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Casa de steel frame - instalações (parte 4)

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Academic year: 2021

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Casa de steel frame - instalações (parte 4)

As instalações elétricas e hidráulicas para edificações com sistema construtivo steel frame são as mesmas utilizadas em edificações

convencionais e apresentam o mesmo

desempenho, não variando em razão do sistema construtivo. Assim, os materiais empregados e princípios de projeto também são os mesmos aplicados em edificações convencionais e, portanto, as considerações para projeto, dimensionamento e uso das propriedades dos materiais não divergem do tratamento

tradicional nessas instalações.

O mesmo acontece com as instalações para telefonia, internet, gás, cabos de TV e de aquecedor solar, que, de maneira geral, não

demandam condições especiais além daquelas tradicionalmente utilizadas nas construções convencionais.

Dessa maneira, nas tubulações de água fria ou quente nos sistemas, pode-se utilizar todos os

materiais que são empregados nas construções comuns, tais como o PVC (policloreto de vinila), o PEX (polietileno

reticulado), o PPR (polipropileno copolímetro random), o CPVC (policloreto de vinila cloratado), o cobre, entre outros (figura 1). Particularmente, se for utilizar tubulações de cobre (usadas tanto para água quente quanto para gás) deve-se tomar o

cuidado de se empregar espaçadores plásticos que as isolam do aço galvanizado dos perfis, impedindo a formação de corrosão galvânica. Para garantir a firmeza necessária para sua operação, os registros hidráulicos devem ser parafusados a peças auxiliares instaladas na horizontal (figura 2).

Apesar da facilidade de uso dos materiais

convencionais no sistema,

Figura 1 - Instalação hidráulica com tubulações de cobre e de PVC

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há disponibilidade no mercado de materiais elétricos e hidráulicos projetados especialmente para drywall e steel frame, como as caixas elétricas que se fixam diretamente nas placas de gesso acartonado. Porém, assim como nas instalações hidráulicas, os materiais de instalações elétricas convencionais,

como caixas de luz plásticas e conduítes corrugados ou lisos, podem ser usados sem problemas. No caso das caixas de luz comuns, elas podem ser fixadas também em peças auxiliares ou nos montantes da estrutura (figura 3).

Pode-se admitir que, do ponto de vista das instalações no sistema steel frame, de certa forma todas as paredes funcionam como shafts visíveis, facilitando a execução e a manutenção desses subsistemas (figura 4).

Para a passagem das instalações pelos montantes e vigas de

piso, esses devem ser furados, de acordo com normalização existente. A NBR 15253:2005 normaliza os furos para passagem de instalações, prevendo que aberturas sem reforços podem ser executadas nos perfis de steel frame, desde que devidamente consideradas no dimensionamento estrutural. Os furos devem ter seu maior eixo coincidente com o eixo longitudinal do perfil e geometria de acordo com a figura 5. A distância entre eixos de furos sucessivos deve ser de, no mínimo, 600 mm e a distância entre a extremidade do perfil e o centro do primeiro furo deve ser no mínimo de 300 mm. Para aberturas com formas diferentes e dimensões maiores que as da figura 5, devem ser executados reforços nessas aberturas, a serem projetadas conforme práticas aceitas na engenharia estrutural. Nesses casos, os furos devem ser reforçados por uma chapa de aço galvanizado parafusada ao elemento estrutural, de espessura no mínimo igual ao do elemento perfurado e deve se estender 25 mm além das bordas do furo.

Figura 3 - Caixa de luz fixada em montante

Figura 4 - Parede em steel frame funcionando como shaft

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Tubulações sanitárias A passagem de tubulação de água fria ou quente ou de conduítes elétricos pelas vigas de piso é feita através de furos como os previstos em norma. Para as tubulações sanitárias, que normalmente

possuem diâmetros mais elevados é interessante que seu caminhamento horizontal ocorra sob a laje (oculto por forro) e

que seja o mais curto possível, sendo conduzidas para as paredes. Alguns modelos de vasos sanitários possuem saída na horizontal, ligada diretamente na parede, mostrando-se interessante para o sistema steel frame.

Quando há necessidade das tubulações atravessarem as vigas de piso ou cobertura através de furos, dependendo da magnitude dos diâmetros, essa situação deve ser analisada juntamente com o calculista da estrutura e, em geral, é necessária a instalação de uma peça de reforço à viga nessa região. Nessa situação, também pode-se substituir as vigas, de piso ou de sustentação da cobertura, por treliças ou tesouras, que possuem espaços maiores entre as peças e permitem facilmente a passagem das tubulações (figura 6).

A racionalização

construtiva permite uma interessante vantagem do sistema steel frame em relação às construções convencionais, pois, enquanto nas obras convencionais as

tubulações normalmente são instaladas antes da concretagem das vigas e das lajes e, assim, podem sofrer danos nessa fase,

no sistema steel frame as tubulações podem ser locadas posteriormente, evitando-se o risco de dano (figura 7).

O fato de as paredes e

Figura 5 - Abertura nos perfis para passagem de tubulação

Figura 6 - Passagem de instalações por tesoura de cobertura

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lajes funcionarem como shafts visitáveis permite que as interferências entre os sistemas elétrico e hidráulico sejam fáceis de serem visualizadas durante a execução das instalações, o que facilita o trabalho e diminui a chance de acidentes como, por exemplo, danificar algum cano ao furar quando se executa a instalação elétrica (figura 8).

Se as tubulações hidráulicas porventura estiverem sujeitas a vibrações, para evitar sua transmissão à estrutura da edificação, que causa efeito bastante indesejável, pode-se fixar as tubulações aos perfis com braçadeiras ou

introduzir-se espumas ou peças plásticas especiais nos furos para acomodá-las (figura 9). Além de evitar a transmissão das vibrações, essas espumas ou peças plásticas também servem para evitar que, durante a execução das instalações, ocorram cortes nos tubos ou nos conduítes, em virtude do seu atrito com as bordas dos furos.

Posicionamento das tubulações

Recomenda-se que as tubulações verticais sejam instaladas junto à alma dos montantes, pelo lado externo, ou livres no vão entre eles. Nunca devem estar dispostas "dentro" do montante, pois, nessa situação, existe o risco de

perfuração das tubulações pelos parafusos no momento da fixação das placas de fechamento da parede.

Embora o sistema permita, por sua flexibilidade, as instalações das tubulações em direções diagonais entre os montantes, ou seja, permita a passagem da tubulação de maneira variável, é fortemente recomendado que as tubulações tenham caminhamento claro e descriminado em projeto, para que o futuro

Figura 8 - Facilidade de visualização de interferências entre instalações elétricas e hidráulicas

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proprietário do imóvel possa fazer furos nas paredes sem correr o risco de perfurar tubulações.

É recomendado que a execução das instalações ocorra após a finalização

completa da montagem das estruturas das paredes, lajes e coberturas em steel frame. Também é desejável que os revestimentos externos e a cobertura já estejam instalados, minimizando o risco de danos às instalações em virtude de vento e chuva, além de diminuir a chance de acidentes com os profissionais envolvidos. Evidentemente, ao término de todas as instalações, deve-se testá-las antes de se proceder ao fechamento das placas internas da edificação.

Como foi comentado no artigo sobre fundações para steel frame, é importante que os locais de passagem das instalações executados nos radiers ou nos baldrames das fundações sejam bem locados, para não gerar problemas no alinhamento dos painéis e retrabalho para seu ajuste (figura 10). Novamente, essas definições devem ser bem estabelecidas no projeto e coordenadas por toda a equipe de obra.

Seguindo a linha de raciocínio do sistema steel frame de valorizar a industrialização dos componentes, em situações de repetibilidade da edificação como, por exemplo, em projetos de conjuntos habitacionais, pode ser elaborada uma linha de produção em que se montam partes das instalações, criando cavaletes,

que são levados prontos para colocação na parede ou na laje, agilizando o processo de montagem da edificação. No caso de uma obra única, esse procedimento pode não ser interessante.

Em uma construção de alvenaria convencional, algumas vezes a parede é totalmente construída, chegando a receber chapisco e emboço, quando o profissional responsável pelas instalações chega à obra e quebra a parede, que acabou de ficar pronta, para a passagem dos canos ou dos conduítes. Todo esse processo gera grande transtorno, sensação de retrabalho na obra e uma

enorme quantidade de entulho. Considerando que, somente na cidade de São Paulo são geradas, diariamente, cerca de 17 mil t de entulho provenientes da construção civil (Téchne no 82, janeiro de 2004, por Bruno Loturco), percebe-se uma grande vantagem que esse sistema racionalizado oferece e que se traduz também em ganho de qualidade ambiental, uma vez que no steel frame a parede só é fechada após a execução completa das instalações.

Nesse mesmo sentido, outra grande vantagem que o sistema oferece é a fácil manutenção de todas as instalações, bem como a instalação de outras novas sem a necessidade de rasgar todo o caminhamento da tubulação. O sistema steel frame permite que se instale uma tubulação de um ponto a outro da parede minimizando os transtornos, com rapidez e mantendo o local limpo, o que já não ocorre com a colocação pelo método tradicional em paredes de alvenaria onde, para embutir a tubulação, invariavelmente utilizam-se ponteiras ou equipamentos como as conhecidas serra-mármore que geram muito pó e ainda, posteriormente, é necessária a reconstituição do reboco e do acabamento

Figura 10 - Importância da locação correta dos pontos na fundação

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da parede. A recomposição da parede de steel frame, cortada para a passagem da tubulação, pode ser feita com a mesma parte da placa de revestimento (gesso acartonado, placa cimentícia etc.) que foi removida, sem geração de resíduo ou gasto com novo material.

O sistema steel frame, com sua concepção racionalizada, permite a execução das instalações com o mínimo de transtorno, pouco desperdício e grande facilidade de controle e inspeção dos serviços concluídos. A passagem das instalações ocorre por espaços plenamente visíveis, sem quebradeira e com minimização dos conflitos entre instalações de diversos sistemas. Sendo um sistema racionalizado, a discriminação do material empregado é feita no projeto e, portanto, a perda ou desperdício é praticamente nulo.

Antonio Wanderley Terni, terni@feg.unesp.br

Alexandre Kokke Santiago, alexandrekokke@gmail.com

José Pianheri, jose.pianheri@pienge.com.br

Leia mais:

Steel framing: Arquitetura. Arlene Maria Sarmanho Freitas. CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço).

Steel framing: Engenharia. Francisco Carlos Rodrigues. CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço).

NBR 15253:2005 - Perfis de Aço Formados a Frio, com Revestimento Metálico, para Painéis Reticulados em Edificações: Requisitos Gerais. ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Referências

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