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PODER JUDICIáRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO

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Academic year: 2021

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EMBTE : INSS-INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL ADV/PROC : PROCURADORIA REPRESENTANTE DA ENTIDADE EMBGDO : RIVADALVI BORBA DA SILVA

ADV/PROC : FÁBIO CORREA RIBEIRO E OUTROS

REMTE : JUÍZO DA 3ª VARA FEDERAL DE SERGIPE/SE RELATOR : O SR. DES. FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. RECONHECIMENTO DE TEMPO DE SERVIÇO. INSALUBRIDADE COMPROVADA. USO EFICAZ DE EPI'S. SÚMULA Nº 09-TNU. CÕMPUTO QUALIFICADO. OMISSÃO NÃO CONFIGURADA. EFEITOS MODIFICATIVOS NÃO APLICADOS. PREQUESTIONAMENTO.REJEIÇÃO.

1. O INSS acusa a omissão do v. acórdão em decorrência da não observância, pelo Colegiado, da alusão ao uso eficaz do EPI no PPP acostado aos autos e que serviu de fundamento para qualificação dos períodos laborados pelo autor, ora embargado, como insalubres.

2. A questão do reconhecimento do caráter especial dos lapsos temporais postulados foi analisada sob a óptica reclamada, a do uso eficaz dos EPI's, razão pela qual não se acolhe a omissão apontada.

3. Verifica-se que os documentos foram amplamente apreciados e houve pronunciamento expresso sobre a referência, no PPP, do uso eficaz dos EPI's, o que nada altera a caracterização da insalubridade da atividade profissional desempenhada pelo autor, uma vez que a utilização desses equipamentos se presta apenas para atenuar os efeitos nocivos dos agentes de insalubridade/periculosidade a que se expõe o segurado, prevenindo lesões decorrentes de possíveis acidentes. Neste sentido já foi, inclusive, editada a Súmula de nº 09-TNU, e vem se firmando a jurisprudência deste e. Tribunal a teor dos precedentes: EDAC549235/01/AL, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO BARROS DIAS, Segunda Turma, JULGAMENTO: 22/01/2013, PUBLICAÇÃO: DJE 31/01/2013, e EDAC549893/01/AL, RELATOR:

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A C Ó R D Ã O

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Primeira Turma do egrégio Tribunal Regional Federal da 5ª Região, por unanimidade, rejeitar os embargos, nos termos do relatório e voto do Relator constantes dos autos, que integram o presente julgado.

Recife, de junho de 2013 (data do julgamento).

JOSÉ MARIA LUCENA, Relator

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RELATÓRIO

O DES. FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA (RELATOR):

Trata-se de EMBARGOS DE DECLARAÇÃO opostos contra acórdão proferido nos autos do processo em epígrafe, consagrado perante a v. Primeira Turma em sentido desfavorável à parte recorrente.

Assevera o instituto embargante ter havido omissão no acórdão vergastado ao não se pronunciar expressamente sobre a aplicação de dispositivos ordinários indispensáveis à solução da lide em curso no tocante à referência no PPP, acostado aos autos, ao uso eficaz de EPI. Segundo esclarece o embargante, em não sendo considerado eficaz o EPI judicialmente, concede-se um benefício amparado em contagem privilegiada sem que haja qualquer contraprestação da parte das empresas, o que acarreta uma afronta aos princípios da Previdência Social, que demandam a prévia fonte de custeio para a concessão dos benefícios Requer, portanto, com fulcro no art. 535, II, do CPC, que o Tribunal, acolhendo os fundamentos esposados, preste aos embargos efeitos modificativos.

Postula também o embargante, no caso de não serem atribuídos os efeitos infringentes aos embargos, o expresso pronunciamento sobre a matéria infraconstitucional relativamente aplicada à hipótese dos autos, mais especificamente os arts. 57, §§ 2º e 3º e 58, § 1º da Lei nº 8.213/91 e arts. 2º e 5º, caput, 195, § 5º, 201, todos da CF/88.

Nas contrarrazões, pugna o embargado pelo improvimento do recurso.

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VOTO

O DES. FEDERAL JOSÉ MARIA LUCENA (RELATOR):

O INSS acusa a omissão do v. acórdão em decorrência da não observância, pelo Colegiado, da alusão ao uso eficaz do EPI no PPP acostado aos autos e que serviu de fundamento para qualificação dos períodos laborados pelo autor, ora embargado, como insalubres.

A questão do reconhecimento do caráter especial dos lapsos temporais postulados foi analisada sob a óptica reclamada, a do uso eficaz dos EPI's.

Verifica-se que os documentos foram amplamente apreciados e houve pronunciamento expresso sobre a referência, no PPP, do uso eficaz dos EPI's, o que nada altera a caracterização da insalubridade da atividade profissional desempenhada pelo autor. Neste sentido já foi, inclusive, editada a Súmula de nº 09-TNU.

Seguindo a mesma orientação, vem se firmando a jurisprudência deste e. Tribunal:

PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. APOSENTADORIA ESPECIAL. UTILIZAÇÃO DE EPI EFICAZ. NÃO DESCARACTERIZAÇÃO DO TRABALHO INSALUBRE. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PROVIDOS.

1. Omissão do acórdão acerca da utilização de EPI eficaz no período de 05.12.2008 a 19.01.2011 e a descaracterização da atividade como especial.

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EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. APOSENTADORIA ESPECIAL. TÉCNICO AGRÍCOLA. EXPOSIÇÃO, HABITUAL E PERMANENTE A AGENTES AGRESSIVOS (QUÍMICOS E BIOLÓGICOS). AUSÊNCIA DE MENÇÃO SOBRE O USO DE EPI. ESCLARECER.

- O tema ora discutido já foi devidamente analisado e resolvido pelo aresto embargado, o qual reconheceu a especialidade do tempo de serviço exercido pelo postulante, como técnico agrícola, visto que desempenhava o seu trabalho exposto, de modo habitual e permanente, a agentes nocivos químicos (organofosforados, tais como fungicidas, herbicidas e inseticidas) e biológicos (vírus, bactérias e fungos), para concessão de aposentadoria especial.

- Contudo, verifica-se que não houve menção acerca da utilização de equipamentos de proteção individual (EPI).

- Acerca deste assunto, esta turma firmou o entendimento de que o uso de tais equipamentos serve tão somente para resguardar a saúde do trabalhador e impedir que ele sofra lesões, não podendo seu uso descaracterizar a insalubridade das atividades por ele exercidas e, considerando que o autor trabalhou por mais de vinte e cinco anos em condições prejudiciais à sua saúde e integridade física, assegurou-lhe o direito à aposentadoria especial.

- Embargos de declaração providos, sem atribuição de efeitos modificativos, apenas para esclarecer o uso de EPI serve tão apenas para resguardar a saúde do trabalhador e impedir que ele sofra lesões, não podendo seu uso descaracterizar a insalubridade das atividades por ele exercidas.

(PROCESSO: 0004245512011405800001, EDAC549893/01/AL, RELATOR: DESEMBARGADOR FEDERAL EDÍLSON NOBRE, Quarta Turma, JULGAMENTO: 29/01/2013, PUBLICAÇÃO: DJE 31/01/2013 - Página 742)

Vale registrar, ademais, que o tão-só propósito de prequestionar a matéria a ser eventualmente levada ao conhecimento das cortes superiores, sem que ocorra, na hipótese, qualquer dos pressupostos elencados no art. 535 do Código de Ritos, não constitui razão suficiente para a oposição dos embargos declaratórios, consoante prega a pacífica jurisprudência do STJ, in verbis:

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. IPC DA FIPE. INTUITO DE PREQUESTIONAR MATÉRIA CONSTITUCIONAL. OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA.

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ou contraditório sobre que deva se pronunciar esta colenda turma, mas tão-somente o intuito de rediscutir a matéria e prequestionar o tema constitucional, rejeitam-se os embargos declaratórios.

(STJ, EDREsp. n.º 97241/SP, relator o Ministro José de Jesus Filho, 1ª turma, DJ de 26.05.97, pág. 22471)

Por seu turno, assim vem-se pronunciado a c. 1ª Turma deste tribunal:

PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. FGTS. OMISSÕES INEXISTENTES. PREQUESTIONAMENTO.

– A embargante almeja discutir matéria já analisada quando do julgamento da apelação, algo impossível em sede de embargos de declaração, em virtude de não ser o recurso adequado.

– Uma vez demonstradas as razões do convencimento e acolhido um dos fundamentos jurídicos da questão, como razão de decidir, não está o magistrado obrigado a apreciar os demais. o reconhecimento da procedência do pedido alusivo à atualização monetária com base nos IPC’S (índice aplicável à poupança e representativo da real projeção inflacionária), implica no reconhecimento implícito do direito adquirido dos embargados. – O propósito do prequestionamento da matéria sub judice, por si só, não acarreta a admissibilidade dos embargos declaratórios. – Embargos de declaração desprovidos.

(Embargos de Declaração na AC n.º 162533-RN, Relatora a Desembargadora Federal MARGARIDA CANTARELLI, decisão unânime da 1ª Turma em 10/02/2000, publicada no DJ de 24/03/2000).

Referências

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