consiste em uma atividade física, composta por uma série de exercícios, desenvolvidos por Joseph Pilates, cuja principal característica é um trabalho de condicionamento físico baseado na respiração e consciência corporal, através de princípios que pregam o menor gasto de energia e a globalidade dos movimentos (RODRIGUES et al., 2009).

A literatura aponta como vantagens do método Pilates: estimular a circulação, melhorar o condicionamento físico, a flexibilidade, o alongamento e o alinhamento postural. Pode melhorar os níveis de consciência corporal e a coordenação motora (COMUNELLO, 2011).

A musculação é uma atividade onde uma determinada resistência é vencida, podendo ser essa resistência aparelhos, barras livres, halteres, anilhas e o próprio peso corporal (MONTENEGRO, 2015).

A prática de exercícios físicos, além de combater o sedentarismo, contribui de maneira significativa para a manutenção da aptidão física do idoso minimizando o risco dos fatores intrínsecos dando uma autonomia maior para executar as atividades diárias com isso diminuindo o risco de quedas nessa população.

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4 A presente pesquisa teve como proposito servir de fontes para estudos, visto que são escassos os estudos sobre o tema escolhido alertando dessa forma para importância da prevenção de quedas no público idoso através da introdução de exercícios físicos.

Essa pesquisa foi de grande importância pessoal, pois a mesma ira proporcionou o aprendizado de desenvolver uma pesquisa cientifica e o conhecimento sobre os métodos utilizados na avaliação de quedas em idosos.

Portanto, o objetivo do presente estudo foi comparar a propensão de quedas em idosos do sexo masculino e feminino, praticantes de pilates e musculação.

METODOLOGIA

Casuística

A pesquisa realizada foi de caráter descritivo, abordagem quantitativa e delineamento transversal. A amostra não probabilística por conveniência foi composta por 60 participantes sendo 30 voluntários do sexo femininos, sendo 15 praticantes de pilates e 15 praticantes de musculação e 30 voluntários do sexo masculino sendo 15 praticantes de pilates e 15 praticantes de musculação.

Fizeram parte dos critérios de inclusão: idosos com idade entre 60 a 80 anos de ambos os sexos, deambulantes, sem déficits visuais, que apresentem um bom estado de saúde; e que assinaram o termo de consentimento livre esclarecido (TCLE).

Fizeram parte dos critérios de exclusão: idosos com idade acima de 80 anos e abaixo de 60 anos; idosos não deambulantes; deficientes visuais, e aqueles idosos que apresentam teste como: hipertensão arterial descontrolada; vertigem; angina instável; embolia pulmonar recente; arritmia não controlada; Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) descompensada, hipotensão 80/50 mmHg, taquicardia de repouso > 120 batimentos por minutos (bpm), fraturas de membros inferiores (MMII) nos últimos três meses, presença de órteses e dor com intensidade que prejudica a deambulação e que não assinarem o TCLE.

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5 Todos os idosos receberam esclarecimento sobre os objetivos do estudo e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE. A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética de Pesquisa (CEP) n° 168.717.

Os idosos foram abordados com consentimento da instituição a participar da pesquisa. Durante a abordagem foram apresentados os objetivos da pesquisa, realizados os esclarecimentos devidos acerca do critério de sigilo, assim como liberdade de não participar, bem nenhum prejuízo ou constrangimento perante o vinculo estabelecido com a mesma, bem como a condição de assinar o TCLE. Em caso de aceite, foi solicitado a assinatura do TCLE no momento que acontece a aplicação do questionário, que foi realizado em horários previamente acordados entre os participantes e os realizadores da pesquisa.

Materiais e Métodos

Para a avaliação da propensão a quedas foram utilizados os seguintes testes: “Timed Up and Go Test” (TUG) e “Functional Reach Test” (FR).

O TUG é um teste de equilíbrio comumente utilizado para examinar a mobilidade funcional. O teste requer que o indivíduo se levante, caminhe três metros, vire, caminhe de volta e sente. O idoso foi instruído a executar a tarefa de forma segura e o mais rapidamente possível e o seu desempenho foi analisado em cada uma dessas tarefas através da contagem do tempo necessário para realizá-las. Os indivíduos adultos independentes e sem alterações no equilíbrio, realizaram o teste em 10 segundos ou menos; os que são dependentes em transferências básicas, realizaram o teste em 20 segundos ou menos e os que necessitam mais de 20 segundos para realizar o teste são dependente sem muitas atividades da vida diária e na mobilidade, esse último valor indica a necessidade de intervenção adequada.

Para a aplicação do teste “Timed Up and Go” foi utilizado uma cadeira sem braços, um cronômetro digital da marca Vollo e fichas para anotação dos dados. Antes do início do exame os voluntários receberam informações sobre a execução do teste e, a partir da voz de comando do examinador, iniciou-se o teste. No início da cronometragem o voluntário partiu da posição inicial com as costas apoiadas no encosto da cadeira, membros superiores ao longo do corpo

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6 e pés paralelos no chão, levantaram da cadeira sem braços, percorreram a distância de três metros e retornaram à cadeira no menor tempo possível. Foi permitido que os voluntários fizessem o teste três vezes, sendo que a primeira foi apenas para aprendizado (não foi permitido que o voluntário recebesse nenhuma ajuda de outra pessoa durante o teste).

O “Functional Reach Test(FRT) foi elaborado em 1990, por Duncan et al. É um instrumento de avaliação que identifica as alterações dinâmicas do controle postural, no qual foi solicitado ao paciente que ficasse em pé, com o ombro direito próximo a uma parede, onde foi colocada uma régua ou fita métrica, realizando uma flexão anterior do braço a 90° com os dedos da mão estendidos. Nessa posição, o comprimento do membro superior direito do paciente foi registrado na régua. Após esse procedimento, foi pedido ao paciente que fizesse a tentativa de alcançar algum objeto à frente, sem dar passos ou efetuar qualquer estratégia compensatória. O resultado do teste foi representado pela média, após três tentativas, da diferença entre a medida na posição inicial e a final registrada na régua. Deslocamentos menores que 15 cm indicaram fragilidade do paciente e risco de quedas.

RESULTADOS

Participaram desta pesquisa, 60 idosos, sendo que 30 (50%), do gênero masculino e 30 (50%), do gênero feminino. No grupo masculino, 15 (50%) idosos praticam Pilates e 15 (50%) idosos Musculação, no grupo feminino 15 (50%) idosas praticam Pilates e 15 idosas (50%) Musculação, todos os idosos passaram pelos testes FRT e TUG.

A frequência de atividade física desses idosos são de 2 a 3 vezes dias na semana em relação ao pilates, e o tempo médio da pratica é cerca de 1 á 2 anos. Na pratica da musculação a frequência média dos participantes ficaram de 4 a 5 dias na semana, e o tempo médio de 1 ano.

Na tabela 1, estão demonstrados os valores mínimos, valores máximos, médias e desvios padrão, relativos à idade, aos dados obtidos nos testes FRT e TUG, pelos idosos dos dois grupos.

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7 Tabela 1 – Valores mínimos, valores máximos, médias e desvios padrão, relativos à idade, aos dados obtidos no teste FRT e no TUG, quando submetidos às atividades de Pilates e de Musculação.

Valores V. Mínimos V. Máximos Médias Desvios Padrão Gr. Feminino

Pilates

Idade (anos) 60 77 65 anos 1 mês 5 anos 9 meses

FRT (cm) 14,60 43,00 31,31 8,77

TUG (seg) 5,09 10,00 7,06 1,45

Musculação

Idade(anos) 60 78 68 anos 4 meses 5 anos 6 meses

FRT (cm) 10,00 37,30 26,52 8,87

TUG (seg) 4,00 11,93 7,28 2,07

Gr. Masculino Pilates

Idade (anos) 60 80 69 anos 4 meses 7 anos 1 mês

FRT (cm) 18,30 43,00 35,69 7,80

TUG (seg) 4,48 11,00 6,46 1,69

Musculação

Idade (anos) 62 80 69 anos 2 meses 5 anos 3 meses

FRT (cm) 16,00 46,80 30,95 8,18

TUG (seg) 4,00 8,00 6,09 1,02

De acordo com a Tabela 1, as médias de tempo do TUG em idosos praticantes de pilates e musculação do sexo masculino e feminino foram menores que 10 segundos. Referente as médias do teste TUG os praticantes de pilates do sexo feminino obtiveram 7,06 +/- 1,45 segundos, praticantes de musculação obtiveram 7,28 +/- 2,07 segundos. Praticantes de pilates do sexo masculino obtiveram 6,46 +/- 1,69 segundos, praticantes de musculação obtiveram 6,09 +/- 1,02 segundos.

Referente as médias do teste FRT os praticantes de pilates do sexo feminino obtiveram 31,31 centímetros. Praticantes de musculação obtiveram +/- 26,52 centímetros. Praticantes do sexo masculino de pilates obtiveram +/- 35,69 centímetros e praticantes de musculação obtiveram +/-30,95 centímetros.

Com objetivo de verificar a existência ou não de correlações, significantes, entre as idades, o nível de equilíbrio e a propensão de queda através do FRT e TUG de todos os idosos, foi aplicado o Coeficiente de Correlação por Postos de Spearman (SIEGEL, 1975), considerando-se os

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8 resultados dos que se submeteram ao Pilates e os que se submeteram à Musculação.

O nível de significância foi estabelecido em 0,05, em um teste bilateral. Os resultados estão demonstrados na tabela 2.

Tabela 2 – Valores de rs e das probabilidades a eles relacionadas, encontrados quando da aplicação do Coeficiente de Correlação por Postos de Spearman às idades, ao nível de equilíbrio e à propensão de queda dos idosos, considerando-se os resultados dos que se submeteram ao Pilates e os que se submeteram à Musculação.

Variáveis Analisadas Valores de rs Probabilidades Pilates Idade x FRT -0,1126 0,554 Idade x TUG 0,3291 0,076 FRT x TUG -0,1692 0,371 Musculação Idade x FRT -0,1402 0,460 Idade x TUG 0,3687 0,045* FRT x TUG -0,3679 0,045* (*) p < 0,05

De acordo com os resultados demonstrados na tabela 2, foi encontrada correlação positiva, significante, entre os valores das variáveis Idade e teste de TUG, nos grupos que praticaram Musculação.

Referente as correlações da tabela 2 para praticantes de pilates, quando comparado idade e FRT obtiveram valores de 0,554, quando comparado idade e TUG 0,076, quando comparado FRT e TUG 0,37. Para praticantes de musculação obtiveram valores de 0,460 quando comparado idade e FRT, quando comparado idade e TUG 0,045 e quando comparado FRT e TUG 0,045.

Isto indica que, à medida em que os valores de uma das variáveis aumentam, os valores da outra variável aumentam, também; à medida em que os valores de uma das variáveis diminuem, os valores da outra variável diminuem também, ou seja: maior o TUG maior idade, portanto os voluntários mais velhos levaram mais tempo para realizar o TUG.

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9 Foi encontrada, também, correlações negativas, significantes, entre os valores das variáveis FRT e teste de TUG nos grupos que praticaram Musculação concluindo que os voluntários que tiveram o FRT negativo, levaram mais tempo para realizar o TUG.

Portanto, a medida em que os valores de uma das variáveis aumentam, os valores da outra variável diminuem; à medida em que os valores de uma das variáveis diminuem, os valores da outra variável aumentam, ou seja: maior o FRT menor o TUG, portanto os voluntários que deslocaram menos levaram mais tempo para realizar o TUG

Com interesse em verificar a existência ou não de diferenças, significantes, entre as idades, o nível de equilíbrio e a propensão de queda das idosas, que participaram de atividades de Pilates e de Musculação, foi aplicado o teste U de Mann-Whitney (SIEGEL, 1975), aos dados em questão.

O nível de significância foi estabelecido em 0,05, em um teste bilateral. Os resultados estão demonstrados na tabela 3.

Tabela 3 – Probabilidades encontradas, quando da aplicação do teste de Mann-Whitney às idades, ao nível de equilíbrio e à propensão de queda das idosas, que participaram de atividades de Pilates e de Musculação.

Variáveis Analisadas Probabilidades

Idade – Pilates x Musculação 0,1383

FRT – Pilates x Musculação 0,0207*

TUG – Pilates x Musculação 0,7280

De acordo com os valores encontrados na tabela 3 quando comparados pialtes e musculação referentes a idade, obtiveram valores de 0,1383, referentes a FRT 0,0207 e em relação a TUG 0,7280.

De acordo com os resultados demonstrados na tabela 3, foram encontradas diferenças significantes, entre os valores da variável FRT, quando comparados com os resultados obtidos pelos idosos que se submeteram ao Pilates e à Musculação, sendo que os resultados mais elevados foram obtidos pelos idosos que se submeteram ao Pilates.

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10 O envelhecimento é um processo involuntário e inevitável que provoca perda estrutural e funcional progressiva no organismo, com deteriorações da capacidade funcional, perda da massa e força muscular decorrente principalmente da sarcopenia, perda da massa óssea e da produção hormonal, lentidão no tempo de reação, os quais são fatores de risco que levam a perda de autonomia e aumento nos riscos de queda (ENGERS et al., 2016).

A perda destas capacidades leva a quedas cujas as causas, podem ser agrupadas em fatores intrínsecos, aqueles relacionados com as alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento como condições patológicas e consumo de medicamentos. Os fatores extrínsecos estão ligados aos perigos ambientais, devido às inadequações arquitetônicas e de mobiliário, que a maioria dos idosos está exposta (GOMES et al., 2014).

O risco de quedas pode ser minimizado com a prática de exercícios físicos. A atividade física tem sido comprovada como fator de melhora da saúde global do idoso, sendo o seu incentivo, uma importante medida de prevenção das quedas, oferecendo aos idosos maior segurança na realização de suas atividades de vida diária. Além disso, o exercício proporciona aumento do contato social, diminui os riscos de doenças crônicas, melhora a saúde física e mental, garante a melhora da performance funcional e consequentemente, leva a uma maior independência, autonomia e qualidade de vida do idoso (GUIMARÃES et al. 2004)

Na presente pesquisa a média de idade obtida para o sexo feminino de voluntários praticantes de pilates foram de 65 anos e 1 mês +/-5 anos e 9 meses e praticantes de musculação foi de 68 anos e 4 meses +/- 5 anos e 6 meses. Para o sexo masculino a idade média dos praticantes de pilates foram de 69 anos e 4 meses +/-7 anos e 1 mês e para os praticantes de musculação foi de 69 anos e 2 meses +/- 5 anos e 3 meses. Dados semelhantes também foram observados por Hansen (2016) onde a amostra foi composta de 127 idosos ativos do sexo masculino e feminino, deste total a média de idade destes idosos foi de 70,44 anos +/- 7,28 anos; a faixa etária predominante foram de 60 a 79 anos para 55,9% dos idosos.

O teste Functional Reach Test (FRT) foi realizado buscando averiguar o equilíbrio e risco de queda dos participantes. Os dados levantados neste

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11 estudo apontam deslocamento maior que 15 cm o que indica que tanto os praticantes de pilates como os de musculação não apresentam propensão a quedas. No presente estudo a média do FRT obtida para o sexo masculino dos voluntários praticantes de pilates foi de 35,69+/- 7,80 centímetros e no feminino foi de 37,31 +/- 8,77 centímetros. E para musculação a média obtida para os voluntários do sexo masculino foi de 30,95 +/- 8,18 centímetros, e do feminino foi de 26,52 +/- 8,87 centímetros. Este resultado é semelhante ao estudo realizado por Neto (2015) que avaliou 36 mulheres saudáveis na faixa etária de 60 a 90 anos de idade, os voluntários foram submetidas ao teste de alcance funcional (FRT) e também obtiveram deslocamentos maiores que 15 cm apresentando uma média de (25,6 +/- 1,0 cm) de deslocamento. Lacroix 2015 avaliou 25 idosos do sexo masculino saudaveis na faixa etaria de 60 a 80 anos de idade, onde foram subemtidos ao FRT e também obtveram deslocamentos maiores que 15 cm apresentando uma média de (32,2 +/- 3,9).

Segundo Podsiadlo e Richardson (1991) o teste TUG tem como parâmetro o tempo gasto para os indivíduos adultos independentes e sem alterações no equilíbrio que realizaram o teste em 10 segundos ou menos; os que são dependentes em transferências básicas, realizaram o teste em 20 segundos ou menos e os que necessitam mais de 20 segundos para realizar o teste são dependente sem muitas atividades da vida diária e na mobilidade, esse último valor indica a necessidade de intervenção adequada. De acordo com os dados encontrados no presente estudo, nos idosos praticantes de musculação e pilates, o TUG apresentou um tempo menor que 10 segundos sendo que a média obtida para o sexo masculino dos voluntários praticantes de pilates foi de 6’,46’’+/-1’,69’’ e do sexo feminino foi de 7’,06’’+/-1’,45’’ e a média dos voluntários do sexo masculino praticantes de musculação foi de 6’,09’’+/-1’,02’’ e do sexo feminino foi de 7’,28’’+/-2’,07’’, demonstrando que os idosos avaliados nesta pesquisa foram considerados independentes nas Atividades Básicas de Vida Diária. Dados semelhantes também foram observados por Carmelo (2011) em uma amostra composta por 28 idosas, sendo 14 idosas não-sedentárias com média de idade de 67,20 +/- 4,21 anos e 14 idosas sedentárias com média de idade de 68,78 +/- 5,26 anos, foi demonstrado que as idosas não sedentárias realizaram o TUG em tempo significativamente

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12 menor que idosas sedentárias. Ramnath (2018) avaliou 28 idosos do sexo masculino submetidos ao TUG e observou valores menores que 10 segundos com uma média de (7,3 +/- 1,7) segundos dados estes que também concordam com os resultados encontrados na presente pesquisa.

Em relação as análises estatísticas a amostra demostrou uma correlação positiva quando comparado idade e TUG demostrando que quanto maior a idade do voluntário maior foi o tempo gasto para caminhar. Este resultado foi semelhante ao estudo realizado por Silva (2008) onde notou-se que os resultados do TUG apresentaram um aumento significativo no tempo de realização, condizente com a progressão da idade. Já MACIEL E GUERRA (2005) em sua pesquisa constatou que idosos acima de 75 anos tem cerca de oito vezes mais possibilidade de ter sua mobilidade comprometida no TUG, quando comparados aos idosos com menos de 75 anos.

Foi encontrado também uma correlação negativa entre o FRT e TUG, ou seja quanto menor os valores de FRT maior o tempo gasto no TUG este dado pode estar relacionado com o processo de envelhecimento que é um processo involuntário e inevitável provocando perda estrutural e funcional progressiva no organismo, com deteriorações da capacidade funcional, perda da massa e força muscular decorrente principalmente da sarcopenia (ENGERS et al., 2016).

Outro dado encontrado na presente pesquisa foi em relação a comparação dos testes realizados entre as duas modalidades demostrando que o FRT foi maior nos voluntários praticantes de pilates, ou seja, quem faz pilates tem maior mobilidade e menor risco de desequilíbrio. Isso se deve ao método pilates ser uma atividade onde os exercícios são executados em consonância com a forma de respirar e objetam atender aos seguintes princípios: “controle, precisão, centralização, fluidez de movimento, concentração e respiração onde trabalha de forma isométrica, concêntrica e excêntrica, visando um fortalecimento e principalmente um alongamento global da musculatura do corpo (SANTOS et al., 2011).

Durante a realização da presente pesquisa, não ocorreram dificuldades dos voluntários na prática dos testes TUG e FRT, pois são testes de fácil

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13 entendimento e execução, portanto não causaram desgaste físico aos voluntários que, em poucos minutos poderão realizar o teste.

CONCLUSÃO

De acordo com os resultados na presente pesquisa o método pilates demostrou uma influência maior em relação a diminuição do risco de queda em idosos, ou seja idosos praticantes de pilates tem um melhor equilíbrio.

REFERÊNCIAS

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14 9- GUIMARÃES, L H C T; GALDINO, D C A; MARTINS F L M; VITORINO, D F M; PEREIRA, K L; CARVALHO, E M. Comparação na propensão de quedas em idosos que praticam atividade física e sedentários. Revista Neurociências 2004.

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Referências

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