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Centro de Integração e Reabilitação Infantil

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO

ISADORA QUINTANA TRAMUJAS

CENTRO DE INTEGRAÇÃO E REABILITAÇÃO INFANTIL

FLORIANÓPOLIS 2018

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ISADORA QUINTANA TRAMUJAS

CENTRO DE INTEGRAÇÃO E REABILITAÇÃO INFANTIL

Trabalho de Conclusão de Curso I de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial à obtenção do título de Arquiteta e Urbanista.

Orientadora: Arquiteta e Urbanista Estela da Silva Boiani.

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ISADORA QUINTANA TRAMUJAS

CENTRO DE INTEGRAÇÃO E REABILITAÇÃO INFANTIL

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Arquiteta e Urbanista e aprovado em sua forma final pelo Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Florianópolis, 13 de agosto de 2018

______________________________________________________ Professora e orientadora Estela da Silva Boiani, Ms.

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Professor Alexandre Benvenutti

Universidade do Sul de Santa Catarina

______________________________________________________ Professora Raquel Corbetta

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AGRADECIMENTOS

Enfim chegou o dia em que posso escrever o meu muito obrigado!

Meu grande obrigado à minha mãe, ao meu pai e à minha irmã. Vocês foram meu maior suporte durante todos esses anos, durante minhas decepções, alegrias, desesperos e conquistas. Vocês não me deixaram desistir e não me deixaram quebrar um computador... Vocês me deram tudo que eu precisei e serei eternamente grata! Pai, obrigada por me ensinar todos os truques dessa vida arquitetônica...

Meu obrigado também aos meus amigos de longa data e aos que conquistei durante essa jornada. À minha grande amiga, que esteve comigo desde o ensino médio até hoje, sofrendo, chorando e rindo comigo.

Meu obrigado de coração ao meu companheiro de todos os dias, que entrou no final dessa jornada e fez muito por mim! Obrigada pela preocupação, pelo carinho e cuidado comigo todos os dias. Obrigada por me apoiar, me incentivar, me suportar e me fazer rir tanto para esquecer os problemas!

Por fim, meu muito obrigado a todos os meus professores que me ensinaram e me guiaram até aqui, para realizar este projeto de conclusão. Obrigada minha querida orientadora, pelo carinho, paciência e por toda a ajuda neste longo caminho. E um obrigado aos meus colegas de trabalho, que me fazem rir e me ensinam todos os dias.

Estes são os que me fizeram acreditar que eu seria capaz. Obrigada, de todo o meu coração. Sem vocês não seria possível!

“Cada degrau um sorriso, cada evolução uma conquista e é assim que o sonho começa a se realizar”. (Mandarim)

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RESUMO

Este estudo tem como objetivo principal aproximar a arquitetura da necessidade de transformar crianças com deficiências neurológicas e físicas em cidadãos íntegros, com seus direitos e com todo o conforto e incentivos possíveis. Visto a importância da cultura, do esporte, do lazer, dos tratamentos, da convivência e até mesmo a profissionalização estão a favor da inclusão social e consequentemente de embasar/ conceituar os termos relacionados ao projeto, verificando as relações existentes entre lazer, o processo educativo e de tratamentos específicos.

Esta fundamentação teórica consiste em revisão bibliográfica pertinente à educação, à cultura, ao lazer e principalmente à saúde voltada a reabilitação, direcionados às crianças que não possuem condições econômicas favoráveis e acessíveis aos tratamentos adequados.

Atualmente na cidade de Florianópolis, a única Instituição governamental que oferece tratamento de reabilitação neurológica e física é o Centro Catarinense de Reabilitação. Porém, este atende com pouquíssima infraestrutura a grande demanda, abrangendo todos os pacientes do Estado. A partir disso, surgiu a proposta de separar os locais de tratamento infantil e adulto, alcançando assim, uma melhor infraestrutura, conforto e qualidade para ambas as faixas etárias, criando um edifício especializado no tratamento de reabilitação infantil.

O projeto terá características humanizadas que influenciarão de forma positiva nos tratamentos dos pacientes e terá atributos sustentáveis que possibilitarão espaços mais agradáveis, projetando então um edifício que não cause um forte impacto no entorno arborizado.

PALAVRAS-CHAVE: Reabilitação, Reabilitação Infantil, Integração, Arquitetura e Urbanismo, Projeto de Arquitetura.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Crianças com deficiência na natureza. ... 28

Figura 2 – Terreno com curvas de nível ... 31

Figura 3 – Localização do terreno e bairros vizinhos ... 31

Figura 4 – Localização do terreno e entorno imediato ... 31

Figura 5 – Localização das fotos. ... 32

Figura 6 – Relevo do terreno ... 32

Figura 7 – Perfil do terreno ... 32

Figura 8 – Fotos do terreno. ... 32

Figura 9 – Mapa de Zoneamento ... 33

Figura 10 – Zoneamento Bioclimático Brasileiro ... 34

Figura 11 – Microclima ... 34

Figura 12 – Análise Bioclimática ... 34

Figura 13 – Mapa Sistema Viário ... 35

Figura 14 – Mapa de Usos do Solo/ Equipamentos Públicos .... 36

Figura 15 – Mapa de Localização ... 39

Figura 16 – Foto aérea SARAH RJ. ... 39

Figura 17 - Área de Reabilitação ... 39

Figura 19 – Área externa... 39

Figura 18 - Área de Reabilitação Aquática... 39

Figura 20 – Mapa de Localização. ... 40

Figura 21 – Mapa de Localização. ... 40

Figura 22 e 23 – Área de Reabilitação. ... 40

Figura 24 – Espaço leitura. ... 40

Figura 25 – Área Reabilitação. ... 40

Figura 26 e 27 – Área de Reabilitação Aquática. ... 40

Figura 28 – Área externa. ... 40

Figura 29 – Corredor envidraçado e sala de terapia. ... 41

Figura 30 e 31 – Áreas Internas... 41

Figura 32 – Mapa de Localização ... 41

Figura 33 – Centro Psiquiátrico Friedrichshafen. ... 41

Figura 34 – Jardim dos pacientes. ... 41

Figura 35 – Mapa de setorização de ambientes. ... 45

Figura 36 – Reabilitação Infantil ... 46

Figura 37 – Oficina de Órteses e Próteses ... 46

Figura 38 – Reabilitação Aquática ... 46

Figura 39 – Ginásio Esportivo ... 46

Figura 40 – Vista aérea - norte. ... 46

Figura 41 – Fisioterapia ... 47

Figura 42 – Hidroterapia e Internamento ... 47

Figura 43 – Laboratório de Marcha ... 47

Figura 44 – Diretrizes ... 51

Figura 45 – Partido Arquitetônico. ... 51

Figura 46 – Partido Arquitetônico. ... 51

Figura 47 – Partido Arquitetônico. ... 52

Figura 48 – Partido Arquitetônico. ... 52

Figura 49 – Partido Arquitetônico. ... 52

Figura 50 – Partido Arquitetônico. ... 52

Figura 51 – Partido Arquitetônico. ... 52

Figura 52 – Organograma. ... 57

Figura 53 – Fluxograma. ... 58

Figura 54 – Pavimento Térreo ... 59

Figura 55 – Primeiro Pavimento ... 59

Figura 56 – Esquema ventilação e iluminação natural ... 59

Figura 57 – Implantação ... 60

Figura 58 – Planta Pavimento Térreo ... 61

Figura 59 – Planta Primeiro Pavimento ... 62

Figura 60 – Planta Subsolo ... 63

Figura 61 – Cortes ... 64

Figura 62 – Acesso Principal ... 65

Figura 63 – Pátio e Acesso Principal ... 65

Figura 64 – Vista Frontal ... 65

Figura 65 – Vista Aérea ... 65

Figura 66 – Vista Aérea ... 65

Figura 67 – Ginásio e Sala de Lutas... 65

Figura 68 – Vista para rua de acesso ... 66

Figura 69 – Acesso e pátio principais ... 66

Figura 70 – Vista para recepção e rampa ... 66

Figura 71 – Pátio interno ... 66

Figura 72 – Pátio interno ... 66

Figura 73 – Jardim do primeiro pavimento ... 66

Figura 74 – Espaço de estar e espera ... 67

Figura 75 – Jardim e vista para pátio ... 67

Figura 76 – Jardim Terapêutico ... 67

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Nº de pessoas com Deficiência Mental/ Intelectual 24 Gráfico 2 – Nº de pessoas com Deficiência Motora ... 24

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Tabela de Usos do Solo ... 33 Tabela 2 – Tabelas do Programa de Necessidades ... 53

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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ... 19 1.1 PROBLEMÁTICA/ JUSTIFICATIVA ... 19 1.2 OBJETIVOS ... 19 1.2.1 Objetivo Geral ... 19 1.2.2 Objetivos Específicos ... 20 1.3 METODOLOGIA ... 20 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 23 2.1 DEFICIÊNCIAS ... 23 2.2 REABILITAÇÃO ... 25

2.3 HUMANIZAÇÃO EM CENTROS DE SAÚDE ... 27

2.4 CRIANÇA E NATUREZA... 27

2.5 REABILITAÇÃO AQUÁTICA ... 28

3 ANÁLISE DA ÁREA ... 31

3.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO TERRENO ... 31

3.2 ASPECTOS LEGAIS ... 33

3.3 ANÁLISE BIOCLIMÁTICA ... 34

3.4 ANÁLISE DO SISTEMA VIÁRIO ... 35

3.5 ANÁLISE DO USO DO SOLO ... 36

4 REFERENCIAIS PROJETUAIS ... 39

4.1 REDE DE REABILITAÇÃO SARAH – RIO DE JANEIRO ... 39

4.2 REDE DE REABILITAÇÃO LUCY MONTORO - CAMPINAS 40 4.3 CENTRO PSIQUIÁTRICO FRIEDRICHSHAFEN ... 41

5 ESTUDO DE CASO ... 45

5.1 CENTRO CATARINENSE DE REABILITAÇÃO... 45

5.2 CENTRO HOSPITALAR DE REABILITAÇÃO ANA CAROLINA MOURA XAVIER ... 47

6 PROPOSTA ... 51

6.1 DIRETRIZES ... 51

6.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO ... 51

6.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES ... 53

6.4 PRÉ-ZONEAMENTO DAS ATIVIDADES ... 57

6.5 ORGANOGRAMA ... 57 6.6 FLUXOGRAMA... 58 6.7 ZONEAMENTO ... 59 6.8 PLANTAS ... 60 6.9 PERSPECTIVAS ... 65 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 71 REFERÊNCIAS ... 75

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1 INTRODUÇÃO

O seguinte estudo trata-se de um Centro de Integração e Reabilitação física e neurológica voltado ao público infantil, em Florianópolis, Santa Catarina, no bairro Agronômica. Tem como objetivo desenvolver embasamento teórico e suporte para a proposta de um equipamento de integração para a comunidade do entorno e reabilitação de pacientes de todo o estado.

Centros de Reabilitação são locais para a recuperação de funções neurológicas, prevenção de complicações e treino das atividades de vida diária com o melhor nível de independência. Entende-se que as afecções neurológicas podem afetar tanto os aspectos emocionais como cognitivos, com repercussão sobre os papéis ocupacionais, o que justifica a assistência multiprofissional (médicos fisiatras, neurologista, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem, psicólogos, fonoaudiólogos e assistentes sociais).

O centro tem como objetivo possibilitar que o paciente atinja o maior grau de independência física, funcional e autonomia pessoal permitida pelo grau de incapacidade, promovendo assim a inclusão social da pessoa com deficiência. São desenvolvidas ações entre as crianças e a família para que aumentem a qualidade de vida, auxiliando e acelerando os tratamentos.

O novo centro possui proximidade com o Centro Catarinense de Reabilitação (CCR) propositalmente e está ao lado do Hospital Infantil Joana de Gusmão e do Hospital Nereu Ramos, situando-se entre as ruas Joaquim Costa e Jovan Rocha. A melhor forma de transformar a vida de crianças é transformar o mundo onde elas vivem. O brincar e o lúdico são as primeiras formas de nos expressarmos e nos fazem participar de ideais e de objetivos comuns. Esses símbolos, no cotidiano das crianças, são elementos essenciais para o seu desenvolvimento, assim favorecendo a autoestima e o aprendizado de novas atividades. Por esse motivo o projeto de um centro de reabilitação infantil está além de estética ou infraestrutura diferenciada, ele deve criar espaços que integrem e otimizem o uso dos ambientes, oferecendo estrutura de qualidade para melhorar o atendimento, o tratamento e o bem-estar dos pacientes.

1.1 PROBLEMÁTICA/ JUSTIFICATIVA

Florianópolis, ainda que a capital do Estado de Santa Catarina e com uma população estimada de 485.838 habitantes (IBGE, 2017), apresenta 48% da população total com algum tipo de deficiência, sendo que aproximadamente 2% com deficiência física e neurológica (IBGE, 2010). O estado possui 6.248.436 habitantes, sendo 28,67% pessoas com algum tipo de deficiência e 7,88% deficientes físicos e neurológicos (IBGE, 2010). Até então a cidade não conta com uma instituição referencial de caráter público em reabilitação física e neurológica que consiga atender com qualidade e quantidade toda a população de sua área de influência. O atual Centro Catarinense de Reabilitação (CCR), entidade prestadora de atendimento gratuito, declara não ter capacidade de atender satisfatoriamente a demanda de pacientes – vindos de todas as cidades do estado.

O seguinte trabalho desenvolverá, portanto, um Centro de Reabilitação Física e Neurológica, voltado ao público infantil (0 a 14 anos), uma vez que este atendimento será retirado do CCR, cedendo o atual espaço apenas para o atendimento adulto. O projeto do novo centro se localizará próximo e será um apoio ao CCR, desse modo, ampliará significativamente o programa de atendimento clínico à população, sendo totalmente SUS e mantido pelo governo do Estado.

Uma grande dificuldade que sempre existiu e ainda existe é a integração de pacientes dos centros de reabilitação e, por esse motivo, o centro também contará com o auxílio de espaços e ferramentas que promovam essa integração entre si e a inserção dos pacientes na sociedade.

1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral

Desenvolver um projeto arquitetônico de um centro de reabilitação física e neurológica infantil, juntamente com a integração dos pacientes à comunidade, sendo um apoio ao Centro Catarinense de Reabilitação (CCR), localizado no bairro Agronômica, em Florianópolis/ SC.

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1.2.2 Objetivos Específicos

 Elaborar diagnósticos específicos para a área escolhida, como acessibilidade ao terreno, número de pavimentos e usos das edificações do entorno, insolação e ventos predominantes;

 Investigar a abrangência e demanda do transporte coletivo na região, para acessibilidade do público alvo;

 Realizar pesquisas sobre os métodos de tratamentos de reabilitação;

 Consultar normas específicas e técnicas do Plano Diretor, Código de Obras, Norma Brasileira (NBR) 9050 e 9077, resolução RDC 50, entre outras, para compreender e elaborar o programa de necessidades;

 Levantar dados sobre fluxos, características e necessidades para o centro de reabilitação, conforme referências;

 Apurar a demanda de pessoas com deficiências e suas condições econômicas;

 Desenvolver partido arquitetônico de acordo com todas as análises e dados.

1.3 METODOLOGIA

Os dados para os diagnósticos serão realizados por meio de visitas na área de intervenção e de consultas em ferramentas online (Google Earth).

Para definir os tratamentos e o programa de necessidades para o centro de reabilitação serão feitas pesquisas em livros, artigos e uma pesquisa em campo no Centro Catarinense de Reabilitação (CCR). Esta pesquisa será acompanhada de uma entrevista com a diretoria do Centro, para então compreender o programa, as potencialidades e as carências existentes.

O projeto irá atender às normas de acessibilidade, ANVISA e Plano Diretor, que serão consultadas e respeitadas seguindo as exigências nelas contidas. Serão também elaborados gráficos baseados em dados do IBGE, a respeito do número de pessoas com diferentes tipos de deficiências e suas rendas mensais, para então evidenciar a necessidade da implantação de um centro de reabilitação infantil na cidade de Florianópolis.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O tema da reabilitação é pouco explorado, porém, engloba toda a área da medicina em relação a tratamentos e prevenção de todos os tipos de deficiência, tanto física como neurológica. A reabilitação está totalmente relacionada com a integração, os direitos humanos e a rentabilidade dos pacientes, por isso sua função é aperfeiçoar estes aspectos no processo do tratamento.

Assim como em todos os ambientes de saúde, a humanização é fundamental em centros ou clínicas de reabilitação, pois interfere positivamente nos tratamentos. Da mesma forma, acontece na relação do convívio e contato entre crianças e a natureza, que de forma significativa, aceleram o período de tratamento.

Os tópicos a seguir explicam a respeito de aspectos relevantes e fundamentais que serão empregados no projeto do novo centro de reabilitação.

2.1 DEFICIÊNCIAS

Deficiência e Integração

Segundo pesquisas realizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS, 2011) mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo convivem com alguma forma de deficiência. Em todo o mundo, as pessoas com deficiência apresentam piores perspectivas de saúde, níveis mais baixos de escolaridade, participação econômica menor e taxas de pobreza mais elevadas em comparação às pessoas sem deficiência. Muito se deve ao fato das pessoas com deficiência enfrentarem barreiras no acesso a serviços como saúde, educação, emprego, transporte e informação, que para pessoas sem deficiência isso se torna tão comum.

Por estes motivos é um dever capacitar as pessoas que vivem com deficiência e retirar as barreiras que as impedem de participar na comunidade, de ter acesso a uma educação de qualidade, de garantir melhores oportunidades de trabalho e de ter suas vozes ouvidas. E é um dever capacitar os profissionais da área de reabilitação e abrir espaços para que seus trabalhos sejam realizados.

Sobre isso, o professor Stephen W Hawking declarou:

A deficiência não precisa ser um obstáculo para o sucesso. Durante praticamente toda a minha vida adulta sofri da doença do neurônio motor. Mesmo assim, isso não me impediu de ter uma destacada carreira como astrofísico e uma vida familiar feliz. [...] A minha casa e o meu lugar de trabalho foram tornados acessíveis para mim.

Mas sei que sou muito sortudo, em muitos aspectos. Meu sucesso em física teórica me assegura apoio para viver uma vida que vale a pena. É claro que a maioria das pessoas com deficiência no mundo tem extrema dificuldade até mesmo para sobreviver a cada dia, quanto mais para ter uma vida produtiva e de realização pessoal. [...] temos a obrigação moral de remover as barreiras à participação e de investir recursos financeiros e conhecimento suficientes para liberar o vasto potencial das pessoas com deficiência. Os governantes de todo o mundo não podem mais negligenciar as centenas de milhões de pessoas com deficiência cujo acesso à saúde, reabilitação, suporte, educação e emprego tem sido negado, [...].

(RELATÓRIO MUNDIAL SOBRE A DEFICIÊNCIA, 2011). Deficiência e Direitos Humanos

A deficiência é uma questão de direitos humanos porque as pessoas com deficiência enfrentam desigualdades, estão sujeitas a violações da sua dignidade (violência, abuso, preconceito, ou desrespeito devido a sua deficiência) e perdem sua autonomia. (RELATÓRIO MUNDIAL SOBRE A DEFICIÊNCIA, 2011).

Existe uma grande quantidade de documentos internacionais sobre os direitos humanos às pessoas com deficiência: o Programa de Ação Mundial para as Pessoas Deficientes (1982), a Convenção sobre os Direitos da Criança (1989) e as Regras Padrões sobre Equalização de Oportunidades para Pessoas com Deficiências (1993).

O artigo 3 da Convenção sobre Direitos das Pessoas com Deficiência das Nações Unidas (CDPD, 2012), define os seguintes princípios:

a) Respeito à dignidade inerente e autonomia individual incluindo a liberdade de fazer suas próprias escolhas e pela independência das pessoas;

b) Não-discriminação;

c) Participação e inclusão plena e eficaz na sociedade;

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d) Respeito pelas diferenças e aceitação das pessoas com deficiência como parte da diversidade humana e da humanidade;

e) Igualdade de oportunidades; f) Acessibilidade;

g) Igualdade entre homens e mulheres;

h) Respeito pelas capacidades em evolução de crianças com deficiência e respeito pelo direito das crianças com deficiência de preservar suas identidades.

Segundo o Relatório Mundial sobre a Deficiência (2011), a CDPD promove a reforma das leis sobre deficiência, envolvendo diretamente pessoas com deficiência e usando um modelo de direitos humanos; sua mensagem chave é que as pessoas com deficiência não devem ser consideradas “objetos” a serem administrados, mas “sujeitos” que merecem igual respeito e usufruto dos direitos humanos.

Deficiência e economia

O surgimento da deficiência pode, segundo o Relatório Mundial sobre a Deficiência (2011), levar à piora do bem-estar social e econômico e à pobreza através de vários pontos,

incluindo o impacto adverso sobre a educação, o emprego, a renda e maiores despesas para tratar a deficiência. As crianças com deficiência têm menor probabilidade de frequentar escolas, enfrentando assim oportunidades limitadas de formação de capital humano e obtendo menos oportunidades de emprego e menor produtividade durante a vida adulta.

Segundo dados do IBGE (2010), em Florianópolis, o número de pessoas com deficiência e com rendas mensais entre 0 e 5 salários mínimos, são extremamente maiores em relação ao número de pessoas com renda mensal acima de 5 salários mínimos.

A pobreza pode também aumentar o risco de deficiência. Estudos revelam que os países mais pobres apresentam um quadro de saúde pior do que os mais ricos. Em grande parte isso acontece devido ao baixo peso ao nascimento, desnutrição, falta de água potável ou saneamento adequado, condições inseguras de trabalho e de vida e lesões. Também pode aumentar a probabilidade de que uma pessoa com um problema de saúde já existente se torne uma deficiência, devido a um ambiente sem acessibilidade ou à falta de acesso aos devidos serviços de saúde e reabilitação.

56 175 262 104 78 56 0 0 0 6 28 Até 1/2 1/2 a 1 1 a 2 2 a 3 3 a 5 5 a 10 10 a 15 15 a 20 20 a 30 mais de 30 Sem rendimento R e nd a M en sa l( Sa lá ri o M ín im o )

Número de Pessoas com Deficiência Mental / Intelectual

Gráfico 1 – Nº de pessoas com Deficiência Mental/ Intelectual Fonte: IBGE (2010). Criado pela autora

Gráfico 2 – Nº de pessoas com Deficiência Motora Fonte: IBGE (2010). Criado pela autora.

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2.2 REABILITAÇÃO

O QUE

é Reabilitação?

O surgimento da deficiência pode, segundo o Relatório Mundial sobre a Deficiência (2011), levar à piora do bem-estar social e econômico e à pobreza através de vários pontos, incluindo o impacto adverso. A Reabilitação é uma especialidade médica orientada para a recuperação física e psicológica de uma pessoa que possui determinada deficiência.

É um conjunto de medidas que ajudam pessoas com deficiências ou prestes a adquirir deficiências, a terem e manterem uma funcionalidade ideal na interação com seu ambiente. Assim sendo, tem como grande objetivo fornecer o bem-estar físico, psíquico e social a que todos os indivíduos têm direito. A reabilitação visa garantir o desenvolvimento de habilidades funcionais das pessoas com deficiência para promover sua autonomia e independência.

Para alguns, ela é essencial para tornar capazes de participar da vida educacional, do mercado de trabalho e da vida civil. (RELATÓRIO MUNDIAL SOBRE A DEFICIÊNCIA, 2011).

COMO

surgiu a Reabilitação?

Segundo Júnior (1958), foi durante e após a segunda guerra mundial que a reabilitação tornou-se problema relevante e teve um maior desenvolvimento. A reabilitação para o trabalho já era praticada há algumas décadas com pouca participação dos médicos, porém, nos últimos anos se difundiu entre médicos. Inúmeros processos, medidas e novas técnicas surgiram, permitindo aos doentes uma vida pessoal mais agradável, adaptação familiar e social mais ampla e, em muitos casos, a recuperação para o trabalho e atividade produtiva. Criou-se uma nova especialidade médica, a medicina física e reabilitadora (fisiatria) e simultaneamente o número de especialistas em profissões paramédicas - fisioterapeutas ou técnicos em fisioterapia e terapeutas ocupacionais - cresceu extraordinariamente.

EM QUE

situações a Reabilitação é necessária?

A reabilitação é necessária para doenças crônicas, sequelas neurológicas ou lesões derivadas da gestação e do parto, acidentes de trânsito e de trabalho.

QUAIS

são os profissionais responsáveis pela

Reabilitação?

A reabilitação física e intelectual dispõe, segundo o Relatório Mundial sobre a Deficiência (2011), de equipe multiprofissional composta por enfermeiro, fisiatras, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico ortopedista, médico neurologista, assistente social, terapeuta ocupacional, nutricionista e psicólogo. Também são necessárias consultas, avaliação, diagnóstico, terapias, indicação de órtese, prótese e meios auxiliares de locomoção.

É responsabilidade do médico, direta ou indireta, possibilitar aos doentes, sempre que possível, um mínimo de independência doméstica, permitindo-lhes a execução de cuidados de higiene pessoal, barbear-se, vestir-se e despir-se, alimentar-se, levantar-se e deitar-se na cama, saber utilizar uma bengala, colocar um aparelho ortopédico, passar para uma cadeira de rodas, satisfazer sem auxílio às necessidades pessoais.

ONDE

encontramos os serviços de Reabilitação?

Alguns hospitais, os institutos de oncologia, e os centros de saúde. Nos centros de reabilitação, onde existe o apoio para deficientes, são utilizados para a resolução de casos mais graves, mas com eficácia de recuperação e reabilitação.

A instituição de um programa de reabilitação envolve quatro fases principais: diagnóstico, prescrição, objetivo e desenvolvimento do programa.

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COMO

se processa a Reabilitação?

A instituição de um programa de reabilitação envolve quatro fases principais: diagnóstico, prescrição, objetivo e desenvolvimento do programa.

 Realização do diagnóstico das diferentes deficiências e incapacidades existentes;

 Definição do prognóstico e avaliação do potencial de reabilitação;

 Planeamento do tratamento;

 Estímulo, maximização e compensação das capacidades residuais;

 Promoção da integração socioprofissional.

O programa de reabilitação é feito com base no diagnóstico e deve ter um mínimo de atividades: 1- atividades da vida diária; 2 - recondicionamento ou restauração física ou fisioterapia; 3 - deambulação; 4 - terapia ocupacional; 5 - recuperação psicológica; 6 - tratamentos especiais (linguagem, audição, escrita com a mão sã, etc.); 7- treinamento na utilização de acessórios e aparelhos (muletas, bengalas, aparelhos ortopédicos); 8- ajustamento social e doméstico; 9 - medicação; 10 - diversas medidas, inclusive as que digam respeito à reintegração econômica do doente e suas possibilidades de reemprego ou volta ao trabalho, sendo orientadas as medidas necessárias. (JÚNIOR, 1958).

QUAIS

são os tratamentos e métodos para

Reabilitação?

 Fonoaudiologia: Atua na reabilitação das funções motoras orais que envolvem a respiração, alimentação (sucção, mastigação, deglutição) e integração e harmonização da fala, ajudando na inserção segura e o mais rápida possível da pessoa em seu meio social.

 Terapia Ocupacional (TO): Na área de reabilitação a TO atua em resgatar o papel social da pessoa e para isso, realiza abordagens de reabilitação motora, cognitiva, prescrição de equipamentos e/ou adaptações, tecnologia assistiva (qualquer item, parte de equipamento, ou produto, adquirido no comércio ou adaptado ou modificado, usado para aumentar, manter ou melhorar a capacidade funcional de

pessoas com deficiência). Trabalha com atividades humanas, planeja e organiza o cotidiano (dia a dia), possibilitando melhor qualidade de vida.

 Psicologia: O trabalho do psicólogo na reabilitação abrange inúmeras dimensões, não sendo simplesmente uma recuperação de funções perdidas ou alteradas e sim o sujeito por inteiro. A psicoterapia comportamental dirigida ao atendimento às crianças utiliza recursos lúdicos para compreensão do universo infantil, entendendo as necessidades particulares de cada criança. O principal objetivo é ajudá-la a se sentir melhor.

 Fisioterapia: Junto à equipe de reabilitação, o fisioterapeuta promove o máximo potencial das pessoas com deficiência e/ou patologias incapacitantes, propiciando melhor qualidade de vida. É responsável pela restauração ou readaptação dos processos sensoriais e da função motora grossa e fina. Utiliza métodos de inibição dos padrões, tônus e movimentos patológicos.

 Psicopedagogia: Apoio nos processos de aprendizagem, educação inclusiva.

 Enfermagem: Administração de medicamentos, trocas de instrumental invasivo, cuidados especiais diários com o indivíduo, desenvolvimento de programas de educação em saúde para os pacientes.

 Nutrição: Acompanhamento nutricional para um equilíbrio de peso e controle de saúde.

 Gameterapia: É a terapia com o uso de vídeo game, através do qual é possível tornar o atendimento ainda mais lúdico e prazeroso.

 Bobath: O princípio do Conceito Bobath é a inibição dos padrões reflexos anormais e a facilitação dos movimentos normais. O objetivo principal do tratamento é estimular e aumentar a capacidade do individuo para realizar o movimento funcional o mais próximo da normalidade possível.

 Pediasuit: é uma abordagem terapêutica para indivíduos com distúrbios neurológicos, como paralisia cerebral, atraso no desenvolvimento, lesões traumáticas cerebrais, autismo e outras condições que afetam o desenvolvimento motor e/ou as funções cognitivas. É um tratamento estabelecido com base nas necessidades individuais da criança.

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 TheraTogs: É uma roupa terapêutica de neuromotor, postural e sensorial. Esse recurso é resultado da combinação de um sistema de tronco e membros inferiores, podendo ser estendidos aos membros superiores.

 Musicoterapia: é a utilização da música e/ou de seus elementos constituintes, ritmo, melodia e harmonia, em um processo destinado a facilitar e promover comunicação, relacionamento, aprendizado, mobilização, expressão, organização e outros objetivos terapêuticos relevantes, a fim de atender as necessidades físicas, emocionais, mentais, sociais e cognitivas. (REDE DE REABILITAÇÃO LUCY MONTORO).

2.3 HUMANIZAÇÃO EM CENTROS DE SAÚDE

De acordo com Ferreira (1999) humanizar significa “tornar humano, civilizar, dar condição humana”. Para Japiassu e Marcondes (1991) a condição humana é a situação singular e única de cada homem no mundo e na história. Humanizar em saúde é resgatar o respeito à vida humana, levando-se em conta as circunstâncias sociais, éticas, educacionais e psíquicas presentes em todo relacionamento humano (BRASIL, 2001 p.33).

Na área da reabilitação, trabalhos mais recentes têm mostrado preocupação com os aspectos motivacionais. A humanização também pode ser representada pela inclusão de brinquedotecas em clínicas e hospitais. O ato de brincar, devido às internações ou aos tratamentos de reabilitação, muitas vezes é interrompido. Segundo Battistel, Miranda e Teles (2001), o desejo da criança pela brincadeira pode desempenhar papel importante na sua recuperação. Permite que a criança através dos brinquedos, expresse suas vontades, estabeleça vínculos afetivos, explore o ambiente e liberte o lado mágico de ser criança, facilitando os procedimentos terapêuticos.

O paciente precisa receber um atendimento adequado e eficiente, com isso, de acordo com Martins (2001) o hospital deve promover um “ambiente acolhedor e confortável”. A função do arquiteto na hora de projetar uma instituição de assistência à saúde, além de entender a funcionalidade da área da saúde atuante no ambiente, deve entender que o edifício precisa ser flexível e expansível, atender as necessidades técnicas e de humanização. A arquitetura pode ser uma forma de contribuir para a cura do paciente, proporcionando o

bem-estar físico, ou seja, pode servir como um instrumento terapêutico (MARTINS, 2001).

Os aspectos fundamentais para a promoção da humanização englobam principalmente a iluminação, a cor e o conforto higrotérmico. Segundo Martins (2001), a iluminação natural é importante para a saúde das pessoas, pois é com ela que a percepção de tempo é percebida. A iluminação artificial é tão importante quanto a natural. Ela deve ser vista como uma complementação e não como uma substituição, já que é bastante utilizada em dias nublados e no período noturno.

2.4 CRIANÇA E NATUREZA

Os seis primeiros anos de vida são denominados primeira infância. E é durante ela que o desenvolvimento humano é bastante acelerado. Lev Vigotski (2007) mostra em sua teoria de desenvolvimento que processos de aprendizagem e desenvolvimento estão intimamente relacionados. É através da atividade da própria criança que a inteligência se desenvolve. Aprender a conviver é um pilar da educação, segundo Delors (1996). Viver com os outros implica em diversidade e em riqueza de cultura, saberes e conhecimentos diferentes.

Viver a natureza, estar imerso nela e sentir a experiência acontecer são momentos que despertam a delicadeza e a sensibilidade. Paul E. Knoop, na introdução do livro Vivências com a Natureza 1, de Joseph Cornell, diz que um esforço para manter as pessoas em contato com a natureza é indispensável no mundo de hoje dominado pela super população e alto consumo. Só assim as pessoas são capazes de perceber seus ritmos naturais, a mudança das estações, sua beleza e mistério (CORNELL, 2008).

A natureza inspira nas crianças a utilização total dos sentidos e a criatividade. Para Louv (2008), ambientes naturais são essenciais para um desenvolvimento saudável da criança por que eles estimulam todos os sentidos e integram a brincadeira à aprendizagem. Experiências multissensoriais em ambientes naturais ajudam a desenvolver estruturas cognitivas necessárias para o desenvolvimento intelectual. Ambientes e materiais naturais propiciam nas crianças uma imaginação sem limites. A criatividade é uma característica observada em qualquer grupo de crianças que brinquem nestas condições.

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No contato com a natureza a criança não só encontra-se com a criatividade, mas também com a fantasia, liberdade e privacidade.

Figura 1 – Crianças com deficiência na natureza. Fonte: G1 – g1.globo.com.

2.5 REABILITAÇÃO AQUÁTICA

A reabilitação aquática é integrante de um vasto número de programas de terapia. A reabilitação bem-sucedida é resultado não somente de um terapeuta competente, mas também de uma instalação aquática cuidadosamente planejada.

Para o projeto, itens necessários incluem o deck da piscina, que é construído de material antiderrapante, deve ter um espaço entre 4,5m a 6m, adjacente a piscina e deve ser livre de obstáculos. A piscina tem 22,5m de comprimento e 13,5m de largura, com temperatura média de 27,7ºC a 29,4ºC. Possui uma rampa de dupla largura pra entrada da cadeira de rodas e a descida tem a proporção de 1:24 (10 cm de descida para cada 2,40m de comprimento). As escadas sobem 10cm e tem plataforma de 55cm e são construídas junto à rampa. Os corrimãos são colocados 10cm afastados da parede e tem 3,75cm de circunferência. O sistema de calhas é único, a borda da piscina consiste em uma parede de 60cm de largura e 45cm de altura, fazendo com que a água flua por sobre a parede e para dentro das calhas, que ficam logo ao lado, no deck.

A piscina tem profundidade de 1,05m a 2,10m. Profundidades de água variando de 60cm a 1,35m são ideais para a maioria dos tipos de terapia e programas de recreação. Sinais de cuidado devem ser postos ao redor da piscina para comunicar os riscos aos usuários. (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000).

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3 ANÁLISE DA ÁREA

3.1 LOCALIZAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DO TERRENO

O terreno escolhido para a realização do projeto está situado no bairro Agronômica, cidade de Florianópolis, Estado de Santa Catarina. O bairro fica na região central da cidade, na extremidade norte do Maciço do Morro da Cruz, entre o Centro e a Trindade.

É no bairro Agronômica que estão localizados dois dos principais hospitais estaduais, o Joana de Gusmão, referência no atendimento infantil e o Nereu Ramos, com atendimentos de alta e média complexidade. Está localizado também o Centro Catarinense de Reabilitação (CCR), sendo um dos motivos para a implantação do novo centro nesta área.

O bairro também é sede de muitos órgãos públicos, como a Justiça Federal, a Polícia Federal, Ministério Público, a OAB e a Casa d'Agronômica, residência oficial do governador do estado de Santa Catarina.

O terreno possui 23.450m² e terá seu principal acesso pela Rua Jovan Rocha e um acesso secundário pela Rua Joaquim Costa. Está próximo à Rua Rui Barbosa e Beira Mar Norte, ruas de fácil acesso e localização.

Figura 2 – Terreno com curvas de nível

Fonte: Criado pela autora.

Figura 3 – Localização do terreno e bairros vizinhos Fonte: Google Earth – Modificado pela autora.

Figura 4 – Localização do terreno e entorno imediato Fonte: Google Earth – Modificado pela autora.

ACESSO PRINCIPAL HOSPITAL INFANTIL JOANA DE GUSMÃO HO SPI TAL N ER EU R AMO S

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Percebe-se que o terreno possui uma grande área em desnível (figura 8-9), chegando a sua parte mais íngreme em 25 metros de altura. A maior parte da área edificada se posicionará na região mais plana e com menor desnível, para que os espaços sejam acessíveis com maior facilidade.

A área está rodeada por vasta arborização (Figura 10), o que faz criar um cenário natural, aconchegante e agradável, permitindo também a elaboração de um projeto totalmente interligado com esta paisagem existente.

A comunidade situada ao sul do terreno ocupa o início do Morro da Cruz. A população residente no local habita sem completa infraestrutura e em condições ainda precárias. O terreno possui apenas um acesso, tendo como objetivo acrescentar outro, para que haja um acesso direto ao Centro de Integração e Reabilitação Infantil para estes moradores. Ao norte do terreno estão o Hospital Infantil e o Centro Catarinense de Reabilitação, ao leste e oeste predominam as residências de classe média alta e o Hospital Nereu Ramos (Figura 4).

Figura 5 – Localização das fotos.

Fonte: Google Earth – Modificado pela autora.

Figura 6 – Relevo do terreno

Fonte: Criado pela autora. *Sem Escala

Figura 7 – Perfil do terreno

Fonte: Criado pela autora. *Sem Escala

Figura 8 – Fotos do terreno. Fonte: Acervo pessoal.

1 2 3 2 1 3 1 2 4

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3.2 ASPECTOS LEGAIS Zoneamento

De acordo com o mapa de zoneamento do Plano Diretor de Florianópolis, verifica-se que o terreno em estudo está localizado em uma área de ACI – Área Comunitária Institucional.

De acordo com a Lei nº 482 de 17 de janeiro de 2014 dos seguintes artigos, ACI’s (Art. 52) são áreas que serão destinadas a equipamentos comunitários e/ou usos institucionais. Os limites de ocupações das ACI’s (Art. 54) são os definidos pelo zoneamento adjacentes, ou por estudo específico realizado pelo Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF). Nesta situação avaliam-se as diretrizes do zoneamento ARP 2.5.

Área total terreno= 23.450m² Dados da legislação:

Taxa de Ocupação: 50%

Coeficiente de Aproveitamento: 1 Taxa de Impermeabilização: 70%

Número máximo de pavimentos: 2 Pavimentos Potencial de área construída:

Área de Ocupação Máxima: 11.725m² CA – Área a Construir Máxima: 23.450m² TI – Área Impermeável Máxima: 16.415m²

Tabela de Usos

De acordo com a tabela de usos do solo, o terreno escolhido encontra-se em área de ACI e permite a construção de atividades médicas com atendimento para deficientes físicos e mentais.

Para completa análise e definições, foram também consultadas as normas da Resolução RDC 50, ABNT NBR 9050, NBR 9077, IN009 e Deinfra.

Figura 9 – Mapa de Zoneamento

Fonte: Prefeitura de Florianópolis.

SAÚDE HUMANA E SERVIÇOS SOCIAIS UC APP APL-E APL-P AVL ACI

ATIVIDADES DE ATENÇÃO À SAÚDE HUMANA INTEGRADAS COM ASSISTÊNCIA SOCIAL,

PRESTADAS EM RESIDÊNCIAS COLETIVAS E PARTICULARES.

87.1 Atividades de assistência a idosos, deficientes físicos, imunodeprimidos e convalescentes prestadas em residências coletivas e particulares P P A A P A 87.2 Atividades de assistência psicossocial e à saúde a portadores de distúrbios psíquicos, deficiência mental e dependência química P P A A P A 87.3 Atividades de assistência social prestadas em residências coletivas e particulares P P A A P A Tabela 1 – Tabela de Usos do Solo

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3.3 ANÁLISE BIOCLIMÁTICA Zoneamento Bioclimático

A Zona Bioclimática 3 inclui a cidade de Florianópolis e recomenda como diretrizes ventilação cruzada no verão, incluindo paredes externas leves e refletoras a radiação solar. As principais estratégias bioclimáticas são o aquecimento solar e a grande inércia térmica nas vedações internas (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014).

Figura 10 – Zoneamento Bioclimático Brasileiro Fonte: (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014).

Microclima

Chegando mais próximo ao nível da edificação, tem-se a escala microclimática. Para Lamberts, Dutra e Pereira (2014) é aqui que variáveis como a vegetação, a topografia, o tipo de solo e a presença de obstáculos naturais ou artificiais irão influenciar nas condições locais de clima. O estudo nesta escala é fundamental para o lançamento do projeto, pois uma série de particularidades climáticas do local pode induzir a soluções arquitetônicas mais adequadas ao bem-estar das pessoas e à eficiência energética.

Figura 11 – Microclima

O terreno

O clima em Florianópolis é subtropical, classificado como mesotérmico úmido. A média da temperatura anual é de 21ºC, sendo que no mês mais quente a média das temperaturas máximas varia de 28 a 33ºC e do mês mais frio varia de 7,5 a 12. (LAMBERTS; DUTRA; PEREIRA, 2014).

Figura 12 – Análise Bioclimática

Fonte: Google Earth – Modificado pela autora.

O terreno escolhido está em um local em que parte da área encontra-se em menor altitude, envolta por áreas mais altas e possui faces abertas voltadas para todas as direções: norte, sul, leste e oeste.

Os ventos vindos do sul, considerados frios e fortes e muitas vezes acompanhados de chuva, são em grande parte bloqueados pelo morro, privando e dando um maior conforto térmico para esta área. Uma de suas faces está voltada para o norte, sem interferências ou barreiras físicas, permitindo uma boa insolação e evitando umidade extrema. O terreno está envolto por vegetação, o que garante uma qualidade de ar razoavelmente agradável, impede ventos e insolação intensos e

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3.4 ANÁLISE DO SISTEMA VIÁRIO

O mapa apresentado na Figura 15 mostra a análise do Sistema Viário do entorno imediato do terreno escolhido. Nele foram analisadas as vias importantes próximas ao terreno e suas condições e as linhas de ônibus com suas respectivas paradas.

As duas vias adjacentes ao terreno (Rua Joaquim Costa e Rua Jovan Rocha) são caracterizadas como Vias Locais. Esse tipo de via é caracterizada por interseções em nível não semaforizadas, destinadas apenas ao acesso local ou a áreas restritas. A via que dá acesso a essas duas locais (Rua Rui Barbosa), é caracterizada como via coletora, que tem como característica coletar e distribuir o trânsito e que tem como objetivo migrar para outro tipo de via. As três vias analisadas

estão em bom estado, possuem largura adequada para passagem de dois carros e calçadas razoavelmente boas.

Será proposta uma alteração no final da Rua Jovan Rocha, criando um 'Cul de Saque', para que, tanto o transporte público como o privado possam realizar o retorno e acessar facilmente o terreno.

Em relação aos pontos de ônibus, pode-se constatar que na Rua Jovan Rocha passa uma linha de ônibus e sua última parada fica em frente ao Hospital Nereu Ramos. Por este motivo há necessidade de adicionar uma nova parada em frente ao terreno escolhido. Na Rua Joaquim Costa passa outra linha de ônibus, nos dois sentidos da via, havendo uma parada bem em frente ao terreno. Um pouco mais distante, na Rua Rui Barbosa, circulam várias linhas de ônibus, vindos de todos os lados da Ilha de Florianópolis.

Figura 13 – Mapa Sistema Viário Fonte: Criado pela autora.

Via Arterial Via Coletora Via Sub-Coletora Local

Ciclovia

Pontos de ônibus existentes

Proposta de novo ponto de ônibus Proposta no sistema viário de novo retorno e acesso ao terreno

LEGENDA Terreno Hospital Infantil CCR Hospital Nereu Ramos Terreno

BEIRA MAR NORTE

RUA JOVAN ROCHA

*CCR: Centro Catarinense de Reabilitação *Mapa sem escala

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3.5 ANÁLISE DO USO DO SOLO

O mapa abaixo foi realizado para avaliar os usos do entorno principal do terreno estudado. Analisando o mapa de usos do solo e levando em consideração o tipo de organização do Bairro, assim como as características de usos, pode-se concluir que a grande maioria é de espaços destinados a residências.

Outra área predominante no espaço estudado é a área institucional. O Bairro possui na sua história características voltadas a instituições e atualmente conta com a presença do Hospital Nereu Ramos, Hospital Infantil Joana de Gusmão, Centro Catarinense de Reabilitação, Rede Feminina de

Combate ao Câncer, Escola Pública Padre Anchieta, Plantão de Atendimento Inicial e Centro de Internação Feminina, Centro de Saúde Agronômica, Creche Irmão Celso, Irmandade do Divino Espírito Santo, Centro de Referência Especializado de Assistência Social e Centro de Atenção Psicossocial.

Áreas de comércio são raras e dispersas no entorno do terreno.

O local em que o novo centro será implantado é muito calmo e tranquilo, tendo um pequeno movimento apenas durante o dia, devido aos atendimentos de todos os equipamentos públicos.

Figura 14 – Mapa de Usos do Solo/ Equipamentos Públicos Fonte: Criado pela autora.

LEGENDA Institucional Comercial Residencial Terreno 01 02 03 04 05 06 07 08 10 09

Hospital Nereu Ramos

Hospital Infantil Joana de Gusmão Centro Catarinense de Reabilitação Rede Feminina de Combate ao Câncer Escola Pública Padre Anchieta

Centro de Saúde Agronômica Creche Irmão Celso

IDES – Irmandade do Divino Espírito Santo CREAS – Centro de Ref. Especializado de Assistência Social

CAPS – Centro de Assistência Social 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

11 Creche Santa Vitória *Mapa sem escala

EQUIPAMENTOS PÚBLICOS

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4 REFERENCIAIS PROJETUAIS

4.1 REDE DE REABILITAÇÃO SARAH – RIO DE JANEIRO

Para atender à demanda do Estado do Rio de Janeiro foi prevista a construção de duas unidades: um hospital com duzentos leitos e um centro de reabilitação infantil.

O centro de reabilitação possui cerca de 5.500m² e comporta as seguintes instalações: ambulatório; setor de imagem com ressonância magnética, tomografia computadorizada, ultrassonografia e doppler transcraniano; sala de curativos, sala de gesso; pequena oficina ortopédica; salões para fisioterapia e hidroterapia; ginásio com quadra de esportes; garagem para barcos; e setor de serviços com vestiários para 130 funcionários, administração, manutenção, cozinha, almoxarifado, refeitório, centrais de abastecimento etc.

O projeto preservou toda a vegetação nativa no perímetro da lagoa e para a proposta do conforto ambiental dessa unidade baseou-se em cuidados como: emprego de sistemas de iluminação e ventilação naturais para todos os ambientes do edifício; emprego alternativo de ar-condicionado para as áreas de diagnóstico, tratamento e administração; e o emprego de sistema de acionamento do ar-condicionado de cada ambiente sincronizando com o do movimento motorizado das respectivas esquadrias dos sheds, de modo a facilitar a eventual alternância no uso dos dois tipos distintos de ventilação.

Os sheds permitem aberturas e pé-direito maiores, a estrutura é metálica e as divisórias em argamassa aramada. A espera do ambulatório se integra a um playground, protegido do exterior por um muro vazado, projetado pelo artista plástico Athos Bulcão. (LIMA, 2012).

Figura 15 – Mapa de Localização Fonte: Criado pela autora.

Figura 16 – Foto aérea SARAH RJ. Fonte: (LIMA, 2012).

Figura 19 – Área externa Fonte: (LIMA, 2012)

Figura 17 - Área de Reabilitação

Fonte: (LIMA, 2012) Figura 18 - Área de Reabilitação Aquática Fonte: (LIMA, 2012)

PRESERVAÇÃO DA VEGETAÇÃO NATIVA

CONFORTO AMBIENTAL (iluminação e ventilação naturais)

Brasil Rio de Janeiro

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40 | Centro de Integração e Reabilitação Infantil

4.2 REDE DE REABILITAÇÃO LUCY MONTORO - CAMPINAS Este Centro de Reabilitação Lucy Montoro é coordenado conjuntamente pelo Centro Infantil Boldrini e a Unicamp. Está instalado em uma área de 4.000 m² e conta com equipamentos de ponta. A unidade oferece atendimento integral a pessoas portadoras de deficiências físicas. A intenção foi proporcionar assistência qualificada a uma macrorregião que soma perto de 250 mil pessoas com deficiência. Inicialmente foram cerca de 550 atendimentos por dia. (HOSPITAL DAS CLÍNICAS, 2010).

O Centro Infantil Boldrini é reconhecido como o maior hospital especializado em câncer pediátrico da América Latina e possui 30.000 m² de área construída. O centro de reabilitação oferece um amplo serviço aos portadores de hemofilia, doenças hematológicas e àqueles com deficiência física ou com mobilidade reduzida. (BOLDRINI).

O projeto do centro de reabilitação é referência em humanização. Além da proximidade com o parque ecológico de Campinas, que permite uma paisagem agradável e natural, a Instituição possui diversas áreas verdes ao decorrer de seu extenso terreno, com áreas de lazer, mobiliários urbanos e brinquedos infantis.

Figura 20 – Mapa de Localização. Fonte: Criado pela autora.

Figura 21 – Mapa de Localização. Fonte: Google Earth – Modificado pela autora.

Figura 22 e 23 – Área de Reabilitação. Fonte: LM Gestão e Espaços.

Figura 25 – Área Reabilitação. Fonte: LM Gestão e Espaço

Figura 26 e 27 – Área de Reabilitação Aquática. Fonte: LM Gestão e Espaços.

Figura 28 – Área externa. Fonte: LM Gestão e Espaços. .

Figura 24 – Espaço leitura. Fonte: LM Gestão e Espaços.

Brasil

São PauloCampinas

HUMANIZAÇÃO

ÁREAS VERDES E DE LAZER

MOBILIÁRIOS URBANOS

PAISAGEM NATURAL

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Centro de Integração e Reabilitação Infantil | 41

4.3 CENTRO PSIQUIÁTRICO FRIEDRICHSHAFEN

Projeto produzido pelo grupo de arquitetos Huber Staudt Architekten. Está localizado em Röntgenstraße, Friedrichshafen, Alemanha e sua área é de 3.274 m².

O novo centro psiquiátrico está integrado ao campus do Hospital de Friedrichshafen e segue a inclinação cênica e natural do morro em direção ao Lago de Constança. Um amplo corredor envidraçado (Figura 31) emoldura a visão generosa da paisagem ondulada e ajuda a enfatizar a inclinação natural, mesmo dentro do pátio coberto. Grandes salas de terapia com acesso direto ao jardim dos pacientes estão dispostas na planta do térreo (Figura 36) para aproveitar as possibilidades de iluminação natural ao longo da encosta.

Os dois materiais, concreto aparente e madeira sem tratamento, dominam as superfícies do edifício interna e externamente. O concreto é trabalhado de maneira sofisticada: grandes superfícies horizontais marcadas pelos painéis e elementos pré-fabricados lineares finos, que correspondem às marcações verticais do revestimento de madeira. Esse revestimento é feito de abeto não tratado, como referência à construção tradicional do lugar, particularmente na região próxima de Vorarlberg, na Áustria. O revestimento vertical, composto por perfis de madeira sem tratamento confere ao edifício, através de sua transparência, uma aparência aberta e arejada. (Archdaily)

Figura 29 – Corredor envidraçado e sala de terapia. Fonte:Archdaily Brasil

Figura 30 e 31 – Áreas Internas. Fonte: Google Earth.

Figura 32 – Mapa de Localização Fonte: Google Earth.

Figura 33 – Centro Psiquiátrico Friedrichshafen. Fonte: Archdaily Brasil

Figura 34 – Jardim dos pacientes.

Fonte: Archdaily Brasil

ESPAÇOS AMPLOS

VIDROS NAS FACHADAS

UTILIZAÇÃO DA MADEIRA

ÁREAS VERDES INTEGRADAS

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5 ESTUDO DE CASO

Para melhor compreender o programa de um centro de reabilitação, o Centro Catarinense de Reabilitação (CCR) foi avaliado e visitado, para entender fluxos, setorização e acessos. 5.1 CENTRO CATARINENSE DE REABILITAÇÃO

O Centro Catarinense de Reabilitação é uma instituição pública pertencente à Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES-SC), vinculada à Superintendência de Serviços Especializados e Regulação (SUR).

Programa:

1. Deficiência Física

a. Programa de Neurorabilitação Adulto b. Programa de Reabilitação Pediátrica c. Atenção às Pessoas Ostomizadas

2. Deficiência Intelectual e Espectro do Autismo a. Habilitação e Reabilitação Intelectual

b. Reabilitação do Espectro do Autismo 1.a) Neuroreabilitação Adulto

Objetivo Geral: Promover a independência funcional, minimizar as incapacidades e prevenir as co-morbidades respeitando as habilidades motoras dos indivíduos, colaborando para sua reinserção na sociedade.

1.b) Reabilitação Pediátrica

Objetivo Geral: Estimular o desenvolvimento neuropsicomotor, a fim de desenvolver com qualidade e eficiência as potencialidades da criança, para que esta adquira e/ou recupere o máximo da sua função e independência. Assim como, promover a inclusão da criança no ambiente escolar e comunitário com a participação dos familiares.

2. Reabilitação Intelectual e Transtorno do Espectro do Autismo

Objetivo Geral: Oferecer serviços especializados na área da reabilitação em Deficiência Intelectual e/ou Transtorno do Espectro do Autismo aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), visando à maior independência e integração social. Tratamentos realizados:  Fisioterapia  Terapia Ocupacional  Psicologia  Fonoaudiologia  Nutricionista  Educação física  Enfermagem  Psicomotricidade

O centro possui o programa de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção.

A média de pacientes em cada programa (infantil, autismo e adulto) é de 60 por mês.

A média de entrada de pacientes por semana é de 20. Aproximadamente 3.200 pacientes são atendidos por mês no centro, em todas as áreas e tratamentos.

Estes e outros dados foram obtidos diretamente com a direção do CCR, em forma de entrevista informal. Aspectos para melhoria e ampliação do centro foram informados pela própria diretora, as quais fazem falta no programa ou não são bem estruturadas. Estas áreas são:

 Área de vivência;  Espera infantil;

 Consultórios e salas de atendimento;  Refeitório;

 Local para espera dos familiares;  Jardim terapêutico.

Figura 35 – Mapa de setorização de ambientes. Fonte: Google Earth - Modificado pela autora.

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Fotos do Centro Catarinense de Reabilitação

Figura 36 – Reabilitação Infantil

Fonte: Acervo Pessoal

Figura 37 – Oficina de Órteses e Próteses

Fonte: Acervo Pessoal.

Figura 38 – Reabilitação Aquática

Fonte: Acervo Pessoal

Figura 39 – Ginásio Esportivo

Fonte: Acervo Pessoal.

Figura 40 – Vista aérea - norte.

Fonte: Google Earth - Modificado pela autora.

O CCR possui pequenas e poucas áreas de reabilitação, com baixa infraestrutura e não contém todas as áreas necessárias para um tratamento totalmente adequado. Os fluxos são bem definidos e setorizações demarcadas. Os acessos de pedestres e funcionários se dá pela Rua Jovan Rocha, o centro não possui estacionamento no subsolo, apenas vagas de ambulância e carros no recuo do terreno.

O programa de necessidades é razoavelmente amplo, com consultórios para atendimento infantil e adulto separados, farmácia, sala de sutura e curativos, oficina de órteses e próteses, piscina para hidroterapia, setor administrativo, recepção, pequena sala de brinquedos e espera infantil, playground e ginásio (transformado em área de reabilitação).

ACESSOS

HOSPITAL INFANTIL

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5.2 CENTRO HOSPITALAR DE REABILITAÇÃO ANA CAROLINA MOURA XAVIER

Criado para prover um serviço de saúde pública qualificada às pessoas com deficiência física no estado do Paraná. O hospital surgiu a partir da constatação da urgência na alteração de serviços públicos à população que depende de reabilitação locomotora no estado, objetivando ser uma referência no assunto.

Para sua concepção foram analisados dados do IBGE, que apontavam no ano de 2007, que dos 10.284.500 habitantes do Estado do Paraná, 14,5% apresentavam algum tipo de deficiência e que não havia no Estado, até então, um local especializado para o atendimento dessa parcela da população. O CHR conta com uma área construída de 9.787,88 m2.

O CHR é uma moderna instituição de reabilitação, que tem por objetivo o atendimento multidisciplinar a pessoas com deficiência física. O objetivo primordial é torná-los aptos à reintegração na família e na sociedade, prestando-lhes atendimento integral, promover a reabilitação integral da pessoa com deficiência física, proporcionar a reintegração sócio-familiar da pessoa com deficiência física, desenvolver estudos e pesquisas na área de reabilitação.

Tratamentos realizados:  Fisioterapia  Fisioterapia Aquática  Terapia Ocupacional  Fonoaudiologia  Musicoterapia  Psicologia  Serviço Social  Enfermagem  Nutrição Laboratórios:

 Laboratório de Marcha (para identificar distúrbios do andar não identificados em exames comuns)

 Botox

 Diagnóstico por imagem

Espaços:  Hall de entrada  Salas de administração  Salas de RH  Banheiros adaptados  Refeitórios  Auditório (70 lugares)  Ginásio de fisioterapia  Piscinas (3)  Consultórios  Salas de terapia  Leitos de internamento  Ambulatório Figura 41 – Fisioterapia

Fonte: CHR Ana Carolina Moura Xavier – Galeria de fotos Figura 42 – Hidroterapia e Internamento

Fonte: CHR Ana Carolina Moura Xavier – Galeria de fotos Figura 43 – Laboratório de Marcha

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6 PROPOSTA 6.1 DIRETRIZES

Os pacientes de reabilitação passam por um longo processo e necessitam frequentar diariamente ou semanalmente o centro. Este local será um dos mais frequentados por eles durante meses ou anos.

O projeto, então, tem como diretrizes alguns pontos importantes para definição do partido arquitetônico.

Primeiramente é promover a máxima integração dos pacientes, tanto com as outras pessoas que usufruem do centro, quanto da paisagem e visuais proporcionadas pelo projeto.

A segunda diretriz é sobre proporcionar locais agradáveis e confortáveis, sem que haja a sensação de que os pacientes realmente estão em uma clínica médica.

Um terceiro ponto é sobre criar uma arquitetura favorável à humanização e com grande potencial de auxiliar no processo de reabilitação, proporcionando um menor tempo de tratamento, um estímulo maior através do contato com toda a vegetação e ar livre e uma melhor qualidade do ambiente através de ventilação e iluminação naturais.

Por fim e não menos importante, é disponibilizar áreas de lazer, áreas de permanência, áreas de exercícios, áreas de integração e diversão.

Figura 44 – Diretrizes

Fonte: Criado pela autora.

6.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO

O projeto tem como partido a criação de uma nova sede de reabilitação para o estado catarinense, abrigando apenas as crianças de 0 a 14 anos. Será como um anexo e um complemento para o Centro Catarinense de Reabilitação, já existente e próximo ao novo centro.

O partido arquitetônico é a integração máxima com a paisagem e com a vasta vegetação existente no terreno escolhido, para que desse modo, o centro se insira discretamente na paisagem.

Inicialmente cria-se uma área geral com pátios descobertos e permeáveis, para que a vegetação seja acolhedora e integrada (Figura 47 e 50). Logo após criam-se os eixos principais de circulação (Figura 48 e 51), fazendo com que o centro se abra ao exterior e proporcione maior integração e melhor ventilação e iluminação. Acrescentando os fluxos secundários e um grande jardim no segundo pavimento (Figura 49) o acesso é possível através de vários pontos estratégicos e a circulação interna/ externa é facilitada e qualificada.

Para o fechamento do segundo pavimento uma cobertura suspensa (“flutuante”) é elaborada (Figura 52), a fim de proteger contra intempéries, porém, não a entrada de iluminação e ventilação.

Figura 45 – Partido Arquitetônico.

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Figura 46 – Partido Arquitetônico.

Fonte: Criado pela autora.

Figura 47 – Partido Arquitetônico.

Fonte: Criado pela autora.

Figura 48 – Partido Arquitetônico.

Fonte: Criado pela autora.

Figura 49 – Partido Arquitetônico.

Fonte: Criado pela autora.

Figura 50 – Partido Arquitetônico.

Fonte: Criado pela autora.

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6.3 PROGRAMA DE NECESSIDADES

Para executar o Programa de Necessidades foi realizado um estudo e análise de normas para áreas mínimas e espaços fundamentais.

Para a organização do programa e a setorização do Centro foram analisadas referências e estudos de caso. Além

disso, foram realizadas pesquisas em campo com pessoas que trabalham e que são atendidas em clínicas de reabilitação, com o intuito de conhecer e compreender as necessidades e os pontos positivos desses locais de atendimento.

Com os dados obtidos, uma tabela foi desenvolvida, dividida por setores e suas descrições de atividades, população fixa e variável, descrição dos espaços, requerimentos do ambiente, quantidades e áreas estimadas.

Tabela 2 – Tabelas do Programa de Necessidades

GRUPO ATIVIDADE POPULAÇÃO DESCRIÇÃO REQUERIMENTOS QTD. ÁREA EST.

FIXA VARIÁVEL

RECEPÇÃO

Recepção/ Espera/

Estar 2 30 Atendimento ao público, área de espera e distribuição Balcão de atendimento, cadeiras, área para cadeirantes 1 110 m² Lanchonete 2 30 Local para venda de alimentos rápidos Copa, mesas, bancada atendimento 1 110 m² Segurança 1 2 Central interna de TV e depósito de Instrumental Cadeiras, armários e monitores 1 10 m² Exposições 1 10 Exibição e venda da produção interna do Centro Biombos e bancada de atendimento 1 110 m²

Sanitários - 10 Instalações sanitárias para ambos os sexos 3 lavatórios e 3 sanitários por sexo 3 30 m² Depósito de

Material de

Limpeza - 1

Sala destinado à guarda de aparelhos, utensílios e material de limpeza, dotado de

tanque de lavagem Tanque e armários 1 10 m²

ÁREA GRUPO 380 m²

GRUPO ATIVIDADE POPULAÇÃO DESCRIÇÃO REQUERIMENTOS QTD. ÁREA EST.

FIXA VARIÁVEL

ADMINISTRAÇÃO

Hall 1 3 Atendimento ao público, área de espera Balcão de atendimento e cadeiras 1 15 m² Secretaria 1 5 Atendimento ao público, área de distribuição Balcão de atendimento e cadeiras 1 60 m² Escritório 1 2 Salas para coordenações de equipes de saúde Mesa de trabalho 5 40 m²

Diretoria 1 1 Sala da direção Mesa de trabalho 1 40 m²

Sala de Reuniões 1 15 Sala para reuniões e apresentações Mesa de reuniões e tela de projeção 1 45 m² Almoxarifado /

Arquivo - 1 Depósito de históricos de pacientes e profissionais Arquivos 1 35 m² Sala Profissionais - 20 Sala para reuniões e preparação Mesas de reuniões e poltronas 2 50 m² Estar - 10 Sala para todos os profissionais descansarem Sofás e espaços para relaxamento 1 35 m² Copa / Refeitório - 5 Área para preparo e aquecimento de alimentos Geladeira,pia, mesa, armário 1 35 m²

Vestiário /

Sanitários - 4 Instalações sanitárias para ambos os sexos e ambiente destinado à troca de roupas 2 lavatórios e 2 sanitários por sexo, armários com chave 2 30 m² Guarda Cadeira

de Rodas/

Órteses - 2

Sala para depósito de cadeiras de rodas e

guarda de próteses e órteses produzidas Armários 1 20 m² Depósito de

Material de

Limpeza - 1

Sala destinado à guarda de aparelhos, utensílios e material de limpeza, dotado de

tanque de lavagem Tanque e armário 1 10 m²

Referências

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