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O impacto dos Drones na aviação comercial

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA RONALDO BALTAZAR PIMENTA

O IMPACTO DOS DRONES NA AVIAÇÃO COMERCIAL

PALHOÇA 2018

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RONALDO BALTAZAR PIMENTA

O IMPACTO DOS DRONES NA AVIAÇÃO COMERCIAL

Monografia apresentada ao Curso de graduação em Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel.

Orientador: Prof. MSc. Cleo Marcus Garcia

PALHOÇA 2018

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RONALDO BALTAZAR PIMENTA

O IMPACTO DOS DRONES NA AVIAÇÃO COMERCIAL

Esta monografia foi julgada adequada à obtenção do título de Bacharel em Ciências Aeronáuticas e aprovada em sua forma final pelo Curso de Ciências Aeronáuticas, da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Palhoça, 21 de junho de 2018

__________________________________________ Orientador: Prof. MSc. Cléo Marcus Garcia

Universidade do Sul de Santa Catarina

__________________________________________ Prof. Dr. Giovani de Paula

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Dedico este trabalho à minha esposa e filha, pelos momentos de ausência.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Universidade do Sul de Santa Catarina por oferecer esta modalidade de estudo e proporcionar um ensino de qualidade, a todos os professores que dedicaram seu tempo para passar o conhecimento, aos amigos, autores e órgãos institucionais que contribuíram para a elaboração desse trabalho.

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RESUMO

Esta pesquisa teve como objetivo geral conhecer os riscos e impactos para a segurança de voo envolvendo Drones quando os mesmos são utilizados sem a devida atenção e cumprimento das regras estabelecidas pelos órgãos responsáveis, os quais são ANAC, DECEA, ANATEL, Ministério da Defesa e órgãos de segurança pública. Caracteriza-se como uma pesquisa exploratória, descritiva e explicativa com procedimentos bibliográfico e documental por meios de artigos, reportagens, regulamentos e leis. A abordagem foi qualitativa. A análise dos dados foi feita por meio de leitura das regras para utilização de Drones e levada em consideração os testes efetuados pelos profissionais a pedido das autoridades estrangeiras. Ao finalizar a pesquisa, conclui-se que apesar de serem úteis em diversos setores, os Drones oferecem risco para a aviação quando usado indevidamente. Conclui-se também que existe a dificuldade de difusão das regras estabelecidas pelos órgãos que se aliam com a não observância dos procedimentos a serem seguidos pelos pilotos de Drones e a irresponsabilidade na utilização dos mesmos, colocando em risco a segurança operacional dos voos comerciais nos arredores dos aeroportos.

Palavras-chave: Drones. Risco operacional. Regras e orientações. Análise de

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ABSTRACT

This research had as its main reference the risks and impacts to the safety of a place where human beings are taken seriously and have the responsibility to defend the responsible bodies, that are ANAC, DECEA, ANATEL, Ministry of Defense and organs public security. It is characterized as an exploratory, descriptive and explanatory research with bibliographic and documentary procedures by means of communication, reports, regulations and laws. The approach was qualitative. The analysis of the data was performed through the means of reading rules for the use of drones and yeasts in tests performed by professionals at the request of the foreign authorities. "When results are investigated, completed and expected independently," Drones are a risk to aviation when used improperly. It is also possible to present a database of an operating system that is a competitor of all the sides of the world, whatever it may be, that is, a debt control system.

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LISTA DE SIGLAS

ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil

ANATEL - Agência Nacional de Telecomunicações AVOMED - Autorização de Voo do Ministério da Defesa DECEA - Departamento de Controle do Espaço Aéreo

FAA - Federal Aviation Administration (Administração Federal de Aviação) NOTAM - Notice to Airmen (Aviso aos Aeronavegantes)

RPA - Remotely Piloted Aircraft (Aeronaves Remotamente Pilotadas) SARPAS - Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 10 1.1 PROBLEMA DA PESQUISA ... 11 1.2 OBJETIVOS ... 11 1.2.1 Objetivo Geral ... 11 1.2.2 Objetivos Específicos ... 11 1.3 JUSTIFICATIVA ... 12 1.4 METODOLOGIA ... 13

1.4.1 Natureza da Pesquisa e Tipo de Pesquisa ... 13

1.4.2 Materiais e Métodos ... 14

1.4.3 Procedimentos de Coleta de Dados ... 14

1.4.4 Procedimento de Análise de Dados ... 14

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ... 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 16

2.1 CLASSES DE DRONES ... 16

2.1.2 Histórico e Tipos de Drones ... 16

2.2 REGRAS E ORIENTAÇÕES GERAIS PARA UTILIZAÇÃO DE DRONES ... 20

2.3 RISCOS OPERACIONAIS ... 22

2.4 OCORRÊNCIAS REGISTRADAS COM DRONES... 24

2.5 PARTICIPAÇÃO DAS AUTORIDADES ESTRANGEIRAS NA PREVENÇÃO . 28 2.5.1 Análises ... 28

2.5.2 Ensaios ... 33

2.6 PARTICIPAÇÃO DAS EMPRESAS NA PREVENÇÃO ... 35

2.7 PARTICIPAÇÃO DOS AEROPORTOS NA PREVENÇÃO ... 36

3 REGULAMENTO E ORIENTAÇÕES ... 38

4 TESTE DE IMPACTO ... 42

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 44

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1 INTRODUÇÃO

Com o avanço da tecnologia no Brasil e no mundo surgem os drones, termo utilizado popularmente para descrever aeronave não tripulada, com alto grau de automatismo, desde pequenos multirotores rádio-controlados até Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT), autônomos ou não, sendo autônomos aquelas aeronaves que uma vez iniciada o voo, não há possibilidade de ser controlado pelo piloto.

De uma forma geral, o regulamento da ANAC divide as aeronaves não tripuladas em aeromodelos, que são drones usados para fins recreativo, e aeronaves remotamente pilotadas (RPA), que são drones utilizados para operações comerciais, corporativas ou experimentais. No presente momento, a ANAC tem registrados no banco de dados um total de 33675 drones, no qual desses, 12175 drones são para uso profissional e 21500 drones para uso recreativo. (ANAC, 2018).

Embora parece recente, o uso de Drones vem do século 19, onde já se estudava formas de levar artefatos explosivos através de voos para alvos distantes, porém, somente em 1951 que surgiu um drone moderno construído pela Ryan Aeronautical Company, drone a jato com o objetivo de treinar os pilotos militares norte-americano para a nova geração de aeronaves. (AEROMAGAZINE, 2015).

Inicialmente os Drones eram usados para fins militares para reconhecimento de terrenos, espionagem e ataque, com o passar dos tempos foram sendo utilizados por civis tornando-se cada vez mais populares. Seu inventor, o israelita Abe Karem, engenheiro que fundou a empresa americana Leading System, dando origem ao Albatross, aeronave que ficou 56 horas voando sem a necessidade de recarga na bateria. Com o avanço da tecnologia, os Drones estão sendo utilizados em diversos setores, tanto que a Amazon, empresa de comércio eletrônico dos Estados Unidos, conseguiu liberação dos Estados Unidos para fazer entregas com o uso de Drones. (ODRONE, 2015).

Nos dias atuais, os Drones têm diversas finalidades podendo ser de uso recreativo ou a trabalho. Podendo ser utilizados em busca e salvamento, identificação de carros em alta velocidade nas rodovias para aplicação de possíveis multas por excesso de velocidade, entrega de encomendas, lavoura, mapeamento de terreno, etc. (REVISTA GALILEU, 2015).

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As regras para o uso de drones entram em vigor para tornar a operação desse tipo de equipamento mais segura, porém, nem todos que pilotam essas aeronaves respeitam as regras e acabam ultrapassando limites do espaço aéreo ao qual pertencem as aeronaves comerciais, como ocorreu em novembro de 2017 no aeroporto de Congonhas, São Paulo, um dos mais movimentados do país, causando transtornos ao tráfego aéreo, obrigando o desvio de várias aeronaves para aeroportos alternativos. Esse caso não foi isolado, sendo que em diversos aeroportos do Brasil e do mundo, os reportes de drones nas proximidades de aeroportos interferindo nas operações aéreas vem sendo assunto de grande preocupação para as autoridades que controlam o espaço aéreo e um grande desafio para as autoridades que regulam o setor. (G1 SP, 2017).

1.1 PROBLEMA DA PESQUISA

Quais os riscos à segurança de voo das aeronaves comerciais relacionados com proximidades de drones em áreas proibidas para esse tipo de operação e os impactos causados nos pós ocorrência?

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

Conhecer os riscos e impactos para a segurança de voo, causados pelos drones, quando utilizados sem o cumprimento das regras estabelecidas pelos órgãos competente.

1.2.2 Objetivos Específicos

a) Definir e classificar os tipos de drones.

b) Identificar as regras para utilização dos drones.

c) Conhecer os riscos operacionais dos drones próximos a aeroportos e os impactos com a aviação.

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1.3 JUSTIFICATIVA

Dentro dos princípios da segurança operacional é importante conhecer a legislação e ajudar a divulgar as regras existentes, pois, o uso dessa tecnologia (Drone) está em ascensão e pelo que parece muitos cidadãos que utilizam esses equipamentos, não conhecem ou não respeitam as regras para uso dos mesmos, colocando em risco a população, principalmente a aviação, onde dependendo da situação, por exemplo, o choque de um drone com um avião comercial em pleno voo, pode ser desastroso, além do mais, que com o passar dos tempos o número de ocorrências aumentam no Brasil e no mundo, visto que a prática de utilização desse equipamento não parece ser tão complexo, porém, requer responsabilidade e conhecimento de regras.

Por outro lado, o uso dessa tecnologia pode ser favorável se forem usadas com responsabilidade e cumprimentos das regras existentes.

Esta monografia é de caráter auxiliar e informativo, de conhecimento de drones, informação referente a regras para utilização e risco para a aviação, afim de mitigar os riscos, conscientizar a população que faz uso desses equipamentos, ajudando a divulgar, através da pesquisa, o material que consta na fonte de informações da ANAC, DECEA e sites relacionados. Esta monografia poderá também ser utilizado em Simpósio de Segurança de Voo, onde são divulgados assuntos relativos à segurança de voo.

Esta idéia nasceu pelo fato do número de drones estar aumentando no Brasil e possivelmente, o número de ocorrências que surgirão, devido ao uso sem a observância e cumprimento das regras. Esta pesquisa contribui de maneira positiva agregando valor e cultura aeronáutica para os leitores e possíveis expectadores de palestras relacionadas a segurança de voo.

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1.4 METODOLOGIA

1.4.1 Natureza da Pesquisa e Tipo de Pesquisa

A pesquisa caracteriza-se basicamente como exploratória, descritiva e explicativa com procedimentos bibliográfico e documental e com abordagem qualitativa.

A pesquisa exploratória, tem uma tripla finalidade, que é “desenvolver hipóteses, aumentar a familiaridade do pesquisador com um ambiente, fato ou fenômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e classificar conceitos.” (LAKATOS; MARCONI, 2003, p.188). Quanto a pesquisa descritiva, que já é um assunto conhecido, onde a contribuição do texto é apenas para possibilitar uma visão geral diante da realidade já existente, relacionadas com a classes de Drones e quantidades registradas. A Pesquisa explicativa está calçada em métodos experimentais, realizados por autoridade chinesa, universidade e instituto de pesquisa, onde contribui-se significativamente com a aplicação prática realizada em ensaios com corpo de prova de aeronaves, possibilitando um melhor entendimento da problemática da pesquisa.

O procedimento para coleta de dados caracteriza-se como bibliográfico, que é "desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos". (GIL, 2002, p.44); E documental, que tem o objetivo de descrever e comparar dados, utilizando diversas fontes ricas e estáveis de dados e com baixo custo de pesquisa, proporcionando uma melhor visão do assunto. (GIL, 2002). Esses dados foram obtidos em sites oficiais e estudos já realizados por autoridades e centros de pesquisa, que disponibilizam materiais para consultas em formas de textos e imagens ilustrativas, acerca de Aeronaves remotamente Pilotadas (RPA).

A abordagem qualitativa dispõe-se a informar a respeito dos Drones de uma maneira geral e objetiva-se compreender os riscos relacionados a proximidades com aeronaves tripuladas.

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1.4.2 Materiais e Métodos

Os materiais analisados são de revistas digitais e sites oficiais contendo informações relevantes sobre a problemática em questão, onde trata-se do histórico, regras e utilização de aeronaves não tripuladas, reunindo várias idéias a ponto de mensurar os riscos e impactos que podem vir a ocorrer na aviação, com destaque para a aviação comercial, onde o número de voos diários são efetuados em grande escala nos aeroportos.

Diversos documentos relacionados com quantidade, regras e orientações gerais para operação de Drones foram analisados. Assim, a pesquisa utiliza-se de documentos oficiais e públicos complementando a estrutura do texto em questão. Entre eles, destacam-se:

 Documentos da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC);

 Documentos do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA);  Notícias publicas do Ministério da Defesa;

 Artigos de jornais e revistas eletrônica.

1.4.3 Procedimentos de Coleta de Dados

A coleta de dados se dá basicamente através de publicações em sites oficiais garantindo a legitimidade das informações descritas, como ANAC, DECEA e sites relacionados ao assunto com notícias e históricos de aeronaves não tripuladas.

1.4.4 Procedimento de Análise de Dados

A análise dos dados foi fundamentada em forma teórica com descrição de regras e ocorrências a fim de explanar os objetivos da pesquisa.

1.5 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Para o atendimento dos objetivos propostos na pesquisa, o trabalho está dividido como segue abaixo:

No capítulo 1, tem–se a introdução com um breve histórico e utilidade dos Drones, associando os mesmos ao risco a segurança de voo que representam para

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as aeronaves tripuladas. Seguindo a sequência tem-se os objetivos e a justificativa para se fazer esta pesquisa e logo em seguida a metodologia utilizada.

No capítulo 2 encontra-se o referencial teórico dividido em subcapítulos a começar com o subcapítulo 2.1, classes de Drones, especificando sua classificação pelos órgãos regulamentadores e algumas figuras de Drones para melhor entendimento sobre o assunto pesquisado. No subcapítulo 2.2, estão descritas as regras e orientações gerais para a utilização de Drones. No subcapítulo 2.3, com os riscos operacionais. No subcapítulo 2.4, estão relatadas algumas ocorrências com Drones no Brasil e em outros países, com o intuito de descrever o quanto é perigoso voar com Drone próximo de aeroporto. No subcapítulo 2.5, estão detalhes da participação de autoridades estrangeiras nos estudos de análises e ensaios com Drones e figuras de ensaios com pássaros, com o objetivo de usar um comparativo de danos causados após o impacto. No subcapítulo 2.6 e 2.7, estão a participação de empresas e aeroportos mencionando as medidas de prevenção adotadas.

No capítulo 3 encontra-se orientações e figuras ilustrativas para melhor entendimento na utilização de Drones. No Capítulo 4, testes efetuados por profissionais, finalizando no capítulo 5, com as considerações finais sob a pesquisa realizada.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CLASSES DE DRONES

No Brasil e no mundo o uso de drones estão cada vez mais presentes no dia a dia do espaço aéreo, seja por recreação ou a trabalho, porém, é importante conhecer sua classificação e regras de utilização antes de entrar nesse nicho de operação, e o mais importante, colocar em prática e cumprir o que é estabelecido nas normas vigentes, estabelecidos pela ANAC e pelo DECEA, onde classificam os drones de acordo com o peso de decolagem, podendo ser classe 1 com peso máximo de decolam maior que 150 kg, classe 2 com peso máximo de decolagem maior que 25 kg até 150 kg, e classe 3 com peso máximo de decolagem de até 25 kg, incluindo nesta classe peso de decolagem a partir de 250 gramas (ANAC, 2017).

Para operar essas aeronaves é necessário fazer uma avaliação do risco operacional, com o objetivo de:

Esta Instrução Suplementar tem por objetivo estabelecer os procedimentos para elaboração e utilização de avaliação de risco operacional para operadores de aeronaves não tripuladas, para o cumprimento dos parágrafos E94.103(f) (2) e E94.103(g) (2) do RBAC- E n° 94. (ANAC, 2017, p.1).

O parágrafo E94.103(f) (2) e (g) (2) do RBAC - E n°94, sendo que o (g) (2) específico para órgãos de segurança pública, versa o seguinte:

A operação de RPA de peso máximo de decolagem acima de 250 gramas somente é permitida pela ANAC em áreas distantes de terceiros, conforme permitido o uso do espaço aéreo pelo DECEA, sob total responsabilidade do seu operador (...)(f)(2) Se houver uma avaliação de risco operacional aceitável contemplando cada cenário operacional que deve estar atualizada dentro dos últimos 12 meses calendárico prévios à operação.(g) (2) Se houver uma avaliação de risco operacional, contemplando cada modalidade de operação, nos termos de Instrução Suplementar específica, que deve estar atualizada dentro dos últimos 12 meses calendáricos prévios à operação. (ANAC, 2017, p. 3 e 4).

2.1.2 Histórico e Tipos de Drones

Embora os Drones ou VANT, como eram designado exclusivamente para fins militares, sejam historicamente usados palas forças militares desde a década de 40, onde os mesmos eram utilizados como alvo móvel para teste e treinamento militar

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da marinha americana, e que com o passar dos tempos e os avanços da tecnologia, foram ganhando adeptos pela comunidade civil pela suas características e utilidades, o termo Drone é utilizado atualmente para os quadricópteros e helicópteros, onde os mesmos não possuem o formato de avião, porém, esse termo é utilizado para definir os aviões militares não tripulados na contemporaneidade. (AEROMODELOBRASIL,2018).

Na atualidade o mercado de aeronaves não tripuladas crescem vertiginosamente em todos os lugares do mundo, com destaque especial para o mercado chinês que cresce mais de 30% ao ano, conforme menciona o vice-diretor da Administração da Aviação Civil da China (CAAC), Li Jian, em Fórum Internacional de Desenvolvimento de Aeronaves não tripuladas, ressaltando que com os avanços dessa tecnologia, estão sendo também inclusos os registros dos equipamentos, a melhoria gradual dos pilotos de Drones e o aperfeiçoamento do regulamento para operações de aeronaves não tripuladas. (NEGÓCIOS DISRUPTIVOS, 2018).

O mercado oferece diversos tipos e modelos de Drones para variadas utilidades, como segue os itens e as figuras abaixo:

 Drone utilizado por grandes empresas para entregas de produtos, viabilizando as entregas e tornando-as mais econômica.

Figura 1 - Drone adaptado com suporte de fixação de encomendas

Fonte: AEROMODELO BRASIL (2018)

 Drone para uso militar, com utilização de reconhecimento de território, ataques militares em áreas de guerra e contra o terrorismo.

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Figura 2 - Drone exclusivo da área militar

Fonte: AEROMODELO BRASIL (2018)

 Drone para fins de entretenimento, muito utilizado para captação de imagens em eventos ou para uso pessoal. Também conhecido por Quadricópteros, multirotor que possui quatro hélices. Atualmente é o mais popular dos Drones, pois, são rápidos, fáceis de fabricar e com preços acessíveis ao consumidor.

Figura 3 - Drone com câmera de captação de imagens

Fonte: AEROMODELO BRASIL (2018)

 Drone Hexa e Octocópteros, nome característico por possuir seis e oito hélices. Utilizados para fins profissionais por serem mais resistentes, estáveis, maior capacidade de carga e por possuírem redundância de motores, tornando-os de certa forma mais seguros.

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Figura 4 - Drone com seis hélices

Fonte: GOOGLE (2018)

Figura 5 - Drone com oito hélices

Fonte: GOOGLE (2018)

 Mini Drones, tão pequenos, podem chegar a ter o tamanho de um chaveiro. Usado exclusivamente como hobby e diversão.

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Figura 6 - Mini Drone

Fonte: AEROMODELO BRASIL (2018)

 Drone de asa fixa, com um formato de um avião parecendo mais um aeromodelo. Utilizados com finalidades específicas como medição e monitoramento de grandes áreas. Possui um custo elevadíssimo, podendo chegar a valer R$ 200.000,00, pois é equipado com sensores térmicos e infravermelhos, câmeras de captação de imagens.

Figura 7 - Drone de asa fixa

Fonte: GOOGLE (2018)

2.2 REGRAS E ORIENTAÇÕES GERAIS PARA UTILIZAÇÃO DE DRONES

Como na aviação geral existem regras para voar, para realizar um voo com um drone não seria diferente, pois, também existem regras para quem deseja fazer uso desses equipamentos, seja para trabalho ou lazer, onde a legislação

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brasileira impõe algumas proibições com o intuito de preservar a segurança de pessoas e do espaço aéreo ao qual pertence à aviação comercial, de uma maneira geral, no entorno dos aeródromos.

Proibições do tipo transporte de pessoas, animais e cargas perigosas, tendo em vista que o transporte de cargas perigosas em aeronave não tripulada não se aplica quando for o caso de lançamentos de produtos na agricultura, equipamentos eletrônicos com bateria de lítio para seu funcionamento como os utilizados em câmeras fotográficas e, quando o transporte da carga for feito por aeronave não tripulada pertencente a entidades controladas pelo Estado. (ANAC ,2017).

Em se tratando de seguro contra danos a terceiros, todas as aeronaves não tripuladas quando usadas com propósito não recreativo com peso acima de 250 gamas deverá contratar para possível uso, não sendo obrigatório a contratação do seguro em caso das mesmas serem usadas pelo Estado. Ainda em relação a esse peso, a operação dessas aeronaves somente é permitida pela ANAC, em conformidade do uso do espaço aéreo com o DECEA, juntamente com a avaliação do risco operacional (ANAC, 2017).

É responsabilidade do operador a operação da aeronave não tripulada de até 250 gramas, que é permitida pela ANAC, cumprir as regras não só estabelecida por esse órgão, mas também de outros órgãos (DECEA, ANATEL, Ministério da defesa e órgãos de segurança pública) que podem criar regras além dos estabelecidos pela ANAC. (ANAC, 2017).

Quando se trata de orientações pertinentes a operação com aeronaves não tripuladas, o DECEA contribui para uma operação segura, visando orientar os operadores de drones quanto ao correto planejamento de voo, tornando assim, uma atividade segura e agradável.

Caso o operador desejar fazer medição, computação e registros de dados de terreno, denominado aerolevantamento, deverá estar autorizado pelo Ministério de Defesa através da Autorização de Voo do Ministério da Defesa (AVOMD); Orientações do tipo, sobrevoo em áreas de segurança, como presídios, delegacias, entre outros, não é recomendado, podendo gerar penalidades ao piloto do drone, como também, o uso recreativo deverá ser realizada afastada de aeródromos, edifícios e pessoas, afim de não colocar em risco aeronaves, incluindo os helicópteros que normalmente voam baixo; Manter distância de pelo menos 30

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metros dos edifícios e planejamento da altura a ser voada, não ultrapassando 30 metros, pois, voo acima desses limites podem interferir até mesmo com a navegação aérea, gerando daí um NOTAM; Caso o voo for realizado nos arredores de aeroporto e heliporto, em altura de até 30 metros, deverá manter distância de 5,4 quilômetros, e para voos com altura entre 30 metros e 120 metros, deverá manter 9 quilômetros afastado do mesmo. As operações próximas de aeródromos deverão ser solicitadas através do SARPAS, que é um Sistemas de Aeronaves Remotamente Pilotadas, onde o piloto faz o cadastro pessoal juntamente com sua aeronave, onde o objetivo desse sistema é de facilitar a solicitação do espaço aéreo ao qual o piloto pretende voar, mas dependerá da emissão de NOTAM. (DECEA, 2017).

NOTAM, é um aviso aos aeronavegantes que contém informação relativa ao estabelecimento, condição ou modificação de quaisquer instalações, serviços, procedimentos ou perigos aeronáuticos, com a finalidade de divulgar com antecedência, algum acontecimento ou informação aeronáutica para regularizar a navegação aérea e manter a segurança operacional nas atividades aéreas. (DECEA, 2018).

2.3 RISCOS OPERACIONAIS

Certo de que um drone possa oferecer risco para a operação de aeronaves tripuladas, seja na decolagem, em voo de cruzeiro ou em uma aproximação para pouso, caso o piloto do drone não respeitar as regras criadas pelos órgãos responsáveis, podendo invadir, voluntária ou involuntariamente o espaço aéreo definido para uso de aeronaves tripuladas, podendo ocasionar uma situação desconfortável para pilotos e passageiros, caso esses venham a se aproximar ou até mesmo colidir com a aeronave em questão. Seja no Brasil ou em qualquer lugar do mundo onde exista legislação pertinente a aviação, que mediante a criação, divulgação e possível treinamento para operação segura de drones, possam minimizar o impacto com a aviação tripulada, tornando assim, o espaço aéreo mais seguro para os envolvidos.

A exemplo da Lufthansa Technik, que é uma organização de manutenção, produção e desenvolvimento internacional licenciada, voltada para o ramo aeronáutico, criou o programa SafeDrone, com o intuito de tornar a operação de drones mais segura:

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O uso de UAV (veículos aéreos não tripulados) oferece aos usuários de hobby e aos usuários profissionais mais e mais oportunidades. Com o SafeDrone, queremos contribuir com todos os nossos conhecimentos de aviação civil para tornar o uso de UAVs e toda operação mais segura. (SAFEDRONE, 2018, tradução nossa).

Ainda de acordo com estudos realizados na SafeDrone, relacionando os riscos dos drones com a aviação:

Os perigos possíveis dos sistemas aéreos não tripulados para outros participantes da aviação foram destacados por Olaf Ronsdorf, gerente de Futuras Aeronaves e Tecnologias da Lufthansa Technick AG em uma palestra no final de abril de 2017 [...] se todos os pilotos de drone voarem de acordo com as regras, o risco de colisão seria próximo de zero[...]. A fim de minimizar estes e outros riscos, existem critérios de aprovação tanto para aeronaves comerciais quanto para grandes helicópteros. Estes aplicam-se ao cockpit, tubos de pitot, estrutura e motores de aeronaves e asseguram a continuação do voo e aterrissagem após o impacto de aves. Embora o comportamento de avaria dos veículos aéreos não tripulados devido a pacotes de massa maiores difere de densidade de um pássaro, que é composto em grande parte de água, a extensão do dano geralmente é considerada relativamente baixa, relata Ronsdorf. [...]. Apenas uma colisão a mais de 3.000 metros de altitude a velocidade de cruzeiro, pode levar a uma maior extensão de dano por um drone de tamanho médio (por exemplo, 1.5 quilogramas). Em altitudes mais baixas, o impacto é considerado mínimo devido à menor energia cinética. (SAFEDRONE, 2017, p.3, tradução nossa).

No Brasil, o cenário já é preocupante, tendo em vista a falta de treinamento e a cultura aeronáutica não praticada por alguns operadores de DRONES que desconhecem as regras elaboradas pelos órgãos competentes a este fim, que tem a premissa de estudar, discutir e elaborar meios que possam mitigar os riscos operacionais desses equipamentos com as aeronaves tripuladas e a comunidade de uma maneira geral.

Com o crescente número de utilidades ao qual um DRONE pode servir, desde fotografia, monitoramento de fronteira, auxilio em plantações, vem crescendo também o número de operadores desses equipamentos, tanto da população em geral, como também dos órgãos de segurança pública. No ano de 2011 surgiram as primeiras discussões relacionadas para a regulação do uso de DRONES, após a Polícia Federal se interessar em usar aeronaves não tripuladas em suas operações. Como a operação com Drones é bem dinâmica e os avanços tecnológicos não param de crescer, é necessária uma constante revisão e adequação da legislação, pois, com o aumento de novos usuários e novos Drones no espaço aéreo, os riscos

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com a aviação comercial aumentam significativamente, como explica o Tenente-Coronel Vargas, do DECEA, ressaltando a grande dificuldade na regulamentação das aeronaves não tripuladas relacionando-as com o total desconhecimento do público em relação a categoria de um DRONE como um componente da aviação, desconsiderando que é uma aeronave e, com isso, tomando atitudes e comportamentos não plausíveis na aviação. De acordo com a superintendência de Aeronavegabilidade da ANAC, o foco que antes era para a aviação de grande porte se inverteu para as aeronaves de pequeno porte, que são os DRONES, pois, quem procura esse tipo de aeronave não tem qualquer conhecimento sobre aviação. (MINISTÉRIO DA DEFESA, 2017).

2.4 OCORRÊNCIAS REGISTRADAS COM DRONES

No dia 22 de março de 2014, nos Estados Unidos, um avião da US Airways vindo de Charlotte, Carolina do Norte, se preparava para o pouso no aeroporto da Flórida, quando quase colidiu com um drone a 700 metros de altura, bem acima do limite permitido, onde, caso ocorresse, seria o primeiro da história a registrar colisão de drone com avião comercial. Em outro caso, o piloto de um avião relatou que avistou um drone a menos de 65 metros, quando se preparava para o pouso em Nova York. (REVISTA GALILEU, 2015).

Em março de 2016, nos Estados Unidos, um avião jumbo Airbus A380 da companhia aérea Lufthansa que se aproximava para pouso no aeroporto de Los Angeles, quase colidiu com um Drone, onde o mesmo passou a 61 metros acima da aeronave da companhia. Em respostas as crescentes situações relatadas pelos pilotos sobre Drones nas proximidades dos aeroportos, a FAA emitiu regras para utilização e exigências de registros de aeronaves não tripuladas. (ECA - PILOTING SAFETY, 2016).

Em novembro de 2016, no Canadá, um avião Bombardier Q400 com 54 passageiros abordo fez uma manobra evasiva para desviar de um Drone, ferindo levemente dois tripulantes de cabine. (ECA - PILOTING SAFETY, 2016).

Em fevereiro de 2018, Nos Estados Unidos, um Drone fez um voo muito perto de um avião comercial e filmou o momento que a aeronave pousava no aeroporto internacional McCarran, em Las Vegas, colocando em risco o voo

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comercial. O Vídeo divulgado contém milhares de visualizações e a FAA investiga o incidente. (REVISTA ENCONTRO, 2018).

Na Europa varias ocorrências de quase colisão são reportadas pelos pilotos. Em 19 de abril de 20015, o piloto da aeronave regional Bombardier Dash-8, relatou uma quase colisão com uma aeronave não tripulada, no momento em que se aproximava para o pouso no aeroporto da cidade de Londres, onde o mesmo foi considerado pelas autoridades que examinam incidentes aéreos no Reino Unido como incidente de categoria B, pelo fato da aeronave não tripulada voar muito próximo da aeronave tripulada, cerca de 200 metros, comprometendo a segurança da aeronave. Seis dias após a este incidente, a tripulação de um helicóptero do Exército Air Corps Lynx que sobrevoava Bristol, no oeste do Reino Unido, relatou uma aeronave não tripulada em rota de colisão, sendo a tripulação obrigada a fazer uma rápida manobra evasiva, evitando a colisão, pois a distância entre as duas aeronaves era cerca de 15 metros, sendo considerado o incidente como categoria A, de maior risco, significando alto risco de colisão. O uso indevido de aeronaves não tripulada, levou a Autoridade de Aviação Civil do Reino Unido a criar um código específico para os usuários dessas aeronaves, denominado código drone, com aconselhamento para os operadores de drones quanto ao uso, ressaltando que voar com aeronaves não tripuladas colocando em risco aeronaves tripuladas é crime com sentença de prisão. (ECA - PILOTING SAFETY, 2016).

Considerando ainda a Europa, em setembro de 2015 na Noruega, uma quase colisão entre um Drone e um avião particular foi registrada, não tendo maiores consequências para o voo, conforme relatou a Autoridade de Aviação Civil (CAA) norueguês, ressaltando que desde de 2011 já foram registrados 38 casos com Drones, sendo 15 acidentes e 23 incidentes. Já no aeroporto de Manchester, voos foram desviados para Liverpool e as operações foram suspensas por 20 minutos após um Drone ser visto voando nas proximidades. (ECA - PILOTING SAFETY, 2016).

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Figura 8 - Drone avistado de avião particular

Fonte: ECA - PILOTING SAFETY (2016)

Em 19 de fevereiro de 2016, na França, um avião Airbus modelo A320 da companhia aérea Air France em aproximação para pouso no aeroporto Charles de Gaulle, Paris, evitou uma colisão com um Drone com uma manobra evasiva do co-piloto, que ao avistar o Drone imediatamente assumiu o controle da aeronave tirando-a do piloto automático, onde o incidente foi considerado grave pela Agência de Investigação Francesa (BEA). (ECA - PILOTING SAFETY, 2016).

Em abril de 2016, um avião Airbus modelo A320 da companhia aérea British Airways em aproximação para pouso no aeroporto de Heathrow, Londres, com 137 pessoas abordo colide com Drone antes de pousar, relatando o piloto que teria acertado a frente do avião, porém, sem danos graves para a aeronave. (G1 MUNDO, 2016).

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Figura 9 - Avião Aproximando para pouso

Fonte: G1 MUNDO (2016)

Em janeiro de 2017, um avião Boeing 737-700 pertencente a LAM- Linhas Aéreas de Moçambique, com 80 passageiros e seis tripulantes abordo, colidem com Drone pouco antes de pousar no aeroporto de Moçambique. A aeronave sofreu danos na parte lateral direita do nariz, tendo que ser substituída no voo subsequente. (AEROJOAOPESSOA, 2017).

Figura 10 - Lateral do nariz da aeronave após o impacto com o Drone

Fonte: AEROJOAOPESSOA (2017)

Uma outra ocorrência, ocorreu no aeroporto de Congonhas em 12 de novembro de 2017, quando um DRONE sobrevoava próximo do aeroporto, que obrigou o desvio de 35 aeronaves que tinham como destino Congonhas, para os aeroportos de Guarulhos, Campinas, Ribeirão Preto e também para outros estados, fechando o aeroporto para pouso por duas horas, causando prejuízo para

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passageiros que tiveram seus voos cancelados ou desviado para outro destino e companhias aéreas com gasto adicional de combustível em voo de espera, alteração de rota e tarifas aeroportuárias. (G1 SP, 2017).

Na noite do dia 19 de março de 2018, no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, as operações de pouso e decolagem foram suspensas por mais de uma hora após serem avistado um DRONE sobrevoando a região, ocasionando transtorno aos usuários e empresas aéreas, afetando um total de 13 voos. (G1 RS, 2018).

Esses casos são alguns exemplos de ocorrências reais relatadas por pilotos e divulgados na mídia, não contabilizando aqui as eventuais situações com Drones que não são reportadas ou registradas no cotidiano aeronáutico.

2.5 PARTICIPAÇÃO DAS AUTORIDADES ESTRANGEIRAS NA PREVENÇÃO

Visando prevenir consequências de impactos de drones na estrutura das aeronaves devido ao aumento do uso de drones com capacidades de voo em maiores níveis de voo (Flight Level) as autoridades estão cada vez mais atuando na criação de dados de pesquisas para levantamento de dados.

As Segregando os estudos em dois tipos: por análises e por testes reais.

2.5.1 Análises

Neste contexto a autoridade americana FAA e o Centro de Pesquisas "ASSURE"(Alliance for System Safety of UAS through Research Excellence) anunciaram os primeiros resultados de estudos relacionados ao estudo referente a colisões "Air-to-Air" nas estruturais principais de uma aeronave para verificação das ocorrências. As aeronaves selecionadas para os estudos selecionados foram o Boeing B737 e um Airbus A320 representando 70% da frota da aviação comercial mundial. E no caso da aviação executiva os modelos selecionados para estudos foram os modelos Learjet 30/40/50. (ASSURE, 2017).

O estudo tomou por base requisitos relacionados a impactos de pássaros (bird impact), com a mesma filosofia para certificação de aeronaves. A Figura 11 abaixo mostra os pontos de impactos: Fuselagem dianteira, semi asas, empenagem e ingestão de motor.

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Figura 11 - Posições de impacto do Drone na aeronave

Fonte: ASSURE (2017)

Para as semi asas os estudos levaram em consideração o impacto de pássaro e na mesma posição o impacto do drone, para validar as consequências de uma ocorrência, considerando uma fuselagem típica de uma aeronave de referencia. A Figura 12 mostra como a estrutura deforma, com os impactos, exemplo um Quadcoptero e um Pássaro, tratando analiticamente em uma primeira fase de estudo.

Figura 12 - Comparação de deformadas de impactos na aeronave

Fonte: ASSURE (2017)

No caso das transparências (Windshield) foi realizado o impacto do drone direcionando os impactos em alguns pontos de referências nas transparências para verificar o poder de penetração no cockpit e os efeitos de defragmentação de partes

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no caso da transparência não resistir ao impacto. A Figura 13 apresenta os pontos de impactos simulados.

Figura 13 - Impactos nas transparências

Fonte: ASSURE (2017)

Nas empenagens horizontal e vertical foram realizados impactos do drone direcionando os impactos nos bordos de ataque em alguns pontos de referências para verificar se ocorrerá uma perda de funcionalidade da superfície de controle ou perda de parte da estrutura das empenagens. A Figura 14 apresenta os pontos de impactos simulados.

Figura 14 - Impactos nas transparências

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Os motores, foram realizadas as simulações dos drones nos motores para verificar a situação dos mesmos após a ingestão. A Figura 15 apresenta os esboços das simulações.

Figura 15 - Ingestão de Drone nos motores

Fonte: ASSURE (2017)

Participando também de pesquisas para levantamento de dados afim de traçar os riscos dos Drones no espaço aéreo com as aeronaves tripuladas, a Aero Kinetics Aviation, através de análise de impacto científico, fizeram comparação de testes de impactos de pássaros com aeronaves tripuladas, levando em consideração a energia cinética de colisão do pássaro com a energia cinética relativa do Drone. De acordo com a pesquisa realizada, chegaram a conclusão de que assim como a colisão de um pássaro com uma aeronave tripulada podem causar danos catastrófico, a colisão de um Drone com uma aeronave tripulada oferece danos superiores. Pelos estudos realizados, acreditam que com a facilidade de aquisição de um Drone e o número crescente que são vendidos, estatisticamente é uma questão de tempo para que possíveis ocorrências reais ocorram com aeronaves tripuladas. Destacam também que a questão de colisão de aves com aeronaves são estudadas e de grande interesse por parte da FAA, seguradoras, empresas fabricantes de aeronaves, entre outros, resultando em dados importantes na certificação de uma aeronave, como por exemplo, os requisitos de design, incluindo especificações rigorosas que as aeronaves devem cumprir no processo de aeronavegabilidade, afim de garantir a integridade da aeronave em caso de colisão com aves. (AERO KINETICS AVIATION, 2015).

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Abaixo, segue alguns exemplos de danos causados após a colisão de pássaros com aeronaves tripuladas, provando que são catastróficas as ocorrências e podendo ser potencialmente elevadas em caso de colisão com Drone, tendo em vista o material de construção das aeronaves não tripuladas serem mais resistentes que a dos pássaros. (AERO KINETICS AVIATION, 2015).

Figura 16 - Danos na carenagem do motor

Fonte: (AERO KINETICS AVIATION, 2015)

Figura 17 - Danos no para-brisas do helicóptero

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Figura 18 - Falha nos motores após ingestão de pássaros

Fonte: (AERO KINETICS AVIATION, 2015)

Com os estudos realizados, concluíram que os Drones representam uma ameaça catastrófica para os helicópteros tripulados em todas as fases do voo com perigo real para os pilotos, passageiros e pessoal em terra, caso ocorra uma colisão e o helicóptero venha a falhar. Para as aeronaves comerciais de asa fixa, os Drones representam uma ameaça real principalmente nas decolagens e pousos, onde a ingestão de um Drone pelo motor nessas fases do voo poderá causar danos graves ao motor ou até mesmo uma potencial falha catastrófica. (AERO KINETICS AVIATION, 2015).

2.5.2 Ensaios

A autoridade chinesa junto com universidades e institutos de pesquisas (Nanjing University of Aeronautics and Astronautics, Northwestern Polytechnical University and Shanghai Aircraft Design and Research Institute) realizaram uma série de ensaios com corpos de prova de aeronaves visando levantar guias técnicos e base para tomadas de decisões para operação de drones, regras de gerenciamento, projetos e fabricação de aeronaves levando em consideração os efeitos advindos destes estudos de ensaios. Como exemplo dos vários parâmetros que puderam ser ensaiados os materiais, atitudes de voo, velocidade de impactos,

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peso, características geométricas e posições de colisão foram levadas em consideração. (AIRLINERWATCH, 2017).

Figura 19 - Teste de Impactos nas transparências

Fonte: AIRLINERWATCH (2017)

Complementando a pesquisa, o Reino Unido apresentou um estudo realizado pela QinetiQ, empresa de cientistas e engenheiros, sobre colisão de Drones com aeronaves tripuladas, com o objetivo de identificar a menor velocidade na colisão onde o dano causado pelo impacto seria crítico para a estrutura e para-brisas da aeronave. Os testes foram feitos levando em consideração helicópteros e aviões. Para os helicópteros e aviões, concluiu-se que os para-brisas sem certificação para colisão com pássaros possuem uma resistência muito limitada ao impacto com o Drone, já com a certificação para a colisão com pássaros, mesmo sendo mais resistentes, apresentaram danos significativos. Os testes também comprovaram que os helicópteros são mais vulneráveis ao impacto com o Drone, pois, as pás do rotor de cauda apresentaram falhas após o impacto.

Observou-se durante os testes que os materiais utilizados na fabricação do Drone têm grande importância no resultado após o impacto, causando dano significativo na aeronave tripulada, quando comparada com o impacto de uma ave de mesma massa e velocidade, sendo posteriormente recomendado para que os fabricantes de Drones utilizassem materiais plásticos para acabamento nos motores e demais componentes duros dessas aeronaves afim de amortecer o impacto contra a aeronave tripulada. (PILOTO POLICIAL, 2017).

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2.6 PARTICIPAÇÃO DAS EMPRESAS NA PREVENÇÃO

Como medida de segurança os pilotos de linhas aéreas, de voos não regulares e da aviação geral, têm reportado nas linhas de comunicação o avistamento de Drones quando em voo. Elaborando Relprevs (Relatórios de Prevenção) e em casos extremos, buscando “abordagens” de pousos e decolagens num potencial risco de colisão.

Empresas aéreas têm buscado identificar estudos de radares com focos em identificação de trajetórias de drones em situações de risco.

Na Suíça, já está em fase de pré-implantação um sistema de controle de tráfego de Drones, denominado U-space, uma infraestrutura digital da Europa, com uma plataforma AirMap que mostrará as regras de uso do espaço aéreo para mais de 20 países, além de abranger por meio de sua rede, aproximadamente 85% dos Drones de todo o planeta, com o objetivo de prevenir acidentes envolvendo Drones. Considerado o primeiro sistema de controle de aeronaves não tripuladas do continente europeu, conta com a participação do serviço de navegação aérea suíço Skyguide, e a AirMap localizada na Califórnia, que é uma plataforma de gerenciamento do espaço aéreo de Drones. O plano da empresa é criar esse espaço registrando os Drones, os limites virtuais definido por GPS, alertas em tempo real para os pilotos de aeronaves não tripuladas, onde os mesmos estarão conectados com o controle de tráfego aéreo suíço, proporcionando segurança no espaço aéreo. (SWISSINFO.CH, 2018).

No Brasil, a IACIT, capacitada com tecnologia para o desenvolvimento de produtos e sistemas aplicados ao auxílio, controle e gerenciamento do tráfego aéreo e marítimo, meteorologia radar, telemetria, entre outros sistemas de alta tecnologia, estão adaptando sistema de detecção e neutralização de Drones, podendo ter vários canais e frequências distintas, com alcances de bloqueio definido pela potência do bloqueador, cobertura Omni-Direcional 360° e sensores de detecção (câmera, sensor acústico, radar). (IACIT, 2018).

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Figura 20 - detecção do drone

Fonte: IACIT (2018)

2.7 PARTICIPAÇÃO DOS AEROPORTOS NA PREVENÇÃO

Diversas medidas estão sendo estudadas pelas autoridades aeroportuárias relacionadas ao risco da presença de Drones em aeroportos e nas áreas proibidas do espaço aéreo, em zonas de riscos a operação das aeronaves.

Nos países europeus, estão sendo utilizados águias treinadas para derrubar Drones, estão sendo utilizados sistemas com sinais de frequências capazes de bloquear os sinais das frequências dos drones e os derrubar.

Figura 21 - guia em treinamento para interceptar Drone

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Operadores de aeroportos, empresas aéreas do mundo todo e a Associação Internacional de Transporte Aéreo - IATA, estão apoiando a Organização Internacional de Aviação Civil - ICAO, que é uma agência especializada da Organização das Nações Unidas - ONU, para a criação de um registro mundial de Drones, devido ao crescente número de ocorrências de quase colisão com aeronave tripulada nas imediações dos aeroportos, principalmente nas fases de pouso e decolagem das aeronaves, onde são consideradas como as fases mais crítica de um voo. Os operadores de aeroportos e empresas aéreas, além de registros de Drones, estão buscando também o uso de tecnologia com o objetivo de mitigar os riscos que os Drones oferecem para a aviação, como a geocerca, porém esta tecnologia pode não funcionar contra Drone mais antigo ou de baixo custo. Estão buscando também penas mais severas para os operadores irresponsáveis de Drone, que insistem em voar próximos de aeroportos com o intuito de captar imagens de aeronaves tripuladas em aproximação para pouso, colocando em risco o voo e a comunidade em geral. (G1 ECONOMIA, 2018).

No Aeroporto Internacional de Dallas, Estados Unidos, testes já foram realizados com detector de Drones, devido aos crescentes incidentes de quase colisão. Na ocasião um outro Drone equipado com câmeras, rádio frequência e radar, com o objetivo de localizar os Drones intrusos e ao mesmo tempo informar aos controladores do tráfego aéreo sobre a existência dos mesmos no espaço aéreo, que na sequência passaram a mensagem aos pilotos que se aproximam para possível reorientação da operação. (AEROMAGAZINE, 2017).

Figura 22 - Drone equipado com detector

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3 REGULAMENTO E ORIENTAÇÕES

O regulamento da ANAC estabelece que os operadores de Drones de classe 3, com o peso máximo de decolagem maior que 250 gramas até 25 Kg, necessariamente precisam cadastrar-se no site da ANAC com dados pessoais e dados do equipamento, como marca, número de série e foto do Drone e principalmente respeitar e seguir o estabelecido em regras específicas para esta classe, e com peso inferior a 250 gramas, não há a necessidade de cadastro ou registro, porém, não exime o piloto do Drone de suas responsabilidades, tendo o mesmo que respeitar as regras, tanto da própria agência como também da ANATEL, DECEA, MINISTÉRIO DA DEFESA e órgãos de segurança pública, que orientam, fiscalizam e estabelecem limites de voos, com o objetivo de proteger pessoas, ambientes e a aviação como um todo, objetivando a disciplina dos usuários, para evitar conflitos com aeronaves e possíveis desastres aéreos.

Consta no RBAC-E n° 94 item 9 (a) (b) (c), os requisitos para piloto e observador de aeronaves pilotadas remotamente, especificando que para os pilotos remotos de RPA classe 1 ou 2, devem possuir um documento médico, conhecido como Certificado Médico Aeronáutica (CMA); Devem ser maiores de 18 anos; Possuir licença e habilitação emitida ou validada pela ANAC, se atuarem na operação acima de 400 pés do nível do solo. No Item 17 (a), menciona-se que o descumprimento dos requisitos estabelecidos no regulamento são apurados e os infratores estarão sujeitos às sanções previstas na Lei n° 7.565/86 do Código Brasileiro de Aeronáutica (CBA). (ANAC, 2017).

Além das sanções do CBA, outras sanções também estão prevista nas legislações com referência às responsabilidades nas esferas civil, administrativa e penal, destacando à inviolabilidade da intimidade, da vida, bem como da honra e imagem das pessoas, onde, está previsto no art.61 do Código Penal, reclusão de dois a cinco anos para quem expor em perigo aeronaves ou embarcações, ou praticar qualquer ato que venha a impedir ou dificultar a navegação marítima, fluvial ou aérea. Este mesmo Código Penal tipifica a exposição de pessoas a risco, em seu art.132, detenção de três meses a um ano, podendo se prolongar caso o crime for considerado mais grave, nas ocorrências que se coloquem em perigo direto ou iminente a vida ou à saúde de terceiros. Com relação as Contravenções Penais, poderá ser efetuado prisão simples, entre quinze dias a três meses, e pagamento de

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multa caso o piloto não estiver devidamente licenciado. Poderão ainda serem aplicadas outras penalidades previstas em outros órgãos públicos relacionado. (ANAC, 2017).

Quanto as operações, o regulamento esclarece que as operações de aeronaves não tripuladas com peso de decolagem inferior a 250 gramas são permitidas sob total responsabilidade do piloto, onde o mesmo deve se atentar as regras de utilização do espaço aéreo conforme determina o DECEA, e as aeronaves com peso máximo de decolagem superior a 250 gramas, também são permitidas desde que a aeronave não tripulada se distancie de terceiros com uma distância horizontal mínima de 30 metros e com as observâncias da utilização do espaço aéreo. Esse limite mínimo poderá ser ultrapassado caso exista uma barreira mecânica suficientemente resistente para proteger as pessoas de um acidente. (ANAC, 2017).

De uma maneira geral, as orientações de distância se aplicam também a edificações e instalações, podendo em caso específico e com autorização do proprietário, serem reduzidos os limites para possível verificação na fachada do prédio, inspeção nas linhas de transmissão, antenas, eletricidade, etc. (DECEA, 2018).

Figura 23 - Distância mínima de edifício

Fonte: DECEA, (2018)

Visando proteger a navegação aérea, o piloto do Drone deverá fazer um planejamento adequado da altitude e localidade a ser sobrevoada para não interferir

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com as aeronaves em voo, garantindo assim, a segurança de voo e a dispensa de NOTAM, tendo em vista que voos acima de 200 pés (60 metros) já se configura um risco para a navegação aérea. (DECEA, 2018).

Figura 24 - Altitude de voo do Drone

Fonte: DECEA, (2018)

Relacionando ainda o voo de Drones com o planejamento de voo para garantir a segurança operacional da aeronaves nas imediações dos aeroportos, o piloto do Drone deverá manter afastado sua aeronave três milhas náuticas (5,4 quilômetros) de distância do aeroporto se for realizar voo de até 100 pés (30 metros), aumentando essa distância para 5 milhas náuticas (9 quilômetros) se a intenção de realizar o voo for entre 100 e 400 pés (30 a 120 metros). Ressaltando que as operações com Drones nas proximidades de aeródromos podem ser solicitadas pelo sistema SARPAS (Solicitação de Acesso de Aeronaves Remotamente Pilotadas), que é uma ferramenta desenvolvida com o objetivo de facilitar a solicitação de acesso ao Espaço Aéreo Brasileiro para uso de Drones, porém, dependem da emissão de NOTAM. (DECEA, 2018).

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Figura 25 - Orientação para não voar próximo de aeroporto

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4 TESTE DE IMPACTO

Com a contribuição dos dados e testes de laboratório efetuados por profissionais, verifica-se que os Drones, apesar de serem importantes para o desenvolvimento de tecnologias e contribuírem positivamente em diversos setores, desde profissional ao recreativo, oferecem extremo risco para a aviação caso o mesmo venha a colidir com uma aeronave ou pelo simples fato do Drone estar em conflito com o espaço aéreo destinado as aeronaves, impactando por exemplo na aproximação para pouso em um aeroporto, tendo que a mesma efetuar manobras evasivas, aumentando com isso o custo operacional para empresas aéreas, como ocorreu no aeroporto de Congonhas, somando mais de R$ 1 milhão em prejuízos e desvio de várias aeronaves para outros aeroportos.

Não apenas nesse caso, visto que ocorrências desse tipo ocorrem em vários lugares do mundo, que por enquanto ocorrem apenas aproximação e quase colisão de Drone com aeronave tripulada, mas em todos os casos já registrados, as autoridades buscam alternativas e estudam meios no qual surjam efeito positivo no mundo da aviação afim de mitigar os riscos envolvidos na operação de Drones.

Verifica-se que os materiais utilizados na fabricação dos Drones (plásticos, fibra de carbono, metal), apresentam características que podem vir a danificar estrutura e parte móveis de aeronaves tripuladas, aviões e helicópteros, não sendo possível levar em consideração a mesma certificação de colisão com pássaros, onde sua massa e resistência são totalmente diferentes.

Por tanto, fica difícil até mesmo para os fabricantes de aeronaves comerciais solucionar esse tipo de problema, visto que até então, fabrica-se aeronaves com os devidos testes de impactos com aves, afim de verificar se a resistência do material projetado para fabricar a aeronave, está dentro dos requisitos de segurança, objetivando a certificação da aeronave para impacto com aves e não com Drones, como são os casos que estão na iminência de ocorrer devido a não observância das regras para utilização de Drones.

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Figura 26 - Teste de impacto com aves no para-brisas da aeronave

Fonte: GOOGLE (2018)

Figura 27 - Teste de impacto de aves no motor da aeronave

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apresente pesquisa teve como objetivo conhecer os riscos e impactos para a segurança de voo, causados pelos drones, quando utilizados sem o cumprimento das regras estabelecidas pelos órgãos competente.

A ANAC é órgão responsável por registrar os Drones no Brasil, no qual já se encontram em seu banco de dados 38453 Drones, onde a maior parte desses registros são do estado de São Paulo, com 13415 Drones. A cada dia que passa a quantidade de registros aumentam acompanhado do número de ocorrências, que aos poucos vão surgindo na mídia, seja no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, pois, facilmente compra-se um Drone. O órgão cria regras complementares ao da ANATEL juntamente com as normas do DECEA, aliada a política do Ministério da Defesa e fiscalizada pelos órgãos de segurança pública, para operação dessas aeronaves, no entanto, cabe ao piloto do Drone respeitar as regras em vigor a fim de evitar colocar em risco as operações aéreas nos aeroportos e demais espaço aéreo destinado ao uso de aeronaves tripuladas, como também proteger a comunidade de uma forma geral.

Conclui-se então que no Brasil e em vários países, autoridades e centros de pesquisa lutam para encontrar soluções que possam mitigar riscos envolvendo Drones e aeronaves tripuladas, mas fica evidente a imensa dificuldade das autoridades fazerem com que os pilotos desses equipamentos se conscientizem das regras e orientações para a correta e segura utilização das aeronaves não tripuladas, mostrando- se que a difusão das informações registradas em sites não são suficiente para chegar ao conhecimento de todos que pilotam esses equipamentos ou, se conhecem as informações, desrespeitam as regras, dificultando ainda mais o progresso da segurança de voo.

Certo que existem as regras e orientações das autoridades, vários fóruns já ocorreram com o objetivo de difundir as normas vigentes e encontrar possíveis alternativas para o problema em questão, porém, ainda não foram suficientes, visto que as ocorrências continuam assombrando a aviação. Talvez pelo simples fato de muitos leigos operarem esses equipamentos aliados com a não observância dos procedimentos que precisam ser seguidos ou mesmo pela irresponsabilidade do piloto do Drone, que invadem espaço aéreo e conflitando com aeronaves tripuladas, causam enormes prejuízos para empresas aéreas e passageiros.

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Portanto, as autoridades precisam trabalhar levando em consideração os fatos e realidades, ou seja, simplesmente criando e divulgando as regras em sites específicos não estão surgindo efeito desejável, que é a segurança de voo e da comunidade em geral. Assim como para um piloto de aeronave tripulada existe curso adequado e homologado para as devidas finalidades, sendo obrigatório para quem deseja seguir essa profissão, estudar e conhecer as técnicas, regulamentos, meteorologias, entre outros, também deveria existir a obrigatoriedade para os pilotos de Drone, independente da classe do equipamento, tendo em vista que um Drone é considerado uma aeronave.

Do Art. 106 do Código Brasileiro de Aeronáutica: "Considera-se aeronave todo aparelho manobrável em vôo, que possa sustentar-se e circular no espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas ou coisas". (BRASIL, 1986, seç.III, cap.I).

Espera-se que através das informações e recomendações aqui exposta, possa algum dia ser útil e contribuir para a segurança de voo, tornando os Drones aliados e, não sendo visto como uma ameaça real para a aviação, como está acontecendo na atualidade, tendo em vista que é impossível conter a ascensão dos Drones. Quer queira ou não, essa é a realidade de uma tecnologia que se for usada com consciência e acima de tudo com responsabilidade, é útil em diversos setores, desde o recreativo ao uso profissional, mas demanda esforço e comprometimento dos envolvidos, desde os projetistas e fabricantes, no desenvolvimento de Drones capazes de ser reconhecidos em radares, das autoridades relacionadas com o assunto, na busca por uma melhor difusão das regras e, principalmente do piloto do Drone, que deve adquirir o conhecimento e colocar em prática com o objetivo de tornar o espaço aéreo navegável com segurança, tanto para as aeronaves tripuladas como também do próprio Drone, afim de evitar desastres aéreos.

Sugere-se a partir dessa pesquisa, que as autoridades intensifiquem a vigilância nos arredores dos aeroportos e demais áreas proibidas do espaço aéreo, criando programas junto com a comunidade, além dos fóruns já existentes, a fim de aumentar o número de pessoas em terra com a mesma cultura aeronáutica que os operadores aeroportuário possuem e com o objetivo de ramificar e difundir as informações sobre regras que existem para operação de Drone, aumentando com isso a segurança do espaço aéreo, pois, na atualidade o avistamento de Drones nos arredores dos aeroportos do Brasil e do mundo, na grande maioria das vezes é

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avistado pelo piloto do avião que se aproxima para pouso, podendo com isso até distraí-lo em uma fase crítica do voo, que é o pouso.

Uma outra sugestão, mais difícil de se concretizar, mas não impossível, seria um estudo por parte dos sites divulgadores de vídeo, para criar algum programa que filtrasse vídeos indesejáveis de Drones nas proximidades dos aeroportos, e não divulgá-los, pois, aparenta que alguns pilotos de Drone que invadem o espaço aéreo no momento do pouso de uma aeronave tripulada com o objetivo de filmar a aproximação e pouso, que posteriormente divulgará sua filmagem "espetacular", porém perigosa, nos sites e redes sociais, tem o intuito de que muitos assistam e curtam seu vídeo. Eliminando esses vídeos filtrados, provavelmente reduzirá o estímulo de filmar, reduzindo consideravelmente o número de ocorrências de avistamento de Drones nos arredores dos aeroportos e demais áreas proibidas do espaço aéreo.

Assim como também, os órgãos regulamentadores poderiam, juntamente com a legislação do país, aumentar a punição para os pilotos irresponsáveis que invadem o espaço aéreo e criam situações de risco para a aviação.

Por fim, sugere-se que sejam realizadas pesquisas sobre a efetividade das regras existentes no âmbito da operação dos Drones e desdobramentos de medidas educativas que possam ter real efeito no que diz respeito as condutas dos pilotos de Drones, observando a padronização das operações, para que todos os envolvidos com aeronaves não tripuladas possam voluntariamente conhecer e praticar as regras existentes, com o intuito de manter o espaço aéreo seguro e garantir a segurança operacional das aeronaves tripuladas.

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REFERÊNCIAS

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Referências

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