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Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 5ª RF

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Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil

da 5ª RF

Solução de Consulta nº 25 - SRRF05/Disit

Data 19 de abril de 2012

Processo XXXXXXXXXXX

Interessado XXXXXXXXXXX

CNPJ/CPF XXXXXXXXXXX

ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF

GANHO DE CAPITAL. ALIENAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA. PARCELA DO PREÇO SEM VALOR DETERMINADO. A parcela do valor da operação de alienação de participação societária passível de determinação em razão do implemento de condição suspensiva integra o preço de venda da participação societária e deverá ser tributado como ganho de capital quando da sua determinação e correspondente auferimento.

Dispositivos Legais: RIR/1999, arts 117 e 138; CTN, arts. 116 e 117.

DOCUMENTO FORNECIDO EM CUMPRIMENTO À LEI DE ACESSO A INFORMAÇÃO. REGISTRE-SE QUE A PUBLICAÇÃO, NA IMPRENSA OFICIAL, DE ATO NORMATIVO SUPERVENIENTE MODIFICA AS CONCLUSÕES EM CONTRÁRIO CONSTANTES EM SOLUÇÕES DE CONSULTA OU EM SOLUÇÕES DE DIVERGÊNCIA, INDEPENDENTEMENTE DE COMUNICAÇÃO AO CONSULENTE (ARTS. 99 E 100 DO DECRETO Nº 7.574, DE 29 DE SETEMBRO DE 2011).

Relatório

A pessoa física consulente, juntamente com outros dois sócios, informa ter sido, até o dia 4 de julho de 2010, quotista da xxxxxxxxxx, sociedade empresária limitada, data em que foi efetuada a alienação da totalidade da participação societária dos três sócios para as empresas xxxxxxxxx e xxxxxxxxxxxxx. por um preço composto de duas parcelas, sendo uma determinada e realizada no momento do fechamento da operação e outra indeterminada e dependente de fatos a serem verificados no prazo de três anos subsequentes à transferência das quotas.

2. A parcela determinada do preço consiste no valor de trinta e oito milhões de reais, que é, segundo informa a consulente, líquida e certa, com o respectivo pagamento

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compradores verificarem em suas diligências e auditoria. Acrescenta que essa parcela permanecerá, portanto, inexigível enquanto não se dê a sua exata determinação, o que somente acontecerá ao fim do prazo estabelecido contratualmente de três anos. Nas palavras

da consulente, com os seus grifos:

Não se trata, evidentemente, de uma dívida constituída dos compradores e nem um direito dos consulentes a um crédito exigível. A existência do preço adicional depende de uma condição suspensiva, ou seja, a não constituição de passivos. Sem que a condição se realize, o negócio jurídico condicional (o preço complementar) não terá eficácia, jamais terá existido. Só com o transcurso do prazo e a implementação da condição suspensiva da parcela do preço é que ela, parcela adicional, passará a existir. É isso o que dispõe o Código Civil Brasileiro, art. 125:

Art. 125. Subordinando-se a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa.

3. Em vista do que entende, a pessoa física consulente, que não há como

tratar a situação descrita como venda a prazo, em que se pressupõe a existência de parcelas determinadas do preço às quais, então, se pode atribuir, proporcionalmente, parcelas do custo de aquisição. Na sua situação o que houve foi o recebimento de uma parcela do preço em dinheiro e uma obrigação de pagar algo entre zero e 12 milhões de reais sujeita, no entanto, a uma condição suspensiva consistente na materialização, ou não, de determinadas contingências identificadas em passivos.

4. Por fim, observa que todos os alienantes da participação societária na xxxxxxxxxxxxxxx. procederão ao cálculo e recolhimento do ganho de capital dentro do mês em que foi realizada a operação e o farão com fundamento nas normas aplicáveis e nos procedimentos oriundos do sítio eletrônico da RFB, especialmente observando o disposto nos arts. 117 e seguintes do Regulamento do Imposto de Renda, uma vez que entendem não restar qualquer dúvida quanto à incidência do imposto de renda sobre o ganho de capital a ser apurado quanto ao valor até agora recebido de trinta e oito milhões de reais.

13. Os Consulentes irão calcular e declarar o imposto devido,

considerando o preço de R$38.000.000,00 em contraposição ao valor de aquisição, apurando, pela diferença, o ganho de capital, e fazendo incidir sobre este valor a alíquota de 15%. Tudo pelo programa disponibilizado no sítio eletrônico da Receira Federal.

14. Ao final de três anos, apuradas as contingências que se materializarem

em passivo, terão então, compradores e consulentes, determinado e tornado líquido e certo o valor correspondente ao adicional do preço, momento em que os consulentes irão oferecer tal valor, assim determinado, integralmente à tributação.

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Fundamentos

5. O art. 117, do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto nº 3.000, de 1999, estabelece que está sujeita ao pagamento do imposto de renda sobre ganhos de capital toda pessoa física que auferir ganhos quando da alienação de bens ou direitos de qualquer natureza, que serão apurados no mês em que forem auferidos e tributados em separado, não integrando a base de cálculo do imposto na declaração de rendimentos e o valor do imposto pago não poderá ser deduzido do devido na declaração.

6. O art. 138, do mesmo RIR/1999, descreve a forma de apuração do ganho de capital:

Art. 138.O ganho de capital será determinado pela diferença positiva, entre o

valor de alienação e o custo de aquisição, apurado nos termos dos arts. 123 a 137 (Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 2º,Lei nº 8.383, de 1991, art. 2º, § 7º, e li nº 9.249, de 1995, art. 17).

7. Especificamente quanto às operações da espécie feitas a prazo, vejamos o quanto prescrito pelo art. 140, do RIR/1999:

Art. 140. Nas alienações a prazo, o ganho de capital deverá ser apurado como

venda à vista e tributado na proporção das parcelas recebidas em cada mês, considerando-se a respectiva atualização monetária, se houver (Lei nº 7.713, de 1988, art. 21).

8. A venda a prazo, no entanto, se caracteriza pela determinação dos valores envolvidos na operação, ainda que tais valores venham a variar, situação em que não se enquadra aquela apresentada pela pessoa física consulente, uma vez que existe parcela do valor da operação que somente será determinável esgotados os três anos seguintes à operação de alienação da participação societária podendo, inclusive, dadas as condições contratuais, conforme relatado pela consulente, resultar numa segunda parcela de valor nulo.

9. O tratamento da questão impõe o exame do contido nos arts. 116 e 117, do Código Tributário Nacional, onde se prescreve que o fato gerador, quando se tratar de situação jurídica, se implementará desde o momento em que tal situação esteja definitivamente constituída.

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circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios;

II - tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável.

(...)

10. E, nos casos das situações jurídicas pendentes de definitiva constituição em razão de condição suspensiva, há que se esperar, necessariamente, o seu implemento.

Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputam-se perfeitos e acabados:

I - sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento;

II - sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio.

11. A administração tributária federal, por meio do Perguntas e Respostas Pessoa Física 2012, tratou do assunto na resposta à pergunta 555, onde se prescreve, em consonância com o acima observado, que o ganho de capital deve ser tributado na medida em que o preço for determinado e as parcelas forem pagas.

PARTICIPAÇÕES SOCIETÁRIAS ALIENAÇÃO SEM PREÇO

PREDETERMINADO

555 — Como devem ser tributados os resultados obtidos em alienações de participações societárias quando o preço não pode ser predeterminado?

Quando não houver valor determinado, por impossibilidade absoluta de quantificá-lo de imediato (ex.: a determinação do valor das prestações e do preço depende do faturamento futuro da empresa adquirida, no curso do período do pagamento das parcelas contratadas), o ganho de capital deve ser tributado na medida em que o preço for determinado e as parcelas forem pagas.

Não obstante ser indeterminado o preço de alienação, toma-se como data de alienação a da concretização da operação ou a data em que foi cumprida a cláusula preestabelecida nos atos contratados sob condição suspensiva.

Contudo, alerte-se que o tratamento descrito deve ser comprovado pelas partes contratantes sempre que a autoridade lançadora assim o determinar.

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12. Cumpre esclarecer, por oportuno, que o processo de consulta tem por objetivo a interpretação da legislação tributária aplicável ao fato descrito na forma e nos termos postos pela pessoa física consulente, não se prestando a confirmar ou infirmar determinada situação jurídico-tributária do contribuinte nem atestar a veracidade de circunstâncias pontuais informadas no presente processo, ficando sob a inteira responsabilidade da consulente a verificação do fato concreto e a correta aplicação do entendimento proferido na solução de consulta.

Submete-se o presente entendimento à Chefia da Divisão de Tributação da Superintendência da Receita Federal na 5ª Região Fiscal.

Eduardo Gomes de Almeida Maciel

Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil

Conclusão

De acordo. Diante dos fundamentos expostos, responde-se à pessoa física consulente que a parcela indeterminada a ser recebida em razão da alienação de participação societária deverá ser tributada como ganho de capital no momento da sua determinação e correspondente auferimento.

Ordem de Intimação

Ao xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, para ciência ao interessado, mediante cópia desta solução de consulta, informando-lhe que da mesma não cabe recurso nem pedido de reconsideração, de acordo com o § 2º, do art. 10, da IN SRF nº 740, de 02.05.2007.

No caso de divergência de conclusão de consulta, conforme previsto no Art. 16, §§ 1º e 3º da IN RFB nº 740, de 02.05.2007, a interessada poderá interpor recurso especial, sem efeito suspensivo, à Coordenação-Geral de Tributação, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da ciência desta solução, ou da solução divergente, se publicada posteriormente à ciência desta, cabendo-lhe comprovar, mediante juntada da publicação, a existência das soluções divergentes sobre idênticas situações.

André Maurício Silva Veras

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