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Avaliação da percepção ambiental de alunos e professores da Escola Básica Padre Vicente Ferreira Cordeiro, no município de Palhoça/SC

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AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE ALUNOS E PROFESSORES DA ESCOLA BÁSICA PADRE VICENTE FERREIRA CORDEIRO, NO MUNICÍPIO DE

PALHOÇA/SC

Palhoça/SC 2015

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AVALIAÇÃO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL DE ALUNOS E PROFESSORES DA ESCOLA BÁSICA PADRE VICENTE FERREIRA CORDEIRO, NO MUNICÍPIO DE

PALHOÇA/SC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade do Sul de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do título de Engenheiro Ambiental e Sanitária.

Orientadora: Profª. Marina de Medeiros Machado, Msc.

Palhoça/SC 2015

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A meus pais, João Francisco Bruchado e Hélia Maria da Silva Bruchado, que nunca deixaram de acreditar em mim e que me ajudaram superar todas as dificuldades encontradas durante essa jornada.

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superar todas as dificuldades encontradas durante este período de estudos.

A meu pai João Francisco Bruchado e a minha mãe Hélia Maria da Silva Bruchado, por estarem comigo em todos os momentos de minha vida, sem a ajuda deles, eu não teria chegado até o fim deste curso.

A meus colegas, Murilo Barbosa Flores e Barbara Muller Colásio, que me ajudaram a superar as dificuldades encontradas em algumas matérias como Cálculo Três e Sistema de Abastecimento de Água e que sempre foram meus parceiros e grandes amigos durante todo o curso de graduação.

A meu colega e amigo Leopoldo Duarte Pereira, por todas as caronas que me deu e por todas as brincadeiras que nos motivavam a continuar os estudos e alegravam nossas aulas.

A professora Marina de Medeiros Machado, por ter aceitado ser minha orientadora e ter realizado um ótimo trabalho, além de ter me dado o prazer de ser seu aluno e ter a oportunidade de aprender, contribuindo para a minha formação como profissional.

A professora Rachel Faverzani Magnago, por ter me dado à oportunidade de estagiar em seu laboratório e ter me ensinado muito.

A professora Silene Rebelo, a qual me transmitiu muitos ensinamentos e conhecimentos e por ter me dado o privilégio de ser seu aluno.

E a todos os outros professores, que fizeram parte de minha vida acadêmica e que contribuíram muito, para que eu tornasse- me uma pessoa muito melhor e para que eu possa ser um excelente profissional.

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“A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro”. (ALBERT EINSTEIN).

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Hoje, devido ao grande crescimento populacional e aos avanços tecnológicos, como a produção em larga escala de bens de consumo, os problemas e as ameaças ao meio ambiente tornam-se cada vez mais comum. Diante disso, nos é posto a educação ambiental como um instrumento de formação de cidadãos conscientes e participativos. Ao longo da evolução da humanidade, os homens criaram inúmeras sociedades e diversos tipos de relação com a natureza. Neste contexto, este trabalho busca avaliar as práticas de educação ambiental, aplicadas para os professores e aos alunos da 8ª série do Ensino Fundamental da Escola Básica Padre Vicente Ferreira Cordeiro e propor melhorias no desenvolvimento das atividades ligadas à Educação Ambiental na escola. Para averiguar a percepção dos alunos e professores da Instituição, utilizou-se como ferramenta de diagnósticos questionários, os quais foram aplicados a quatro professores e trinta alunos da Escola Básica Padre Vicente Ferreira Cordeiro. De acordo com os resultados obtidos nas análises dos questionários aplicados aos professores e alunos observou-se a necessidade de desenvolvimento, visto que de novos tipos de abordagens referentes a temáticas ambientais na Escola. O maior problema encontrado na realização destas atividades foi à falta de comprometimento dos professores e alunos em dar continuidade na execução destes trabalhos.

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Figura 1 – Escola de Educação Básica Padre Vicente Ferreira Cordeiro ... 42 Quadro 1. Critérios estabelecidos para avaliar as alternativas das questões utilizadas na pesquisa...44

Quadro 2 . Representação da relação das pontuações obtidas com os cenários propostos para avaliação dos questionários aplicados aos alunos e professores da Escola Básica Padre Vicente Ferreira Cordeiro...44 Quadro 3. Pontuação obtida por professores e alunos após a realização da pesquisa na escola...72

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Gráfico 1 – Identificação dos professores entrevistados por sexo e especialização...48 Gráfico 2 - A escola desenvolve trabalhos e projetos com nas questões ambientais?...49 Gráfico 3 - Você recebeu algum tipo de treinamento, referente às práticas de educação ambiental?...50 Gráfico 4 - Você encontra dificuldades para trabalhar com temas ligados a Educação Ambiental?...51 Gráfico 5- Você é motivado de alguma forma a desenvolver atividades ligadas a EA na escola?...52

Gráfico 6 - Nos livros didáticos utilizados na escola existem conteúdos relacionados à Educação Ambiental?...54

Gráfico 7 - Quais são as formas que a escola utiliza, para abordar assuntos referentes à

EA?...55

Gráfico 8 – Após serem desenvolvidos temas ligados a EA na sua escola você notou alguma mudança no comportamento dos envolvidos? ...57 Gráfico 9 - Qual a sua opinião sobre os assuntos ligados às questões ambientais?...59

Gráfico 10 - Você gostaria de receber mais informações referentes às questões ambientais?...61

Gráfico 11- Sua escola desenvolve alguma atividade focada nas questões ambientais?...62 Gráfico 12 - Você participa de alguma atividade ligada às questões ambientais na escola?...64

Gráfico 13 – Qual das opções abaixo você acha que está relacionada à temática ambiental?...65

Gráfico 14 - Quais dos assuntos abaixo referentes às questões ambientais, que você já estudou em sua escola?...66 Gráfico 15 - Sua escola desenvolve alguma atividade com a finalidade de incentivar a coleta seletiva?...67

Gráfico 16 - Quais das formas abaixo utilizadas pela escola, que você acha mais eficiente para abordar os assuntos ligados à EA?...68

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Gráfico 18 – Você notou alguma mudança no comportamento dos envolvidos após serem desenvolvidas atividades ligadas a EA na escola?...70

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CEE - Conselho Estadual de Educação

CIEA - Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental

CNUMAD - Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento CGEA - Coordenação Geral de Educação Ambiental

CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente CONDEMA - Conselho Municipal do Meio Ambiente CONSEMA - Conselho Estadual de Meio Ambiente DEA - Departamento de Educação Ambiental DDT - Dicloro Difenil Tricloroetano

EA – Educação Ambiental

FUNDEMA - Fundo Municipal do Meio Ambiente

ICLEI - Associação Internacional de Autoridades Locais Vocacionada para a Prevenção e Resolução de Questões Ambientais

IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis MMA – Ministério do Meio Ambiente

MEC – Ministério da Educação e Cultura ONU – Organizações das Nações Unidas PCNs - Parâmetros Curriculares Nacionais

PNEA – Política Nacional de Educação Ambiental PRONEA - Programa Nacional de Educação Ambiental SEMAM - Secretaria de Meio Ambiente

SISNEA - Sistema Nacional de Meio Ambiente

UNESCO - Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina

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1. INTRODUÇÃO ... 13

2. JUSTIFICATIVA DA PESQUISA ... 14

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 16

3.1. CONCEPÇÕES DE NATUREZA, MEIO AMBIENTE E ECOLOGIA. ... 16

3.2. RELAÇÃO HOMEM VERSUS MEIO AMBIENTE ... 18

3.3. DEFINIÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ... 20

3.4. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ... 23

3.4.1. Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável ... 30

3.5. LEGISLAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ... 33

3.4.3. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL ... 37

3.5 ESTRATÉGIAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS ... 39

4. OBJETIVOS ... 41

4.1. OBJETIVO GERAL: ... 41

4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: ... 41

5. MATERIAIS E MÉTODOS ... 42

5.1. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ... 45

Figura 1. Escola de Educação Básica Padre Vicente Ferreira Cordeiro. ... 46

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES ... 47

6.1 ANÁLISES DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS PROFESSORES ... 47

6.2 ANÁLISES DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS ALUNOS ... 59

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 75

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 77

APÊNDICES ... 82

Apêndice A – Questionário utilizado na coleta de dados junto aos professores das instituições de ensino Escola Básica Padre Vicente Ferreira Cordeiro. ... 82 Apêndice B - Questionário dirigido aos alunos da Escola Básica Padre Vicente Ferreira Cordeiro. 86

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1. INTRODUÇÃO

Hoje, devido ao grande crescimento populacional e aos avanços tecnológicos, como a produção em larga escala de bens de consumo, os problemas e as ameaças ao meio ambiente como a poluição do solo e dos recursos hídricos, o uso excessivo de agrotóxicos, a falta de gerenciamento dos resíduos sólidos, torna-se cada vez mais comum.

Com isso, as preocupações referentes à temática ambiental vêm se intensificando nas últimas décadas, evidenciadas pelo crescente número de atividades e projetos desenvolvidos pelos variados setores da sociedade, no intuito de educar as comunidades, procurando sensibilizá-las para as questões ambientais, mobilizá-las para a modificação de atitudes nocivas e a apropriação de posturas benéficas ao equilíbrio ambiental (ALVES, 2009). Desta forma, a escola exerce uma das funções mais importantes nesse direcionamento, pois cabe a ela desenvolver meios de informar, instruir, capacitar e formar futuros gestores da sociedade humana (ARAUJO; SOARES, 2010).

Neste sentido, é dever da escola oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e sua consequência para consigo, para sua própria espécie, para os outros seres vivos e para o ambiente. De acordo com Reigota (1996):

A própria escola, com os seus problemas ambientais específicos, pode fornecer os elementos de estudo e debates necessários para que se possam fazer surgir ideias para a solução de muitos deles, promovendo se a participação de alunos da comunidade na manutenção da mesma (REIGOTA, p.48, 1996).

Segundo Reigota (1996), a educação ambiental deve ser voltada para a comunidade. Deve procurar incentivar as pessoas o indivíduo a participarem ativamente das resoluções dos seus problemas.

Sendo assim, surge a Educação Ambiental como um instrumento capaz de promover a formação de uma consciência por meio da informação, da reflexão e de ações relacionadas à realidade ambiental a qual tem como principal objetivo de fazer com que as pessoas adquiram conhecimentos e habilidades que as tornem capazes de resolverem os problemas ambientais, que encontram em seu dia a dia (COSTA, 2001).

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2. JUSTIFICATIVA DA PESQUISA

O crescimento cada vez maior da população, tanto nacional como a mundial, contribui seriamente para o agravamento dos problemas ambientais, como a escassez de água potável, o desmatamento de florestas, a poluição dos recursos hídricos, dentre tantos outros problemas que são enfrentados diariamente.

Desta forma, é necessário realizar novos investimentos em práticas educativas, com foco nas questões ambientais, de modo a fazer com que as pessoas desenvolvam seus intelectos, tornando-se mais conscientes, participativas e responsáveis, aptas a resolverem os problemas ambientais que enfrentam em seu dia a dia.

De acordo com Segura (2001), a educação ambiental representa uma ferramenta fundamental, capaz de reverter às alterações ambientais provocadas pelo atual modelo de desenvolvimento econômico. As práticas educativas relacionadas à questão ambiental podem assumir função transformadora, o que faz os indivíduos, depois de conscientizados, se tornem aptos a promover o desenvolvimento econômico de forma sustentável (SEGURA, 2001).

Diante disso, nos é posto a educação ambiental como um instrumento de formação de cidadãos, capaz de fazer com que eles desenvolvam uma nova mentalidade, e que através dela, passem a refletir antes de agir, fazendo com que o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade possam caminhar juntos, promovendo um ambiente saudável e melhor para se viver.

De acordo com a interpretação de Kindell (2006), estudos relacionados às questões ambientais apontam que a educação ambiental só será realmente eficaz, se conseguir fazer com que os alunos, desenvolverem uma percepção sobre o mundo que os cerca, envolvendo-os de forma que adquiram uma consciência a respeito das questões ambientais, na busca por soluções para as degradações ambientais no ambiente onde vivem.

A Constituição Federal de 1998 determina que é competência do poder público, promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino, seja no setor público ou privado, formal ou informal (BRASIL, 1988). A nova proposta pedagógica, Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), evidencia a importância da abordagem de assuntos referentes às questões ambientais nas escolas, contemplando as realidades locais e sugere formas de introdução de Educação Ambiental nos currículos. (SARAIVA; NASCIMENTO e COSTA, 2008).

Neste contexto, este trabalho busca avaliar percepção ambiental dos professores e alunos da 8ª série da Escola Básica Padre Vicente Ferreira Cordeiro, verificando se as práticas

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voltadas à educação ambiental podem mudar o comportamento dos envolvidos nos projetos socioambientais, verificar se a escola desenvolve algum tipo de atividade que tenha como objetivo a conservação do meio ambiente e dos recursos naturais.

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1. CONCEPÇÕES DE NATUREZA, MEIO AMBIENTE E ECOLOGIA.

Com a passar dos anos a interação existente entre o homem e o meio ambiente vem trazendo grandes prejuízos à natureza, isso se deve aos inúmeros avanços tecnológicos conseguidos pelo homem nas últimas décadas, avanços como máquinas agrícolas, pesticidas e agrotóxicos utilizados na agricultura, são alguns exemplos de tecnologias utilizadas pelo homem em busca do desenvolvimento econômico, que prejudicam a manutenção e preservação dos recursos naturais e ameaçam a existência desses recursos para suprir as necessidades das presentes e futuras gerações (DIAS, 1998).

Desta forma, é necessária a realização de estudos que objetivam a mudança da visão da sociedade acerca dos problemas e impactos ambientais, assim, a humanidade pode descobrir novas formas de crescer economicamente sem colocar em risco a existência e a qualidade dos recursos naturais do nosso planeta. Porém, para que esses estudos sejam possíveis de serem realizados, é necessário conhecer a definição de alguns conceitos, como natureza, meio ambiente e ecologia, para que se possa analisar de que maneira é possível solucionar os problemas causados pelo atual modo de produção.

Ao longo da evolução da humanidade, os homens criaram inúmeras sociedades e desenvolvendo várias relações com a natureza. Sendo que em cada uma dessas sociedades, a natureza possuía um significado próprio, segundo as crenças, os costumes e objetivos do povo (CARVALHO, 2003).

Segundo Albuquerque (2007), nos períodos em que se formaram os primeiros focos de civilização, a humanidade não conseguia identificar a natureza como algo distinto dos homens e de seus espaços de vida. Graças a evolução dos conhecimentos adquiridos pelos homens nas ultimas décadas, hoje o homem encontra várias formas de alcançar o desenvolvimento econômico, através da exploração dos recursos naturais existentes.

Nas últimas décadas, a ideia de uma natureza rústica tem trazido problemas na relação entre homem e natureza. Segundo Gonçalves (2002, p. 35), com o advento da Revolução Industrial, criou-se a "ideia de uma natureza objetiva e exterior ao homem, o que implica em uma ideia de homem não natural e fora da natureza".

Para Gonçalves (2002, p.23), “a natureza se define, em nossa sociedade, por aquilo que se opõe à cultura e esta é tomada como algo superior e que conseguiu controlar e dominar a natureza". Ou seja, é tudo aquilo que tem característica natural e que não apresenta

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intervenção antrópica. Dessa forma, a concepção de natureza tem mostrado uma relação de interesse social de grande importância para a humanidade.

De acordo com Guimarães (2005), o modo de vida da atual sociedade, assume cada vez mais, a consciência do individual, deixando de se integrar à natureza como um todo. Este distanciamento existente entre o homem e a natureza faz com que ele deixe de perceber as relações harmônicas ou o desequilíbrio que suas ações provocam ao meio ambiente, dificultando a busca por soluções para os impactos negativos causados por estas relações feitas de maneira equivocada.

Hoje existem várias definições sobre meio ambiente, isto porque o referido termo possui vários conceitos e pode ser definido de acordo com a percepção de cada estudioso sobre o assunto. “De fato não existe consenso sobre esses termos nem mesmo na comunidade científica: com mais razão, podemos admitir que o mesmo ocorresse fora dela”. (MEC, 1997). De acordo com a Resolução 306 do CONAMA (2002), entende-se por meio ambiente, “o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.

Reigota (2004, p.24), define meio ambiente como “um lugar determinado ou percebido onde estão em relações dinâmicas e em constante interação os aspectos naturais e sociais. Essas relações acarretam processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e políticos de transformação da natureza e da sociedade”.

Desta forma, de acordo com a definição de Reigota (2004), as diferenças existentes nos modos de vida, nas crenças, costumes e tecnologias utilizadas pelos homens, também agem e transformam o meio ambiente, na medida em que constroem diferentes tipos de relações com a natureza e de organizações sociais e políticas.

Já a Ecologia é um ramo da Biologia que estuda as relações entre os seres vivos e o meio ambiente onde vivem, bem como a influência que cada um exerce sobre o outro. O conceito de Ecologia Humana está relacionado ao estudo das relações entre os homens e o meio ambiente, levando-se em consideração as condições naturais, as interações e os aspectos econômicos, psicológicos, sociais e culturais. A preservação e conservação do ambiente natural das diferentes espécies são conceitos de grande importância quando envolve as relações entre o homem e a biosfera (ALBUGUERGUE, 2007).

Quanto maior for o conhecimento adquirido pelo homem nas áreas de Ecologia e Meio Ambiente, mais fácil será para os homens entenderem suas relações com a natureza e conhecer a capacidade que esta terá para se recuperar dos danos causados pelos seres

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humanos em busca do desenvolvimento econômico, pois todo este conhecimento adquirido pelo homem através de estudos e pela sua própria experiência de vida o auxilia a desenvolver competências e a entenderem suas relações com o meio ambiente e a desempenharem atividades como: elaborar projetos e políticas voltados a promoverem melhorias na qualidade de vida e ao meio ambiente, estudar as interações entre o homem e meio ambiente, desenvolver habilidades para solução dos problemas ambientais provocados pelo atual modo de produção em busca do crescimento econômico (ALBUQUERQUE, 2007).

3.2. RELAÇÃO HOMEM VERSUS MEIO AMBIENTE

Desde o aparecimento do homem na Terra, existe uma interação entre ele e o meio ambiente. Esta relação faz parte do desenvolvimento do homem, entretanto, a humanidade vem tornando essa relação cada vez mais difícil, isso ocorre porque o homem está cada vez mais preocupado em produzir novas tecnologias e bens de consumo, que muitas vezes nem utiliza. De acordo com Mendonça e Colissi (2001), são vários os fatores que contribuíram para o surgimento de uma crise ambiental, destaca-se o uso descontrolado dos recursos naturais, pelo homem em busca do crescimento econômico.

Outro fator que contribui para com o aumento da escassez dos recursos naturais, é o crescimento desordenado das populações, sendo necessária a produção cada vez maior para atender as necessidades destas populações, o que contribui ainda mais com a degradação do meio ambiente (MENDONÇA; COLISSI, 2001).

Com o passar dos anos, estamos sentindo cada vez mais os efeitos das ações impensadas, que tomamos em prol do crescimento econômico e satisfação de nossas necessidades de consumo (DIAS, 2002). As consequências dessas ações podem ser vistas todos os dias, pois o homem vem desenvolvendo diariamente novas tecnologias e passa através do uso dessas tecnologias a modificar ainda mais o meio ambiente, estas modificações passam a ameaçar o equilíbrio dos ecossistemas, colocando em risco a existência de milhares de espécies, expostas a perigos que podem ser irreversíveis.

Segundo a definição de Medina (1999, p. 35), “o meio ambiente é o resultado das recíprocas relações entre sociedade e natureza num espaço e tempo concretos. O ambiente se gera e se constrói ao longo do processo histórico de ocupação e transformação do espaço por parte de uma sociedade”.

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A produção em larga escala de bens de consumo, de produtos químicos utilizados na agricultura, pecuária e ações como o desmatamento de grandes áreas utilizadas na expansão agrícola, criação de gado, extração de minério, produção de carvão mineral, são exemplos de algumas atividades realizadas pelo homem que prejudicam cada vez mais o meio ambiente, causando danos ao solo, aos corpos hídricos, a várias espécies de animais e vegetais ameaçando-os de extinção.

O avanço tecnológico conquistado pelo homem nos últimos anos, também contribui para o agravamento dos impactos ambientais, pois com essas novas tecnologias se podem construir novos empreendimentos, cujos impactos sobre o meio ambiente são mais graves, como aqueles causados na construção de estradas, hidrelétricas, represas, pelos novos agrotóxicos utilizados para combater pragas na lavoura, pelo grande acúmulo de resíduos gerados nas indústrias (ANTONI; FOFONKA, 2013).

Segundo a Resolução 001 do CONAMA de 23 de janeiro de 1986, considera-se impacto ambiental:

Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que direta ou indiretamente, afetam a saúde, a segurança e o bem estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; e a qualidade dos recursos ambientais (BRASIL, 1986).

Muitas dessas novas tecnologias conquistadas pelo homem foram responsáveis pela degradação dos recursos naturais, que aumentou gradativamente. Com isso, a preservação do meio ambiente deixou de ser tratada como um assunto de um grupo pequeno de pessoas que alertavam para a necessidade de se preservar o meio ambiente, fazendo com que grande parte da população passasse a se preocupar com os impactos causados pelo atual modo de produção, sobre os recursos naturais e com a qualidade desses recursos e a necessidade de garantir a existência desses recursos para as atuais e futuras gerações (MMA, 2015).

Com isso, investimentos em práticas e projetos voltados a Educação Ambiental, se tornam cada vez mais importantes, já que é através destes que a população pode se conscientizar a cerca dos problemas ambientais que se encontram no ambiente onde elas vivem e adquirem o conhecimento necessário para que possa ser possível solucioná-los.

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A Conferência de Tbilisi1, a Educação Ambiental tem como principais características ser um processo:

[...] permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem o conhecimento, os valores, as habilidades, as experiências e a determinação que os tornam aptos a agir, individual e coletivamente e resolver os problemas ambientais (SOUZA, 2003).

Através da Educação Ambiental, pode se levar as comunidades envolvidas em questão a desenvolverem maiores conhecimentos sobre o espaço onde vivem, fazendo que estes desenvolvam habilidades que os tornem capazes de promover debates sobre os problemas ambientais, tornando-os capazes de criar soluções.

Para que se possa fazer da educação ambiental um mecanismo favorável ao meio ambiente deve se rever a educação em si. A educação ambiental não pode conter apenas informações, deve ser crítica, deve provocar o ser humano, para que esse desenvolva suas habilidades intelectuais e crie consciência de que é capaz de promover uma mudança de atitude, para que esse possa resolver problemas e estimular a construção de uma nova cultura visando à conservação e a preservação do meio ambiente (DIAS, 2004).

3.3. DEFINIÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

De acordo com a Lei 9.795/99, Art. 1 º, entende-se por educação ambiental:

Os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade (BRASIL, 1999).

Segundo Medina (1999, p. 17) aEducação Ambiental (EA) pode ser definida como:

Processo que [...] consiste em propiciar às pessoas uma compreensão crítica e global do ambiente, para elucidar valores e desenvolver atitudes que lhes permitam adotar

1 Em 1977, ocorreu a Primeira Conferência sobre Educação Ambiental, em Tbilisi, Geórgia, este evento, foi considerado como o marco mais importante para o desenvolvimento da Educação Ambiental no mundo. A “Conferência de Tbilisi”, como ficou conhecida, contribuiu para precisar a natureza da EA, definindo seus objetivos, características, recomendações e estratégias pertinentes ao plano nacional e internacional. Foi recomendado que a prática da EA devesse considerar todos os aspectos que compõem a questão ambiental, ou seja, aspectos políticos, sociais, econômicos, científicos, tecnológicos, éticos, culturais e ecológicos, dentro de uma visão inter e multidisciplinares (SOUZA, 2003).

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uma posição consciente e participativa a respeito das questões relacionadas com a conservação e a adequada utilização dos recursos naturais deve ter como objetivos a melhoria da qualidade de vida e a eliminação da pobreza extrema e do consumismo desenfreado.

De acordo com Ruscheinsky et al. (2002, p.163), a Educação Ambiental pode ser entendida “como uma prática transformadora comprometida com a formação de cidadãos críticos e coresponsáveis por um desenvolvimento que respeite as mais diferentes formas de vida, enfrenta alguns desafios neste início de século”.

Ainda segundo Ruscheinsky et al. (2002), “a educação ambiental como crítica social tende a fascinar e a seduzir para gerar sonhos e utopia”; sendo a utopia de que a situação atual não é o fim de tudo e nem a única alternativa possível de organização social, capaz de fazer com que as pessoas se tornem aptas a tomarem decisões. Isso significa que se não fizermos nada para mudar nossa conduta em relação à preservação, conservação e manutenção dos recursos encontrados na natureza, não iremos conseguir reverter os problemas ambientais que se tornam cada vez mais graves e, em alguns casos, irreversíveis.

Segundo Ribeiro (2010), a Declaração 96 da Conferência sobre o Meio Ambiente Humano2realizada em Estocolmo em 1972, a nova Educação Ambiental “deve se basear e se vincular amplamente aos princípios básicos definidos na Declaração das Nações Unidas sobre a Nova Ordem Econômica Internacional”.

Nesta forma que devem ser inseridos os fundamentos para um programa mundial de Educação Ambiental que possibilitará ao indivíduo ou a coletividade desenvolver novos conhecimentos e habilidades, valores sociais e atitudes, que podem ser utilizados para se desenvolver uma melhor qualidade do ambiente, consequentemente podendo-se garantir uma melhor qualidade de vida para as gerações presentes e futuras (RIBEIRO, 2010).

De acordo com Ruscheinsky et al. (2002, p.13), “a condição de mudanças efetivas no âmbito do meio ambiente requer ações locais e gerais, grandes projetos e atividades cotidianas, abordagem econômica e cultural”. Sendo assim, pode-se dizer que a execução de grandes projetos ambientais de alto nível financeiro funcionarão ou terão melhores resultados, uma vez que se tornam mais abrangentes, podendo, desta forma, provocar mudanças de comportamento, de valores e de cultura, fazendo com que haja participação individual e coletiva, no intuito da resolução dos problemas ambientais existentes.

2 Segundo Ribeiro (2010), esta conferência foi basicamente a primeira grande reunião organizada para

concentrarem-se as questões ambientais e a primeira atitude mundial a tentar preservar o meio ambiente, visto que a ação antrópica gera séria degradação ambiental, criando severos riscos para o bem estar e sobrevivência da humanidade.

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Segundo Carvalho (2011), a Educação Ambiental pode ser definida como um processo capaz de:

Estimular a formação de uma atitude ética e política, a qual é de grande contribuição, para nosso mundo, o qual se encontra em crise promovida pela maneira como vivemos. Não se restringindo apenas à transmissão de informações ou a sugestão regras de comportamento, a educação ambiental está empenhada na construção de uma nova cultura.

A educação ambiental é uma atividade que não pode ser percebida, apenas como mero desenvolvimento de “brincadeiras” com crianças e adolescentes, assim como pela promoção de eventos em datas comemorativas ao meio ambiente (MEIRELLES e SANTOS, 2005, pg.34). Na verdade, brincadeiras e os eventos são partes dos processos de construção de conhecimentos e habilidades intelectuais, que tem como principal objetivo provocar uma mudança de atitude. Atividades lúdicas praticadas nas escolas aumentam a criatividade, e contribuem para o desenvolvimento intelectual dos alunos.

De acordo com Meirelles e Santos (2005), “o maior obstáculo em um projeto de educação ambiental é fazer com que as pessoas entendam que são aptas a tomarem atitudes”, pois através dessas atitudes elas podem se sentir motivadas a solucionar os problemas ambientais encontrados no ambiente onde vivem, como por exemplo, realizar a coleta de resíduos em suas residências e enviá-los a sua destinação final de forma correta, promovendo melhorias em suas vidas, como a diminuição de casos de doenças provocadas por vetores, a coleta do óleo de cozinha, evitando a poluição de milhares de litros de água de rios e oceanos, diminuindo os gastos para tornar estas águas aptas ao consumo humano, à proliferação de odores desagradáveis e a poluição do ar.

Através da observação dos elementos da natureza, o homem pode desenvolver suas atividades crescendo economicamente, sem colocar em risco a existência dos recursos naturais, pois a observação é uma forma de se adquirir o conhecimento necessário, para que se possam resolver os problemas do cotidiano.

Segundo Barreto (1994), quando se adquiri conhecimento nas áreas de atuação da Educação Ambiental, o indivíduo passa a desenvolver uma percepção lógica do que está acontecendo em nosso planeta, a informação é um instrumento transformador que pode ser utilizado para aperfeiçoar da consciência do homem e de seu grupo.

A Educação Ambiental é um assunto extremamente importante que deve ser obrigatoriamente abordado nas escolas, é multidimensional, ou seja, podendo ser inserido em

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todas as disciplinas, pois o aprendizado está fundamentado na interdisciplinaridade, todas as matérias podem ser desenvolvidas na Educação Ambiental, e vice-versa.

De acordo Costa (2001, p.221):

A Educação Ambiental trata-se do processo de aprendizagem e comunicação de problemas relacionados à interação dos homens com seu ambiente natural. É o instrumento de formação de uma consciência por meio do conhecimento e da reflexão sobre a realidade ambiental.

3.4. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Em 1962 a publicação da obra “A Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson, causou uma grande repercussão em vários países, devido a uma série de narrativas sobre as desgraças ambientais que estavam acontecendo em várias partes do mundo, onde a autora, através de seus relatos, mostrava ao mundo os impactos ambientais promovidos pelo uso de Dicloro Difenil Tricloroetano (DDT) e outros pesticidas e também sobre a vulnerabilidade do

meio ambiente às intervenções humanas (DIAS, 1998). A publicação desta obra foi responsável por promover, naquele momento, uma pequena conscientização ambiental, que se expandiu a partir dos anos 70 depois da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, em Estocolmo em 1972.

De acordo com Morales (2008), a expressão educação ambiental foi utilizada pela primeira vez durante o evento “The Keele Conference on Education and the Countryside”, promovido pela Universidade de Keele, na Grã-Bretanha, no ano de 1965, em prol da divulgação da Educação. Neste momento, a Educação ambiental estava interligada aos princípios básicos da ecologia e de conservação, revelando indícios de confusão com o ensino de Ecologia.

Segundo Morales (2008), em 1966 a Organização das Nações Unidas (ONU) realizou, na Suíça, o Simpósio Internacional sobre Educação em Matéria de Conservação. Após este evento, foi criado um Conselho voltado para a Educação Ambiental, no ano de 1968, reunindo mais de 50 organizações, as quais tinham por finalidade promover discussões voltadas às temáticas de educação ambiental e meio ambiente. Devido à realização deste Conselho, a Educação Ambiental começou a se espalhar no final dos anos da década de 1960 e, foi fundada em 1969, na Inglaterra, a “Sociedade para a Educação Ambiental” e lançada nos Estados Unidos o “Jornal da Educação Ambiental” (MORALES, 2008).

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Esta fase está caracterizada pelos limites da racionalidade econômica e pelas questões de degradações ambientais promovidos pelos processos civilizatórios da modernidade. Segundo Dias (2004), “neste mesmo momento o Brasil, mesmo sem possuir uma legislação ambiental formulada, criava a Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (AGAPAN)”.

Segundo Santos (2010), neste período a AGAPAN inicia uma longa caminhada contra atividades de alto potencial de degradação ambiental, como o Projeto Carajás (projeto de extração mineral) e a Usina Hidroelétrica de Tucuruí.

Em 1972 foi realizada em Estocolmo, na Suécia, a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Meio Ambiente (também conhecida como “Conferência de Estocolmo”), reunindo representantes de 113 países, para estabelecer uma visão global sobre a orientação para o homem preservar o meio ambiente (SMANEOTO et al, 2012).

Segundo Ulbricht (2001), foi neste momento que se registrou pela primeira vez, na agenda Internacional, a preocupação com o meio ambiente, promovidas pelas degradações ambientais promovidas por ações antrópicas e que se tornam cada vez mais frequentes motivadas pela busca do desenvolvimento econômico. Neste momento se percebe que caso não se passe a utilizar de novos métodos, técnicas ou pesquisas que visem implantar um novo modelo de crescimento econômico e continuar se utilizando o modelo tradicional de crescimento econômico, se pode causar o esgotamento completo dos recursos naturais, pondo em risco a vida no planeta.

Durante a realização deste evento, foi elaborada entre os principais documentos, a Declaração de Estocolmo, a qual relatava a importância de orientar a humanidade para a necessidade de aumentar o número de trabalhos educativos voltados para as questões ambientais. Neste período foi criado também o Plano de Ações para o Meio Ambiente que estabeleceu as bases para uma boa relação entre o desenvolvimento econômico e o meio ambiente.

Surge então o termo Educação Ambiental, que de acordo com Reigota (1994), trata de “uma resolução importante da Conferência de Estocolmo foi à de que se deve educar o cidadão para a solução dos problemas ambientais”. Podendo-se então considerar que neste período surge o que se convencionou chamar de Educação Ambiental.

Em 1975 foi realizado em Belgrado, Iugoslávia, o Primeiro Seminário Internacional sobre Educação Ambiental, também conhecido mundialmente como Carta de Belgrado. Neste evento foi expressa a necessidade de se investir no desenvolvimento de políticas voltadas à Educação Ambiental (OLIVEIRA, 2008). Segundo este mesmo autor, a

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Carta de Belgrado também propõe que a Educação Ambiental seja incluída na educação formal e informal, num processo contínuo e permanente dirigido às crianças e aos jovens com caráter interdisciplinar.

Já em 1977, em Tbilisi capital da Geórgia, país integrante da ex- União Soviética aconteceu à primeira Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental. Segundo Reigota (1994), o evento serviu para que os países participantes pudessem mostrar ao mundo seus projetos, estimulando a troca de informações, o desenvolvimento de parcerias para a realização de pesquisas, documentos e serviços para os docentes de outros países.

Como resultado desta Conferência surge um dos primeiros objetivos da Educação Ambiental, o qual foi considerado como um dos marcos mais importante na evolução da Educação Ambiental (ULBRICHT, 2001). Segundo este objetivo, a Educação Ambiental teria que ser permanente, plena e estimular a solidariedade entre os povos da Terra. As recomendações formuladas têm como principal objetivo promover a união internacional dos esforços em busca do desenvolvimento econômico, fazendo com os países em desenvolvimento consigam se desenvolver de forma igualitária (ULBRICHT, 2001).

Em 1983, a Organização das Nações Unidas (ONU) cria uma Comissão sobre o Meio Ambiente e desenvolvimento que ficou conhecida mundialmente como Comissão Brundland, conhecida assim por ser presidida pela primeira ministra da Noruega, Gro Harlem Brundland, a qual também é conhecida mundialmente como relatório de Brundland e pelo título de Relatório Nosso Futuro Comum.

Neste relatório foram definidos os conceitos de desenvolvimento sustentável e nova ordem mundial, também se definiu o desenvolvimento sustentável como aquele que “satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade de gerações futuras de suprir suas próprias necessidades” (SMANEOTO et al, 2012). Os dados presentes neste Relatório serviram como subsídio para o planejamento e a organização da Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Eco/92.

Esta Comissão teve como principais objetivos discutir as questões críticas sobre o meio ambiente, desenvolver novas formas de abordagem e propor formas de cooperação internacional, com o propósito de orientar os países a desenvolverem políticas e ações que visem divulgar nas escolas, nas empresas e nos meios de comunicação assuntos referentes às questões ambientais.

De acordo com o Relatório Brundland, os estados foram incumbidos de desenvolver ações que buscassem controlar o crescimento populacional, garantissem a

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alimentação dos seres humanos em longo prazo, promovesse a preservação da biodiversidade e dos ecossistemas, a diminuição do consumo de energia, o aumento a produção industrial de países não industrializados com tecnologias ecologicamente corretas, e desenvolvessem novos métodos visando o controle da urbanização e ações que interligassem o campo e as cidades menores (SMANEOTO et al, 2012).

O Parecer nº 226/87 do Conselho Federal de Educação ressalta que as informações contidas neste parecer devem ser utilizadas visando à formação de uma consciência pública voltada para a preservação da qualidade ambiental e enfatizava que a Educação Ambiental deve ser levada aos sistemas de ensino e escolas de formação de professores, promovendo-se a capacitação destes profissionais, tornando-os aptos a lecionarem sobre assuntos referentes à educação ambiental nas escolas (MEC, 1987).

No ano de 1988, esta ideia foi reforçada no capítulo VI, do artigo 225 da Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, em que declara que: “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as atuais e futuras gerações”.

De acordo com o Inciso 1º, do capitulo VI, do artigo 225 da Constituição Federal de 1988, para assegurar a efetividade desse direito, é dever do poder público: “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.

Em 1991, foi realizado no Distrito Federal, em Brasília, o Encontro Nacional de Políticas e Metodologias para a Educação Ambiental, promovido pelo MEC, SEMAM e IBAMA, neste evento foram sugeridas as seguintes medidas:

 A capacitação dos recursos humanos, estabelecendo medidas visando à conservação dos recursos naturais, que a Educação Ambiental seja abordada de forma continua e direcionada para uma visão multi, inter e transdisciplinar, que a Educação Ambiental esteja inserida em todos os níveis e modalidades de ensino sejam dirigidas a todos eles.  Que os materiais didáticos sejam produzidos tanto para as escolas quanto para a comunidade em geral, que estes materiais didáticos sejam produzidos pelos Estados e municípios, que os conteúdos programáticos curriculares sejam elaborados por professores em conjunto com técnicos de instituições governamentais (MEC, 1997).  Que as escolas e as comunidades forneçam subsídios visando incluir as questões ambientais nos planos estaduais;

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 Que no aspecto proteção ambiental escola e comunidade possuem o mesmo objetivo, o de integração. E por fim, que o professor sinta e se sensibilize como sendo o principal agente promotor de Educação Ambiental (MEC, SEMAM e IBAMA, 1991).

O ano de 1992 ficou marcado por acontecimentos, os quais estimularam o desenvolvimento de políticas em prol da conservação e preservação dos recursos naturais, como a criação do Ministério do Meio Ambiente e a realização da segunda Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento – Eco Rio 92 (BRÜMMER, 2010).

Segundo Dias (2000, p. 374), este encontro procurou estabelecer uma nova parceria global e igualitária, por meio da criação de novos níveis de cooperação entre os Estados, setores fundamentais da sociedade e as populações, direcionou seu trabalho para Acordos Internacionais que tratassem a respeito dos interesses coletivos e que protegessem a integridade do sistema global do meio ambiente e do desenvolvimento.

Para Brümmer (2010), o principal objetivo da Eco-Rio 92 era buscar meios de se conciliar o desenvolvimento socioeconômico com a conservação e proteção dos ecossistemas da Terra. Ela consagrou definitivamente o conceito de desenvolvimento sustentável que havia sido oficializado pela ONU no Relatório Brundtland e contribuiu para a mais ampla conscientização de que os danos ao meio ambiente eram majoritariamente de responsabilidade dos países desenvolvidos. Ao mesmo tempo, ficou reconhecida a necessidade de os países em desenvolvimento receberem apoio financeiro e tecnológico para chegarem ao patamar do desenvolvimento sustentável (BRÜMMER, 2010).

Como produtos dessa Conferência foram assinados cinco documentos: a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Agenda 21, os Princípios para a Administração Sustentável das Florestas, a Convenção da Biodiversidade e Convenção sobre Mudança do Clima.

Durante o Fórum Global executado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento ou Eco- 92 realizou-se também a Jornada Internacional de Educação Ambiental, a qual reafirmou o compromisso crítico da Educação Ambiental no “Tratado de Educação Ambiental para as Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global”. O Tratado contou com a participação de educadoras e educadores de adultos, jovens e crianças de oito regiões do mundo (América Latina, América do Norte, Caribe, Europa, Ásia, estados árabes, África e Pacífico do Sul).

O Tratado diz que a Educação Ambiental não é neutra, mas ideológica, trata-se de um ato político baseado em valores voltados para a transformação social; considera a

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Educação Ambiental para a sustentabilidade equitativa como “um processo dinâmico e em permanente construção, baseado no respeito a todas as formas de vida”. Tal educação afirma valores e ações que contribuem para a transformação humana e social e para a preservação ecológica (BAUM; POVALUK, 2012).

Segundo o Ministério do Meio Ambiente (2015), a Agenda 21 Global, trata-se de um documento lançado na Rio 92, que constituiu a mais vasta tentativa já realizada afim de se promover, em escala global, um novo padrão de desenvolvimento, denominado “desenvolvimento sustentável”. O termo “Agenda 21” foi usado no sentido de se promover as mudanças no modelo de desenvolvimento para o século XXI (MMA, 2015).

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, a Agenda 21 pode ser definida como uma ferramenta de planejamento que visa a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica (MMA, 2015).

Impulsionados pelas discussões e pelos resultados da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), ocorrida em 1992, na cidade do Rio de Janeiro e seguindo os regulamentos dispostos na Agenda 21 Global, os governos federais, estaduais e municipais, em parceria com a sociedade deram início a um conjunto de ações de construção de Agendas 21, em seus domínios. A pesquisa realizada pelo ICLEI (International Council for Local Environmental Initiatives), Associação internacional de Autoridades Locais Vocacionada Para A Prevenção E Resolução De Questões Ambientais Locais, Regionais E Globais, Por Meio De Uma Ação Local, em 2002, revelou que 6400 governos locais, em 113 países, estiveram envolvidos em atividades relacionadas à Agenda 21 Local nos 10 anos anteriores (ICLEI, 2005).

No Brasil, muitos municípios tomaram a iniciativa de construir suas Agendas 21 locais, destacando-se os processos de Agendas 21 de São Paulo (1996), Rio de Janeiro (1996), Vitória (1996), Joinville (1998), Florianópolis (2000), Jaboticabal (2000), Ribeirão Pires (2003), entre outros (MALHEIROS, PHLIPPI JR. e COUTINHO, 2008).

Percebe-se, portanto, a Agenda 21 brasileira como um documento resultante de um processo de planejamento participativo e com status de plano nacional de desenvolvimento sustentável, podendo ser considerado como passo importante na formulação de políticas focadas no desenvolvimento duradouro, pois incorpora princípios, compromissos e objetivos estabelecidos na Agenda 21 Global, traduzindo-os para o contexto do Brasil (MALHEIROS, PHLIPPI JR. e COUTINHO, 2008).

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Segundo o MEC (1998), em outubro de 1997, foi realizada em Brasília a Primeira Conferência Nacional de Educação Ambiental, da Agenda 21 está Conferência teve como objetivos de analisar e propor discussões a respeito das perspectivas de Educação Ambiental, adquiridas no Brasil, 20 anos após a Conferência de Tbilisi. Neste evento, foram estabelecidas propostas, criadas ferramentas e elaboradas estratégias voltadas a Educação Ambiental, visando a construção de uma nova ética ambiental.

A partir dos relatórios regionais da Primeira Conferência Nacional de Educação Ambiental, se elaborou a “Declaração de Brasília para a Educação Ambiental”, a qual apresentava uma lista com 45 problemas e 125 recomendações, as quais foram encaminhadas para a Conferência Ambiental de Thessaloniki, na Grécia, em dezembro deste mesmo ano, como documento oficial do Brasil referente a Educação Ambiental (MEC, 1998).

No decorrer do ano de 1997, foram elaborados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), voltados aos temas “Convívio Social, Ética e Meio Ambiente”, no qual é inserida a dimensão ambiental, como um tema transversal nos currículos do ensino fundamental (ULBRICHT, 2001).

Em Florianópolis foi realizada em 1997, a Primeira Conferência Catarinense de Educação Ambiental, a qual tinha como finalidade apresentar o diagnóstico das ações do Programa Estadual de Educação ambiental, realizadas pelo estado de Santa Catarina a nível governamental e não governamental. Neste documento continham várias informações sobre os principais assuntos ligados a educação ambiental como Desenvolvimento Sustentável e Educação Ambiental, Políticas Públicas e Educação Ambiental, Papel e Desafios da Educação Ambiental, Educação Ambiental no Processo de gestão de ISOs, Educação Ambiental e os Meios de Comunicação (ULBRICHT, 2001).

Segundo Ulbricht (2001), durante o mês de agosto de 1999, o Instituto Paulo Freire realizou na Cidade de São Paulo o Encontro Internacional sobre a Carta da Terra na Perspectiva da Educação Ambiental, este evento contou com a participação de vários especialistas, pesquisadores, profissionais e estudantes das diversas ciências e atividades humanas, de 17 países, sendo promovidos durantes a realização deste evento debates, discussões e a troca de experiências sobre temas como ética, cultura, sustentabilidade e formas de se combater a violência.

Durante os dias 13 a 22 de junho de 2012, foi realizada na cidade do Rio de Janeiro, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, popularmente conhecida como Rio+20, participando deste evento 193 delegações estrangeiras que fazem parte da ONU. Esta Conferência tinha como principais objetivos renovar e reafirmar a

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participação dos líderes dos países com relação ao desenvolvimento sustentável no planeta Terra, reafirmando-se os compromissos assumidos durante a ECO-92, ocorrida há 20 anos na cidade do Rio de Janeiro (SILVA e SOUZA-LIMA, 2010).

Os principais temas debatidos neste evento foram relacionados a ações voltadas para eliminar a pobreza, a importância e os processos da Economia Verde, garantir o desenvolvimento sustentável, realizar um balanço das ações realizadas nos últimos 20 anos.

Infelizmente durante a Conferência da Rio+20, foi descoberto que os resultados dos compromissos assumidos na realização da Eco-92 não foram alcançados. Isso pode ser atribuído aos impasses, promovidos principalmente pelos interesses dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, que acabaram por frustrar as expectativas para o desenvolvimento sustentável do planeta. Vários especialistas apontam que a crise econômica mundial, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, influenciou negativamente a tomada de decisões durante as negociações realizadas (SILVA e SOUZA-LIMA, 2010).

Para educação ambiental, o dia 1 de janeiro de 2005, entrou para a história em todo o mundo como o primeiro dia da Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável, fato que ocorreu graças a Conferência Internacional sobre Conscientização Pública para a Sustentabilidade, realizada na Grécia, em 1997, sob a coordenação da UNESCO (PELICONI, 1998).

Essa iniciativa das Nações Unidas, instituída por Resolução de sua Assembléia Geral, procurou estabelecer um grande plano internacional de implementação, tendo como referência os preceitos da Agenda 21, em seu capítulo 36. Assim, os governos são chamados a aderir às medidas necessárias para a aplicação do que propõe a Década em seus planos e estratégias educativas (PELICONI, 1998).

3.4.1. Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável

De acordo com Pereira, Oliveira e Vieira (2013), com o crescimento cada vez maior da população, cresce a produção de produtos, alimentos e aumenta a necessidade de utilização dos recursos naturais, para suprir cada vez mais as necessidades da população.

Com isso, surge um grande problema, pois quanto mais se consome, maior é a quantidade de resíduos sólidos produzidos, e nesse meio são dispensados muitos recursos renováveis que levam muito tempo para decompor-se no meio ambiente e que poderiam ser reaproveitados, reutilizados ou reciclados, diminuindo-se a necessidade de extração de matéria prima, para a fabricação de novos produtos, além propiciar emprego e renda a

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famílias e associações de catadores e economia de energia necessária para produzir estes matérias.

Desta forma, surge a necessidade de se investir cada vez mais em projetos e práticas educativas voltadas a Educação Ambiental, pois esta tem como principal objetivo a promoção da conscientização ambiental das pessoas, colaborando com o processo de desenvolvimento de reflexões em torno das problemáticas ambientais, no intuito de mostrar que existem soluções acessíveis à maioria desses problemas, sendo necessário apenas o compromisso e o respeito de todos para com o meio ambiente (PEREIRA, OLIVEIRA, VIEIRA, 2013).

Segundo Acselrad e Leroy (p.17, 1999), a “definição de desenvolvimento sustentável, inicia com a afirmação da economia como motor do desenvolvimento sustentável e aponta a necessidade de um ambiente econômico e internacional ao mesmo tempo dinâmico e propício, de políticas econômicas internas saudáveis”.

De acordo com Strieder, Deluque e Schadeck (2012), a primeira definição sobre desenvolvimento sustentável teve origem durante a elaboração do o Relatório Brundtland (1987), produzido pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, desenvolvimento sustentável.

É aquele que “atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades”, isto é, aquele que garante um crescimento econômico vigoroso e, ao mesmo tempo, social e ambientalmente sustentável.

O primeiro passo para se alcançar o desenvolvimento sustentável é reconhecer que os recursos naturais são finitos. Deve-se pensar bem e planejar-se como serão utilizados os bens naturais, e a partir daí, deve-se planejar uma nova forma para promover-se o desenvolvimento econômico para a humanidade. Ao se definir o desenvolvimento sustentável deve-se tomar muito cuidado para não confundi-lo com desenvolvimento econômico (STRIEDER, DELUQUE, SCHADECK, 2012).

Para Strieder, Deluque e Schadeck (2012), o desenvolvimento sustentável está relacionado à qualidade, ao invés da quantidade, com a redução do consumo de matéria prima e produtos. Implica em mudanças nos padrões de consumo e do nível de conscientização, enquanto o desenvolvimento econômico preocupa-se apenas em alcançar seus objetivos, sem haver a preocupação em economizar os recursos naturais.

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Um modo prático de se garantir a satisfação de consumo da atual geração e a preservação dos recursos com qualidade e quantidade para as futuras gerações é por meio da adoção de práticas como a reciclagem, que orienta separar o que pode ser transformado em outro produto ou, então, em produto semelhante, a redução da compra de produtos desnecessários, a reutilização de embalagens de produtos, desta maneira diminui-se a necessidade de exploração de matéria prima.

Uma das formas de se frear as atividades de degradação atuais é através da adoção de novo modelo de consumo pautado na sustentabilidade, o qual visa instruir práticas voltadas à educação ambiental no cotidiano dos profissionais, como das diversas áreas da educação, saúde, engenharias e outras.

De acordo com Souza (2003), a Educação Ambiental surge com muita força na atualidade, diante de um cenário avassalador de degradação ambiental, o papel do educador ambiental se torna cada vez mais importante em prol da conscientização da sociedade.

O tema da sustentabilidade confronta-se com o paradigma da “sociedade de risco”, isso evidencia a necessidade de se aumentarem os investimentos voltados as práticas sociais se facilitando o acesso à informação e à educação ambiental em uma perspectiva inovadora (JACOBI, 2003)

Também se torna necessário aumentar o acesso da população as informações, ligadas às questões ambientais, pois, quanto maior o acesso às informações, maior será a transparência na administração dos problemas ambientais urbanos, podendo implicar em uma reorganização do poder e das autoridades em busca de soluções, para os problemas gerados pelas degradações ambientais causadas pelo atual modelo de crescimento econômico e em busca da sustentabilidade (JACOBI, 2003).

Nesse sentido, cabe destacar que a Educação Ambiental assume uma função transformadora, na qual a participação dos indivíduos torna-se indispensável para que se possa promover o desenvolvimento sustentável (BELIM, 2008).

Desta forma, percebe-se que a Educação Ambiental é uma ferramenta importante que pode ser utilizada em busca do desenvolvimento sustentável e que tem o poder de mudar a atual percepção da sociedade, sobre os problemas gerados pela degradação ambiental que geramos e enfrentamos diariamente, tornando-nos aptos a menizar estes problemas e a buscar um novo modelo de desenvolvimento econômico que garanta a existência dos recursos naturais com quantidade e com excelente qualidade para as atuais e futuras gerações.

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3.5. LEGISLAÇÕES SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL 3.5. 1. Legislações Federais

A Lei 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que trata das diretrizes e bases da Educação Nacional, vem conferir uma nova identidade ao Ensino Médio, determinando que este seja considerado como Educação Básica. Também consta nesta mesma Lei, que na formação básica do cidadão, lhe seja assegurada a compreensão do ambiente natural e social e que a Educação tenha como uma de suas finalidades, a preparação para o exercício da cidadania (BRASIL, 1996).

Nesta Lei ainda estão previstos que nos currículos dos ensinos fundamental e médio devem incluir informações sobre o conhecimento do mundo físico e natural e que a educação de nível superior deve desenvolver o entendimento do ser humano e do meio em que vive, tendo a educação como uma de suas finalidades, a preparação do ser humano mais apto para o exercício da cidadania. Sendo assim, com a reforma curricular do Ensino Médio, realizou-se uma divisão do conhecimento escolar por áreas, pois se entende que os conhecimentos estão cada vez mais imbricados aos conhecedores, seja no campo técnico-científico, seja no âmbito do cotidiano da vida social (BRASIL, 1996).

Esta organização em áreas tem como base a reunião daqueles conhecimentos que compartilham objetos de estudo, portanto, se comunicam mais facilmente, criando condições para que a prática escolar se desenvolva numa perspectiva de interdisciplinaridade. As áreas do conhecimento são: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias (OLIVA & MUHRINGER, 2001).

Desta forma, foram criados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), servindo como referência nacional na área de Educação, enfatizando-se pela primeira vez no Brasil a Educação Ambiental como um tema transversal, dando instruções de como devem ser incorporados os assuntos referentes a Educação Ambiental nos currículos do ensino fundamental (Brasil, 1996).

Neste momento, destaca-se a importância de se introduzir a Educação Ambiental no ensino formal por dois caminhos: por meio da reformulação curricular estabelecida pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC), que por meio dos PCNs, introduziu o tema Meio Ambiente como um dos temas transversais; a introdução da Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA, oficializada por meio da Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999, que entre

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outras coisas, legisla sobre a introdução da Educação Ambiental no ensino formal (OLIVA & MUHRINGER, 2001).

A Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), instituída pela Lei nº 9.795/99 e seu decreto nº 4281/02, têm contribuído para acelerar o processo de institucionalização da Educação Ambiental no país, cujo marco inicial, pelo menos para o ensino formal, foi a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, a qual, ao instituir a Política Nacional de Meio Ambiente, determinou a inclusão da EA em todos os níveis de ensino, (BRASIL, 2005).

De acordo com o artigo 2º da Lei 9.795/99 que institui a Política Nacional de Educação ambiental, “a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”.

Segundo o artigo 7º da Lei 9.795/99:

A Política Nacional de Educação Ambiental envolve em sua esfera de ação, além dos órgãos e entidades integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA, instituições educacionais públicas e privadas dos sistemas de ensino, os órgãos públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e organizações não governamentais com atuação em educação ambiental (BRASIL, 1999).

De acordo com o artigo 8º da Lei 9.795, os princípios e objetivos da Política Nacional de Educação Ambiental devem ser inseridos e desenvolvidos na educação em geral e na educação escolar, promovendo um conjunto de ações visando à capacitação de recursos humanos, o desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações, a produção e divulgação de material educativo, ao acompanhamento e avaliação.

Desde 2002, com a regulamentação da PNEA, o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) buscam fortalecer o Sistema Nacional de Meio Ambiente (SISNEA), por meio do qual a PNEA deve ser praticada em regime de colaboração com os entes da Federação. Sua missão é a de contribuir com o desenvolvimento da educação ambiental voltada para a sustentabilidade, para que haja o desenvolvimento de uma sociedade educada ambientalmente (BRASIL, 2005).

Para promover as ações previstas por leis e voltadas a Educação Ambiental o Ministério da Educação (MEC) trabalha através de uma parceria entre a Coordenação Geral de Educação Ambiental (CGEA), com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), que atua por meio do Departamento de Educação Ambiental (DEA), coordenam a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e o Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA).

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Entretanto, em razão da transversalidade da Educação Ambiental, outras instituições públicas federais (Ministérios, autarquias, estatais etc.) vêm desenvolvendo projetos, pesquisas e ações voltadas a Educação Ambiental, fato que desafia o Órgão Gestor a promover ações integradas para, desse modo, colocar-se em pratica políticas voltadas a Educação Ambiental (BRASIL, 2005).

O órgão gestor é o instrumento utilizado pelo governo para estimular as unidades da Federação a desenvolverem uma gestão popular e participativa voltada à Educação Ambiental, bem como uma articulação sistêmica de ações formativas, por meio da troca de conhecimentos, habilidades, esforços e pesquisas de grupos e instituições de formação que sejam voltados a Educação Ambiental (BRASIL, 2005).

Além disso, o programa Municípios Educadores Sustentáveis do Órgão Gestor, aceita a realização de ações integradas que visem instituir a educação ambiental na gestão dos municípios, além de divulgar informações e promover o desenvolvimento de ações ligadas à questão ambiental, à difusão de práticas para a sustentabilidade, a campanhas educacionais e socioambientais, entre outras (BARBOSA, 2008).

De acordo com a Lei 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências, em seu artigo 4º determina como princípios básicos da Educação Ambiental:

I- O enfoque humanista, holístico, democrático e participativo;

II- A Concepção do meio ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência entre o meio natural, o socioeconômico e o cultural, sob o enfoque da sustentabilidade;

III- O pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, na perspectiva da inter, multi e transdisciplinaridade;

IV- A vinculação entre a ética, a educação, o trabalho e as práticas sociais;

V- A garantia de continuidade e permanência do processo educativo, a permanente avaliação crítica do processo educativo,

VII- A abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais e globais;

VIII- O reconhecimento e o respeito à pluralidade e à diversidade individual e cultural.

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I- O desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos;

II- A garantia de democratização das informações ambientais; O estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social, o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania;

III- O estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade;

IV- O fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; V- O fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade.

3.5.2. LEI ESTADUAL SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Segundo o Art. 2º da Lei 13.558, de 17 de novembro de 2005, que dispõe sobre a Política Estadual de Educação Ambiental do Estado de Santa Catarina e dá outras providências, “a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação estadual, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”.

Segundo este artigo, a educação ambiental é objeto estável de atuação direta da prática pedagógica, presente nas relações existentes entre as famílias, comunidades e nos movimentos sociais em prol da formação da cidadania (SANTA CATARINA, 2005).

De acordo com o Art. 3º da Lei 13.558/2005, todos têm direito à educação ambiental, competindo ao poder público nos termos presentes nos artigos 164 e 182 da Constituição Estadual e 225 da Constituição Federal, “definir políticas públicas que incorporem a dimensão ambiental, promover a educação ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino e o engajamento da sociedade na conservação, recuperação e melhoria do meio ambiente”.

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Segundo estes mesmos artigos, cabe “às instituições educativas, através de seus projetos pedagógicos, promover a educação ambiental de maneira integrada aos programas educacionais que desenvolvem” (SANTA CATARINA, 2005).

De acordo com o Art. 3º da Lei 13.558/2005, “cabem aos órgãos estaduais e municipais, integrantes do Sistema Nacional de Meio Ambiente - SISNAMA -, promover ações de Educação Ambiental integrada aos programas de conservação, recuperação e uso sustentável do meio ambiente” (SANTA CATARINA, 2005).

Segundo o Art. 6º da Lei Estadual 13.558/2005:

Cabe ao Conselho Estadual de Meio Ambiente - CONSEMA -, Conselho Estadual de Educação - CEE - e à Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental - CIEA -, assessorar os órgãos de meio ambiente e de educação na elaboração e avaliação de programas e projetos de educação ambiental, bem como propor linhas prioritárias de ação (SANTA CATARINA, 2005).

De acordo com o Art. 4 º da Lei nº 14.675, de 13 de abril de 2009, que institui o Código Estadual do Meio Ambiente e estabelece outras providências, faz parte dos princípios da Política Estadual do Meio Ambiente:

Inserir, a educação ambiental em todos os níveis do ensino, inclusive a educação da comunidade, objetivando capacitá-la para a participação ativa na defesa do meio ambiente e a formação de uma consciência pública voltada para a necessidade da melhoria e proteção da qualidade ambiental (SANTA CATARINA, 2009).

Dessa forma, percebe-se que é fundamental para o desenvolvimento de programas e projetos voltados a Educação Ambiental que haja uma articulação entre os órgãos do governo, por meio desta promover programas que passem a se desenvolver mais rapidamente.

3.4.3. LEGISLAÇÃO MUNICIPAL SOBRE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Segundo o Art. 925 do projeto de Lei complementar Nº 104/2012, que institui o Plano Diretor do município de Palhoça e dá outras providências, é dever da administração pública:

Promover programas de educação ambiental, assegurando o caráter interdisciplinar e interinstitucional das ações desenvolvidas, cabendo ainda à sociedade civil organizada, iniciativa privada e à coletividade promover a educação ambiental (CÂMARA MUNICIPAL DE PALHOÇA, 2012).

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De acordo com o projeto de Lei complementar nº 104/2014, Art. 926, a educação ambiental deverá ser desenvolvida:

I - Nas redes pública e particular de ensino fundamental e médio, em todas as áreas do conhecimento e no decorrer de todo o processo educativo, em conformidade com os parâmetros curriculares nacionais e orientados pelos temas transversais;

II - Nos segmentos da sociedade, com a participação ativa principalmente daqueles que possam atuar como agentes multiplicadores das informações, práticas e posturas desenvolvidas nos programas de educação ambiental;

III - Nos cursos superiores existentes no Município, conforme determina o artigo 225, VI, da Constituição Federal, de modo que a temática ambiental permeie as diferentes formações profissionais.

Segundo ao projeto de Lei complementar nº 104/2014 Art. 927, caberá a Fundação Cambirela do Meio Ambiente em relação à Educação Ambiental:

I - Criar condições para o desenvolvimento da educação ambiental em áreas públicas, especialmente nas unidades de conservação, nos parques urbanos e nas praças;

II - Contar, em seu quadro funcional, com profissionais habilitados em diferentes áreas do conhecimento para assegurar o adequado desenvolvimento metodológico das ações de educação ambiental;

III - Estimular a participação da sociedade, particularmente das empresas privadas, no desenvolvimento dos programas de educação ambiental;

IV - Incentivar a participação comunitária nos programas de educação ambiental. De acordo com o Art.4º da Lei Nº 1.757 de 2003, fica instituído ao Fundo Municipal do Meio Ambiente (FUNDEMA), órgão de natureza contábil que é administrado pela Fundação Municipal do Meio Ambiente de Palhoça, sob a fiscalização do Conselho Municipal do Meio Ambiente (CONDEMA): aplicar os recursos disponíveis no Fundo em programas, projetos e atividades voltados à preservação, conservação e recuperação do meio ambiente, como projetos e programas que visem instituir a Educação Ambiental, em todos os níveis de ensino, incentivar a sociedade a participarem de atividades ligadas a conservação e preservação do meio ambiente, entre outras providências (PREFEITURA MUNICIPAL DE PALHOÇA, 2003).

Referências

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