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Influencia do cimento endodontico e dos sistemas de fixação na resistencia a tração de pinos de fibra de vidro

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Academic year: 2021

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Vanessa Castro Pestana da Silveira Bueno Cirurgiã-dentista

“INFLUÊNCIA DO CIMENTO ENDODÔNTICO E DOS SISTEMAS DE

FIXAÇÃO NA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE

VIDRO”

PIRACICABA - 2005 -

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, para obtenção do Título de Mestre em Clínica Odontológica. Área de Dentística.

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Vanessa Castro Pestana da Silveira Bueno Cirurgiã-dentista

“INFLUÊNCIA DO CIMENTO ENDODÔNTICO E DOS SISTEMAS DE

FIXAÇÃO NA RESISTÊNCIA À TRAÇÃO DE PINOS DE FIBRA DE

VIDRO”

Orientador: Prof. Dr. Luís Alexandre Maffei Sartini Paulillo.

Banca Examinadora: Prof. Prof.Dr.Luíz Valdrighi

Prof.Profa.Dra.Mônica Campos Serra Prof.Prof.Dr.Luís Alexandre M.S.Paulillo

Dissertação apresentada à Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade Estadual de Campinas, para obtenção do Título de Mestre em Clínica Odontológica. Área de Dentística.

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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA

BIBLIOTECA DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

Bibliotecário: Marilene Girello – CRB-8a. / 6159

B862i

Bueno, Vanessa Castro Pestana da Silveira.

Influência do cimento endodôntico e dos sistemas de fixação na resistência à tração de pinos fibra de vidro. / Vanessa Castro Pestana da Silveira Bueno. -- Piracicaba, SP : [s.n.], 2005. Orientador: Luís Alexandre Maffei Sartini Paulillo.

Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba.

1. Eugenol. 2. Cimentos dentários – biocompatibilidade. 3. Polimerização. 4. Monômeros. I. Paulillo, Luís Alexandre Maffei Sartini. II. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de

Odontologia de Piracicaba. III. Título. (mg/fop)

Título em inglês: Influence of endodontic sealer and the luthing system on ultimate tensile strengh of fibre glass posts

Palavras-chave em inglês (Keywords): Eugenol; Dental cements – biocompatibility; Polymerization; Monomers

Área de concentração: Dentística

Titulação: Mestre em Clínica Odontológica

Banca examinadora: Banca Examinadora: Luís Valdrighi; Mônica Campos Serra; Luís Alexandre Maffei Sartini Paulillo

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Dedicatória

________________________________________________________

À Deus,

À Deus,

À Deus,

À Deus,

pela presença viva em todos os momentos da minha vida.

Ao meu marido,

Carlos Eduardo

Carlos Eduardo

Carlos Eduardo

Carlos Eduardo

pelo grande amor, compreensão e por todos os momentos felizes da minha vida...

Aos meus pais,

Elisio e Alci

Elisio e Alci

Elisio e Alci

Elisio e Alci

...que são exemplos de amor, de referência de vida...à minha eterna gratidão.

Ao meu irmão,

Mark

Mark

Mark

Mark

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Aos meus avós,

Álvaro e Gessy, Elisio e Elza

Álvaro e Gessy, Elisio e Elza

Álvaro e Gessy, Elisio e Elza

Álvaro e Gessy, Elisio e Elza

...que sempre demonstraram a essência de uma família feliz.

Aos meus sogros,

Gilberto e Maria Apare

Gilberto e Maria Apare

Gilberto e Maria Apare

Gilberto e Maria Aparecida

cida

cida

cida

...que me acolheram como filha e que aprendi a amá-los como tal.

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Agradecimento Especial

Agradecimento Especial

Agradecimento Especial

Agradecimento Especial

Ao meu orientador,

Luís Alexandre Maffei Sartini Paulillo

Luís Alexandre Maffei Sartini Paulillo

Luís Alexandre Maffei Sartini Paulillo

Luís Alexandre Maffei Sartini Paulillo

pela presença ativa e direta neste grande passo da minha vida científica,

competência e dedicação profissional, e mais que orientador se tornou um grande amigo

que admiro e desejo de coração que seja muito Feliz, sempre!!!!!

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Agradecimentos

Agradecimentos

Agradecimentos

Agradecimentos

À Faculdade de Odontologia de Piracicaba, na pessoa do diretor, Prof.Dr.Thales

Prof.Dr.Thales

Prof.Dr.Thales

Prof.Dr.Thales

Rocha de Mattos Filho

Rocha de Mattos Filho

Rocha de Mattos Filho

Rocha de Mattos Filho, e do Prof.Dr.Mário Fernando de Góes

Prof.Dr.Mário Fernando de Góes

Prof.Dr.Mário Fernando de Góes, diretor associado.

Prof.Dr.Mário Fernando de Góes

Ao Prof.Dr.Roger William Fernandes Moreira

Prof.Dr.Roger William Fernandes Moreira

Prof.Dr.Roger William Fernandes Moreira

Prof.Dr.Roger William Fernandes Moreira, coordenador do curso de

pós-graduação em Clínica Odontológica.

Ao Prof.Dr.Carlos Tadeu dos Santos

Prof.Dr.Carlos Tadeu dos Santos

Prof.Dr.Carlos Tadeu dos Santos

Prof.Dr.Carlos Tadeu dos Santos, do departamento de Matemática e

Estatística da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” –USP, pela realização

da análise estatística.

Aos professores do Curso de Pós-Graduação em Clínica Odontológica,

Prof.Dr.José Roberto Lovadino, Prof.Dr.Marcelo Giannini, Prof.Luis Roberto,

Prof.Dr.José Roberto Lovadino, Prof.Dr.Marcelo Giannini, Prof.Luis Roberto,

Prof.Dr.José Roberto Lovadino, Prof.Dr.Marcelo Giannini, Prof.Luis Roberto,

Prof.Dr.José Roberto Lovadino, Prof.Dr.Marcelo Giannini, Prof.Luis Roberto,

Marcondes Martins, Prof.Dr.Luiz André Freire Pimenta e Profa.Dra.Gisele Maria

Marcondes Martins, Prof.Dr.Luiz André Freire Pimenta e Profa.Dra.Gisele Maria

Marcondes Martins, Prof.Dr.Luiz André Freire Pimenta e Profa.Dra.Gisele Maria

Marcondes Martins, Prof.Dr.Luiz André Freire Pimenta e Profa.Dra.Gisele Maria

Marchi Baron,

Marchi Baron,

Marchi Baron,

Marchi Baron, pelos conhecimentos transmitidos e incentivo durante o curso.

Aos colegas do Curso de Pós-Graduação em Dentística – Ana Paula, Larissa,

Ana Paula, Larissa,

Ana Paula, Larissa,

Ana Paula, Larissa,

Andréa, Marcelo, Caio, Cristina

Andréa, Marcelo, Caio, Cristina

Andréa, Marcelo, Caio, Cristina

Andréa, Marcelo, Caio, Cristina – pela amizade e companheirismo!

Aos amigos Deborinha e Andrezinho,

Deborinha e Andrezinho,

Deborinha e Andrezinho, pela fidelidade e amizade que encontrei em

Deborinha e Andrezinho,

vocês!

Ao amigo, Jansen Ozaki,

Jansen Ozaki,

Jansen Ozaki,

Jansen Ozaki, pelo apoio e incentivo! Você sempre será um amigo

especial!

Ao Prof.Dr.Luiz Valdrighi

Prof.Dr.Luiz Valdrighi

Prof.Dr.Luiz Valdrighi, exemplo profissional, que me acolheu durante esses

Prof.Dr.Luiz Valdrighi

anos.

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Ao meu, Carlos Bueno,

Carlos Bueno,

Carlos Bueno, que compreendeu meus anseios e me encorajou para atingir

Carlos Bueno,

mais esse objetivo, exercendo o amor em todos os sentidos, como marido, amigo e professor.

Á Profa.Elda Pisaneshi,

Profa.Elda Pisaneshi,

Profa.Elda Pisaneshi,

Profa.Elda Pisaneshi, a quem eu me espelho, que foi responsável pela minha

formação e confiou em mim e no meu trabalho. Você tem participação direta na obtenção

desse título.

Aos amigos Carlos Fontana e Cláudia Silveira,

Carlos Fontana e Cláudia Silveira,

Carlos Fontana e Cláudia Silveira, que estiveram ao meu lado em

Carlos Fontana e Cláudia Silveira,

momentos difíceis ao longo deste curso. Obrigada pelo carinho e amizade!

Ao meu afilhado, Victor,

Victor,

Victor,

Victor, pelas alegrias e travessuras!!!

Á Mônica Aparecida Barnabé,

Mônica Aparecida Barnabé,

Mônica Aparecida Barnabé, pelas orientações e carinho com que realiza o seu

Mônica Aparecida Barnabé,

trabalho.

Aos funcionários da área de Dentística, Sr.Pedro e Fernandinha,

Sr.Pedro e Fernandinha,

Sr.Pedro e Fernandinha,

Sr.Pedro e Fernandinha, obrigada por

tudo!

Às demais pessoas que contribuíram de alguma forma para a realização deste

trabalho!

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SUMÁRIO

RESUMO... 1 1. INTRODUÇÃO... 5 2. REVISÃO DE LITERATURA ... 8 3. PROPOSIÇÃO... 35 4. MATERIAL E MÉTODOS ... 36 4.1. MATERIAIS... 36 4.2. MÉTODO... 39

4.2.1 SELEÇÃO DOS DENTES... 39

4.2.2 GRUPOS EXPERIMENTAIS... 40

4.2.3 PREPARO DAS RAÍZES... 41

4.2.4 TRATAMENTO ENDODÔNTICO... 44

4.2.5 CIMENTAÇÃO DO PINO:... 47

4.2.6 ENSAIO DE RESISTÊNCIA TRAÇÃO... 50

4.2.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA... 52

5. RESULTADOS ... 53

6.DISCUSSÃO ... 58

7.CONCLUSÃO... 65

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RESUMO

O objetivo deste estudo foi avaliar a influência do cimento endodôntico e do sistema de fixação na resistência à tração de pinos pré-fabricados de fibra de vidro. Foram utilizadas sessenta e quatro raízes bovinas extraídas, divididas em oito grupos experimentais resultantes da interação Cimento Endodôntico x Sistema de Fixação. A obturação dos canais radiculares foi realizada com percha e cimento endodôntico contendo eugenol (CC) ou no apenas com guta-percha termo-plastificada (SC), sendo verificada a influência do eugenol presente no cimento endodôntico nos sistemas de fixação. Foram utilizados dois sistemas de fixação RelyX/ Single Bond (SB/RX) e C&B/All-Bond 2 (CB/AB) e a associação dos mesmos RelyX/ All-Bond 2 (RX/AB) e C & B/ Single Bond (CB/SB), distribuídos nos seguintes grupos: GI – SB/RX/CC; GII – AB/CB/CC; GIII – AB/RX/CC; GIV – SB/CB/CC; GV – SB/RX/SC; GVI – AB/CB/SC; GVII – AB/RX/SC; GVIII – SB/CB/SC. Após a inclusão das raízes, as amostras foram submetidas ao teste de resistência à tração através de uma Máquina de Ensaios Universal – EMIC - modelo DL 5000, regulada a velocidade de 0,5mm/min. Os valores obtidos em quilograma força (kgf) foram tabulados e submetidos à análise estatística. Os resultados mostraram não haver efeito estatístico significativo para o fator cimento endodôntico e para a interação cimento endodôntico x sistema de fixação (teste de Análise de Variância, α= 0,05). Entretanto, a análise do resultado do teste de variação múltipla de Tukey (LSMEANS) mostrou que a maior média de resistência à tração foi apresentada pelo sistema de fixação Single Bond/RelyX 37,41(12,86)a, porém não apresentou diferença estatística significativa da média do sistema All- Bond 2/C&B 27,13 (8,34)ab. Por outro lado, a menor média de resistência à tração foi apresentada pelo sistema Single Bond/C&B 21,36(6,3)c,

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não apresentando diferença estatística significativa para o sistema All-Bond 2/RelyX 33,45(11,49)bc. Desta forma, concluiu-se que o cimento endodôntico não influenciou a resistência à tração dos sistemas de fixação de pinos intra-radiculares de fibra de vidro; os sistemas de fixação All-Bond 2/C&B e Single Bond/RelyX apresentaram o mesmo comportamento em relação a resistência à tração. Além disso, que a associação de adesivo que possui monômeros ácidos, em sua composição, e cimento resinoso quimicamente ativado diminui significantemente a resistência à tração.

Palavras-chave: pinos pré-fabricados, eugenol, cimentos resinosos, sistemas adesivos, resistência à tração.

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ABSTRACT

The aim of this study was to evaluate the influence of adhesive system, endodontic and fixation sealer on tensile strengh of prefabricated glass fiber posts. Sixty-four bovin roots were selected and divided in eighth experimental groups resultant in the interation of Endodontics Sealer x Fixation System. The guta-percha plasticized (WS) by heat and a sealer containing eugenol (WOS) were used in root canal filling in the root canal filling was done using guta-percha plasticized by heat, only. So, the influence of eugenol in fixation systems could be analyzed. It was used two adhesive systems: RelyX/ Single Bond e C & B/ All Bond 2 and the association between them (Rely X/ All Bond 2 e C & B/ Single Bond), all divided in 6 groups: GI – SB/RX/WS; GII – AB/CB/WS; GIII – AB/RX/WS; GIV – SB/CB/WS; GV – SB/RX/WOS; GVI – AB/CB/WOS; GVII – AB/RX/WOS; GVIII – SB/CB/WOS. After the inclusion, the specimens were submitted to tensile strengh in a Universal Testing Machine – EMIC - model 5000, under 0,5 mm/min of velocity. The results expressed in Kgf were schedule and submitted into statistical analysis. They showed no significant statistical effect to the sealer agent and to the interaction sealer X fixation system (Analysis of Variance Test, α= 0,05). However, Tukey´s test (LSMEANS) showed higher mean of tensile strengh to the system Single Bond/RelyX 37,41(12,86)a, but no statistical difference between this system and the other one - All Bond 2/C&B 27,13(8,34)ab was found. In the other hand, minor average was showed by system Single Bond/C&B 21,36(6,3)c, but no significant difference between this system and the other one All Bond 2/RelyX 33,45(11,49)bc.

Thus, it follows that the endodontic sealer didn´t affect fixation systems of pins and the system All Bond 2/C&B and Single Bond/RelyX showed similar results

of tensile strengh. It also follows that the association between an adhesive with acidic resin monomers and a chemical cured resin sealer can cause drop of potencial bond strengh.

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Key words: prefabricated posts, eugenol, resin sealer , bond systems, tensile strengh.

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1. INTRODUÇÃO

O desenvolvimento técnico-científico na área odontológica favoreceu o aumento no índice de sucesso obtido na terapêutica endodôntica, permitindo a recuperação de dentes com envolvimento pulpar e/ou com grande destruição coronária, devolvendo-lhes as suas funções no sistema estomatognático. Esse fato fez com que houvesse um aumento considerável no número de canais tratados endodonticamente. O sucesso do tratamento endodôntico levou a uma nova perspectiva dentro da Odontologia, pois dentes que antes seriam indicados para exodontia podiam agora ser recuperados (Assif et al.,1993; Morgano,1996).

A terapêutica endodôntica não deve ser considerada a fase final do processo terapêutico, mas sim a primeira fase de um tratamento odontológico global. A correta restauração do elemento dental após tratamento endodôntico tem importância fundamental no processo de cura (Christensen, 1996). A presença de restaurações inadequadas ou a sua ausência são os fatores mais relevantes para determinar o insucesso endodôntico que os problemas relacionados à técnica endodôntica propriamente dita (Ausiello et al.,1997; Imura et al.,1998; Ray & Trope,1995). Somente após o dente ter sido restaurado, com forma, função e estética, o tratamento endodôntico pode ser considerado encerrado (Christensen, 1996).

Por outro lado, a maioria dos dentes tratados endodonticamente apresenta extensa destruição coronária devido a cáries, restaurações anteriores, erosão/ abrasão, ou em razão do acesso para o tratamento endodôntico (Saupe et al.,1996; Caputo & Standle, 1976). Nestes casos, os pinos intra-radiculares estão indicados para promover uma estrutura sobre a qual a restauração coronária possa ser retida (Imura et al., 1998; Tjan & Nemetz, 1992; Johson et al.1976).

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Para a retenção da restauração podem ser utilizados os pinos pré-fabricados metálicos ou não metálicos – estéticos. Entre os pinos estéticos se encontram os pinos cerâmicos, de fibras de quartzo, fibras de carbono revestidas por quartzo e fibras de vidro. Os pinos de fibra de vidro se destacam por apresentarem módulo de elasticidade semelhante ao da dentina, translucidez natural, excelente resultado estético e aumentarem a resistência do remanescente dental (Vichi et al., 2002; Friedler & Leinfelder,1999).

Para fixação dos pinos pré-fabricados podem ser utilizados diferentes cimentos odontológicos, porém os valores mais altos de retenção são apresentados pelos cimentos resinosos, uma vez que as técnicas adesivas formam uma união efetiva com a dentina (Goldman et al.,1984).

Outro aspecto importante é a utilização de sistemas adesivos, associados ao cimento resinoso, para aumentar a resistência à tração das retenções intra-radiculares (Assif & Ferber, 1982; Ben-Amar et al.,1986). No entanto, quando Assif & Ferber, em 1982, compararam os diferentes cimentos para a fixação de pinos não obturaram o canal radicular antes da cimentação do pino. Dessa maneira, a influência da composição do cimento endodôntico no endurecimento do agente de fixação não foi avaliada. Isto torna-se particularmente relevante para os materiais poliméricos, visto que a presença do eugenol no cimento endodôntico pode inibir a polimerização do cimento resinoso e do sistema adesivo, diminuindo a resistência à tração (Dilts et al., 1986;Tjan & Nemetz,1992).

Porém, esse fato não foi observado por Schwartz et al., em 1998, que compararam grupos que utilizaram cimento endodôntico com eugenol e sem eugenol frente a dois grupos de cimento para posterior fixação de peças protéticas com cimento à base de resina e outro de fosfato de zinco, concluindo que o cimento fosfato de zinco apresentou a mesma retenção que os resinosos e que o eugenol presente no cimento obturador não influenciou na retenção dos cimentos usados na fixação. Por outro lado, Mendoza & Eakle, em 1994, observaram que o cimento resinoso foi melhor que o não resinoso em dentes obturados com cimento

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sem eugenol. Deve ser considerado também que o eugenol presente nas paredes do canal radicular após o tratamento endodôntico pode ser removido durante o preparo do espaço para o pino e/ou condicionamento ácido na técnica do condicionamento total (Tjan & Nemetz, 1992).

Além da presença do eugenol no cimento endodôntico, as características do sistema adesivo também são relevantes na retenção dos pinos pré-fabricados. A presença de monômeros ácidos na composição do sistema adesivo, que não foram polimerizados pela presença de oxigênio, interfere na qualidade da reação de polimerização dos agentes de fixação resinosos com dupla ativação da reação de polimerização, onde a luz fotoativadora, empregada na ativação física do cimento resinoso, não consegue atingi-lo (Sanares et al., 2001).

Portanto, frente às dúvidas a respeito da viabilidade de se utilizar cimentos resinosos em dentes que foram obturados com cimento contendo eugenol, bem como a influência da composição química do sistema adesivo na reação de polimerização dos cimentos resinosos, é de grande relevância clínica avaliar a influência do eugenol e da composição dos sistemas adesivos na resistência à tração de pinos intra-radiculares pré-fabricados.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

Em estudo realizado no ano de 1976, Caputo & Standlee descreveram detalhadamente todos os aspectos positivos e negativos dos pinos, a indicações e a técnica de utilização dos mesmos visando a manutenção de um elemento dental na cavidade bucal. Para os autores, os pinos retêm e protegem a estrutura remanescente dos dentes, sendo indispensáveis à prática da dentística conservadora. A utilização efetiva dos mesmos requer a aplicação dos princípios biomecânicos particulares a cada caso clínico. Nenhuma forma de pino é adequada a todas as situações clínicas. Um pino paralelo, serrilhado, bem adaptado ao canal radicular é uma associação ideal de características. Segundo os autores, quando a morfologia do elemento dental ou sua função requer retenção extra, a mesma pode ser conseguida através do aumento do comprimento do pino, diâmetro e número a ser utilizado. Entretanto, os mesmos também citam a importância da conscientização do profissional a respeito dos riscos que os procedimentos para obtenção de maior retenção podem representar à estrutura dental. Ótimos resultados em longo prazo poderão ser obtidos quando da utilização de pinos em conjunto com restaurações do tipo coroa total Veneer.

Johnson et al. (1976) descreveram vários métodos e técnicas capazes de proteger a estrutura dental de possíveis fraturas e assegurar retenção à restauração final. Foram feitas considerações a respeito de pinos cimentados e pinos rosqueáveis de forma bastante detalhada. Para os autores, o aumento do número de dentes posteriores preservados na cavidade bucal através da realização da terapia endodôntica em situações complexas, faz com que a técnica para a restauração coronária desses elementos apresente dificuldades ao profissional. Quando 25% ou mais da estrutura coronária tenha sido destruída,

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alguma forma de dentina artificial será necessária para prover adequado suporte e retenção à restauração final. Através deste trabalho, os autores também apresentaram os diversos critérios que devem ser cuidadosamente observados durante a avaliação pré-restauradora. Concluíram que os pinos cimentados promoveram melhor resistência às forças verticais e horizontais e menor tensão interna na estrutura dentária quando da sua inserção no canal radicular, devendo os profissionais utilizá-los sempre que possível.

Buscando esclarecer o mecanismo de adesão, Nakabayashi et al. (1982), em seu trabalho realizado através de microscopia eletrônica de varredura, estudaram a superfície dentinária após a aplicação de uma mistura de ácido cítrico e cloreto férrico, onde foram observadas: 1 - as superfícies fraturadas paralelas aos túbulos de dentina; 2 - a dentina com o adesivo polimerizado; 3 - as superfícies fraturadas parcialmente desmineralizadas; 4 - superfícies fraturadas sob tensão na união da dentina e 5 - tags de resina polimerizados e infiltrados nos túbulos. Os autores concluíram através de suas observações que a infiltração do monômero na dentina é mais importante na obtenção de uma boa adesão do que o embricamento nos túbulos dentinários pela resina infiltrada. Monômeros com grupos tanto hidrófilos quanto hidrófobos como 4-META promovem a infiltração do monômero. A camada de adesivo infiltrada e polimerizada na dentina foi observada na zona de subsuperfície dentinária. Esta zona tem excelente resistência contra a desmineralização ácida. Os autores também afirmaram que o mecanismo de retenção depende da efetividade da formação da camada híbrida. Esta, por sua vez, se forma quando a malha de fibras colágenas, do tecido dentinário, expostas pelo condicionamento ácido, é infiltrada pelo primer e adesivo, criando uma zona de interdifusão composta por resina e fibras colágenas. Em 1982, Assif & Ferber compararam a resistência à tração de pinos pré-fabricados cimentados através de compósito restaurador e cimento de fosfato de zinco. Para isso, foram utilizados 2 tipos distintos de pinos metálicos: Parapost-

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serrilhado com sulcos de escape e Dentatus - cônico rosqueado. Cem raízes de incisivos centrais foram divididas em 5 grupos de 20 dentes, cada grupo recebeu os seguintes tratamentos: grupo I – Parapost cimentado com cimento de fosfato de zinco; grupo II – Parapost cimentado com Prosthodent; grupo III – Dentatus sem nenhum agente de cimentação; grupo IV – Dentatus com cimento de fosfato de zinco; grupo V – Dentatus cimentado com Prosthodent. O ensaio de resistência à tração foi realizado na velocidade de 80 mm/min. Os resultados mostraram que, independente do tipo de pino utilizado, o compósito Prosthodent foi o de melhor desempenho. Os menores valores de resistência à tração foram apresentados pelas amostras do grupo III - pinos inseridos sem cimento.

Nakamichi & Fusayama (1983) compararam a força de adesão, utilizando cimento de fosfato de zinco, ionômero de vidro, cimento de policarboxilato e resinas compostas em dentes humanos e bovinos. Para tanto, cavidades padronizadas foram confeccionadas em primeiros molares superiores e incisivos centrais humanos e bovinos, extraídos há menos de 5 dias ou há mais de 6 meses. Essas cavidades foram preenchidas com os materiais citados e as amostras foram armazenadas, em primeiro lugar em caixa termostática a 37oC por 10 minutos e, em seguida, em água a 37o C por uma semana. Para metade das amostras, nas quais as resinas foram aplicadas, o condicionamento ácido foi realizado por um minuto, para posterior comparação. Todas as amostras foram submetidas aos testes de adesão em uma máquina autográfica a uma velocidade de 0,8 mm/min. Os valores de união ao esmalte e à camada superficial da dentina mostraram não haver diferença estatística significativa entre os dentes humanos e bovinos. Os autores também verificaram que a adesão à dentina bovina diminui consideravelmente nas camadas mais profundas deste tecido mineralizado. Os valores médios de adesão à dentina foram sempre mais elevados nos dentes extraídos há um período de tempo maior, em relação aos recém-extraídos. Entretanto, houve diferença estatística significativa somente para a metade dos dentes na qual o condicionamento ácido foi realizado. Essa diferença dos valores

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de união entre os dentes recém-extraídos e aqueles que foram extraídos há mais tempo, poderia ser explicada pela degeneração dos processos odontoblásticos e com isso abertura dos túbulos há mais tempo, aumentando o embricamento micromecânico.

Goldman et al. (1984) compararam a força de retenção de pinos de 4 e de 7 mm de comprimento, cimentados com 3 diferentes agentes de fixação em estudo “in vitro”. No grupo I, a limpeza do canal foi realizada com hipoclorito de sódio a 5,25% e no grupo II, foi utilizado EDTA a 17% seguido de hipoclorito de sódio a 5,25%. Os resultados mostraram que o pino de 4 mm cimentado com agente resinoso no grupo EDTA-NaOCl apresentou 1,5 vezes maior retenção do que o pino de 7 mm cimentado com fosfato e zinco e 2 vezes maior retenção do que o pino de 7 mm cimentado com cimento de policarboxilato. O pino de 7 mm fixado com resina após a aplicação de EDTA-NaOCl mostrou-se 2 vezes maior retenção do que o pino de 7 mm cimentado fosfato de zinco e 3 vezes maior retenção do que o cimento de policarboxilato. Portanto, o cimento resinoso apresentou melhor desempenho e o uso de EDTA corroborou para melhor performace dos agentes cimentantes.

Bem-Amar et al., em 1986, realizaram um estudo a respeito da retenção de pinos pré-fabricados rosqueados cimentados com agentes resinosos e sistemas adesivos. Para isso, sessenta e três pinos tratados, n°. 4, foram cimentados em dentes extraídos para testes de força de retenção. O agente de cimentação utilizado foi o compósito Silar em associação com um agente adesivo de esmalte Concise ou adesivo Scothbond. Os resultados indicaram que os valores de retenção foram maiores quando os pinos foram cimentados com o compósito Silar, precedido pela aplicação do Scothbond. A retenção foi menor quando o compósito Silar foi utilizado sem adesivo ou em conjunto com o agente de união Concise. Os autores sugerem o uso do agente Scothbond quando da cimentação de pinos Dentatus com compósitos.

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De Deus (1986) descreveu em sua obra a técnica de condensação lateral de obturação do canal radicular, considerada a mais usada rotineiramente na prática endodôntica, uma vez que não exige para sua realização qualquer manobra espetacular e nem tão pouco o preciosismo individual. Essa técnica preconiza a introdução de um espaçador digital entre o cone principal e as paredes do canal, com movimentos simultâneos de penetração, no sentido apical, e de um lado para o outro em semi-círculo, visando criar um espaço para se levar um cone de guta-percha de calibre igual ou inferior ao do espaçador digital, previamente untado com cimento endodôntico. Essa manobra é repetida até que a extensão lateral do canal esteja preenchida pelos cones de guta-percha adicionais e pasta como material cimentante dos cones. Somente quando o espaçador já não penetra mais próximo da linha cervical do dente, a condensação lateral pode se considerar, então, terminada. Segundo o autor, o principiante deve ter cuidado em não forçar demasiadamente o espaçador no sentido apical para se evitar deslocamento do cone principal. Uma boa norma é utilizar um cursor no espaçador para controlar a profundidade do trabalho.

Em 1986, Dilts et al. avaliaram a força de adesão de um cimento à base de óxido de zinco e eugenol a materiais geralmente empregados na confecção de coroas e testaram os efeitos do eugenol residual na união entre agente cimentante e esses materiais. Para tanto, foram confeccionados cinqüenta corpos de prova de cada tipo de material avaliado - amálgama, resina, liga metálica nobre Tipo III, liga metálica não-nobre - apresentando 0,625 de comprimento e 0,049 in 2 de área de secção transversal. O tratamento clínico que as coroas receberam foi simulado em todas as amostras, sendo aplicado o cimento à base de óxido de zinco e eugenol em uma espessura de 0,125 in. Após armazenamento durante 48 horas a 37oC, o teste de resistência à tração foi realizado através de uma máquina de Ensaio Universal Instron a uma velocidade de 0,05 inch/min. Os resultados obtidos foram registrados para posterior análise. Em seguida, para a realização da segunda

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parte do experimento, o cimento à base de óxido de zinco e eugenol foi removido com água e as amostras foram secadas por 10 segundos com jato de ar, sendo então aplicados os agentes cimentantes, cimento de fosfato de zinco, cimento de policarboxilato, cimento resinoso e dois cimentos de ionômero de vidro. Todos os agentes foram preparados conforme as instruções dos fabricantes. Após armazenamento durante 48 horas a 37oC, o teste de resistência à tração foi realizado da forma descrita anteriormente, sendo os dados também registrados e submetidos à análise estatística (teste de Duncan, α = 0,05). Os resultados mostraram redução significativa estatisticamente das médias de resistência à tração para todas as associações cimento/material de confecção de coroas, exceto para as amostras de amálgama cimentadas com fosfato de zinco. Sem o tratamento prévio com o cimento à base de eugenol, o conjunto cimento resinoso/resina composta mostrou o maior valor de resistência adesiva em comparação a todas as amostras testadas; porém, a presença de eugenol residual causou queda nesse valor para 1/6 de seu valor original. Os autores concluíram que maiores cuidados na limpeza devem ser tomados após remoção da coroa temporária a fim de aumentar a resistência de união, especialmente no caso de utilização de materiais poliméricos, uma vez que o eugenol pode inibir a reação de polimerização dos cimentos resinosos. De todos os cimentos testados, aquele à base de fosfato de zinco foi o menos afetado pela presença do eugenol residual, sendo o agente de escolha para os procedimentos clínicos.

Swanson & Madison (1987) estudaram a microinfiltração coronária após diferentes períodos de tempos de exposição do material obturador aos fluídos bucais. Assim, setenta dentes anteriores humanos extraídos unirradiculares foram obturados endodonticamente e expostos à saliva artificial. As amostras foram divididas em 6 grupos, conforme o tempo de exposição: grupo I - 0 dia de exposição à saliva artificial; grupo II - 3 dias; grupo III - 7 dias; grupo IV - 14 dias; grupo V - 28 dias e grupo VI - 56 dias. Em seguida, as amostras foram imersas em

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corante para se observar a microinfiltração. Os resultados mostraram que ocorreu infiltração em todos os dentes, variando de 79% a 85%, não havendo diferença estatística entre os mesmos. Os autores salientam em seu trabalho a importância da manutenção da cadeia asséptica durante a execução dos procedimentos endodônticos e protéticos, também através da redução do número de sessões clínicas, o que pode garantir o melhor prognóstico clínico.

Lacy et al. (1988) investigaram o efeito de seis diferentes tratamentos da superfície da porcelana feldspática na força de resistência ao cisalhamento da interface de união entre o compósito e a porcelana tratada. Assim, foram obtidos 6 grupos experimentais de acordo com o tratamento superficial da porcelana: Grupo A – diamante irregular; Grupo B – diamante + silano; Grupo C - diamante + gel de ácido fluorídrico fosfatado (AFF) a 1,23%; Grupo D - diamante + gel de ácido fluorídrico fosfatado (AFF) a 1,23% + silano; Grupo E – diamante + gel de ácido hidrofluorídrico a 9,5%; Grupo F - diamante + gel de ácido hidrofluorídrico a 9,5% + silano. Em todas as amostras foi aplicado um sistema adesivo fotopolimerizável, sendo as mesmas submetidas ao teste de resistência ao cisalhamento em uma máquina Instron a uma velocidade de 5 mm/min. Os resultados mostraram que não houve diferença estatística entre os Grupos A, C, e E, sendo que todas as amostras desse grupo houve falha na interface de união entre resina e a dentina. Houve diferença estatística entre os Grupos B e A, indicando efeito positivo da aplicação do silano. Não houve diferença estatística entre os Grupos D e F, mas os valores de resistência foram mais altos em relação aos outros grupos testados. Os autores concluíram que independente do tipo de tratamento de superfície em porcelanas, a força adesiva entre a resina composta e a mesma é relativamente maior que nas amostras onde o silano foi empregado, e que este associado ao condicionamento ácido propiciou um aumento significativo dessa união.

Nikaido (1989) avaliou o efeito de fotoiniciadores e dos monômeros na fotopolimerização de agentes de união e na adesão dos mesmos à dentina. A

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fotopolimerização de agentes de união foi mensurada através de métodos colorimétricos. O agente de união contendo DMAEMA como agente redutor reduziu o grau de polimerização na presença do 4-MET. Por outro lado, o agente de união contendo NPG e agentes redutores derivados obtiveram excelente grau de polimerização na presença de 4-MET. Os resultados dos testes de resistência à tração mostraram que agentes de união contendo N e DMABA, com ou sem 4-MET, promovem boa adesão à dentina tratada com EDTA 3-2. NPG e DMABA são recomendados não somente como agentes redutores, mas também como auxiliares da difusão de monômeros no substrato dentinário. A relação entre a força de adesão à dentina e a fotoirradiação do agente de união e do compósito também foi estudada. O prolongamento da fotoirradiação do agente de união e do compósito influenciou na força de adesão à dentina. Além disso, suficiente fotoirradiação do agente de união antes da aplicação do compósito foi importante para aumentar a força de adesão. Observações feitas através de microscopia eletrônica de varredura e de transmissão (MEV e MET) mostraram que uma boa adesão pode ser conseguida através da hibridização entre agentes de união fotopolimerizáveis e a dentina. Em relação aos sistemas adesivos de polimerização química, o autor cita que, apesar de não sofrerem influência da baixa quantidade de luz que atinge a porção apical do canal radicular, apresentaram uma acelerada polimerização, inibindo a difusão dos monômeros na dentina condicionada e formando uma camada híbrida menor.

Sjögren et al. (1990) estudaram os resultados do tratamento endodôntico a longo prazo e determinaram a influência de vários fatores no prognóstico do tratamento quando o mesmo foi submetido a um controle bacteriológico. Para isso, a terapia endodôntica, realizada no período de 8 e 10 anos em 356 pacientes foi avaliada através de exames clínicos e radiográficos. Os resultados do tratamento foram diretamente dependentes do estado pré-operatório da polpa e tecidos periapicais. A taxa de sucesso para os casos de vitalidade ou necrose, ambos sem radiluscência periapical, excedeu 96%, enquanto que apenas 86% dos casos

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com radioluscência apresentaram boa resposta ao tratamento. A possibilidade de instrumentação completa do canal e o nível de obturação afetaram de maneira significativa o prognóstico dos dentes avaliados. Os autores concluíram que a presença de restaurações inadequadas ou falhas nas técnicas de cimentação de pinos são dados relevantes que determinam o insucesso do tratamento endodôntico. A taxa de sucesso do tratamento endodôntico em dentes com lesão periapical pré-operatória ou necrose pulpar e aqueles com lesão periapical sob retratamento representam os principais problemas terapêuticos, como pode ser visto na baixa taxa de sucesso de apenas 86% e 62%, respectivamente.

Tjan & Nemetz, em 1992, investigaram o efeito do eugenol residual na retenção de pinos Parapost cimentados com cimento resinoso Panavia. Além disso, determinaram e identificaram o procedimento mais efetivo de limpeza do canal radicular que poderia anular os efeitos adversos do eugenol. Desta maneira, setenta pré-molares inferiores extraídos receberam preparos intra-radiculares para pinos e foram contaminados com aproximadamente 0,04 ml do líquido do cimento endodôntico contendo eugenol exceto o grupo controle. Os dentes foram armazenados em umidificador a 37oC por 7 dias antes da cimentação dos pinos serrilhados Parapost. Após armazenamento em incubadora a 37oC por 7 dias e 100% de umidade, os conjuntos dente/pino foram submetidos aos testes de resistência à tração em uma Máquina de Ensaios Universal (Instron, modelo 122) a uma velocidade e 0,1 cm/min. Os resultados mostraram substancial decréscimo na retenção de pinos cimentados com Panavia na presença de eugenol – 6,5 kg, porém, quando foi previamente feita irrigação com álcool etílico a média de resistência foi de 21,5 kg ou quando o canal foi condicionado com gel de ácido fosfórico a 37% a média foi de 19,2 kg, sendo a resistência ao deslocamento dos pinos foi restaurada. Os autores concluíram que os pinos cimentados com Panavia, nos quais o procedimento de limpeza dos canais foi realizado de maneira adequada, mostravam-se de 30% a 46% mais retentivos que os pinos cimentados com fosfato de zinco sem tratamento prévio (14,7 kg).

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Assif et al., em 1993, estudaram o efeito do desenho do pino na resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente, restaurados com coroas unitárias. Utilizaram quarenta e um pré-molares unirradiculares, que tiveram suas coroas seccionadas 2 mm acima do limite amelo-cementário. Após a secção, foram divididos em quatro grupos, que receberam diferentes tratamentos: núcleo metálico fundido; pino metálico cilíndrico com término apical paralelo; pino metálico cilíndrico com extremidade cônica, cimentados com fosfato de zinco; e um grupo em que o canal foi preenchido com cimento de ionômero de vidro convencional Ketac Fill. Foram cimentadas coroas protéticas sobre um término cervical de 2 mm em dentina. Os dentes foram incluídos em blocos de resina acrílica e levados à Máquina Universal de Ensaios para o teste de resistência ao carregamento tangencial de compressão, em ângulo de 30º, à velocidade de 2 mm por minuto, até fraturar. Os resultados demonstram que o desenho do pino não tem influência na resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente, fato atribuído à confecção do término cervical de 2 mm, recoberto por colar metálico. Não houve também diferença entre os grupos restaurados com ou sem núcleo metálico fundido.

Meerbeek et al. (1993) examinaram através de microscópio eletrônico de varredura e de microscópio eletrônico de transmissão (MET), a zona de interdifusão resina-dentina produzida por um sistema adesivo que promove a remoção da smear layer e descalcifica a dentina superficial, ao mesmo tempo. Para isso, discos de dentina com aproximadamente 1-1,5 mm de espessura foram preparados a partir de terceiros molares humanos extraídos, nos quais o sistema adesivo Clearfill (Kurakay) foi aplicado conforme as instruções do fabricante para a formação de camadas híbridas padronizadas. Os autores salientaram que antes da aplicação desse sistema adesivo, a dentina foi condicionada com solução ácida aquosa 10-20%. Os resultados mostraram a presença de uma zona de interdifusão dentina/resina composta na junção entre a estrutura profunda da dentina inalterada e resina composta. Dentro dessa zona de interdifusão, 3

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subcamadas de estrutura e coloração características, foram visualizadas através da MET, sendo facilitada pela aplicação prévia de EDTA. Uma camada difusa negra superior continha poucas configurações estruturais. A terceira camada densa contendo cristais de hidroxiapatita separou a camada de dentina superficial desmineralizada daquela camada mais profunda, inalterada. Os autores concluíram que quanto maior a profundidade da dentina, menor a difusão dos monômeros através deste tecido, deixando cristais de hidroxiapatita na base da zona de interdifusão. Esses cristais foram resistentes ao tratamento com EDTA, o que sugere que os mesmos foram encapsulados pela resina.

Meerbeek et al. (1993) determinaram a dureza e o módulo de elasticidade das camadas sucessivas da junção resina/dentina através da nano-endentação de quatro sistemas adesivos, dos quais dois eram também aplicados com diferentes agentes condicionantes. Os resultados mostraram que a dureza da zona de interdifusão resina/dentina foi significativamente mais baixa do que aquela a dentina inalterada. Foi observado um gradiente do módulo de elasticidade da camada da dentina mais rígida acima da zona de interdifusão mais elástica e da camada do adesivo para o compósito resinoso. Esse gradiente foi mais evidente nos sistemas que produziram camadas adesivas relativamente espessas ou promoveram uma camada intermediária de resina de baixa viscosidade entre o adesivo e a massa do compósito. Os autores citaram em suas conclusões que a camada híbrida pode agir como uma camada elástica amortecedora, absorvendo todas as tensões desenvolvidas durante a contração de polimerização dos cimentos resinosos e melhorando a adaptação marginal das restaurações.

Visando investigar a capacidade retentiva de pinos pré-fabricados cimentados com 4 agentes de cimentação diferentes, Mendoza & Eakle, em 1994, realizaram um estudo in vitro. Para tanto, foram utilizados sessenta caninos superiores humanos extraídos, divididos em 4 grupos de 15 amostras, de acordo com cada cimento utilizado (Panavia, All Bond-2, Ketac-Cem, C & B Metabond).

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As coroas anatômicas foram removidas e a terapia endodôntica foi realizada com cimento endodôntico sem eugenol em cada uma das raízes, sendo as mesmas submetidas ao preparo radicular para pino. As raízes foram incluídas em blocos de resina acrílica e os pinos foram separados dos canais através de uma Máquina de Testes Instron. A análise estatística (ANOVA e teste de Newman) entre as médias de resistência mostrou não haver diferença estatística entre os cimentos Ketac-Cem e Panavia e nem entre este último e o All Bond-2. Os resultados também mostraram que o cimento C & B Metabond foi o mais retentivo de todos os demais testados (p<0,05). O All-Bond 2 foi o que apresentou menor retenção em relação aos demais testados. Os autores recomendaram o uso de cimentos resinosos nos casos de coroas destruídas, quando a microrretenção mecânica é extremamente necessária para assegurar maior longevidade das restaurações.

Jacobsen & Söderholm (1995) avaliaram a influência de diferentes solventes, água e acetona, contidos em primers à base de HEMA e o tempo de aplicação desses primers sobre a força de união aos tecidos dentinários. Para isso, uma solução de HEMA e acetona ou álcool foi preparada e aplicada sobre a dentina úmida durante trinta ou cento e vinte segundos, seca e coberta por uma resina composta e fotoativada. Cilindros de compósito foram unidos a essas superfícies e a força de adesão foi determinada após trinta dias de armazenamento em água. Os resultados mostraram maiores valores de força de adesão para os primers cujo solvente era a acetona (tempo de aplicação de 30 s. = 22.2 +/- 2.1 MPa e tempo de aplicação de 120 s = 21.5 +/- 3.2 MPa) em comparação ao outro grupo contendo solvente à base de água (tempo de aplicação de 30 s = 7.0 +/- 3.3 MPa e tempo de aplicação de 120 s = 16.2 +/- 4.8 MPa). Em contraste com o primer à base de acetona, o primer contendo água aumentou sua força adesiva em função do prolongamento de seu tempo de aplicação, porém sem alcançar aquela apresentada pelos dois grupos à base de acetona. A conversão da resina foi 53,3%, que diminuiu para 25% quando 0,2 ml de água ou mais foi adicionado por milímetro de resina. Os autores concluíram

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que quando a água é utilizada como solvente nos primers à base de HEMA, a força adesiva é menor, em relação àquela apresentada pelos primers contendo acetona como solvente. Uma possível explicação para esse fato seria a capacidade da água em interferir na polimerização dos sistemas adesivos resinosos.

Ray & Trope (1995) avaliaram a relação da qualidade da restauração coronária e a obturação do canal radicular sobre o estado periapical de dentes tratados endodonticamente através do exame radiográfico. Para isso, foram analisados um mil e dez dentes tratados endodonticamente, com restaurações permanentes. Foram excluídos da avaliação dentes com núcleos e pinos. Os autores classificaram a qualidade da obturação (EB – endodontia boa; EP – endodontia pobre); a qualidade da restauração (RB – restauração boa; RP – restauração pobre) e a condição perirradicular (PIP - presença de inflamação perirradicular; AIP - ausência de inflamação perirradicular). Os resultados mostraram ausência de lesão periapical em 61,07% dos dentes examinados. A associação de RB e EB mostrou maior taxa de AIP (91,4%), em relação à combinação RP e EP. Os autores concluíram que um tratamento endodôntico de qualidade é fator essencial à devolução da normalidade perirradicular e que a restauração coronária é fator sine qua non para o sucesso do tratamento endodôntico.

Christensen, em 1996, descreveu detalhadamente as situações clínicas em que os pinos não são necessários e as situações clínicas onde compósitos ou pinos flexíveis estão indicados. Sobre a utilização de pinos intra-radiculares em dentes tratados endodonticamente, o autor coloca em dúvida a capacidade deste material em fortalecer os mesmos, quando cimentados no canal radicular. Recomenda a utilização de pinos e núcleos para fornecer retenção à restauração protética nos casos em que mais da metade da coroa dental foi perdida. Também defende o uso de pinos pré-fabricados e núcleos de preenchimento, afirmando

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ainda que os pinos de titânio são a melhor opção por apresentarem adequada resistência e excelente biocompatibilidade. O autor concluiu que o aumento do uso de coroas e próteses fixas será cada vez maior, sofrendo modificações positivas com o decorrer dos anos.

Morgano, em 1996, fez um levantamento sobre restaurações indiretas para dentes tratados endodonticamente, relembrando os tradicionais princípios biomecânicos para o sucesso destas reconstruções. O autor discutiu conceitos de reforço radicular, falhas do tratamento restaurador, as indicações dos pinos, a conservação da estrutura dentária, as técnicas de remoção de guta-percha, a necessidade de planejamento pré-operatório e as novas opções de tratamento disponíveis. Em relação aos pinos, sugeriu que as proporções de comprimento e diâmetro sejam mantidas, mesmo na utilização de pinos pré-fabricados. Quando o comprimento do pino for comprometido devido a limitações anatômicas, o autor sugeriu a utilização de agente de cimentação resinoso contendo o monômero 4-META na fixação de pinos ativos, preferencialmente, permitindo a resolução de casos complexos. Entretanto, quando um elemento dental apresenta-se severamente comprometido, a exodontia e a substituição com implantes suportados por próteses fixas estão melhor indicados devido ao resultado ser mais previsível.

Perdigão et al. (1996) investigaram a interação de 6 sistemas adesivos, experimentais e comerciais, com a estrutura dentinária através de um estudo “in

vivo”. Para tanto, One Step, Clearfill Liner Bond2, OptiBond, Permagem associado

ao condicionamento dentinário com ácido fosfórico a 10%, Permagem associado ao ácido fosfórico a 35% e Prime & Bond foram aplicados em cavidades Classe I padronizadas em pré-molares indicados à exodontia por razões ortodônticas, sendo associados com uma resina de polimerização química ou fotopolimerizável. Os dentes foram cuidadosamente extraídos 5 minutos após a polimerização da resina e fixados em glutaraldeído a 2,5%. Após a fixação, as amostras foram

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desidratadas, seccionadas e preparadas para estudo em microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados mostraram que apesar de alguns sistemas terem produzido interfaces livres de gaps em algumas amostras, todos apresentaram desunião na transição entre a zona de interdifusão resina/dentina a resina fluida aplicada sobre a mesma. Foi observada a presença de bolhas de ar e/ou camadas espessas de resina fluida polimerizada, o que resultou em áreas de separação menos freqüentes na interface resina/dentina, fortalecendo o conceito de paredes cavitárias elásticas. Foi também verificado que alguns sistemas adesivos não formaram uma camada espessa acima da dentina, caso contrário a resina não teria penetrado nos túbulos dentinários. Os autores também ressaltaram a importância do condicionamento ácido previamente a utilização dos sistemas adesivos para remover a smear layer e ampliar a entrada dos túbulos dentinários, através da desmineralização da dentina intertubular até uma profundidade de cerca de aproximadamente 5 µm.

Saupe et al. (1996) realizaram estudo in vitro a respeito da validade do reforço intra-radicular. O comportamento de dois sistemas de pino/núcleo distintos cimentados com cimentos resinosos foi estudado em dentes tratados endodonticamente com paredes radiculares comprometidas estruturalmente. Os sistemas restauradores envolveram (1) o uso de pinos e núcleos metálicos fundidos, fixados com cimento resinoso e (2) o reforço intra-radicular da raiz com resina seguida pela cimentação de pino e núcleo metálico fundido com cimento resinoso. Além disso, a influência do uso da virola, reforço metálico em forma de anel, na resistência à fratura da restauração final. Após a remoção da coroa, quarenta incisivos centrais com estrutura coronária enfraquecida foram divididos em 2 grupos: grupo 1 – dentes reabilitados com pinos/núcleos fundidos e grupo 2 – dentes reabilitados com reforços de resina composta somados aos pinos e núcleos fundidos. A metade dos dentes de ambos os grupos recebeu reforço metálico em forma de anel. Todos os pinos foram cimentados com agentes de

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fixação resinosos. A resistência à simulação das forças mastigatórias apresentada pelo dentes do grupo 2 foi significativamente maior do que aquela apresentada pelo grupo 1. Não houve diferença estatística entre os valores de resistência à fratura dos dentes pertencentes ao grupo 2 que receberam reforço metálico – virola - e os que não receberam esse reforço extra, também pertencentes ao grupo 2. Os autores concluíram que o sistema de reforço resinoso Luminex pode substituir o uso de um reforço metálico em forma de anel em dentes extensamente destruídos, uma vez que este último requer muito tempo clínico para sua confecção.

Tay et al. (1996) estudaram através de microscopia eletrônica de varredura a interface entre o adesivo à base de acetona e a dentina condicionada com ácido fosfórico em três diferentes graus de umidade do substrato. Para isso foram confeccionados discos de dentina que foram divididos em 3 grupos, conforme a quantidade de água presente na dentina: grupo I - secagem da dentina por 3 segundos; grupo II – superfície dentinária apresentando brilho após leve secagem; grupo III – dentina apresentando umidade em excesso. Os resultados mostraram que apesar da camada híbrida estar presente em todos os grupos, foi detectado menor selamento dos túbulos dentinários, sendo esse fenômeno proporcional à quantidade de umidade deixada na superfície dentinária. Nas amostras do grupo 1 foi observado glóbulos de resina intratubular abaixo dos

plugs resinosos. Pequenos e isolados espaços em forma de bolhas foram

observados ao longo da superfície da camada híbrida das amostras do grupo 2, enquanto que espaços semelhantes porém maiores foram constatados no grupo 3. Os autores concluíram que túbulos incompletamente selados associados a espaços em forma de bolhas, presentes pelo excesso de umidade no substrato dentinário, podem facilitar a movimentação hidrodinâmica do fluido tubular, provocando hipersensibidade pós-operatória, quando da utilização desses adesivos à base de acetona.

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Esses mesmos autores, em 1996, realizaram estudo visando identificar aspectos ultra-estruturais resultantes da interação da água presente no primer quando o adesivo de dois frascos à base de acetona e álcool (All Bond 2 ) era aplicado na dentina condicionada, com excesso de umidade em sua superfície. Para tanto, o adesivo All Bond 2 foi aplicado a discos de dentina preparados a partir de molares humanos, sob 3 diferentes graus de umidade do substrato dentinário: grupo I - secagem da dentina por 3 segundos; grupo II – superfície dentinária apresentando brilho após leve secagem; grupo III – dentina apresentando umidade em excesso. Todas as amostras foram preparadas para estudo através de microscopia eletrônica de transmissão para avaliação ultraestrutural da interface resina/dentina. Os resultados mostraram que o deslocamento da àgua pelos solventes voláteis do primer resultou na formação de uma camada de dentina impregnada por resina nos três grupos. Foram observados espaços em forma de bolhas preenchidos por água na superfície dentinária para as amostras dos grupos II e III, semelhantes às estruturas encontradas nos túbulos parcialmente preenchidos por água do grupo I. Nas amostras do grupo III, o excesso de água resultou na formação de uma emulsão de polimerização devido à interação entre os componentes bifuncionais solúveis em água do primer e aqueles outros insolúveis em água, resultando no comprometimento da integridade da interface resina/dentina. Concluíram que o fenômeno de adesão é extremamente sensível à técnica empregada, sendo que o excesso de umidade na superfície dentinária pré-condicionada pode prejudicar a adesão ao substrato dentinário.

Em 1997, Ausiello et al. estudaram a resistência à fratura de cúspide de dentes tratados endodonticamente e restaurados com vários materiais adesivos. Assim, preparos MOD e a terapia endodôntica foram realizados em pré-molares superiores extraídos. As cavidades foram restauradas com amálgama - Valiant em associação a agentes de união SuperBond ou Panavia, os compósitos Z100,

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Herculite XRV ou Clearfill RP com seus respectivos sistemas adesivos, Z100 em conjunto com os cimentos ionoméricos Ketac Fil, Fuji II, Vitremer e Tetric em conjunto com Compoglass. A resistência à fratura foi medida através de carregamento axial de compressão em Máquina de Testes Instron. Um dos métodos restauradores, compósitos em associação com os sistemas adesivos dentinários em preparos mésio-ocluso-distal (MOD) biselados, promoveram uma resistência à fratura de cúspide que não diferiu significativamente daquela obtida em dentes naturais hígidos. Dois outros métodos restauradores, amálgama adesivo e a técnica de sanduíche de ionômero de vidro/compósito em cavidades biseladas apresentaram menores valores de resistência à fratura de cúspide do que aqueles mostrados pelos dentes naturais hígidos, porém, tais valores eram ainda maiores do que aqueles dos dentes não-restaurados e com preparos MOD. Foi observado, que os sistemas adesivos restauradores estudados podem ser usados em dentes tratados endodonticamente. Os autores atribuem as altas resistências adesivas encontradas no presente estudo ao emprego dos sistemas adesivos hidrófilos, que após o condicionamento ácido da dentina, possibilitaram a formação da camada híbrida.

Marshall et al. (1997) realizaram um estudo a respeito das variações dos componentes estruturais e propriedades do tecido dentinário conforme sua localização, ocorrência de fenômenos patológicos e fenômenos fisiológicos. Os autores citaram que, quanto a sua localização, a permeabilidade dentinária é maior próxima à polpa em função das diferenças na densidade e diâmetro dos túbulos dentinários. Já a ocorrência de processos patológicos, tais como cárie dental, abrasão, lesões cervicais não cariosas, induzem a formação da dentina reacional, constituída por túbulos menos regulares e em menor número. Os fenômenos fisiológicos estão representados pela movimentação do fluido dentinário através dos túbulos, o que pode representar um problema aos procedimentos adesivos. Os autores também discutiram a influência dessas

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propriedades e características do substrato dentinário normal e alterado nos processos de adesão. Uma revisão dos principais trabalhos que utilizaram métodos de estudo microestrutural foi realizada, além da descrição das propriedades mecânicas básicas da dentina e da relação das mesmas com seus elementos de constituição. Muitos sistemas adesivos utilizam alguma forma de tratamento da smear layer para removê-la completamente, condicionando a dentina peritubular e intertubular ou reter somente os smear plugs, condicionando a dentina intertubular apenas, sendo uma forma de aumentar a permeabilidade da dentina tubular no processo de adesão. Concluíram também que variações estruturais locais em função da idade ou de processos patológicos podem influenciar as propriedades e a forma de apresentação clínica desse tecido mineralizado e, consequentemente, alterar todas formas de tratamento preventivo e/ou restaurador a ser realizado.

Em 1998, Imura et al. determinaram o período de tempo necessário à penetração bacteriana através de 3 materiais restauradores temporários e através de todo canal radicular obturado com a técnica da condensação lateral. Para isso, sessenta pré-molares inferiores humanos extraídos foram divididos em 3 grupos conforme o material restaurador utilizado: grupo I - guta-percha; grupo II - IRM; grupo III - Cavit-G. Todas as amostras foram colocadas em contato com a saliva humana proveniente de um único doador, trocada inicialmente a cada 20/40/80 min/2h e 24 horas; em seguida, a saliva foi trocada somente a cada 24 horas, durante o período de duração do experimento. Os resultados mostraram uma média de 7,85 dias para a contaminação das cavidades de acesso para o grupo I; 12,95 dias para o grupo II e 9,80 dias para o grupo III. A análise estatística dos dados (LSMEANS) mostrou que o material restaurador utilizado no grupo II apresentou melhor desempenho em relação aos demais analisados (p<0,05). Entretanto, nenhum material restaurador temporário foi capaz de impedir a microinfiltração coronária durante um período experimental de 22 dias.

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Segundo Schwartz et al.,1998 os cimentos resinosos são recomendados para a retenção de pinos em dentes tratados endodonticamente. Alguns cimentos obturadores usados em endodontia contêm eugenol, entretanto, poderiam causar inibição da polimerização de cimentos resinosos. Os autores avaliaram em sua pesquisa 2 cimentos endodônticos com e sem eugenol na retenção de pinos. Sessenta dentes caninos humanos extraídos foram divididos igualmente em 4 grupos. Cada grupo recebeu tratamento endodôntico convencional e foram preparados para pino. Dois cimentos foram utilizados na obturação: um contendo eugenol e outro livre de eugenol. Em um grupo os pinos foram cimentados com cimento fosfato de zinco e em outro com cimento resinoso. Em cada amostra foi empregado o teste de resistência na Máquina de Testes Instron. Os autores concluíram, que os cimentos não interferiram na retenção dos pinos.

Schilke et al. (1999) avaliaram a possibilidade da dentina coronária e radicular bovina serem substitutas da dentina humana decídua e permanente no que diz respeito à força de resistência ao cisalhamento quando adesivos dentinários são aplicados a esse substrato. Para tanto, trinta incisivos centrais bovinos, trinta dentes decíduos e trinta terceiros molares permanentes humanos foram seccionados no sentido mésio-distal. As faces vestibular e pulpar das porções vestibulares foram desgastados com broca até uma espessura de 1 mm. Um adesivo dentinário e um compósito híbrido foram aplicados exatamente de acordo com as instruções do fabricante em cada face vestibular e pulpar, exceto nos dentes decíduos, onde só a face vestibular foi utilizada. A força de resistência ao cisalhamento foi medida após horas de armazenamento em solução aquosa. Os resultados foram estatisticamente analisados através dos testes de Wilcoxon ou Mann-Whitney-U e concluíram que não existe diferença estatística entre dentina permanente humana e dentina coronária bovina sendo viável a sua substituição.

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Em seu livro cujo tema principal foi a hibridização dos tecidos duros e a qualidade da dentina hibridizada, Nakabayashi & Pashley (2000) citaram que dentina híbrida é preparada abaixo da superfície da dentina pelo condicionamento parcial dos cristalitos minerais, desnudamento das fibras colágenas da matriz dentinária e infiltração de monômero adesivo para dentro dessa rede, para criar uma cadeia em nível molecular que entrelaça polímero biológico e artificial. A estrutura resultante não é um híbrido entre dentina e resina. A dentina híbrida é muito diferente da dentina normal, sendo a primeira principalmente orgânica, ácido-resistente e muito menos rígida, porém bastante resistente às forças, em função de seu baixo módulo de elasticidade. A infiltração de monômeros resinosos na dentina intertubular com prolongamentos de resina que se estendem para dentro dos túbulos dentinários efetivamente sela os mesmos e previne a irritação pulpar. A infiltração de resina na matriz do colágeno permite união forte e durável de metacrilatos, derivados de resina composta com esmalte/dentina e cemento. A hibridização de tecidos duros elimina fendas, prevenindo a microinfiltração, o que induz preparos cavitários conservadores e desenvolvimento de novos dispositivos protéticos, como as próteses adesivas.

Ferrari et al., em 2001, avaliaram a influência de 4 técnicas adesivas quanto à formação de tags de resina, zona de interdifusão dentinária do material resinoso (ZIDR) e ramificações laterais adesivas, quando as mesmas eram utilizadas na cimentação de pinos de vidro translucente (RTD). Para isso, foram utilizados quarenta dentes anteriores humanos extraídos, divididos em quatro grupos de 10 unidades cada: grupo I - One-Step (fotopolimerizável) aplicado com uma pequena escova fornecida pelo próprio fabricante + cimento resinoso Dual Link; grupo II -One-Step (fotopolimerizável) aplicado com microbrush + cimento resinoso Dual Link; grupo III - - One-Step aplicado com uma pequena escova + cimento resinoso Dual Link; grupo IV - All Bond 2 + cimento resinoso C & B (grupo controle). As instruções do fabricante quanto à manipulação e aplicação do sistema

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adesivo/cimento resinoso foram seguidas de maneira rigorosa nos grupos II e IV. Nas amostras do grupo III, o adesivo e o cimento foram fotoativados após a inserção do pino no canal radicular (através da translucidez do pino). Uma semana após a cimentação, as amostras foram preparadas para posterior estudo em microscopia eletrônica de varredura. Os resultados mostraram maior uniformidade da ZIDR e dos tags de resina nas amostras do grupo II, quando comparadas aos grupos I, III e IV. Os autores concluíram que a qualidade, uniformidade do mecanismo de adesão obtido com o sistema adesivo aplicado nas amostras do grupo II foram superiores em relação aos demais grupos, e os procedimentos clínicos desenvolvidos nesse grupo parecem mais adequados à prática clínica. Os autores concluíram que os procedimentos clínicos diferentes não afetaram diretamente o mecanismo de adesão dos sistemas adesivos, pois foi encontrada uma correlação direta entre cada procedimento de adesão testado e a formação de tags, ramificações laterais do adesivo e a formação da ZIDR.

Sanares et al. (2001) avaliaram o efeito da acidez de adesivos de frasco único na adesão à resinas compostas com ativação da reação de polimerização química e física. Para tanto, vinte e quatro terceiros molares humanos extraídos foram utilizados e na superfície dentinária desses dentes foi aplicado, após o condicionamento ácido, 4 marcas comerciais de sistemas adesivos, em seguida foi inserido o compósito fotopolimerizável ou polimerização química. Todas as amostras foram submetidas à microtração em uma Máquina de Ensaio Universal- Instron, modelo 4440 - à uma velocidade de 1 mm por minuto e os tipos de falhas foram classificados através de um estereomicroscópio. Quatro amostras de cada grupo foram posteriormente preparadas para estudo em microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados mostraram não haver diferença estatística na força de adesão entre os 4 adesivos quando os mesmos foram utilizados com compósito fotopolimerizável. Entretanto, quando esses adesivos foram utilizados com os compósitos de polimerização química, os valores de resistência à

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