Universidade Federal do Rio de Janeiro
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Departamento de Estruturas
MODELAGEM DOS SISTEMAS ESTRUTURAIS
Aula 02: Definições Básicas
Profa. Dra. Maria Betânia de Oliveira
betania@fau.ufrj.br mboufrj.weebly.com
Objetivos
Entendimento dos conteúdos apresentados na aula. Metodologia
Apresentação e discussões sobre o tema da aula. Atividade Discente
Participar da aula e estudar os assuntos abordados.
Aula 2
Estruturas da Natureza.
Elementos Estruturais Básicos. Ações nas Estruturas.
Classificação dos Sistemas Estruturais. Dimensões da Estrutura.
UFRJ.FAU.DE
Estudos anatômicos de uma asa.
Projeto das Máquinas Voadoras de Leonardo da Vinci
Registro do processo da busca de um modo para que o homem pudesse voar. Convicção de que o homem é capaz de entender a natureza e, assim, superar a sua capacidade criativa.
UFRJ.FAU.DE
As estruturas comportam-se da mesma maneira, sejam elas estruturas de edificações, de objetos ou da natureza.
Arco de Pedra
The Landscape Arch USA
Maior arco natural do mundo em extensão.
90 metros de vão 32 metros de altura 3,6 metros de espessura mínima
Estruturas da Natureza
UFRJ.FAU.DE
Complexo Olímpico de Munique, Alemanha, 1971 Frei Otto, Prêmio Pritzker de 2015.
Estruturas da Natureza
Teia de Aranha
UFRJ.FAU.DE
Estrutura como caminho das forças
Estruturas da Natureza
Estruturas da Natureza como fonte de inspiração para as Concepções Arquitetônicas e Estruturais.
Asa da libélula
Nervuras
Gatti Wool Factory in Rome, Roma, Italy, 1951.
Pier Luigi Nervi Nervuras
UFRJ.FAU.DE
Cogumelo
Palácio do Trabalho, Turim, Itália.
Pier Luigi Nervi com colaboração de Antonio Nervi, 1960.
Estruturas da Natureza
Analogia à natureza - ainda que de forma não proposital. UFRJ.FAU.DE
Modelo Físico 2013.2
Palácio do Trabalho, Turim, Itália.
Pier Luigi Nervi com colaboração de Antonio Nervi, 1960.
UFRJ.FAU.DE
Concha Marinha
Pressão da água
Elevados esforços de compressão Espessura fina
Restaurante Los Manantiales, Cidade do México, 1958.
Félix Candela
Casca com vão de 30m e espessura de10cm
Estruturas da Natureza
Necessidade de gerenciamento das forças. UFRJ.FAU.DE
Casa João-de-Barro
Cúpula de barro e fibras
Relação entre forma/forças/material
Cobertura do Panteão de Adriano em Roma
Alvenaria, argamassa de cal e pozolana
Relação entre forma e boa resistência à compressão dos materiais disponíveis
Analogia
Estruturas da Natureza
UFRJ.FAU.DE
Turning Torso, Suécia, 2005.
Edifício com 190m de altura e 54 andares.
Santiago Calatrava
UFRJ.FAU.DE
“Em determinado período dediquei-me ao estudo das formas orgânicas com as quais o meu trabalho tem algumas analogias”.
Allen Lambert Galleria, Toronto, 1992.
The “crystal cathedral of commerce”
Santiago Calatrava
UFRJ.FAU.DE
Elemento de superfície - Lâmina
Duas dimensões com a mesma ordem de grandeza e bem maiores que a terceira dimensão.
Curvatura nula em todas as direções: placas, chapas. Curvatura diferente de zero: cascas, membranas.
Exemplos: lajes dos pavimentos dos edifícios, paredes das caixas de água, lajes das escadas, paredes de arrimo e coberturas em cascas.
Classificação dos elementos estruturais de acordo com as suas dimensões.
Elemento linear - Barra
Duas dimensões com a mesma ordem de grandeza e bem menores que a terceira dimensão.
Exemplos: cabos, vigas, pilares, treliças, pórticos, grelhas e arcos.
Elemento de volume - Bloco
Três dimensões com mesma ordem de grandeza.
Exemplos: sapatas e blocos de fundação.
Mesma ordem de grandeza - valores das dimensões com relação até 1/10.
UFRJ.FAU.DE
Sistemas Estruturais Usuais
Viga e Pilar Treliça Folha
Cabo Placa Membrana
Arco Casca Estrutura Reticulada
UFRJ.FAU.DE
Distribuição das Forças nas Estruturas
Usualmente, a geometria dos carregamentos acompanha a geometria das estruturas sobre os quais eles atuam.
Forças de Superfície Forças Lineares
Geometria das Forças
Forças Concentradas
TRELIÇAS
Treliça Plana
Sistema plano constituído por barras dispostas de modo a formar painéis triangulares. Sistema estrutural submetido a carregamento concentrado nos seus nós.
UFRJ.FAU.DE
Classificação dos elementos estruturais de acordo com os carregamentos.
Parede
Elemento de superfície, submetido a carregamento paralelo ao seu plano.
Laje
Elemento de superfície, em concreto, submetido a carregamento perpendicular ao seu plano.
Viga
Elemento linear, disposto horizontalmente ou inclinado – submetido a carregamento perpendicular ao seu eixo.
Pilar
Elemento linear, disposto verticalmente – submetido a carregamento paralelo ao seu eixo.
UFRJ.FAU.DE
Classificação dos sistemas estruturais de acordo com os carregamentos.
Pórtico Plano
Sistema plano constituído por barras, submetido a carregamentos coplanares.
UFRJ.FAU.DE
Grelha
Sistema plano constituído por barras, submetido a carregamentos não coplanares.
UFRJ.FAU.DE
Classificação dos elementos estruturais de acordo com os carregamentos.
Fio
Barra esbelta que só pode resistir à tração.
Cabo
Conjunto de fios.
Lâmina
Corpo em que uma das dimensões é muito menor do que as outras duas.
Folha
Estrutura constituída por uma ou mais lâminas.
Casca
Folha curva.
Membrana
Casca muito esbelta que só resiste à tração.
UFRJ.FAU.DE
© 2009 Maria Betânia de Oliveira
Perspectiva do sistema estrutural de edifício em concreto (MACGREGOR, 1988).
Identificação dos elementos estruturais
UFRJ.FAU.DE
Caminho das Forças
UFRJ.FAU.DE
Tudo aquilo que pode produzir esforço ou deformação na estrutura.
Exemplo: gravidade, eólica, incêndio, choque, explosões, etc.
O efeito das ações são as forças nas estruturas.
Exemplo: peso dos materiais (próprio), pressão de vento, dilatação
AÇÕES NAS ESTRUTURAS
Valores das ações
Normas (estatística/padronização) Fabricante do produto utilizado
Medições UFRJ.FAU.DE
pesos próprios dos elementos estruturais e construtivos pesos dos equipamentos fixos
empuxos devidos ao peso próprio de terras não removíveis protensão
recalques de apoio retração dos materiais
Ações Permanentes
sobrecargas das construções
forças de frenagem, de impacto e centrífugas efeitos do vento variações de temperatura pressões hidrostáticas Ações Variáveis explosões choques de veículos incêndios enchentes sismos excepcionais Ações Excepcionais UFRJ.FAU.DE MSE 2015.2
Sistema estrutural básico das edificações: sistema laje-viga-pilar
UFRJ.FAU.DE
sistema laje -vig a -pilar UFRJ.FAU.DE MSE 2015.2
sistema laje -vig a -pilar UFRJ.FAU.DE MSE 2015.2
Lajes em Concreto Armado sistema laje -vig a -pilar UFRJ.FAU.DE MSE 2015.2
y
x
Vãos das Lajes
sistema laje -vig a -pilar y x
UFRJ.FAU.DE MSE 2015.2y x
A relação entre a altura (espessura) e o menor vão da laje de pavimentos de edifícios usualmente varia de 1/40 a 1/60.
Adotar inicialmente
h
2
,
5
%
xpré-dimensionamento das lajes maciças
Recomenda-se espessura mínima de 10cm → isolamento acústico
sistema laje -vig a -pilar UFRJ.FAU.DE MSE 2015.2
cm h m x 10 400 100 5 , 2 4 cm h m x 5 , 12 500 100 5 , 2 5
exemplo: pré-dimensionamento das lajes maciças
Lajes L2 e L4 Lajes L1 e L3
Neste exemplo, pode-se inicialmente adotar h=10cm para as quatro lajes
sistema laje -vig a -pilar UFRJ.FAU.DE MSE 2015.2
Vigas em Concreto sistema laje -vig a -pilar UFRJ.FAU.DE MSE 2015.2
10
h
A altura da viga pode ser inicialmente adotada igual à pré-dimensionamento de vigas em concreto
cm h 50 10 500 10 exemplo sistema laje -vig a -pilar
OBS.: vigas contínuas - adotar altura única estimada através do vão médio
Pilares em Concreto sistema laje -vig a -pilar MSE 2015.2
A área da seção transversal do pilar pode ser pré-dimensionada através da carga total prevista para o pilar.
A carga prevista para um pilar pode ser estimada através da sua área de influência.
pré-dimensionamento de pilares em concreto
sistema laje
-vig
a
tot
A
→ área de influência total do pilarn
A
A
tot
in
i
A
→ área de influência do pilar em um andar→ número de andares existentes acima do lance considerado pré-dimensionamento de pilares em concreto
sistema laje
-vig
a
-pilar
pré-dimensionamento de pilares em concreto → carga total prevista para o pilar
tot
P
tot
A
→ área de influência total do pilarmed tot tot
A
p
P
medp
valor entre e 2/
10
KN
m
12
KN
/
m
2→ carga média em edifícios (por andar)
sistema laje -vig a -pilar UFRJ.FAU.DE MSE 2015.2
pré-dimensionamento de pilares em concreto
→ resistência admissível o material
valor entre de 1 KN/cm2 a 1,5 KN/cm2
→ área da seção transversal do pilar
c
A
adm tot cP
A
adm
→ carga total prevista para o pilar
tot
P
ATENÇÃO! Os valores do pré-dimensionamento são válidos para construções usuais em concreto armado. Estes valores não devem limitar a criação de novas formas estruturais e a
utilização de outros materiais!
sistema laje
-vig
a
-pilar
pré-dimensionamento de pilares em concreto área de influência no andar tipo = 3m x 3m
número de andares = 10
carga média de piso: = 10KN/m2
resistência do material: 1 KN/cm2 seção retangular: b = 20 cm m ed
p
adm
cm
b
A
h
bh
A
cm
p
A
P
A
c c adm m ed tot adm tot c45
20
900
900
1
10
)
10
3
3
(
b
h
sistema laje -vig a -pilar UFRJ.FAU.DE MSE 2015.2Exercícios da Aula 2
1. Desenhar e definir: (a) sistema estrutural; (b) elemento estrutural; (c) elemento de barra, elemento de superfície e elemento de volume.
2. Desenhar e definir: (a) Viga; (b) Pilar; (c) Laje.
3. Desenhar e definir: (a) Treliça; (b) Grelha; (c) Pórtico.
4. Desenhar e definir: (a) Membrana; (b) Casca; (c) Cabo; (d) Arco.
5. Determinar a ordem de grandeza das dimensões do sistema usual laje-viga-pilar em concreto armado, figura abaixo. Esboçar a planta e o corte da
estrutura.
UFRJ.FAU.DE
3,5m 6m
4m
6m
Admitir: Pilares no cruzamentos das vigas Edifício de concreto armado com 4 andares.
UFRJ.FAU.DE
VASCONCELOS, A. C. Estruturas da Natureza - um estudo da interface entre
Biologia e Engenharia. Studio Nobel, 2000.
SANTOS, C. O desenho como processo de aplicação da biomimética na Arquitetura e no Design. Tópos, v. 4, n. 2, p. 144 - 192, 2010.
http://revista.fct.unesp.br/index.php/topos/article/viewFile/2257/2066 . Acesso: 28 fev 2013.
Bibliografia da Aula 2
LINDENBERG NETO, H. Estruturas da Natureza.
http://www.lmc.ep.usp.br/people/hlinde/estruturas/estnat.htm . Acesso: 28 fev 2013.
REBELLO, Y.C.P. A Concepção Estrutural e a Arquitetura. Zigurate Editora, 2001.
RODRIGUES, P.F.N. Modelagem dos Sistemas Estruturais: notas de aula. DE/FAU/UFRJ, 2008.
SÁLES, J.J. et al . Sistemas Estruturais: teoria e exemplos. São Carlos: SET/EESC/USP, 2005. ISBN: 85-85205-54-7.
UFRJ.FAU.DE