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Trabalho intermitente

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Academic year: 2021

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Trabalho intermitente

Fonte: Henrique Correia e Homero Batista

Questões da banca Vunesp e FCC

O que é trabalho intermitente? Inicialmente, vejamos o conceito: “Considera-se

como intermitente o contrato de trabalho no qual a prestação de serviços, com subordinação, ​não é contínua​​, ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e de inatividade, determinados em horas, dias ou meses, independentemente do tipo de atividade do empregado e do empregador, ​exceto

para os aeronautas​​, regidos por legislação própria.

Assim, podemos concluir que: em primeiro lugar, os aeronautas não são sujeitos à jornada intermitente que iremos falar, já que possuem legislação própria. É uma figura nova no direito brasileiro, que para Henrique Correia, não pode ser classificado apenas no binômio prazo determinado ou indeterminado, pois guarda características dos dois tipos.

Também menciona henrique, que esse tipo de trabalho não é possível de ser aplicado aos empregados domésticos, tendo em vista que a LC 150 estabelece a necessidade de prestação de serviços em período superior a duas vezes por semana.

De acordo com Homero Batista: “Entretanto – e sempre há uma conjunção adversativa na reforma de 2017 – o art. 452-A oficializa não somente o “bico”, mas

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também o contrato-zero. Causou furor o contrato-zero quando alguns países, como a Inglaterra, o instituíram e, de fato, mal se podia imaginar que a legislação brasileira fosse incorporar esse conceito extremamente controvertido de manter empregados registrados sem assegurar salário nem trabalho”.

E continua: “A figura é assustadora porque poderá resolver os índices de desemprego do Brasil sem que as pessoas tenham renda assegurada (nem vamos falar de dignidade assegurada, pois isso já seria ir longe demais). Suponha, por hipótese, que um buffet costuma ter vaga para 20 garçons extras em eventos de finais de semana, e, para sair da zona cinzenta em que se encontra no campo trabalhista, faça cadastro com 100 garçons e os contrate sob a modalidade do contrato-zero”.

O contrato de trabalho intermitente precisa ser celebrado por ​escrito e registrado na CTPS (Art. 452-A). ​​Ainda é preciso que contenha a identificação, assinatura e domicílio ou sede das partes, o valor da hora ou do dia de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não. Vejamos:

Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do estabelecimento que exerçam a mesma função em contrato intermitente ou não.

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A ausência das anotações acima mencionada faz com que o contrato de trabalho intermitente seja desconfigurado e convertido em contrato por prazo indeterminado, em virtude do princípio da continuidade da relação de emprego.

Prazo para convocação e aceitação da oferta de trabalho: ​​O empregador

convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, ​três dias corridos de antecedência.

Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de ​um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa.

Convocar Três dias corridos de antecedência

Resposta à convocação Um dia útil

Atenção​​: A recusa da oferta ​não descaracteriza a subordinação para fins do

contrato de trabalho intermitente.

Consequências do descumprimento: ​​Aceita a oferta para o comparecimento ao

trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, ​multa de 50% (cinquenta por cento) da remuneração que seria

devida​​, permitida a compensação em igual prazo.

Período de inatividade: ​​O período de inatividade ​não será considerado tempo à

disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes.

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Direito à férias: ​​A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar serviços ​pelo mesmo empregador​​.

Recolhimento FGTS e contribuição previdenciária: ​​O empregador efetuará o

recolhimento da ​contribuição previdenciária e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS)​, na forma da lei, com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações.

Verbas que o empregado deve receber: ​​Ao final de cada prestação de serviço, o

empregado receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas: I - remuneração; II - férias proporcionais com acréscimo de um terço; III - décimo terceiro salário proporcional; IV - repouso semanal remunerado; e V - adicionais legais. Remuneração; Férias proporcionais + ⅓; 13º proporcional; RSR; Adicionais legais. Questões comentadas:

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Vunesp - FAPESP - 2018: a) O contrato de trabalho intermitente não se aplica aos aeronautas, pois são regidos por legislação própria. ​Correto! ​​Os aeronautas ameaçaram entrar em greve e foram excluídos do intermitente.

b) se aplica indistintamente a qualquer atividade, não havendo restrições, desde que devidamente pactuado entre empregado e empregador. ​Falso! ​​Aos aeronautas não podem ser aplicados.

c) pressupõe o trabalho subordinado, contínuo e remunerado, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. ​Falso! ​​Não é necessário acordo ou convenção coletiva para sua celebração.

d) não pode ser pactuado por prazo indeterminado, sendo indispensável a forma escrita. ​Falso! ​​Não há nenhum impedimento legal sobre o tema.

(FCC - 2018) Gerson foi contratado em 19/02/2018 pela empresa Oba Oba Festas e Eventos Ltda., na modalidade de trabalho intermitente. Por se tratar de forma nova de contratação, Gerson tem dúvidas em relação às consequências caso recuse a oferta de trabalho pelo empregador. Considerando o que prevê a Lei no 13.467/2017, a recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho intermitente. ​Correta! ​​Vejamos: “§ 3o A recusa da oferta não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho intermitente”.

(Questão autoral) No trabalho intermitente, aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, no prazo de trinta dias, multa de 30% (trinta por cento) da remuneração que seria

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devida, permitida a compensação em igual prazo. ​Falso! ​​A multa será no percentual de 50%, conforme previsto no § 4º.

(Questão autoral) O período de inatividade não será considerado tempo à disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes. ​Correto! ​​No trabalho intermitente não há a vedação de prestar serviços a outros empregadores, tendo em vista sua natureza especial.

(Questão autoral) A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador. ​Correto! ​​Exatamente o que dispõe o texto legal. Veja que não há vedação de prestação de serviços a outro empregador, apenas não pode ser convocado “pelo mesmo empregador”.

(Questão autoral) O próprio empregado efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na forma da lei, com base nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregador comprovante do cumprimento dessas obrigações, para anotação regular. ​Falso! Cumpre ao ​empregador recolher a contribuição previdenciária e FGTS de seu empregado.

(Questão autoral) O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, dois dias corridos de antecedência. ​Falso! ​​A comunicação será com ao

menos três dias corridos de antecedência. A aceitação ou não será em um dia útil, presumindo a recusa em caso de silêncio. Vejamos os importantes artigos:

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O empregador convocará, por qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, três dias corridos de antecedência.

Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, no silêncio, a recusa.

● *Convocar ---> três dias corridos; *Aceitação ou não → um dia útil; ● *Silência → importa na recusa.

(Questão autoral) Ao final da prestação de serviços, o trabalhador intermitente tem direito às seguintes verbas: remuneração; férias proporcionais + ⅓; 13º proporcional; repouso semanal remunerado; adicionais legais e multa de 40% sobre o FGTS. ​Falso! ​​Não há previsão da multa de 40% sobre o FGTS.

Dicas e orientações finais ​​: Pessoal, conforme (poucas) questões cobradas em

concursos até agora, acredito que seja necessário apenas o conhecimento dos artigos da CLT. Vou colocar aqui (grifando as principais partes) e sugiro uma leitura atenta por parte de vocês.

Art. 452-A. O contrato de trabalho intermitente deve ser ​celebrado por escrito e deve conter especificamente o valor da hora de trabalho, que não pode ser inferior ao valor horário do salário mínimo ou àquele devido aos demais empregados do

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estabelecimento que exerçam a mesma função em ​contrato intermitente ou não​​.

§ 1o O empregador convocará, por ​qualquer meio de comunicação eficaz, para a prestação de serviços, informando qual será a jornada, com, pelo menos, ​três dias

corridos​​ de antecedência.

§ 2o Recebida a convocação, o empregado terá o prazo de ​um dia útil para responder ao chamado, presumindo-se, ​no silêncio, a recusa​​.

§ 3o A recusa da oferta ​não descaracteriza a subordinação para fins do contrato de trabalho intermitente.

§ 4o Aceita a oferta para o comparecimento ao trabalho, a parte que descumprir, sem justo motivo, pagará à outra parte, ​no prazo de trinta dias​, ​multa de 50%

(cinquenta por cento) da remuneração que seria devida​​, permitida a

compensação em igual prazo.

Prazo -> 30 dias;

Multa -> 50% da remuneração.

§ 5o O período de inatividade ​não será considerado tempo à disposição do empregador, podendo o trabalhador prestar serviços a outros contratantes.

§ 6o Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas: ​I - remuneração; II - férias

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proporcionais com acréscimo de um terço; III - décimo terceiro salário

proporcional; IV - repouso semanal remunerado; e V - adicionais legais​​.

§ 7o O recibo de pagamento ​deverá conter a discriminação dos valores pagos

relativos a cada uma das parcelas referidas no § 6o deste artigo.

§ 8o O empregador efetuará o recolhimento da ​contribuição previdenciária e o

depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço​​, na forma da lei, com base

nos valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado comprovante do cumprimento dessas obrigações.

§ 9o A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos doze meses subsequentes, um mês de férias, período no qual ​não poderá ser convocado para

prestar serviços pelo mesmo empregador​​.

Referências

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