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O IMPACTO DA PANDEMIA NA ALIMENTAÇÃO E NA SAÚDE

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Academic year: 2021

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O IMPACTO DA PANDEMIA NA ALIMENTAÇÃO E NA SAÚDE

Área temática: Saúde. Autores (as): Maria Cecília de Oliveira1, Gabriel Monteiro Dias de Sousa2, Paula Alessandra da Silva3, Patrícia Lira Bizerra4, Úrsulla Vilella Andrade5 Coordenador (a): André da Silva Dias6

RESUMO: Muitos hábitos mudaram durante o isolamento social e dentre eles, os alimentares, pelo simples fato da facilidade em comprar comidas de fast-foods, mais tempo em casa para a produção dos alimentos, causando impacto na alimentação das pessoas. O presente texto aborda o impacto da pandemia na alimentação e qualidade de vida de colaboradores de um hospital de prevenção ao câncer, atendidos pelo projeto “Saúde e Movimento” na cidade de Campo Grande – MS. Com o objetivo de analisar o impacto da pandemia na alimentação e na saúde geral dos colaboradores de um hospital de prevenção ao câncer, e seus familiares, em um momento único que se está vivendo. Para a investigação utilizou-se como instrumento de coleta de dados de um questionário on-line via Google Forms, realizado individualmente, composto por perguntas relacionadas a hábitos e qualidade de vida, de fácil e rápido acesso aos participantes. Foi disponibilizado link via WhatsApp aos participantes do projeto, onde seus familiares também poderiam responder. O questionário foi respondido por 311 indivíduos. De acordo com os resultados, verifica-se que, a maioria dos entrevistados, passaram a cozinhar mais, o que resultou no aumento do peso e do consumo alimentar durante este período. Diante deste cenário, verifica-se que em um momento de isolamento social, como o causado pelo COVID 19, a contribuição de pesquisas e da extensão universitária são estratégias que oferecem perspectivas e contribuem para informação e desenvolvimento com ações de promoção e prevenção de saúde para a população.

Palavras-chave: Alimentação. Pandemia. Saúde.

1 INTRODUÇÃO

Através da extensão universitária a pesquisa e o ensino tornam-se pilares na educação superior, e através desse relato busca-se apresentar a aproximação e o diálogo entre universidade e comunidade, o que favorece ainda mais o compartilhamento do conhecimento entre ambos.

1 Acadêmica de nutrição, Universidade Católica Dom Bosco, mariaceciliamoraes99@hotmail.com 2 Acadêmico de nutrição, Universidade Católica Dom Bosco, gmds0398@gmail.com

3 Mestre em Biotecnologia, Universidade Católica Dom Bosco, paula.alessandra73@gmail.com

4 Mestre em Saúde e Desenvolvimento na Região Centro-Oeste, Universidade Católica Dom Bosco,

rf3233@ucdb.br

5 Mestre em Doenças Infecciosas e Parasitárias, Universidade Católica Dom Bosco, rf4823@ucdb.br 6 Mestre em Biotecnologia, Universidade Católica Dom Bosco, andredias@ucdb.br

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O presente texto irá apresentar a ação dos extensionista e professores colaboradores, no intuito de conhecer melhor os hábitos de vida da comunidade atendida, propondo assim um plano de ação para atender suas necessidades. O projeto atende colaboradores e pacientes de um Hospital de prevenção ao câncer, que realiza atendimento gratuito à comunidade.

O ano de 2020 será lembrado pela palavra “resistência”. A doença que iniciou na china e se alastrou por todos os continentes, culminou na pandemia da ‘Covid-19’. Muitos hábitos mudaram durante o período de isolamento social e, dentre eles, os hábitos alimentares. Impedidos de realizar as consultas presenciais no hospital por causa da segurança de nossos pacientes e colaboradores, o projeto Saúde e Movimento, que conta com acadêmicos dos cursos de: Nutrição, Enfermagem, Educação Física e Fisioterapia, criaram vários conteúdos online para interagir com seus pacientes, amigos e familiares.

O Ministério da Saúde (2020) considera que quanto mais gordura a pessoa possuir, maior é a possibilidade de desenvolver ou evoluir doenças crônicas, além deste ser um fator contribuinte para uma pessoa ser considerada do grupo de risco, diante do cenário de pandemia.

As Doenças Crônicas Não Transmissíveis, de acordo com o Ministério da Saúde (2020) são doenças de caráter multifatorial, ou seja, possuem diversos fatores, dentre elas o estilo de vida, alimentação com baixos nutrientes, atividade física insuficiente e o uso nocivo do álcool.

Na Universidade Católica Dom Bosco, temos a oportunidade de vivenciar a rotina de um nutricionista desde o primeiro semestre, por meio dos projetos de extensão que são oferecidos aos estudantes. O Projeto “Saúde e Movimento” englobam várias áreas de Ciências da Vida, para que juntos consigam ajudar o maior número de pessoas e que essa ajuda consiga atender à todas as necessidades do paciente.

O objetivo do presente relato foi analisar o impacto da pandemia na alimentação e na saúde geral dos colaboradores de um hospital de prevenção ao câncer, e seus familiares, em um momento único que se está vivendo.

2 METODOLOGIA

O trabalho em questão é resultado de um projeto de extensão universitária, da Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) executado no ano de 2020. Para este estudo, realizou-se uma investigação quantitativa de delineamento transversal descritivo, mediante aplicação de um questionário, contando com 311 participantes, para analisar

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questões relacionadas à saúde e qualidade de vida em um momento de pandemia pela COVID-19.

Foram realizados todos os procedimentos quanto à ética em pesquisa. Desta forma, os participantes foram informados quanto aos riscos relacionados à sua participação poderiam ser vinculados a algum tipo de constrangimento e que caso ocorresse poderia recusar sua participação imediatamente. Contudo foram garantidos o anonimato e sigilo, enfatizadas no TCLE, os objetivos da pesquisa, a importância da participação e solicitada concordância dos mesmos, ao passo que estas informações contribuem para identificação da situação de saúde geral da sociedade em um período delicado, além de contribuir para avanços científicos e ao final da pesquisa os participantes terem acesso à mesma.

Desta forma, foi utilizado como instrumento de coleta dos dados um questionário on-line via Google Forms, realizado individualmente, composto por perguntas relacionadas a hábitos alimentares e qualidade de vida, de fácil e rápido acesso aos participantes. Foi disponibilizado link via WhatsApp aos participantes do projeto, onde seus familiares também poderiam responder. O questionário foi respondido por 311 indivíduos, a contemplar dados sociodemográficos, aspectos relacionados à alimentação, saúde mental e prática de atividade física.

A tabulação e análise dos dados foram feitas por meio de gráfico e do programa Microsoft Excel 2007 e expressas por meio de medidas de tendência central (média) e variabilidade (desvio padrão).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Dos 311 participantes, 224 (72%) pertencem ao sexo feminino, 85 (27,3%) ao sexo masculino e dois (0,7%) optaram por não responder. A partir da análise dos dados, a média de idade foi de 35,3 ± 12,6 anos; altura 156,2 ± 8,1 cm; peso 72,4 ± 17,4 kg e Índice de Massa Corporal (IMC) de 26,4 ± 5,5 kg/m². Como demonstrado na tabela 1, a seguir:

Tabela 1 – Caracterização antropométrica e nutricional dos participantes da pesquisa do Projeto de Extensão “Saúde e Movimento” da Universidade Católica Dom Bosco. Campo Grande,

2020.

(n=311) Média (Desvio Padrão) Mínimo – Máximo

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Altura (cm) 165,2 (8,1) 147 – 188

Peso (kg) 72,4 (17,4) 143 – 54

IMC (kg/m²) 26,4 (5,5) 16,5 - 47,5

Em relação aos participantes que fazia algum plano alimentar com finalidade de redução de peso antes da pandemia, 91 (29,3%) disseram que faziam e 220 (70,7%) responderam que não o faziam.

Dentre os entrevistados, 146 (46,9%) responderam que o peso corporal aumentou, 41 (13,2%) reduziram, 117 (37,6%) permaneceu o mesmo, sete (2,3%) não souberam responder. O consumo alimentar também foi abordado no questionário, dos quais 186 (59,8%) aumentaram o consumo, 107 (34,4%) permaneceram com o mesmo e 18 (5,8%) reduziram o consumo no período de isolamento social.

Tabela 2 – Caracterização e comparação quantitativa do peso e consumo alimentar durante isolamento social dos participantes da pesquisa do Projeto de Extensão “Saúde e Movimento”

da Universidade Católica Dom Bosco. Campo Grande, 2020.

(n=311) Aumentou (%) Reduziu (%) Permaneceu o

mesmo (%) Não soube opinar (%) Peso 46,9 13,2 37,6 2,3 Consumo alimentar 59,8 5,8 34,4 -

De acordo com Morales (2020) estar em casa acaba desencadeando em excessos relacionados à alimentação e ansiedade. Quando se está no ambiente de trabalho, há horários determinados para se alimentar e é mantida uma rotina rigorosa, ao passo que em casa os alimentos ficam disponíveis o tempo todo e se torna mais fácil ir a qualquer momento pegar algum alimento para ingerir.

A alimentação tem sido uma fuga para toda preocupação do isolamento social e ansiedade, mas o aumento de peso pode levar a várias complicações além de agravar quadros de pacientes com COVID-19. O aumento de peso eleva o processo inflamatório do organismo. O Corona vírus se manifesta nas células de gordura, isto pode contribuir para sobrecarga de outros órgãos, como o pulmão, que dificulta ainda mais o processo de respiração (REBELLO ET AL, 2020).

A respeito do consumo de bebidas alcoólicas no período de isolamento social, 118 (37,9%) relatam não ingerir nenhum tipo de bebida alcoólica, 90 (28,9%) responderam que a ingestão permaneceu igual, 55 (17,7%) que a ingestão aumentou e 48 (15,4%) reduziram o consumo.

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Mesmo que os dados da pesquisa demonstram baixa porcentagem de indivíduos que aumentaram a ingestão de bebidas alcoólicas, durante a pandemia, as vendas de bebidas alcoólicas cresceram 38%, segundo Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas).

Gráfico 1- Onde os entrevistados costumam se alimentar durante isolamento social

Os resultados apresentados no gráfico 1, demonstram que a maior parte dos questionados se alimentam em casa e preparam a própria refeição e em menor número demonstra-se os que se alimentam por delivery, este se trata da entrega de alimentos feitos em estabelecimentos e que são destinados a casas ou trabalho das pessoas para que estas não precisem sair de onde estão.

A matéria de Botacin (2020) enfatiza que a cozinha tem sido considerada um ambiente reduto coletivo para toda a família, além disso, em um momento de pandemia o ato de cozinhar se torna um momento de lazer e auxilia para controlar ansiedade em meio a momento de isolamento social. Ademais há vários incentivos que famosos chefs têm oferecido, com o compartilhamento de receitas e técnicas ao vivo em seus perfis para entreter os seguidores.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos resultados verifica-se que as pessoas tiveram que se adequar a novas condições de rotina desencadeada por um isolamento social, em que, grande parte, das atividades aderiram-se a forma remota. A cozinha começou a ser mais visitada e as refeições preparadas em casa, com auxílio de lives e vídeos que chefs disponibilizaram em suas redes sociais, este fato relaciona-se a maior parte dos entrevistados ter aumentado tanto o consumo alimentar, quanto o peso corporal. Além disso, o ato de cozinhar

266 38 7 0 50 100 150 200 250 300

Em casa, prepara a própria refeição

Em casa, por delivery Reveza entre fazer a própria refeição e pedir por delivery

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contribui tanto para uma alimentação mais saudável, sem aditivos e conservantes, quanto para o controle de medos e ansiedades desencadeados pelo isolamento em questão.

A alimentação é uma peça imprescindível neste cenário, uma alimentação de qualidade e equilibrada contribui para prevenção da doença e melhora do quadro, ao passo que uma alimentação com poucos nutrientes e desarmônicas resultam na piora do sistema imunológico.

Considera-se a importância de mais pesquisas nesta temática com análise de questões vinculadas à saúde e qualidade de vida em um momento único como de pandemia, valorizando assim, a eficácia da Extensão Universitária e o quanto essa pode contribuir para melhoria da qualidade de vida tanto para a população, quanto para acadêmicos, futuros profissionais.

A partir dos resultados está sendo elaborado plano de ação para atender as necessidades da comunidade e promover uma melhor qualidade de vida para o público atendido pelo projeto.

REFERÊNCIAS

BOTACIN, FÁBIO. Efeito quarentena: o amor pela cozinha está sendo redescoberto. A Gazeta, Vitória, 28 de jul de 2020. Disponível em: https://www.agazeta.com.br/revista-ag/vida/efeito-quarentena-o-amor-pela-cozinha-esta-sendo-redescoberto-0520. Acesso em 28 de jul de 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Atenção Especializada e Hospitalar. Disponível em: https://www.saude.gov.br/atencao-especializada-e-hospitalar/especialidades/obesidade. Acesso em 10 de ago de 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Sobre a Vigilância de DCNT. Disponível em:

https://www.saude.gov.br/noticias/43036-sobre-a-vigilancia-de-dcnt. Acesso em 10 de ago de 2020.

CHIANEZI, MARIANE. Consumo de bebida alcoólica cresce na pandemia e vendas em conveniências disparam 30%. Mídiamax, Campo Grande, 31de julho. Disponível em https://www.midiamax.com.br/cotidiano/2020/consumo-de-bebida-alcoolica-cresce-na-pandemia-e-vendas-em-conveniencias-disparam-30. Acesso em 31 de jul de 2020.

MORALES, SUELEN. Ansiedade e fast food são os principais fatores para o ganho de peso durante a pandemia. Enfoque MS, Campo Grande, 31 de jul de 2020. Disponível em: https://www.enfoquems.com.br/ansiedade-e-fast-food-sao-os-principais-fatores-para-o-ganho-de-peso-durante-a-pandemia/. Acesso em 10 de ago de 2020.

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