11 a 14 de dezembro de 2012 – Campus de Palmas
AVALIAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SEGURANÇA E HIGIENE
DOS TRABALHADORES NAS FEIRAS LIVRES EM PALMAS –
TOCANTINS
Wantiê Teles Adorno1; Msc. Glêndara Aparecida De Souza Martins2.
1Engenharia de Alimentos; Campus de Palmas; wantie_adorno@hotmail.com:PIVIC/CNPq
2Engenharia de Alimentos; Campus de Palmas; glendarasouza@mail.uft.edu.br
RESUMO
As feiras apresentam graves problemas como falta de higiene, má estrutura das barracas, falta de segurança e desorganização. Tais problemas colocam em risco a sobrevivência da feira, uma vez que contrariam a legislação sanitária. O presente trabalho tem como objetivo mapear os riscos ambientais existentes nas feiras livres mais frequentadas na cidade de Palmas – TO, bem como estabelecer as medidas de controle necessárias à manutenção da saúde e segurança dos trabalhadores e consumidores. O trabalho foi realizado em duas feiras, sendo uma na situada na região sul e região norte. Foram realizadas avaliações qualitativas in loco, utilizando a avaliação em segurança do trabalho, realizada mediante aplicação adaptada por Montelo et al. (2011) para feiras livres. Para estudo quantitativo procedeu-se a medição do nível de ruído, temperatura e iluminância. Os problemas enfrentados pelos feirantes são as temperaturas elevadas, instalações elétricas de má qualidade, aliados ao cansaço físico, psicológico, estresse por efeito do nível elevado de ruído, dor nas pernas e costas, o que coloca em risco à segurança física e psicológica do trabalhador. Constatando-se a necessidade de investimentos do poder público, direcionados a melhorias na estrutura física das feiras. Como mudança de layout, modernização das instalações, agindo tanto na redução de acidentes e incidentes nestes ambientes ocupacionais, quanto na prevenção de toxinfecções alimentares.
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INTRODUÇÃO
As feiras apresentam graves problemas como falta de higiene, má estrutura das barracas, comercialização de produtos não permitidos, falta de segurança e desorganização. Tais problemas colocam em risco a sobrevivência da feira, uma vez que contrariam a legislação sanitária, de forma que compromete a qualidade dos produtos e coloca em risco a saúde do consumidor.
Segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social 2010 (AEPS), em 2010, o número de acidentes de trabalho liquidados atingiu 720,1 mil acidentes, o que correspondeu a uma queda de 4,3% em relação a 2009. A assistência médica, a incapacidade temporária, a incapacidade permanente e os óbitos decresceram, respectivamente, 5,8%, 4,1%, 3,5% e 5,9%. As principais conseqüências dos acidentes de trabalho liquidados foram as incapacidades temporárias com menos de 15 dias e com mais de 15 dias, cujas participações atingiram 42,5% e 41,6% respectivamente. O presente trabalho tem como objetivo mapear os riscos ambientais existentes nas feiras livres mais frequentadas na cidade de Palmas – TO, bem como estabelecer as medidas de controle necessárias à manutenção da saúde e segurança dos trabalhadores e consumidores.
MATERIAL E MÉTODOS
3.1 OBTENÇÕES DOS DADOS
3.1.1 ESCOLHA DAS FEIRAS A SEREM ESTUDADA
Procedeu-se, inicialmente, uma reunião com secretaria municipal de agricultura e com a vigilância sanitária municipal de Palmas – TO (VISA), escolhendo assim uma feira na região norte e outra na região sul. Diante disso, o projeto foi iniciado pela feira situada na Quadra 1106 Sul, em seguida na feira situada na Quadra 307 Norte.
3.1.2 MAPEAMENTO DOS RISCOS AMBIENTAIS
A avaliação dos riscos ambientais ocorreu conforme descrito por Montelo et al. (2010), descrito nas etapas abaixo:
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3.1.2.1 APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO
Foi aplicado um questionário abrangendo o ambiente e as condições de trabalho, carga horária, condições físicas, tempo de serviço, substâncias tóxicas e possíveis acidentes relacionados ao trabalho.
3.1.2.2 AVALIAÇÃO QUALITATIVA DE RUÍDOS
A medição do nível de ruído foi feita utilizando medidor de pressão sonora ou decibelímetro digital modelo MSL-1350 operando na curva de compensação “A” e resposta lenta (SLOW). Sendo 30 pontos de medida considerados estratégicos do nível de ruído das feiras para expressar com maior precisão a realidade dos feirantes ali estabelecidos.
3.1.2.3 AVALIAÇÃO DE TEMPERATURA
Para medir a temperatura foi utilizado um termômetro infravermelho digital da marca Texto modelo 805, sendo 33 o total de pontos medidos em ambas as feiras.
3.1.2.4 AVALIAÇÃO DE ILUMINÂNCIA
Para medir luminosidade foi utilizado um luxímetro digital da marca Minipa modelo MLM – 1010, sendo 30 o total de pontos medidos em ambas as feiras.
3.1.2.5 ELABORAÇÃO DO MAPA DE RISCO
Após as avaliações qualitativas e quantitativas, verificou-se as principais falhas e elaborou-se o mapa de risco com auxílio do software Autocad 2012, no qual foram plotados os layouts das feiras com a devida identificação do riscos.
3.1.2.6 NOTIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS COMPETENTES
O meio a ser utilizado para notificação será através de ofício, encaminhado pela Fundação Universidade Federal do Tocantins para a Vigilância Sanitária Municipal de Palmas – TO.
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RESULTADOS E DISCUSSÃO
Inicialmente identificou-se que as feiras não possuíam instalações e depósito de gás, havendo assim a utilização de botijões de gás em ambas as feiras, representando grave risco para os feirantes e todos os frequentadores, podendo culminar em explosões. É importante a manutenção de um bom programa de prevenção ao incêndio em estabelecimentos que estão propícios a riscos de acidente devido ao sistema elétrico deficiente, à aplicação de processos inadequados para fuga de gás, à instalações e depósito de gás em locais inadequados, à falta de cuidado quanto ao uso de fritadeiras e à ligação conjunta de diversos aparelhos em um única tomada.
A estrutura inadequada das barracas, a desorganização, a falta de higiene e a falta de segurança foram outros itens importantes observados em ambas as feiras, nas quais foram detectadas, inclusive, caixas de distribuição de energia expostas sem proteção alguma, e com sinais de curto-circuito recente.
Após analise dos mapas de risco das duas feiras, observou-se na feira da região norte um nível elevado de riscos ergonômicos, quando observada a etapa hortifrutigranjeira e artesanato da feira da região sul, o maior nível de riscos encontrados foram riscos físicos.
Constatou-se a falta de extintores em diversos pontos de ambas as feiras, não atendendo ao aconselhado por Garcia e Cremonesi (2006), que destaca a importância da manutenção de um bom programa de prevenção ao incêndio em estabelecimentos que estão propícios a riscos de acidente, devido ao sistema elétrico deficiente, como no caso das feiras. Observou-se a presença de risco físico, tais como fios de eletricidade no chão, caixas de distribuição de eletricidade sem proteção, próximos a área de hortifrutigranjeiros, pescado, artesanato e a praça de alimentação. Resultados semelhantes foram observados por Montelo et al. (2011) quando analisada a praça de alimentação, no entanto, para os autores os riscos têm origens nos elementos do processo de trabalho.
Após a análise dos resultados ficou constatada a necessidade de investimentos do poder público, direcionados a treinamentos de profissionais e melhorias na estrutura física das feiras. Como mudança de layout, modernização das instalações, além do uso
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de novas tecnologias, a fim de minimizar e se possível eliminar os perigos e pontos críticos de controle nas feiras, agindo tanto na redução de acidentes e incidentes nestes ambientes ocupacionais, quanto na prevenção de toxinfecções alimentares daqueles que consomem alimentos preparados nestas cozinhas.
REFERÊNCIAS CITADAS
AEPS. Anuário Estatístico Da Previdência Social 2010. Disponível em <http://www.mpas.gov.br/arquivos/office/3_111202-105619-646.pdf>. Acesso 05 Julho. 2012.
GARCIA JMR, CREMONESI KCP. Programas prevencionistas: subsídios para
análise de riscos. Goiânia: AB; 2006.
MONTELO, R.O.; MARTINS, G.A.S.M.; TEIXEIRA, S.M.F.. Avaliação das
condições de segurança e higiene do trabalho: Estudo de caso na feira livre do agricultor em palmas – Tocantins. UNOPAR Científica Ciências Biológicas Saúde
2011;13(4):263-70.
SATO, L. Processos cotidianos de organização do trabalho na feira livre. Psicologia & Sociedade; 19, Edição Especial 1: 95-102, 2007. Disponivel em < http://www.scielo.br/pdf/psoc/v19nspe/v19nspea13.pdf>. Acesso e 24 de outubro de 2012.
FERREIRA, L, C.; PEREIRA, T, S. Avaliação da qualidade de vida de
trabalhadores feirantes. Revista Movimenta; Vol 2, N 4 (2009). Disponivel em <
http://www.nee.ueg.br/seer/index.php/movimenta/article/view/260Md5/246>. Acesso em 24 de outubro de 2012
AGRADECIMENTOS
A professora Msc. Glêndara Aparecida De Souza Martins pelo apoio dado e pelo espaço cedido. A vigilância sanitária municipal na pessoa Silvana Teixeira inspetora sanitária, pela disponibilidade de equipamentos. Ao colaborador Kassio René pela ajuda em campo.