Moderna de 1922
Moderna de 1922
• Determinar o “início” do modernismo no Brasil, não é uma tarefa simples;
• Toda tentativa de demarcar “exatamente” o início do modernismo é normalmente arbitrária;
• Linhas e contornos mais fortes ganham mais visibilidade;
• Para alguns historiadores – 1912 – marco simbólico do início do modernismo no Brasil;
• Nesse mesmo ano – Oswald de Andrade, regressava da Europa trazendo informações sobre o Futurismo;
pelo poeta Marinetti – uma arte ligada à nova civilização tecnológica que surgia;
• Em 1913, no campo da arte Lasar Segall expõe em São Paulo –
caracteriza-se aí um momento de ruptura;
• Pintura de Segall inspirada no Expressionismo alemão;
• Em 1914 – exposição de pintura em São Paulo – ANITA
MALFATTI, voltava da Alemanha influenciada pelo expressionismo;
grande repercussão, são indicativas de um movimento de mudança;
• Oswald de Andrade – 1915 – O Pirralho – uma linha jornalística que
tinha o intuito de polemizar, chocar padrões de gosto, trazer o humor para a cena jornalística; defendia a pintura que superasse o registro acadêmico e se tornasse uma verdadeira “pintura nacional”;
• 1917 – Revolução Socialista Russa, em plena Primeira Guerra
• Encontro de Oswald de Andrade (o rico e irreverente filho da elite
paulistana) e Mario de Andrade (o jovem e modesto professor de música);
• 1917 – Menotti Del Pichia publicou em sua coluna do Correio
Paulistano a obra “Juca Mulato”;
• Paranóia ou Mistificação?;
• No ano de 1917, nova exposição da pintora Anita Malfatti, marcava
o coroamento dos anos de estudo da pintora pela Europa e Estados Unidos;
impressionismo e em particular o Expressionismo;
• No jornal O Estado de São Paulo, o artigo de um fazendeiro e
escritor paulista Monteiro Lobato – repercussão bombástica;
• “Paranóia ou Mistificação?” – ataca violentamente a exposição;
• O escultor Victor Brecheret volta ao Brasil depois de um breve
período de estudos em Roma – se tornaria o mais importante escultor brasileiro;
• Centenário da Independência do Brasil – 1922, a data é tomada
• Atribuiu-se a Di Cavalcanti a iniciativa da “Semana de Arte
Moderna” realizada em São Paulo;
• Abertura – 11 de fevereiro de 1922;
• Nos dia 13, 15 e 17 foram realizados espetáculos de música,
2. Escultura - Vitor Brecheret e W Haarberg
3. Arquitetura - Antonio Moya e Georg Przyrembel.
4. Outros: Di Cavalcanti, Osvaldo Goedi e Regina Graz, esposa de John Graz (na pintura), e Hildegardo Leão Velloso (na escultura).
• Anita Malfatti na pintura; Victor Brecheret na escultura; vanguardistas de primeira hora – estão na raiz do movimento;
• Victor Brecheret – encontrava-se fora do país durante a “Semana”, mas participa com mostra de doze esculturas;
• Algumas das obras expostas: Cabeça de Cristo (ou Cristo de Trancinhas) e Vitória, além de desenhos;
• Ídolo e Eva (ambas de 1919) – torções do corpo, volumes trabalhados em luz e sombra; tratamento naturalista e uma contida dramaticidade; • Brecheret – antiacadêmico – “[ ... ] não reflete apenas as idéias
modernas, é uma fonte viva de criação”, consegue juntar utilização de símbolos a sadia inocência dos primitivos;
• 1920 – realiza a maquete para o Monumento às Bandeiras;
• Tocadora de Guitarra (1923) – ênfase ao volume geométrico da escultura cubista; tratamento sintético; elegante art deco;
• Monumento às Bandeiras (1953) – figuras elaboradas; síntese formal; preocupação com volumes; linhas estilizadas. Resume apelo narrativo e alegórico do tema; disposição horizontal sugere movimento de arrasto e culmina na figura da Glória; dá ênfase a matéria; textura áspera;
• Esculturas ligadas à cultura indígena – bronze ou terracota –
trabalha com pedras de formas circulares; Obras: Drama Marajoara (1951) ou Drama Amazônico (1955); Luta da Onça ou Índia e o Peixe (1947/48); Luta dos Índios Kalapalos (1951) e Índio e Suassuapara (1951);
• Características – ênfase a forma pela forma; formas dialogam com
a abstração; o artista trabalha a partir de dois volumes que se aglutinam; trabalha superfícies vazias ou cheias, inserindo incisões;
Rochedos de Monhegan Island; Anita Malfatti; 1915
O Japonês; Anita Malfatti; 1915
Drama Amazônico; Victor Brecheret
• 1924 – retorna da Europa e fixa residência no Brasil; • Descobre “o milagre da luz e da cor”;
• Elementos – as bananeiras, os lagartos, cactos, palmeiras, terra
roxa, gente simples, encanto da vida;
• Temas – assuntos nacionais; elementos da paisagem natural e
social; personagens negros pertencentes às camadas sociais nativas; apreensão de cenários campestres e urbanos; paisagens e figuras nacionais populares;
• O Bebedouro – fazendas do interior paulista, animais em meio à
vegetação;
• Mulata com Crianças e Mulato – o garoto e o negro – figuras que
caracterizam a mão de obra da paisagem rural, emaranhado de folhas verdes ocupam grande parte da cena empurrando os personagens para fora da tela; folhagens absorve a luz e reflete vários tons de verde, azuis, roxos, cinzas e negros;
• Série de gravuras – Álbum do mangue – obra Mulher do Mangue Sentada (1942). Temática – miséria social e moral das prostitutas do
Mulata com criança, Lasar Segall; 1924
• Como bom carioca, Di apresenta as características essenciais do Rio: preocupação em fazer arte bem brasileira, ligada aos aspectos cotidianos da vida brasileira, inspirada na sua paisagem, gente do subúrbio, festas, religiosidade, folclore, encanto do povo mestiço de sua terra; busca identidade cultural;
• Recebe ensinamentos de Cézanne e Picasso, estudou cubismo; herdou de Cézanne o uso da cor;
• 1925 – retorna ao Brasil; sua obra Samba do mesmo ano com
duas figuras centrais, destaca a mulher, lirismo e sensualidade como características e expressões profundas da nossa formação;
• 1926 – Cinco moças de Guaratinguetá; fortes contrastes
cromáticos geométricos da disciplina cubista;
• Cores emotivas; contrastes fortes; tons avermelhados; pele
pintada como se estivesse sendo acariciada, estabelece relação artista / obra / expectador;
• Mulher com flores na cabeça – desenho, fantasia, humor,
TARSILA DO AMARAL
• 1922 – Tarsila do Amaral retorna da Europa;
• Nas artes literárias - na intenção de buscar nossas raízes, encontramos:
1. Retrato do Brasil – Paulo Prado
2. Casa Grande e Senzala – Gilberto Freyre
3. Raízes do Brasil – Sergio Buarque de Holanda
• Formação do casal “Tarsi-Wald” – Oswald de Andrade e Tarsila do
de estudos. É aluna de André Lhote, Ferdinand Lègere e Albert Gleizes;
• 1924 – Tarsila viaja pelo interior de Minas, acompanhada pelo poeta
Blaise Cendrars, Oswald, Mário de Andrade e Olívia Penteado;
• Manifesto Pau-Brasil – lançado por Oswald de Andrade logo após a
viagem a Minas, pelo Correio da Manhã, Rio de Janeiro;
• Antropofagia – vai auxiliar os modernistas nas buscas da identidade; • Movimento Antropofágico – tem sua inspiração inicial a partir da tela
pintada por Tarsila do Amaral – Abaporu – oferecida a Oswald, como presente de aniversário no dia 11/02/1928;
• A antropofagia acarreta algumas mudanças, colocando a pintura
como carro chefe em lugar da literatura;
• Obras da fase antropofágica: Abaporu, Antropofagia, Sol poente,
Floresta, O Touro, O Sono, Urutu;
• As fases Pau-Brasil e Antropofágica de Tarsila – demonstram o
esforço dos artistas em superar a mera condição de natureza e exotismo, e também a preocupação na construção da modernidade da arte brasileira;
Carnaval em Madureira, 1924; Tarsila do Amaral
Abaporu , 1928
óleo sobre tela, 85 x 73 cm
Colección Costantini (Buenos Aires, Argentina)
O Sono , 1928
óleo sobre tela, 60,5 x 72,7 cm Coleção Particular
Floresta , 1929
óleo sobre tela, 63,9 x 76,2 cm
Coleção Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (SP)
Sol Poente , 1929
óleo sobre tela, 54 x 65 cm Coleção Particular
Antropofagia , 1929
óleo sobre tela, 126 x 142 cm
Acervo Fundação José e Paulina Nemirovsky (São Paulo, SP)
O Ovo [Urutu] , 1928 óleo sobre tela, c.i.d. 60,5 x 72,5 cm