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INFLUÊNCIA DOS SISTEMAS DE POLIMERIZAÇÃO NA ADESÃO DE CIMENTOS RESINOSOS

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Academic year: 2021

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Frederico de Lima Turl

INFLUÊNCIA DOS SISTEMAS DE POLIMERIZAÇÃO NA

ADESÃO DE CIMENTOS RESINOSOS

Rio de Janeiro 2007

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Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

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INFLUÊNCIA DOS SISTEMAS DE POLIMERIZAÇÃO NA

ADESÃO DE CIMENTOS RESINOSOS

Dissertação apresentada ao curso de pós-graduação em Odontologia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre.

Área de concentração: Dentística.

Orientador: Professor João Galan Jr

Co-Orientadora: Professora Fátima Namen

Rio de Janeiro 2007

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FICHA CATALOGRÁFICA

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central/UVA Biblioteca Maria Anunciação Almeida de Carvalho

T941i Turl, Frederico de Lima

Influência dos sistemas de polimerização na adesão de cimentos resinosos / Frederico de Lima Turl, 2007.

87 folhas. ; 30 cm.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Veiga de Almeida, Mestrado em Odontologia,

Reabilitação Oral, Rio de Janeiro, 2007. Orientação: Professor João Galan Júnior Co-orientação: Professora Fátima Namen 1. Materiais dentários. 2. Cimentos dentários. I.

Galan Júnior, João (orientador). II. Namen, Fátima (co-orientadora). III. Universidade Veiga de Almeida, Mestrado em Odontologia, Dentística. IV. Título.

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INFLUÊNCIA DOS

SISTEMAS DE POLIMERIZAÇÃO NA

ADESÃO DE CIMENTOS RESINOSOS

Dissertação apresentada ao curso de pós-graduação em Odontologia da Universidade Veiga de Almeida, como requisito parcial para obtenção do Grau de Mestre. Área de concentração: Dentística.

Aprovada em: 28 de fevereiro de 2007.

BANCA EXAMINADORA

Marcos de Oliveira Barceleiro

Doutor pela UERJ

Denise Fonseca Côrtes

Doutora pela Faculdade de Odontologia de Bauru - USP

Élio Vaz da Silva

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Dedico este trabalho a minha mãe e ao meu querido irmão, pela confiança, dedicação e auxílio nos momentos difíceis.

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Agradeço ao meu irmão e aos meus amigos do curso que colaboraram diretamente com esta pesquisa e ao meu orientador, pela sabedoria e competência demonstrada na elaboração do presente trabalho.

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“A mais bela experiência que podemos ter é a do mistério. É a emoção fundamental existente na origem da verdadeira arte e ciência. Aquele que não a conhece e não pode se maravilhar com ela está praticamente morto e seus olhos estão ofuscados”.

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RESUMO

Os cimentos resinosos têm sido cada vez mais utilizados em restaurações indiretas bem como em pontes fixas metálicas onde existem ainda, alguns fatores que, de alguma forma, podem alterar a adesão ao substrato. Objetiva-se, por meio deste estudo, avaliar a influência dos sistemas de polimerização na adesão de cimentos resinosos. Os substratos testados foram: liga de Níquel-Cromo, composto de cerômero e composto cerâmico associados a dois tipos de cimentos resinosos: dual (Rely X ARC-3M) e auto-polimerizável (C&B Cement-Bisco). Os padrões foram obtidos por processamento convencional para cada natureza de material utilizado, possuindo formato cilíndrico com 5 mm de altura e 5 mm de diâmetro. Os cimentos foram manipulados de acordo com instruções dos seus fabricantes. Os corpos-de-prova foram obtidos através da cimentação dos padrões em combinações do tipo: metal-metal, metal-porcelana, metal-cerômero. A capacidade adesiva do cimento foi aferida através de testes por cisalhamento em máquina universal (Kratos). A análise estatística dos resultados foi baseada na análise de variância (ANOVA) e no Teste de Student-Newman-Keuls a 0.05 de significância. Os resultados demonstraram que não existem diferenças estatisticamente significantes entre os substratos testados ou dos cimentos.

Palavras-chave: cimento resinoso, polimerização, adesão.

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ABSTRACT

Resin cements have been widely used in indirect restorations as well as in metallic-fixed bridges, where some factors can modify substrates adhesion. This study had the purpose to compare the cure systems in luting cements adhesion. Using as substrate an alloy, nickel-chromium, a ceromer and a ceramic associated to two types of luting cements: dual-cure resin cement (Rely X ARC – 3M) and chemical-cure resin cement (C&B Cement – Bisco). The cylindrical standards of metal, ceromer and ceramic (5mm height and 5mm diameter) were obtained by the conventional process for each type. The cements were manipulated as according to instructions of the manufacturer. The specimens were attained through the cementation of the standards within three combinations: metal x ceramic, metal x metal and metal x ceromer. The adhesive capacity of the cement was gauged with the universal machine shear bond test (Kratos). Statistical analysis employed were ANOVA and Student-Newman-Keuls Test with 0.05 of significance. Results demonstrated no statically significance difference among tested substrates or between the cements.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Esquema da composição do corpo de prova, p. 66.

Figura 2: Máquina de teste Kratos no momento da carga compressiva por cisalhamento, p. 67.

Figura 3: Característica típica de fratura na união da interface metal com metal, p. 71.

Figura 4: Característica típica de fratura na união da interface metal com cerâmica, p. 71.

Figura 5: Característica típica de fratura na interface da união metal com cerômero, p. 72.

Figura 6: Aspecto característico do módulo de fratura da união metal x cerâmica, p. 72.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Sistemas de polimerização e fabricantes dos cimentos resinosos testados, p. 63.

Tabela 2: Substratos utilizados no processo de cimentação, p. 63. Tabela 3: Combinações de materiais dos grupos, p. 64.

Tabela 4: Médias (Kg/F), Desvios padrão (DP), área proporcional e erros padrão (EP) dos testes de cisalhamento entre os grupos, p. 69. Tabela 5: Análise de Variância aplicada à tabela 4, p. 70.

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SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRACÕES LISTA DE TABELAS RESUMO ABSTRACT 1 INTRODUÇÀO ...p.12 2 REVISÃO DA LITERATURA...p.17 3 OBJETIVOS ...p.58 3.1 OBJETIVO GERAL...p.59 3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...p.59 4 HIPÓTESES...p.60 4 METODOLOGIA...p.62 5 RESULTADOS...p.68 6 DISCUSSÃO...p.73 7 CONCLUSÕES...p.79 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...p. 81

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INTRODUÇÃO

Os cimentos dentários têm sido utilizados para uma grande variedade de propósitos, sendo uma delas a cimentação de coroas e próteses parciais fixas. Os agentes cimentantes têm como finalidade, promover a união entre a restauração e as paredes dentárias além de preencher o espaço existente entre esses substratos. O cimento é definido como uma substância que une duas superfícies. Na odontologia, o cimento presta-se não somente como um agente de cimentação, mas também como isolante térmico, elétrico e químico para o dente em que se encontra com vitalidade pulpar. A realização de restaurações indiretas como facetas, inlays e onlays em cerâmica ou em cerômero, por não haver retenção mecânica, tem como fase obrigatória a cimentação com cimento resinoso associado ao adesivo, sendo este o único capaz de promover a adesão ao remanescente dentário e a estética favorável, portanto, levando ao sucesso do trabalho final. Atualmente, o cimento resinoso vem sendo cada vez mais utilizado para a cimentação de restaurações unitárias indiretas e de próteses fixas, sendo um dos principais motivos, as propriedades mecânicas associadas à adesividade, levando a fixação da peça não somente por embricamento micro-mecânico, mas também pelo fenômeno da adesão.Os cimentos resinosos apresentam menor solubilidade (ANUSAVICE, 1998), menor microinfiltração, superioridade em estética (WHITE et

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al, 1992) e maiores valores em resistência flexural, tensão diametral, resiliência e resistência à compressão em relação aos outros cimentos convencionais utilizados na odontologia como o cimento fosfato de zinco, cimento ionômero de vidro e cimento ionomérico modificado por resina (LI; WITHE, 1998). De acordo com as desvantagens do cimento adesivo podemos destacar a viscosidade excessiva influenciando no aumento da linha de cimentação, a sensibilidade da técnica de cimentação em relação ao isolamento do elemento

dentário, controle da umidade e o tratamento de superfície dos substratos a serem cimentados.

Os cimentos resinosos podem ser divididos em três grupos de acordo com o método de ativação: autopolimerizáveis, fotopolimerizáveis e cimentos resinosos de dupla polimerização ou duais, que envolvem a ativação química e física (CAUGHMAN; CHAN; REUGGEBERG, 2001; BRAGA; CESAR; GONZAGA, 2002). Os cimentos autopolimerizáveis têm como desvantagem o tempo de trabalho limitado pela presa inicial e ao mesmo tempo prolongado pela presa final; entretanto são os mais indicados para cimentação de pinos, coroas e próteses opacas. Os cimentos fotopolimerizáveis são de fácil manuseio e usados para cimentação de facetas e inlays em cerâmica ou em cerômero, porém, o aumento da espessura das restaurações diminui o grau de conversão monomérica na porção mais interna do preparo devido à dificuldade de penetração da luz (EL-BADRAWY; EL-MOWAFY, 1995). Os cimentos resinosos que, atualmente, mais preenchem a maioria das indicações clínicas são os cimentos resinosos duais, pois a ação dos dois sistemas de ativação aumenta o grau de conversão dos monômeros em polímeros e melhora as propriedades físicas do cimento. Além disso, estão particularmente indicados para situações em que o acesso de luz para a foto-ativação esteja dificultado

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(PEUTZFELDT, 1995; BRAGA; CESAR; GONZAGA, 2002). Tais situações são bastante comuns em procedimentos de cimentação de restaurações cerâmicas e de cerômeros, cuja espessura e coloração são suficientes para dificultar a transmissão de luz necessária para a fotopolimerização do cimento resinoso, principalmente na base da cavidade (HARASHIMA; NOMATA; HIRASAWA, 1991).

Mas o uso indevido de cimentos resinosos vem se tornando uma constante: correções de adaptações imperfeitas, espessuras de restauração maiores que o recomendável, formas expulsivas de preparos dentários têm sido reparadas de forma questionável. Portanto, a indicação de qualquer cimento deveria ser realizada de acordo com cada caso específico deparado pelo clínico. A específica seleção do cimento resinoso é baseada primariamente no modo em que se é exigido no ato da cimentação, pois nem todos os cimentos polimerizam adequadamente em qualquer situação clínica (CAUGHMAN; CHAN; RUEGGEBERG, 2001). Então, o trabalho pretende auxiliar o clínico na escolha do tipo de polimerização utilizado em situações clínicasdiferentes.

Segundo Braga, Cesar e Gonzaga (2002), a conversão monomérica está diretamente relacionada com as propriedades mecânicas do material resinoso. A literatura avalia a conversão monomérica dos compósitos analisando propriedades mecânicas mensuráveis ou através de aparelhos, como o espectroscópio infravermelho. Quando um material resinoso sofre uma alteração do seu estado físico através de uma polimerização, há uma grande formação de cadeias poliméricas em sua estrutura onde a conversão monomérica, por maior que seja, nunca é totalmente completa. Este fato resulta não somente em monômeros, mas também em ligações duplas de carbono remanescentes (FERRACANE; MITCHEM; CONDON; TODD, 1997 apud ASMUSSEN; PEUTZFELDT, 2001). A quantidade de monômero residual

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depende da composição da mistura monomérica, do tipo de sistema iniciador e do tempo de fotopolimerização (ASMUSSEN; PEUTZFELDT, 2001). Transportando estes conceitos químicos da polimerização para a realidade clínica, percebe-se que a indicação de um cimento, que possua em seu sistema de presa o fenômeno da polimerização, tem a necessidade de maior atenção para que não haja alterações em suas propriedades mecânicas.

Sabendo que a presença de excesso de monômeros residuais na estrutura polimérica, provocada pela polimerização deficiente, pode alterar a adesão dos cimentos resinosos aos substratos existentes, o presente estudo pretende avaliar a influência dos sistemas de polimerização (química e dual) na adesão de cimentos resinosos.

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REVISÃO DA LITERATURA

Oilo e Espevik, em 1978, elaboram comparações entre cimentos de naturezas diferentes através do comportamento mecânico, avaliando o módulo de elasticidade, a tensão plástica junto à fratura e a resistência à compressão. Amostras cilíndricas foram produzidas de acordo com o método descrito na ISSO/DIS 1566. Foram produzidas cinco amostras para cada tipo de cimento: fosfato de zinco, policarboxilato, óxido de zinco eugenol e resina composta. Os cimentos foram levados aos testes de fratura e os valores foram calculados para cada propriedade mecânica em questão. De acordo com os resultados, o cimento resinoso apresentou os maiores valores de força. O cimento fosfato de zinco, para o módulo de elasticidade, apresentou os melhores resultados. Em relação à deformação plástica, o fosfato de zinco foi o cimento que menos se deformou, já o óxido de zinco eugenol apresentou deformação 10 a 150 vezes maior, ficando com o pior resultado, juntamente com o cimento de policarboxilato. Dentre os cimentos testados, para cimentação definitiva, o policarboxilato, devido sua grande deformação, diminui o tempo de vida das restaurações pela perda de retenção avaliada pela deformação plástica.

Em 1979, Smith e Wilson compararam o desempenho clínico de um compósito fotopolimerizável (Fotofil) e um compósito de ativação química (Adaptic). Dentre características clínicas dos materiais utilizados, os autores avaliaram a facilidade de

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inserção na cavidade, a necessidade e o tempo de polimento, adaptação marginal, pigmentação marginal, forma anatômica entre outras. No trabalho, dentes anteriores contra-laterais aos pares foram restaurados de 51 pacientes selecionados, sendo que um dente de cada par de lesões cariosas foi restaurado com Fotofil e o outro com Adaptic. De acordo com os resultados obtidos, não houve qualquer diferença estatística significante entre as propriedades clínicas dos dois tipos de materiais testados.

Asmussen, em 1981, avaliou o tempo de presa da resina composta restauradora em função de conteúdo de amina, peróxido e inibidor. O tempo de presa foi avaliado utilizando um número experimental de pastas com conteúdo variável de amina, peróxido e inibidor. Através da reação bimolecular entre os componentes avaliados sobre o princípio da reação cinética, uma equação foi obtida expressando o tempo de presa em função dos componentes em questão. O estudo experimental foi criado justamente para qualificar a equação obtida em um alto nível de significância estatística.

Hansen, em 1983, estudou a relação entre dureza de superfície e fonte de luz após fotopolimerização de quatro resinas (Durafill, Heliosit, Silux e Visio-Dispers). A proposta do trabalho foi investigar o aumento da dureza de superfície de materiais resinosos fotopolimerizáveis dentro de uma hora após a irradiação.Três lâmpadas, com princípio de condução diferente, foram usadas na polimerização das resinas: Pleuraflex HL - lâmpada com um plástico coberto por um cabo de fibra de vidro; Translux red tip - com um plástico coberto por um cabo de metal contendo a luz por condução líquida; e 3M/LC – com uma barra de fibra de vidro sem revestimento.O período efetivo de 20 segundos foi usado completamente no estudo para se ter o efeito de comparação entre as três lâmpadas.A dureza de superfície foi mensurada

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pela força de Wallace e com diferentes tempos de 1 minuto e 35 segundos até 60 minutos depois do início da irradiação.Conforme os resultados obtidos no trabalho, foi observado que a maior parte dos aumentos de dureza de superfície ocorreu nos primeiros minutos após irradiação, independente da fonte de luz. A resina Visio-Dispers, quando irradiada com a luz Pluraflex, apresentou a superfície mais resistente do trabalho.

Leung, Fan e Johnston, em 1983, estudaram a polimerização posterior à irradiação luminosa em resinas compostas fotopolimerizáveis. Amostras cilíndricas de resina composta foram fotoativadas por 10, 20, 30, 40, 50, 60, segundos.A leitura da dureza Barcol do topo e do fundo da amostra foi feita imediatamente após a fotoexposição, 20, 30, 40, 50, 60 minutos, tão como 1 e 7 dias após a fotoexposição da amostra. O estudo demonstrou através do valor da dureza da resina polimerizada, a influência do tempo de exposição da luz e o tempo posterior à exposição sobre a polimerização da resina sendo a superfície mais profunda, a mais dependente destes dois fatores. Os maiores valores encontrados para o tempo de exposição foram os de 40 e 60 segundos, não havendo diferença significante entre os valores. A polimerização essencial alcançou seu término após um dia e mesmo estendendo o tempo de exposição luminosa, não trouxe um aumento significante para o grau de conversão da resina.

Em 1986, Matsumoto et al. pesquisaram a profundidade de polimerização de resinas fotoativadas através de uma simulação clínica com dentes extraídos. Foram preparadas cavidades cilíndricas nas superfícies oclusais de segundos molares extraídos. Sete compósitos de diferentes cores foram avaliados, incluindo um compósito quimicamente ativado para ser utilizado como grupo controle. As resinas foram inseridas nos preparos e fotoativadas conforme as recomendações dos

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fabricantes. O teste de dureza Knoop foi realizado após armazenagem das amostras sendo calculado a variação dos valores de dureza para que desta forma se obter a profundidade de cura. As endentações foram feitas em 0,5 e 1 mm de distância da interface dente/ restauração em profundidades de 1, 2 ,3 e 4mm. A análise estatística não demonstrou diferenças significantes de dureza entre as distâncias de 0,5 e 1 mm da interface.De acordo com os resultados, todos os compósitos fotoativados demonstraram menor dureza com o aumento da profundidade. Os autores relataram que, geralmente, os tempos de exposição recomendados pelos fabricantes são inadequados para garantir polimerização eficiente e a aplicação da resina em incrementos seria a melhor maneira de preenchimento de cavidades de profundidade superiores a 3 e 4 mm.

Ban e Anusavice (1990), através de três diferentes testes, propuseram-se a avaliar a falha por estresse de quatro materiais considerados frágeis: fosfato de zinco, porcelana de corpo, porcelana opaca e resina composta fotoativada. Os testes utilizados foram de resistência à tração diametral, resistência flexural bi-axial e resistência flexural de quatro pontos. Neste estudo os autores ressaltam a importância da resistência mecânica para o sucesso clínico das restaurações, destacando ainda a relação que determinados materiais odontológicos possuem com os testes para sua avaliação. Para os materiais frágeis, por exemplo, o teste de resistência a tração tem um significado maior do que o de resistência à compressão, principalmente para avaliar o potencial de falha de restaurações. Mencionam que a principal vantagem dos testes de resistência flexural é o estado de tensão pura que pode ser estabelecido sobre um lado do espécime, apesar de relatarem que é extremamente difícil se induzir uma tensão pura de um tipo apenas em um corpo. Os resultados mostraram que a resistência à tração diametral de todos os materiais foi

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significativamente menor do que os valores de resistência flexural bi-axial. Concluíram que o teste bi-axial é mais simples de se proceder e provê uma melhor simulação clinicamente relevante, uma vez que o tamanho das amostras e os procedimentos de preparo são mais similares às condições clínicas.

Blackman, Barghi e Duke (1990) verificaram a influência da espessura da cerâmica sobre a polimerização de cimentos resinosos fotoativados. Para a realização dos testes utilizaram dois tipos de porcelana, uma feldspática e uma cerâmica vítrea. Dois tipos de cimentos resinosos também foram utilizados, sendo um deles de ativação física e outro de dupla ativação. Com amostras de 11 mm², foram usadas cinco diferentes espessuras de porcelana (0.5, 1, 2, 3 e 4 mm). Já as amostras de cimentos resinosos possuíam 0,5 mm de espessura por 6 mm de diâmetro e foram fotoativadas através da porcelana por tempos variando de 30 à 120 segundos, com intervalos de 30 segundos. O grau de polimerização dos cimentos resinosos foi obtido através do teste de dureza Knoop. Os resultados demonstraram que ambos cimentos atingiram sua cura máxima dentro dos recomendados 60 segundos de exposição de luz sob porcelanas de espessuras de 0,5 e 1 mm. Com espessuras de 3 e 4 mm, os cimentos tiveram melhor polimerização quando a fotoativação foi feita através da cerâmica vítrea, ao passo que a porcelana feldspática não permitiu adequada polimerização dos cimentos resinosos mesmo quando o tempo de exposição recomendado foi duplicado.

Breeding, Dixon e Caughman, em 1991, estudaram a influência de espessuras diferentes e colorações de resinas indiretas (Isosit e Visio-Gem), juntamente ao tempo de fotoativação, variando nos tempos de 40, 60, e 90 segundos, na dureza Knoop de cimentos fotopolimerizáveis ( Visio-Fill e Heliosit) e de cimento de polimerização dual (Dual Cement). Foram confeccionados corpos de prova como

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controle nas mesmas condições, porém não houve materiais interpostos entre os mesmos. De acordo com os resultados, nas duas marcas comerciais de resina composta, espessuras superiores a 2 mm, mesmo com tempo de polimerização de 90 segundos, não obteve polimerização suficiente nos cimentos fotoativados. As cores das resinas demonstraram polimerização limitada em restaurações mais escuras. Os autores ainda enfatizam que a presença do ativador químico no cimento dual, mesmo apresentando maiores valores de dureza em relação aos cimentos fotoativados, ainda é dependente de luz e, portanto também possui suas limitações.

Harashima, Nomata e Hirasawa, em 1991, analisaram o grau de conversão de cimentos adesivos duais, mensurando-o através do espectroscópio infravermelho. Foram testados cinco cimentos resinosos duais e um cimento resinoso químico como controle. O estudo avaliou os efeitos da espessura da restauração em resina (inlay), através de um disco de espessura variando 1,16mm a 5,42mm e os efeitos da re-irradiação luminosa com nova medida de grau de conversão pelo espectroscópio infravermelho. O trabalho demonstrou grau de conversão variando entre 59,3% a 75% utilizando apenas o sistema químico e variação de 66,6% a 81,4% utilizando a exposição luminosa. O grau de conversão dos cimentos fotopolimerizados diminuiu com o aumento da espessura do disco resinoso entre cimento e fonte de luz. Com a re-irradiação luminosa aumentou o grau de conversão de polimerização na presença do disco de resina, conseqüentemente, a diferença entre o grau de conversão na presença e na ausência do disco de resina se torna menor de acordo com o aumento do tempo de irradiação luminosa. Um baixo grau de conversão obtido depois da fotopolimerização não aumentou satisfatoriamente após a polimerização química subseqüente dos cimentos duais. Os autores constataram que a luz, quando

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suficiente, seria necessária para polimerizar os compósitos de maneira tão completa e uniforme quanto possível.

Em 1991, Hasengawa, Boyer e Chan estudaram a extensão da presa de três cimentos resinosos duais sob inlays em resina. A efetividade da cunha plástica para promover a cura de cimentos nas margens proximais reflexiva também foi avaliada. O tempo de exposição necessário para dureza ótima nos cimentos, foi determinado pela exposição direta de luz nos cimentos resinosos. Restaurações de inlays em resina foram cimentadas, em molares extraídos, com Dual Cement, Dicor Cement foto ativado e Duo Cement. Cunhas reflexivas da marca Cure-Thru foram colocadas na ameia gengival na metade das amostras. De acordo com os resultados do estudo realizado, nenhum dos cimentos endureceu completamente durante as vinte e quatro horas quando se usou um tempo de exposição que preencheu ou excedeu o recomendado pelo fabricante. O componente químico do sistema de polimerização não tornou a cura completa nos cimentos quando a luz foi mascarada pelo dente em restauração. A transmissão de luz pelas cunhas teve um pequeno efeito sobre a presa dos cimentos.

Em 1991, Linden et al analisaram o efeito da translucidez da porcelana Ceramco II (Ceramco) e das formas de polimerização na dureza Knoop dos cimentos resinosos Porcilite (Kerr) e Heliolink (Vivadent), nas formas duais e fotopolimerizadas. Foram empregados espaçadores de 0,7mm de espessura com graus de translucidez e tempo de fotoativação diferentes (30, 60, 90 e 120 segundos) sendo feitas as leituras em 30 minutos e 24 horas após.Juntamente a essas amostras, foram confeccionadas amostras analisadas da mesma maneira, porém excluindo o uso do espaçador. Os resultados demonstraram que, em comprimento de onda de 470nm, os espaçadores feitos com 50%, 75%,e 100% de opaco, permitiram passagem de luz

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de 54,5%, 49,5% e 48,2%, respectivamente, demonstrando que os diferentes graus de translucidez da porcelana não alteraram significativamente a transmissão de luz e conseqüentemente a dureza dos cimentos analisados. Além disto, também foi observado que ambos os cimentos, porém mais acentuadamente o Porcelite, apresentaram valores de dureza significativamente maiores nas suas formas duais e que o tempo de exposição de 60 segundos, normalmente recomendado pelo fabricante, não foi suficiente para que os cimentos atingissem sua dureza máxima. Para ambos os cimentos, não houve diferença significante nos valores de dureza entre os períodos de análise de 30 minutos e 24 horas.

Em 1992, Turbino et al estudaram a dureza superficial de resinas compostas por dois tempos de fotopolimerização: 20 e 40 segundos. Os valores de dureza foram lidos imediatamente e 24 horas após fotopolimerização. Os resultados obtidos foram os maiores valores para o aumento de duração do tempo de exposição luminosa, ou seja, 40 segundos de fotopolimerização. Houve também aumento da dureza superficial 24 horas após a polimerização, mas em menores proporções em relação ao tempo de exposição à luz.

White et al (1992) estudaram a microinfiltração in vitro de diversos agentes cimentantes, incluindo fosfato de zinco, cimento de ionômero de vidro e cimento resinoso. O cimento de fosfato de zinco exibiu a maior microinfiltração dentre os cimentos avaliados e os cimentos resinosos tiveram a maior resistência à infiltração. Os autores afirmam que provavelmente o melhor desempenho obtido com os cimentos resinosos se deve primariamente à capacidade de penetração do compósito nos túbulos dentinários expostos formando os tags resinosos. Os resultados da pesquisa sugerem que a adesão dos cimentos resinosos à dentina foi forte o suficiente para resistir à contração de polimerização e, desta forma, minimizar a

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microinfiltração. Salientam ainda que a escolha do agente cimentante deva ser baseada em critérios apropriados para uma situação clínica específica.

Cardash et al. (1993) verificaram o efeito da cor da porcelana sobre a dureza de um cimento resinoso de ativação física e de um cimento resinoso dual. Oito cores da porcelana Vita foram utilizadas em amostras tendo 10 mm de diâmetro e 2 mm de espessura. Os autores observaram que a cor da porcelana, na espessura utilizada, afetou acentuadamente a microdureza do compósito de ativação física. Os maioresvalores de dureza foram obtidos com o cimento resinoso dual, sendo que o cimento de ativação física, mesmo com exposição de luz prolongada, não alcançou dureza similar à do dual. Concluíram que a cor da porcelana e maior tempo de exposição não afetam de forma significativa a dureza do cimento resinoso dual, mas afetam a dureza do cimento de ativação física. Desta forma, com relação à dureza, os cimentos resinosos de dupla ativação devem ser os compósitos de escolha para restaurações cerâmicas de 2 mm ou mais de espessura.

Kawai, Isenberg e Leinfelder, em 1993, estudaram o efeito da dimensão da linha de cimentação sobre o desgaste dos cimentos resinosos. Os autores correlacionaram o tipo de cimento, tamanho da fenda marginal e suas formas de desgaste quando as inlays foram submetidas a estresse oclusal. Três tipos de cimentos resinosos foram utilizados. Os tipos de cimentos foram: híbrido (dois cimentos com partículas de 1 a 3µm); e microparticulado (um cimento com partícula de carga de 0,04µm). Foram feitas cavidades de 4 mm em todas as dimensões nas faces oclusais de molares humanos extraídos. Foram fabricadas restaurações em inlay de cerâmica para que as cimentações fossem feitas com os cimentos resinosos de acordo com a orientação dos fabricantes e fotopolimerizados por 60 segundos. As amostras, então, foram levadas à máquina de testes para os

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desgastes oclusais. Os resultados do estudo demonstraram os valores de desgaste do cimento microparticulado como sendo de três a quatro vezes maior que os cimentos híbridos. Os autores, então, consideraram a dimensão da linha de cimentação como um dos fatores principais na alteração do desgaste no cimento resinoso. A redução da linha de cimentação é uma consideração clínica de extrema importância para diminuir o desgaste dos cimentos na fenda oclusal das restaurações.

Através de uma revista da literatura, Oilo (1993) pesquisou materiais utilizados em cimentação de restaurações metálicas, comparando as propriedades físicas, mecânicas e biológicas dos cimentos de fosfato de zinco, policarboxilato de zinco e ionômero de vidro. De acordo com o autor, a resistência do cimento é de extrema importância uma vez que a retenção da peça protética está diretamente relacionada com esta propriedade. O estudo demonstrou maior resistência à compressão e capacidade retentiva ao cimento ionomérico diante dos demais cimentos relacionados. Entretanto, o cimento de ionômero de vidro apresentou grande sensibilidade à umidade em estágio de presa inicial, alterando consideravelmente sua resistência. Em relação à biocompatibilidade, o cimento fosfato de zinco, devido ao seu baixo pH inicial, foi considerado irritante à polpa.

Rueggeberg e Caughman, em 1993, estudaram a influência da exposição luminosa sobre a polimerização de cimentos resinosos duais. A utilização de um espectroscópio infravermelho foi realizada para aferir o grau de conversão monomérica de quatro cimentos resinosos duais de fabricantes distintos. Os cimentos utilizados foram submetidos a quatro tipos de tratamento de fotopolimerização após mistura das pastas base e catalisadora: sem exposição de luz; 60 segundos de luz sobre uma matriz transparente; 20 segundos e 60 segundos

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de luz através de uma lâmina resinosa de 1,5 mm de espessura, simulando o processo clínico. Os resultados obtidos no estudo, demonstraram uma grande diferença no comportamento de cada cimento, principalmente na conversão química. Na maioria das resinas, a conversão monomérica avaliada aos dez minutos é equivalente à conversão depois de 24 horas. De acordo com os autores não há evidencias em relação à ocorrência de uma conversão monomérica substancial na reação pela indução química após 24 horas.

White (1993), em uma revisão da literatura, destacou as principais propriedades que um agente cimentante deve apresentar para cumprir seu papel no desempenho adequado de restaurações protéticas. Dentre estas propriedades, o autor ressalta que a resistência do cimento é um quesito muito importante, uma vez que o mesmo deve ser capaz de absorver forças de compressão e tração e resistir às forças mastigatórias sem haver falhas. Com relação ao módulo de elasticidade, comenta que os cimentos devem apresentar um valor semelhante ao da estrutura dental, para que a deformação seja também similar. Outras características como a baixa solubilidade, pequena espessura de película, tempo de trabalho adequado, excelente integridade marginal, mínima microinfiltração, forte adesão e retenção também foram relatadas pelo autor como sendo indispensáveis para o sucesso clínico das próteses e restaurações cimentadas. Dentre os cimentos atualmente disponíveis, os resinosos são os que mais cumprem estes requisitos clínicos, embora muitas indicações de cimentação recaiam sobre os cimentos de ionômero de vidro, principalmente quando o acesso à luz é inexistente ou reduzido. O autor conclui seu artigo ressaltando a melhora do desempenho clínico obtido com os modernos agentes cimentantes adesivos e ionoméricos, mas que, entretanto, são tecnicamente mais sensíveis que os cimentos de fosfato de zinco.

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White e Kipnis, em 1993, analisaram a adaptação de coroas totais metálicas cimentadas em pré-molares extraídos. Os dentes foram preparados, moldados e suas respectivas coroas confeccionadas para análise das discrepâncias marginais, em quatro pontos pré-determinados nas margens, em microscópio óptico com aumento de 500 vezes. Após as leituras, as restaurações foram cimentadas com os cimentos de fosfato de zinco Flecks Zinc Phosphate (Mizzy), de policarboxilato de zinco Durelon (ESPE), de ionômero de vidro Ketac Cem (ESPE), resinoso Thin Film Cement (Den Mat) associado ao sistema adesivo Tenure (Den Mat) e resinoso adesivo Panavia Ex. Os corpos de prova foram armazenados em ambiente com 100% de umidade relativa, a 37º C por 24 horas e posteriormente foram realizadas novas leituras. A análise dos dados mostrou que, antes da cimentação, a discrepância marginal foi semelhante para todos os grupos, porem, após este procedimento, os grupos constituídos pelos cimentos resinosos apresentaram valores de discrepância significativamente maiores do que os demais cimentos, os quais apresentaram comportamento semelhante entre si.

Em 1993, White e Yu se propuseram a avaliar algumas características físicas para cimento resinoso, como conteúdo de carga em massa e espessura de película. Análises mecânicas, como dureza Knoop, resistência à compressão, resistência à tração diametral também foram feitas para alguns cimentos resinosos com indicação para cimentar próteses parciais fixas. Para cada tipo de ensaio, foram feitas amostras específicas com os cimentos All-Bond Crown and Bridge Cement (Bisco), Biomer (L.D.Caulk), C&B Metabond (Sun Medical), Thin Film Cement (Den-Mat), Infinity (Den-Mat), Panavia Ex (Kuraray) e Ultrabond (Den-Mat). Os autores puderam observar que o conteúdo de carga variou entre 7% no C&B Metabond e 75% no Panavia Ex, estando os demais contidos neste intervalo. As propriedades

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mecânicas analisadas no estudo mostraram valores mais elevados de resistência à compressão, resistência à tração diametral e dureza para os cimentos All-Bond Crown and Bridge Cement e Panavia Ex. Porém, estes materiais mostraram-se incompatíveis com a cimentação de restaurações metálicas devido à espessura de película se encontrar aumentada. De acordo com os autores, o conteúdo de carga é um dos fatores determinantes no melhoramento de propriedades mecânicas, mas não tem relação direta com a espessura de película.

Hansson, em 1994, testou, clinicamente, próteses parciais fixas na região anterior feitas em liga de ouro cimentadas com Super-Bond C&B. De um total de 13 próteses, 10 foram de três elementos, uma foi de quatro elementos com dois pônticos, todas na região anterior da maxila. As próteses restantes foram feitas na região anterior da mandíbula com cinco elementos, sendo dois pônticos. Somente um profissional realizou as restaurações e não houve caso em cantlever. A superfície interna dos retentores foi jateada com óxido de alumínio e tratadas com calor em forno a 400ºC, formando uma camada oxidada para auxiliar na união dos substratos. De acordo com os resultados do trabalho, a técnica adesiva foi insatisfatória quando comparada aos outros trabalhos utilizando próteses adesivas com técnicas de retenção mecânica e cimentos não adesivos. As fraturas ocorridas foram todas na interface resina-metal. A média de sobrevida das próteses foi somente de nove meses. Mesmo o cimento Super-Bond estando no mercado há 10 anos, poucos estudos clínicos são encontrados na literatura sobre o mesmo. De acordo com o autor, a adesão de próteses adesivas ainda precisa ser baseada em retenção micromecânica entre cimento e metal, pois um modo de alcançar boa durabilidade de união adesiva com o cimento Super-Bond, em ambiente com água, ainda deve ser encontrado.

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Rueggeberg, Caughman e Curtis (1994) em seu trabalho, relatam que um dos principais problemas dos compósitos fotoativados é que o grau de polimerização destes materiais é proporcional à quantidade de luz a qual eles são expostos. A partir deste princípio os autores se propuseram a avaliar o efeito da intensidade de luz e do tempo de exposição sobre a cura de resinas compostas. Utilizando-se de duas marcas comerciais de resinas compostas e duas de suas respectivas cores, os pesquisadores avaliaram o grau de polimerização através de espectroscopia infra-vermelha. Foram utilizadas diferentes espessuras dos compósitos, tempos de ativação e intensidades de luz. Os autores concluíram que 60 segundos de exposição são recomendados para prover polimerização uniforme e compensar o decréscimo da intensidade de luz. Além disso, ressaltam que os incrementos de resina composta não devem ser maiores que 2 mm para que se tenha uma cura máxima. Para a fotoativação de resinas compostas, uma intensidade mínima de 400mw/cm2 é recomendada.

Uctasli, Hasanreisoglu e Wilson (1994) avaliaram, por meio teste de dureza, a influência da espessura e translucidez de porcelana no grau de polimerização de diferentes cimentos resinosos. Para tal finalidade, foram feitas amostras com 1mm de espessura a partir dos cimentos de dupla polimerização Dual Cement (Vivadent) e Porcelite Dual Cure (Kerr) e do fotoativado Porcelite Light Activated (Kerr). Estes materiais eram fotoativados diretamente (grupo controle) ou pela interposição de lâminas de porcelana com espessuras de 0,5mm, 1mm e 2mm e três diferentes graus de translucidez. As análises de dureza Vickers foram realizadas nos períodos de 5 minutos, 60 minutos e 24 horas. Os resultados mostraram que, dos cimentos do grupo controle, o Porcelite Dual Cure apresentou maiores valores em todos os tempos analisados, seguido do Porcelite Light Activated e Dual Cement e que às 24

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horas, todos os cimentos do grupo controle apresentaram maior dureza em relação aos demais tempos de análise. Nos grupos com interposição de discos de porcelana, não houve diferença de dureza entre 5 minutos e 24 horas para os cimentos Porcelite Light Activated e Dual Cement enquanto no grupo constituído pelo Porcelite Dual Cure, os valores de dureza foram maiores após 24 horas em relação aos 5 minutos. O aumento de espessura e a redução da translucidez da porcelana promoveram redução significativa na dureza de todos os cimentos, tendo este efeito sido menos pronunciado no Dual Cement.

Darr e Jacobsen, em 1995, estudaram a eficiência e a razão de cura de agentes resinosos duais quando os mesmos foram polimerizados sob instruções do fabricante, fonte de luz apropriada e em condições em que a luz foi excluída e a polimerização foi baseada somente na reação química.Foi utilizado o método de medição da conversão monomérica através da resistência ao riscamento. A microdureza foi avaliada em diferentes espaços de tempo utilizando o teste de Wallaces.Os cimentos avaliados foram o Porcelite, Duo, Dual, Universal Cement e Kulzer. As amostras foram divididas em dois grupos onde o primeiro foi polimerizado segundo instruções do fabricante e o segundo grupo não houve fotopolimerização, somente a mistura pasta a pasta. Nos resultados do trabalho a polimerização dual levou aos maiores valores de força em todos os materiais, exceto o cimento Porcelite. O cimento Dual apresentou a maior diferença de força nos sistemas de polimerização sendo o químico 50% menor que o fotopolimerizável. A polimerização química mostrou melhor eficiência somente no cimento Universal Zement. As amostras fotopolimerizáveis tiveram uma grande resistência flexural e maior dureza, mas o processo de polimerização criou somente este avanço inicial

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de conversão. Segundo os autores, a polimerização química prevalece onde não há luz presente, aumentando o nível de conversão monomérica no cimento.

Em 1995, El–Badrawy e El-Mowafy propuseram-se a comparar a cura química e a cura dual de cimentos resinosos para restaurações de inlays em cerâmica e em resina. O estudo investigou o grau de dureza que o cimento alcançou através da cura química versus a cura dual e o efeito da espessura da restauração de inlay sobre a dureza do cimento. Foram utilizados sete cimentos de marcas diferentes. Os cimentos, além de polimerizados sobre uma matriz, foram também curados através de uma placa de resina e de cerâmica variando de um a seis milímetros de espessura. Todos os testes foram somente de cura química e cura dual para os cimentos. Foram feitos os testes de dureza Knoop para avaliar cada comportamento dos cimentos. Para todos os cimentos examinados, o teste de dureza Knoop demonstrou menores valores para o sistema de cura química. Com algumas exceções os cimentos demonstraram uma tendência a uma diminuição gradual nos valores de dureza de acordo com o aumento da espessura do espaçador cerâmico ou resinoso, o qual simula a restauração de inlay. A análise estatística revelou diferença significante na dureza para o sistema de cura química em relação ao sistema dual para todos cimentos examinados.Os autores encontraram diferenças significantes na dureza de amostras com polimerização dual através do espaçamento cerâmico ou resinoso de dois milímetros a três milímetros de espessura em relação às amostras polimerizadas com o sistema dual sem espaçamento.Como uma das conclusões, a cura química não foi suficiente para alcançar uma dureza eficiente nos cimentos examinados, principalmente em inlays com 2 mm a 3 mm de espessura.

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Peutzfeldt, em 1995, estudou o desgaste in vitro, quantidade de remanescente de ligação e conteúdo volumétrico de carga de oito cimentos resinosos duais. O autor avaliou o efeito da fotoativação sobre o desgaste na quantidade de remanescente resinoso. Os cimentos resinosos foram manipulados de acordo com instruções de seus fabricantes, colocados num molde e metade das amostras foram fotopolimerizadas por 90 segundos e a outra metade ficou dependente da polimerização química. As amostras foram confeccionadas em número de dez para cada cimento. Após o armazenamento em água por uma semana, as amostras foram montadas na máquina de teste de desgaste juntamente com uma outra amostra antagonista. Para obter os valores do atrito, as deformações das peças foram mensuradas em micrômetros (µm). O grau de conversão foi analisado através do espectrômetro infravermelho antes e depois da polimerização para se obter a quantidade de ligação dupla remanescente. O conteúdo do volume de carga foi determinado depois da queima do cimento resinoso a 600ºC por 30 minutos, pelo método picnométrico. Os resultados do trabalho mostram a fotoativação influenciando na diminuição do desgaste e na quantidade de ligações duplas remanescentes. Os cimentos testados variaram seu conteúdo de carga entre 31% e 66% do seu volume. O desgaste in vitro dos cimentos oscilou entre 30µm e 65µm e a quantidade de ligações remanescentes ficou entre 19% e 38% quando os cimentos foram submetidos à polimerização dual. Quando os cimentos não foram fotoativados, o desgaste variou entre 36µm e 74µm e a quantidade de ligações remanescentes variou entre 25% e 56%. A fotoativação melhorou a resistência ao desgaste de três cimentos do trabalho e reduziu a quantidade de ligação remanescente em seis cimentos testados. O estudo mostrou diferença substancial no desgaste in vitro, conteúdo de carga, quantidade de ligação

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dupla remanescente e o efeito da exposição luminosa sobre os oito cimentos utilizados.

Mc Comb, em 1996 realizou uma revisão de literatura sobre cimentos adesivos. Os cimentos resinosos, quando associados a procedimentos de adesão comprovados, promovem uma unidade extremamente forte, retentiva e praticamente insolúvel aos flúidos orais, resultando em um selamento efetivo. A redução do tamanho das partículas e a adição de monômeros diluentes acabaram superando os problemas relacionados à espessura de película destes cimentos que, até então, impediam o assentamento inicial das restaurações, resultando num aumento considerável da linha de cimentação. Segundo a autora nem todos os cimentos duais apresentam polimerização satisfatória quando ativados, tornando um agravante, pois a polimerização completa do cimento é de extrema importância para sua resistência, retenção e longevidade das restaurações podendo acarretar sensibilidade pós - operatória quando a conversão não é suficiente.

Weisman publicou, em 1996, um estudo no qual aplicou um questionário para clínicos gerais e protesistas investigando quais os materiais mais usados pelos mesmos para determinados tipos de procedimentos como em moldagens, confecção de provisórios e cimentação de restaurações indiretas metálicas e estéticas. Os dados revelaram que a utilização dos cimentos resinosos por ambas as categorias de profissionais sobrepujou os demais cimentos listados, como ionômeros de vidro convencional e modificado, fosfato de zinco e oxido de zinco e eugenol reforçado e que os especialistas (54%) empregam mais cimento resinoso que os clínicos (39%). Também foi observado, do ano de 1995, para o de 1996, aumento percentual do cimento resinoso, de 43% para 47%, e uma redução de 20% para 16% do cimento fosfato de zinco. A única aplicação para a qual os cimentos

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resinosos perderam sua liderança foi na cimentação de próteses parciais fixas extensas, tendo nestes casos os cimentos ionoméricos convencionais sido preferenciais para clínicos (49% contra 35%) e especialistas (47% contra 44%).

Anusavice (1998) conceitua resistência como sendo a tensão necessária para causar fratura ou uma quantidade específica de deformação plástica. Exemplifica alguns tipos de tensões que ocorrem em boca, como as tensões por flexão, que clinicamente pode ser produzida em uma prótese fixa de três elementos, quando cargas são aplicadas sobre o elemento pôntico. Relata ainda que o teste de resistência flexural é uma mensuração coletiva de tensões de tração, compressão e cisalhamento simultaneamente. No entanto, afirma que para corpos-de-prova finos, as tensões de tração são dominantes e se desenvolvem ao longo da superfície inferior.

Em 1998, França, Muench e Cardoso, avaliaram a retentividade entre os cimentos resinosos e a liga de níquel-cromo por ensaio de tração.Os cimentos resinosos analisados foram o Comspan, Panavia Ex e All-Bond C & B. A liga de Níquel-Cromo recebeu quatro tipos de tratamento: liso, microjateado, ataque eletrolítico e silicoater. O corpo de prova constituía-se de um conjunto de dois discos, providos de alças fundidas para a fixação na máquina de ensaio, cimentados entre si. A armazenagem foi feita em duas condições: 3 e 30 dias, em solução de NaCl, 0.9% a 37°C. Na segunda condição( 30 dias) foi feita intercaladamente , termociclagem (a 5°C e 55ºC), um minuto por banho perfazendo 600 ciclos. Os resultados obtidos através do ensaio foram os seguintes: em superfície lisa, os três cimentos apresentaram baixíssima retentividade; em superfície microjateada, o cimento Panavia Ex apresentou o melhor resultado por ter, em suas propriedades, um melhor escoamento para penetrar entre as irregularidades da superfície metálica

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tratada; a superfície tratada por ataque eletrolítico, além de necessitar de equipamentos mais complexos, obteve resultados de baixa retentividade; a superfície tratada com silicoater obteve resultados extremamente altos com os três cimentos, principalmente o All Bond; a imersão prolongada com termociclagem não influiu na retentividade das superfícies microjateadas.

Em 1998, Rosentiel, Land e Crispin através de uma revista de literatura, analisaram os sistemas de cimentação com o objetivo de colher informações para que o clínico encontre o material mais adequado em cada caso. O estudo científico avaliou as relações das seguintes categorias: biocompatibilidade, inibição da placa cariogênica, microinfiltração, propriedades mecânicas, solubilidade, absorção de água, adesão, contração de presa, resistência ao desgaste, estabilidade de cor, radiopacidade, viscosidade, tempo de presa e de trabalho. De acordo com o estudo literário, o advento de técnicas adesivas tem permitido ao dentista expandir serviços, pois muitos procedimentos não podem ser executados com cimentos tradicionais. Na prática, alguns materiais são necessários para atender aos cuidados do paciente. Por outro lado, alguns materiais são contra indicados para certas técnicas, então os autores ainda persistem no dilema que a melhor escolha não é sempre evidente, para cada caso haverá indicações e contra-indicações, tornando a escolha do clínico a mais racional possível.

Yoshida, Tanagawa e Atsuta (1998) propuseram-se a avaliar a solubilidade de alguns tipos de cimentos em duas soluções diferentes. Os cimentos estudados foram: Elite Cement 100, fosfato de zinco, HY-Bond Carbo-Plus, de policarboxilato de zinco, Fuji I, de ionômero de vidro e All-Bond C&B, Panavia 21 e Super-Bond C&B, resinosos. Foram confeccionados discos de 15mm de diâmetro e 0,6mm de espessura. Os corpos de prova foram armazenados, por 24 horas em ambiente a

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37ºC com 100% de umidade relativa, e posteriormente imersos, por 30 dias, em 50ml de uma das seguintes soluções: água destilada (pH 5,7) e 0,001mol/l de ácido lático (pH 4,0). A porcentagem de solubilidade dos cimentos foi obtida calculando-se a diferença entre as massas antes e depois da imersão dos corpos de prova e multiplicando-a por cem. Os autores observaram que em ambas as soluções, os três cimentos resinosos foram menos solúveis que os demais, os quais apresentaram a seguinte ordem decrescente de solubilidade: policarboxilato de zinco, fosfato de zinco e ionômero de vidro.

Em 1999, Braga, Ballester e Carrilho realizaram um estudo piloto para

avaliar a resistência ao cisalhamento da união entre porcelana e dentina usando-se cimentos resinosos duais. De acordo com os autores, o procedimento de cimentação é o passo mais crítico da técnica das restaurações cerâmicas. Compararam-se cimentos resinosos duais e quimicamente ativados quanto à resistência de união ao cisalhamento e observou-se que os cimentos resinosos duplamente ativados obtiveram valor três vezes maior que o compósito quimicamente ativado durante os primeiros 90 minutos. Para os três cimentos avaliados, os testes executados uma semana após a confecção das amostras demonstraram valores superiores aos 90 minutos iniciais. Deste modo, os autores recomendam que as restaurações cerâmicas cimentadas não devem ser submetidas a tensões.

Diaz-Arnold et al. (1999) revisaram a literatura para expor as vantagens, desvantagens e indicações de cinco agentes cimentantes. Os autores enfatizam que atualmente nenhum cimento preenche todos os requisitos como agente cimentante ideal e universal. Além disso, ressaltam que o clínico deve conhecer as virtudes e problemas de cada tipo de cimento e selecioná-los apropriadamente. Quanto aos

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cimentos resinosos, a capacidade que estes possuem de aderir-se a diferentes substratos, alta resistência, insolubilidade no meio oral e disponibilidade de cores, fazem deles os cimentos de escolha para restaurações estéticas. Os cimentos resinosos quimicamente ativados, por sua vez, são especialmente úteis para cimentação de próteses com base metálica e pinos intracanais, onde o acesso à luz é impedido. Mencionam ainda que os cimentos resinosos são úteis quando os preparos carecem de formas de resistência e retenção.

El-Mowafy, Hubo e El-Badrawy , em 1999, propuseram-se a investigar o grau de polimerização de oito cimentos resinosos duais quando apenas quimicamente ativados e duplamente ativados. Avaliaram ainda o efeito da espessura da porcelana sobre a polimerização dos cimentos resinosos. O grau de polimerização foi verificado com o teste de dureza Knoop em intervalos de 60 minutos, 24 horas e uma semana. As espessuras de porcelana variaram de um a seis mm. Os resultados demonstraram que em três dos cimentos examinados, a ativação apenas química apresentou menos de 50% da dureza obtida quando tais cimentos foram duplamente ativados. Idealmente, o componente quimicamente ativado dos cimentos resinosos duais deveria ser capaz de propiciar um grau de dureza semelhante, ou não muito menor do que o obtido pela ativação dual. Com relação ao efeito da espessura da porcelana, os autores concluíram que para muitos dos cimentos avaliados, houve valores significativamente inferiores de dureza para espessuras maiores do que dois a três mm.

Li e White, em 1999, estudaram propriedades mecânicas de cimentos dentais.O trabalho analisou cimentos de naturezas diferentes como: fosfato de zinco, policarboxilato, ionômero de vidro, ionômero de vidro encapsulado, ionômero modificado por resina, resina composta e cimento adesivo. O módulo de

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elasticidade foi medido utilizando uma técnica não destrutiva, armazenando as amostras durante: uma hora, um dia, uma semana, um mês e um ano. As propriedades compressivas (limite proporcional, resiliência e dureza), a resistência ao cisalhamento (compressão, tensão diametral e flexural) e a resistência flexural foram determinadas e avaliadas pelo ANOVA com dois cortes de teste (5 e 0,5 mm/min). De acordo com os resultados do estudo, os cimentos testados se diferem consideravelmente em relação às propriedades mecânicas. O tempo de armazenamento influenciou o módulo de elasticidade e afetou a maioria dos cimentos. Por exemplo, o cimento de policarboxilato e o ionômero de vidro continuaram a maturação após o tempo estimado pelos autores, enquanto outros cimentos mostraram maturação depois do primeiro dia. A resina composta e o cimento ionomérico modificado por resina demonstraram menor módulo de elasticidade que os outros cimentos. Os cimentos dominados por componentes resinosos exibiram comportamento mais resistente na flexão que os outros cimentos. Os materiais resinosos registraram resistência flexural, em ordem de magnitude, maior que os outros tipos de cimento, mostrando menor fragilidade ao teste de flexão.

Platt (1999) fez uma revisão da literatura para traçar as tendências, bem como discutir as propriedades dos cimentos resinosos. Destaca que a baixa solubilidade, a resistência ao desgaste e a menor microinfiltração, por serem propriedades importantíssimas de um agente cimentante, fazem dos cimentos resinosos um material com amplas indicações nos procedimentos protético-restauradores. Segundo o autor, a capacidade de criar uma resistente união à estrutura dental parece melhorar a performance física dos cimentos resinosos e pode aumentar a resistência à fratura dos dentes em alguns procedimentos

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restauradores. Destaca ainda que os cimentos resinosos duais e fotoativados podem não polimerizar inteiramente quando restaurações cerâmicas de dois a três mm de espessura são utilizadas. Salienta ainda que nenhum cimento resinoso tem demonstrado ser universal, devendo o clínico dessa forma selecionar o tipo de cimento resinoso mais apropriado para cada situação.

No ano de 2000, El-Mowafy e Rubo verificaram a influência da espessura de restaurações do tipo onlay-inlay sobre a polimerização de cimentos resinosos duais. Os autores comentam a importância de que os cimentos resinosos duais sejam formulados de modo que sejam capazes de atingir grau suficiente de cura com e sem fotoativação, para que possam garantir polimerização adequada em regiões onde o acesso à luz é dificultado ou impossível. Foram avaliados oito cimentos resinosos duais, cujos graus de polimerização foram obtidos pelo teste de dureza Knoop. As espessuras das amostras de resina composta variaram de 1 a 6mm com intervalos de 1mm. Para alguns dos cimentos avaliados, quando a espessura das amostras foi maior do que 4mm, a dureza foi reduzida a 50%, mesmo quando a aferição da dureza foi efetuada uma semana após a ativação do cimento. Dentre os materiais testados, o cimento resinoso dual Enforce exibiu os valores mais altos de dureza, sendo que não sofreu considerável redução nesses valores até mesmo com as amostras de 6mm de espessura. Devido aos valores inferiores de dureza para alguns dos cimentos, o autor sugere que os fabricantes modificassem a formulação de seus cimentos resinosos duais a fim de melhorar a eficiência do componente quimicamente ativado destes compósitos. No entanto, ressaltam quanto à quantidade excessiva destes componentes, uma vez que poderia prejudicar o procedimento de cimentação por diminuir o tempo de trabalho do cimento.

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Fonseca et al (2000) avaliaram a progressão de polimerização em função do tempo de armazenamento de quatro cimentos resinosos relacionando com o conteúdo de carga dos mesmos. Os cimentos avaliados foram: Scotchbond, Variolink, Enforce e Dual Cement. Os corpos de prova foram confeccionados num total de cinco por grupo a partir de uma matriz metálica circular de 4.0 mm de diâmetro e 2.0 mm de profundidade.Após o preenchimento da matriz e a regularização da superfície do corpo de prova com uma lâmina de vidro, era realizada a fotopolimerização durante 60 segundos. Para a avaliação do teste de dureza foi utilizado o aparelho de Wolpert. Os corpos de prova eram divididos em 4 quadrantes e se fez uma leitura de forma que em cada quadrante eram realizadas três leituras sendo logo após a polimerização. Para que a dureza fosse avaliada sem a influência de umidade, os corpos de prova foram removidos da matriz, acondicionados em um frasco âmbar e armazenados em um dessecador por sete dias. Decorrido esse período cada corpo de prova foi reposicionado na matriz e levado à mesa do aparelho Wolpert para novas leituras. De acordo com Antoniadi et al. (1991), a análise da dureza superficial de resinas compostas fotoativadas e quimioativadas, realizada a partir de 10 minutos até 12 meses após a polimerização, mostrou aumento progressivo da dureza até quatro semanas de análise, tendo havido estabilizado após esse período. Para a determinação do conteúdo de carga, foi separada a parte mineral da parte orgânica através de aquecimento e resfriamento do corpo de prova tomando medida do peso de antes e depois do aquecimento a 500ºC. Os resultados obtidos foram: houve diferença estatisticamente significante de dureza entre os tempos analisados, indicando progressão de polimerização do período inicial para os sete dias; houve diferença significativa de dureza para todos os cimentos avaliados, resultando na seguinte

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ordem: Scocthbond Resin Cements> Enforce>Variolink>Dual Cement; em relação ao conteúdo de carga, foi encontrada a seguinte ordem: Scotchbond>Enforce=Variolink>Dual Cement. De acordo com os resultados deste estudo, o conteúdo de carga presente na composição desses cimentos, bem como sua progressão de polimerização analisada neste estudo pelo teste de dureza, é fator de fundamental importância e deve ser levado em consideração quando da cimentação de restaurações estéticas indiretas.

Stansbury (2000) através de uma revisão da literatura explanou sobre a cura de resinas compostas dando ênfase aos fenômenos envolvidos na fotopolimerização. Neste sentido, abordou a interação da luz com os componentes dos compósitos, como a absorção e dispersão que as partículas de carga exercem quando da fotoativação, fazendo com que a luz incidente seja atenuada. Relata ainda que a absorção de luz pelos fotoiniciadores na região superior do compósito age como um filtro, reduzindo a transmissão de luz para o interior do compósito. O autor discute sobre os mecanismos básicos pelos quais os fotoiniciadores convertem os monômeros em polímeros e compara os diferentes fotoiniciadores utilizados atualmente como o PPD, QTX e a convencionalmente utilizada canforquinona. Pesquisadores e fabricantes estão numa constante busca para melhorar a eficiência da polimerização dos compósitos e, neste sentido, o aprimoramento dos agentes fotoiniciadores para que melhore o grau de conversão é um dos objetivos. Segundo autor, com a melhora na eficiência da polimerização, a performance e durabilidade das restaurações serão aumentadas, bem como a biocompatibilidade e a estabilidade de cor serão melhoradas.

Em 2001, Asmussen e Peutzfeldt estudaram a influência de componentes selecionados sobre a densidade da cadeia cruzada em estruturas poliméricas. O

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estudo investigou a influência da variação de composição na densidade da cadeia cruzada de modelos de polímeros de metacrilatos. Foi hipotetizado que a adição de um monômero monofuncional (benzil-metacrilato ou BMA) reduziria a densidade da cadeia cruzada. E este componente, por causar muitos centros de crescimentos poliméricos, iria resultar num relativo aumento da densidade de cadeia da estrutura polimérica. Os materiais usados foram resina a base de monômeros bifuncionais (BisGMA e TEGDMA) e monofuncionais (BMA). O polimetilmetacrilato foi dissolvido completamente em etanol para estimar a densidade da cadeia cruzada. Na primeira série de experimentos, os monômeros foram misturados em razões molares.O iniciador e co-iniciador foram a CQ (canforoquinona) e a CEMA (N, N-cianoetil metil anilina respectivamente e foram adicionados aos monômeros numa quantidade de 0.2% por peso. Na segunda série de experimentos, o conteúdo de CQ e CEMA foi variado, adicionando além de 0.2%, 0.5% e 1.0% por peso. As misturas monoméricas foram fotopolimerizadas por 40 segundos. Para cada polímero, a quantidade de adesivo residual (RDB) foi medida. A força de Wallace foi determinada antes (armazenamento no ar por um dia) e depois dos armazenamentos (em etanol a 37ºC) dos corpos de prova por um dia. Os resultados encontrados foram: em relação aos monômeros binários BisGMA e TEGDMA misturados, a quantidade de RDB foi maior quando a mistura conteve menos TEGDMA; na mistura de BisGMA, TEGDMA e BMA, a quantidade de RDB diminuiu com o aumento de BMA; a Força de Wallace ,depois da armazenagem em ar, foi desprezivelmente influenciada pela composição monomérica. Entretanto, a Força de Wallace, após o armazenamento em etanol, aumentou significantemente em relação ao armazenamento em ar, tendo o etanol um efeito amolecedor; em relação à mistura BisGMA e TEGDMA, a Força de Wallace, depois do armazenamento em

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etanol, foi mais forte na mistura contendo menos TEGDMA; em respeito à influência do BMA na Força de Wallace, depois do armazenamento em etanol, mostrou um mínimo em torno de 40% sem BMA e um aumento em torno de 0 a 80% contendo BMA; a quantidade de RDB decresceu com o aumento dos iniciadores (CQ e CEMA); a Força de Wallace, depois do armazenamento em ar, foi discretamente afetada pela variação do sistema de iniciação. Porém, a Força de Wallace, depois do armazenamento em etanol, diminuiu com o aumento das somas dos iniciadores (CQ e CEMA), com CQ tendo o melhor efeito.

Caughman, Chan e Rueggrberg (2001), examinaram o potencial de cura de seis cimentos duais sob situações clínicas diferentes. A proposta do estudo foi analisar a possibilidade dos cimentos testados serem classificados como universais, ou seja, capazes de atuar em qualquer situação clínica. Os cimentos duais foram submetidos a cinco tipos de tratamentos de polimerização diferentes: fotopolimerização somente da pasta base sobre matriz de poliéster por 40 segundos (luz-matriz); fotopolimerização da pasta base através de um disco cerâmico de 3mm de espessura por 40 segundos (luz-3mm); fotopolimerização do sistema dual sobre a matriz de poliéster por 40 segundos (grupo controle); fotopolimerização do sistema dual através do disco cerâmico por 40 segundos (dual-3mm); polimerização do sistema dual na ausência de luz onde as amostras foram colocadas em ambiente escuro durante sete dias (dual -sem luz). As amostras foram colocadas em um cabo de transmissão de uma unidade com feixes de condensação para obtenção do espectro infravermelho com oito leituras de resolução no espectrômetro. O trabalho apresentou valores de conversão, nos cimentos testados, maiores para o sistema de polimerização dual, independente das alterações luminosas causadas pelo disco cerâmico. A conversão resinosa nos cimentos duais submetidos à polimerização

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química foi menor que a conversão do grupo controle.Na maioria dos produtos polimerizados no modo dual sem luz, a conversão foi pelo menos igual aos valores das amostras tipo luz-matriz. Os valores do grupo luz-3mm foram significativamente menores que o grupo luz-matriz. O autor revela que a escolha por um cimento dual deveria ser mais direcionada, pois nem todos os produtos testados polimerizaram adequadamente em todas situações clínicas do trabalho.Embora nenhum cimento tenha se enquadrado no tipo “qualquer finalidade”, estes testados produziram uma variedade de resultados específicos para cada produto, demonstrando indicações diferentes entre eles.

Motta, Pegoraro e Conti (2001), através de estudo laboratorial, avaliaram a relação entre desajuste e microinfiltração marginal em coroas métalo-cerâmicas cimentadas com três tipos de cimentos (Fosfato de Zinco, Ionômero de Vidro e Cimento resinoso). Trinta pré-molares superiores humanos foram preparados para coroas métalo-cerâmicas, moldados com silicona de adição (3M) e vazados em gesso tipo IV(Durone). Foram confeccionadas e adaptadas as coroas sobre os dentes. O valor numérico da película de cimentação foi obtido a partir da medida inicial do desajuste com microscópio comparador (Mitutoyo-Japão) antes da cimentação para ser subtraída da medida realizada após a cimentação das coroas.Os corpos de prova foram divididos em três grupos: A -Fosfato de Zinco (SSWite); B -Ionômero de Vidro (Vitremer); C – Cimento resinoso (Enforce).A cimentação seguiu as instruções do fabricante e imediatamente após o assentamento inicial da coroa sob pressão manual, a região correspondente da interface dente/cimento/coroa foi envolvida com um fio de algodão embebido em saliva artificial, e então foi aplicada uma carga de 5Kg numa prensa especial, de acordo com o tempo de presa inicial de cada cimento.Após a cimentação todos os

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corpos de prova foram armazenados em um recipiente com saliva artificial em estufa a 37ºC, por 24 horas.Após as 24 horas decorridas, os corpos de prova foram submetidos à ciclagem térmica (de 5ºC a 55ºC por 300 ciclos). Em seguida, os corpos de prova foram colocados em solução de fucsina básica a 5%, por 48 horas, sendo lavados em água corrente para a remoção dos excessos de corante e incluídos em resina para seccionar no sentido vestíbulo-lingual. A avaliação da infiltração marginal consistiu em determinar o grau de penetração do corante, por intermédio de escores de acordo com a escala de Tjan (1992). O grau de infiltração foi medido em quatro pontos por um único operador. Os resultados foram: a análise de variância, a um critério, não detectou diferenças significantes entre os valores obtidos entre os três cimentos; a análise estatística, pelo método de Kruskal-Wallis, não detectou diferenças estatisticamente significantes para os três cimentos; segundo o coeficiente de correlação, entre dois fatores, independe da espessura da película de cimento; o resultado de desajuste marginal dos três cimentos mostrou que o cimento resinoso apresentou menor desajuste médio (97,58 µm), seguidos pelos cimentos de fosfato de zinco (102,98 µm) e de ionômero de vidro (156,25 µm), sem diferenças estatisticamente significantes; o grau de infiltração marginal provocado pela penetração do corante na interface dente/ cimento/coroa, sendo o cimento de ionômero de vidro o que apresentou o maior valor (2,00) seguido pelo cimento resinoso (2,40) e fosfato de zinco (2,46). A análise estatística, usando o método de Kruskal Wallis, não detectou diferenças estatisticamente significantes para os três cimentos.

Em 2001, Fonseca et al, avaliaram a adaptação marginal na região cervical de “inlays” de porcelana em função de diferentes cimentos resinosos. Os cimentos analisados foram: Variolink, Enforce, Scotchbond Resin Cement. Foram feitos

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preparos MOD do tipo “inlay” em 30 molares inferiores e, objetivando uma padronização dos preparos, foi empregado um microscópio Jena modificado por Sá (GABRIELLI, 1979), pela acoplagem de um relógio comparador Tesa. As cavidades possuíam as seguintes dimensões: caixa oclusal-2mm de profundidade e 3mm de largura vestíbulo-lingual; caixa proximal-1,2mm de profundidade, 4mm de largura vestíbulo-lingual e 2mm de largura mésio-distal sendo as margens cervicais com término em esmalte.A porcelana usada foi a Colorlogic(Ceramco).Os dentes foram moldados com silicona de adição de consistência leve (Express-3M) e confeccionadas as peças do tipo “inlay”. Os corpos de prova foram numerados e no local de leitura (região cervical) foram feitos duas perfurações com broca carbide de um quarto.O microscópio de medição foi o de Carl Zeiss-Jena com um aumento de 15 vezes. Na cimentação, a padronização do escoamento do cimento foi realizada por meio de um peso de 1Kg aplicado na superfície oclusal através de um amortecedor confeccionado em Optosil para evitar fraturas da porcelana.A fotopolimerização foi feita por 80 segundos em cada caixa proximal e por 160 segundos em dois locais da caixa oclusal no sentido perpendicular às superfícies dentárias.A leitura da interface dente-porcelana foi feita antes e depois da cimentação. Os resultados obtidos foram: de acordo com a análise comparativa do teste t de Student, houve uma diferença estatisticamente significante entre os valores médios obtidos antes (85,06 um) e depois (87,12 um) da cimentação, ou seja, houve uma alteração marginal cervical causada pela cimentação a qual aumentou o desajuste das restaurações nessa região; em relação aos diferentes cimentos, o teste de Análise de Variância demonstrou que todos os cimentos promoveram o mesmo aumento do desajuste cervical após a cimentação.

Referências

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