Novembro/2019
“ A EDUCAÇÃO AMBIENTAL É A BASE PARA UM
MUNDO SUSTENTÁVEL.”
MSc. Francisco José Pereira de Oliveira
MSc. Rodrigo Martins Campos de Oliveira
• PROBLEMAS E SOLUÇÕES NA GESTÃO DE RSU
• “PAY AS YOU THROW” – PAGUE PELO QUE DESCARTA:
ESTUDO DE CASO
• CONSEQUÊNCIAS DA AUSÊNCIA OU DO DESCONHECIMENTO TÉCNICO DA
DISPOSIÇÃO DE RSU’s
INTRODUÇÃO
PROBLEMAS E SOLUÇÕES NA GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DA ONU
12.2 Até 2030 - gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais
12.3 Até 2030 - reduzir pela metade o desperdício de alimentos per
capita mundial
12.4 Até 2020 - alcançar o manejo ambientalmente saudável dos
produtos químicos e minimizar seus impactos negativos sobre a
saúde humana e o meio ambiente
12.5 Até 2030 - reduzir substancialmente a geração de resíduos por
meio da prevenção, redução, reciclagem e reuso
Fonte: ONU, 2015
ODS 12 – CONSUMO E PRODUÇÃO
RESPONSÁVEIS
3.9: Até 2030, reduzir substancialmente o número de mortes e doenças
por produtos químicos perigosos, contaminação e poluição do ar e água
do solo
Fonte: “World Health Statistics 2018” – OMS, 2018
11.6: Até 2030, reduzir o impacto ambiental negativo per capita das cidades, inclusive prestando especial atenção à qualidade do ar, gestão de resíduos municipais e outros
ODS 3: ASSEGURAR UMA VIDA
SAUDÁVEL E PROMOVER O
• Ter saneamento básico é um fator
essencial para um país poder ser
chamado de país desenvolvido.
• Cada real investido em saneamento economiza nove reais em saúde,
segundo Organização Mundial da Saúde (Nov, 2017)
Fonte: Trata Brasil, 2018
• Os serviços de água tratada, coleta, tratamento dos esgotos e destinação adequada
de resíduos sólidos levam à melhoria na Saúde.
• Segundo a Unicef, todo dia mais de 800 crianças morrem de doenças provocadas por contaminação em água sem qualidade, falta de higiene e de saneamento
• No Brasil, 35% das cidades sofrem com doenças ligadas a falta de saneamento (IBGE, 2018)
• Estima-se que 65% das internações de crianças com menos de 10 anos sejam provocadas
por males oriundos inexistência de esgoto e água limpa (BNDES,2017)
• Crianças em áreas sem saneamento básico apresentam 18% a menos no rendimento
escolar. (Trata Brasil 2013)
• Em 2017, 58,5% dos 5.570 municípios
brasileiros não possuem Plano Municipal de Saneamento básico e 46% não possuí Plano
municipal de resíduos sólidos.
• Brasil precisará investir R$ 149,5 bilhões em coleta e tratamento de esgoto nos próximos 18 anos para atender os brasileiros (ANA, 2017)
• Hoje cerca de 40,9% dos resíduos sólidos são levados a locais inadequados (ABRELPE, 2017)
40,9% - Inadequado
(ABRELPE, 2017)
• O custo ambiental e de saúde dos lixões é de
R$ 30 bilhões até 2021 para os municípios.
• Para acabar com os lixões, seriam necessários quase R$ 10,5 bilhões. (ABRELPE, 2017)
• Apesar da existência da coleta de lixo domiciliar (90%), ainda são depositados todos os tipos de resíduos em locais impróprios.
• Consequências:
– Aumento da incidência de enchentes
– Contaminação das águas
– Mau cheiro
– Aumento de vetores o que acarreta no aumento
das doenças na população principalmente as crianças:
Dengue: acúmulo de água suja
Leptospirose: contato com a urina do rato nas enchentes Febre Tifóide: ingestão de alimentos ou água contaminada Alergias
Infecções Intestinais: ingestão de alimentos e água contaminada
DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS EM
• Os gastos com limpeza urbana: R$28,5 bi (ABRELPE, 2017; BRASIL, 2017):
– 0,43% do PIB
– 0,74% das despesas públicas (Federais+Estaduais+Municipais)
– 6,1% dos gastos municipais (chegam até 20% do orçamento municipal)
• A dívida de prefeituras com empresas de limpeza urbana é superior a R$ 10 bilhões (ABLP, 2017).
Fonte: ABRELPE, 2009 a 2015
+8,73%
RECURSOS COM RESÍDUOS
MAS NÃO É APENAS UMA QUESTÃO
DE RECURSOS FINANCEIROS…
Quando jogamos algo fora....
...na realidade jogamos dentro
Fonte: www.apcergroup.com.br
• Cerca de 30,4% dos municípios não tem nenhum tipo de programa de reciclagem e, do restante, a atividade não abrange a totalidade da área urbana (ABRELPE, 2016).
• Cerca de 75% das pessoas declaram que não separam materiais recicláveis e 66% desconhecem
a coleta seletiva (IBOPE, 2018)
• Apenas 4,7% dos resíduos domiciliares foram coletados de forma seletiva (SNIS, 2017)
– A recuperação de resíduos recicláveis secos (papel, metais, vidro e plástico) é de 1,8% do volume total, ou seja, 5,7% do material potencialmente reciclável (SNIS, 2017).
•
Lei 12.305/2010: Política Nacional de Resíduos Sólidos
– Art. 9º, “Na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a seguinte ordem de prioridade:
O Plano Nacional (2012): Apresenta Incentivos Econômicos para financiar os serviços de limpeza pública que podem servir como guia a realidade brasileira. “O principal sistema de cobrança que os países da Comunidade Européia buscam implementar é a taxaPAYT (Pay-as- you-throw)”
Fonte: BRASIL 2012, p.47
Hierarquia na Gestão de resíduos
CONTEXTO BRASIL – POLÍTICA
NACIONAL DE RESÍDUOS
R$ 250,00 R$ 250,00 R$ 250,00
• PAYT é um programa de precificação unitária similar ao serviço de água e luz: Munícipe só paga por serviço utilizado (NEWILL, 2003)
– Este Instrumento econômico aplica o princípio do “poluidor pagador” (MORLOK, 2017)
– Faz com que as pessoas separem mais o material reciclável e reduzam a geração de resíduos (MIRANDA, 1996)
– Permite que o munícipe tenha controle sobre seu lixo e seus gastos • Vamos comparar três residências de mesmo tamanho, na mesma rua:
Uma família de 5 pessoas Uma família de 2 pessoas Uma casa vazia há dois anos.
O QUE É O INCENTIVO ECONÔMICO
“PAY AS YOU THROW”?
FONTE: Waste Zero
• Como Funciona?
Serviço pré-pago similar aos correios:
Formatos do sistema
Contentor ou assinatura Saco de lixo oficial Etiqueta ou adesivos oficiais
Sistema híbrido Sistema por peso
Lei n. 6.538/1978:
Art. 8º - São atividades correlatas ao serviço postal: I - venda de selos Art. 36– Falsificar selo => Pena: reclusão, até oito anos
Art. 47
SELO - estampilha postal destinadas a comprovar o pagamento da prestação de um serviço postal.
TARIFA - valor, fixado em base unitária, pelo qual se determina a importância a ser paga pelo usuário do serviço postal.
COMO FUNCIONA O PROGRAMA
PAYT?
• Programa implantado em municípios: Estados Unidos, Canada, Bélgica, Alemanha, França, Itália,
Portugal, Japão, Coréia do Sul, Grécia, Finlândia, Holanda, Dinamarca (GIACOMETTI, 2007; BRASIL,
2012; ABRELPE, 2017)
– Nos Estados sua disseminação foi na década de 1980 – Recente implantado nas Bahamas
– Estudado na Colômbia 1980 2.000 Municípios 2000 4.032 Municípios 2003 6.000 Municípios 2006 7.100 Municípios 2011 9.000 Municípios Fonte: Elaborado pelo autor
“Comunidades que buscam “Lixo Zero” devem reportar o progresso anual do Plano Zero Desperdício:
1. Implementar “pay as you throw” ou outros incentivos financeiros para os geradores para incentivá-los a gastar menos e reciclar mais.”
ZERO WASTE INTERNATIONAL ALLIANCE
(http://zwia.org/community-recognition)
ONDE É UTILIZADO O PROGRAMA
PAYT?
Mount Vernon, Iowa A população conseguiu reduzir cerca de 40% da quantidade de resíduos levados ao aterro sanitário. (NEWILL, 1997).
Austin, Texas
Conseguiu reduzir 28,5% dos resíduos enviados a aterro sanitário (NEWILL, 2003).
Falmouth, Maine A quantidade de volume destinada a reciclagem cresceu 50% e o volume depositado em
aterros caiu 35% gerando economia de US $88 mil/ ano para o município (NEWILL, 2003).
San Jose, California
O município de San Jose com 1, 025 Milhão de habitantes em 2016. No primeiro ano a
reciclagem cresceu 146%. A redução de rejeitos atingiu 60%. (MIRANDA, 1996).
Charlottesville, Virginia
Com o sistema PAYT houve redução de 14% no peso do rejeito e 37% no volume. A separação de material reciclado cresceu 16% (FULLERTON, 1996).
• Na Coreia do Sul as taxas de resíduos depositados em aterros ou incinerados após o sistema PAYT caíram 48% (KINNAMAN, 2006)
• Em Dresden Na Alemanha, a geração de resíduos per capita reduziu em 50% desde 1994.
Pay as you throw proporciona benéficos sociais, ambientais e financeiros
BENEFÍCIOS DO PROGRAMA PAYT
Definição da unidade de pesquisa:
• Estados Unidos (EPA)
• Massachussets (351)
• Municípios com PAYT (147)
• Operação Porta a Porta (60)
• Sistema de coleta de sacos (37) • Ranking por população (5)
• Estudos de casos (3)
Fonte: Elaborado pelo autor Fonte: MassDep, 2018
• Sacos de lixo • Porta a porta • Coleta Manual
WORCESTER -51% 32% BROCKTON -28% 22% Aumento na separação de materiais recicláveis -58% 26% MALDEN
REDUÇÃO DE REJEITO E
CRESCIMENTO NA RECICLAGEM
Fonte: Elaborado pelo autor 0,71 1,14 1,29 0,32 0,76 0,51
WORCESTER BROCKTON MALDEN
Geração de Resíduo Ordinário per capita/dia (kg)
Antes Depois
SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA
DO SLU
Fonte: Elaborado pelo autor
Redução de aporte do fundo municipal
SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA
DO SLU
• RESPONSABILIDADE PROPORCIONAL AO DESCARTE (RPD)
– Dificuldades na arrecadação/custeio do SLU; – Equidade social;
– Redução de contaminantes no ambiente;
– Aumento na reciclagem e redução no uso de recursos naturais; – Aumento de remuneração ao catador
• Lei n. 11.445/2007: Política Nacional de Saneamento
– art. 29, item II, “serviços públicos de saneamento básico terão a sustentabilidade econômico financeira assegurada através da remuneração pela cobrança dos serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos urbanos.”
– Art. 35, Item III, Taxas ou tarifas do serviço de limpeza urbana e manejo de resíduos podem ser cobradas por o peso ou volume
Fatores Críticos de Sucesso para Implantação:
1. Administração Pública: “Vontade” de realizar (Reduzir taxa de coleta atual).
2. Comunicação: Ponto fundamental para ensinar como funciona o novo programa e os benefícios (equidade e
redução do imposto atual)
3. Planejamento: Entre 6 a 12 meses, realizar bom diagnóstico, realizar contratações necessárias com
antecedência. Planejas ações paralelas (recicláveis, compostagem, volumosos).
4. Descarte ilegal: Fortalecimento da fiscalização (risco maior), mapeamento e monitoramento de pontos
viciados.
5. Adequação legal: Instituir as diretrizes legais para o funcionamento do novo programa
Fonte: Elaborado pelo autor
REFLEXÕES PARA O SISTEMA
BRASILEIRO - PAYT
CONSEGUÊNCIAS DA AUSÊNCIA OU DO DESCONHECIMENTO
TÉCNICO NA DISPOSIÇÃO DOS RSU
Nome Localização Área (m2) Altura (m) Metodologia Operacional e/ou Construtuiva Ocorrência da ruptura Porte da ruptura (m3) Aterro Sanitário Bandeirantes São Paulo/SP 820.000 120 Aterro em células 1991 65.000
Aterro Sanitário Itapecerica da Serra Itapecerica da
Serra/SP --- --- Aterro em células 1992 8.000
Aterro Sanitário Lara Mauá/SP 880.000 --- Aterro em células 1995 100.000
Aterro Sanitário Itaquaquecetuba Itaquaquecetuba/SP 885.000 80 Aterro em células 2000 250 a 300.000
Aterro
Controlado de Juiz de Fora Juiz de Fora/MG 400.000 70 Aterro em células 2004 70.000 Aterro Sanitário do Guarujá Guarujá/SP --- --- Aterro em células 2004 40.000
Aterro Sanitário Itapecerica da Serra Itapecerica da
Serra/SP --- --- Aterro em células 2006 150.000
Aterro Sanitário Sítio São João São Paulo/SP 825.000 150 Aterro em células 2007 220.000
Aterro Sanitário Itaquaquecetuba Itaquaquecetuba/SP 885.000 80 Aterro em células 2011 360.000
Aterro da Resicontrol (Anaconda)
Tremembé/SP 300.000 50 Aterro em células 2013 190.000
Aterro Sanitário Guarulhos Guarulhos/SP 26.700 50 Aterro em células 2018 90.000
RUPTURAS EM ATERROS
SANITÁRIOS
ANTES DA RUPTURA APÓS A RUPTURA
Aterro Sanitário de São João - 2007
Aterro Sanitário de Itaquaquecetuba - 2011 Aspectos Prováveis Causas associadas Incidencias (%)
Operação
- Não comprimento das diretrizes do projeto: - Sistema de Drenagem - Conformação Final 70% Monitoramento Geotécnico 10% Projeto
Inexistência de Investigação Geotécnica 10%
Ineficiência do Sistema de Drenagem 70%
Inexistência de Projeto de Exploração de
Biogás 20%
Supervisão Inexistência de supervisão operacional eficaz 10%
RUPTURAS EM ATERROS
P R OB LEMA SOL UÇÃ O
5 HUBs
SP- Vila Olímpia SP- Pinheiros SP – Moema SP – Vila Madalena DF- Brasília RJ- Lapa260.000
kg
de Embalagens Coletadas• 43 toneladas de CO2 evitadas
• 230 grandes geradores
• 20 condomínios residenciais
Iniciativa se destaca ganhando repercussão e reconhecimento da imprensa, órgãos públicos e empresas.
I
NOVOS CLIENTES:
I
CLIMATE
VENTURES
Eng. Civil Francisco de Oliveira 45 anos em resíduos sólidos
MSc em Sustentabilidade Rodrigo de Oliveira