• Nenhum resultado encontrado

A PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DA AMÊNDOA DO TUCUMÃ DO AMAZONAS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A PRODUÇÃO DE BIODIESEL A PARTIR DA AMÊNDOA DO TUCUMÃ DO AMAZONAS"

Copied!
9
0
0

Texto

(1)

A PRODUÇÃO DE BIODIESEL A

PARTIR DA AMÊNDOA DO TUCUMÃ

DO AMAZONAS

SARA RAQUEL GOMES DE SOUSA (UNINORTE )

r.saragbr@gmail.com

REBECA CAROLINI SILVA DE PINHO (UNINORTE )

grupocidade.rebeka@gmail.com

NEYMARA SILVA COSTA (UNINORTE )

neymara.be@hotmail.com

O desenvolvimento sustentável é uma representação de vários setores ambientais, sociais e econômicos, utilizando recursos da terra, avanços tecnológicos com a preocupação de preservação das espécies e dos habitats naturais. Desde 2010, todoo o diesel comercializado no Brasil contém uma mistura de 5% de biodiesel, que é um combustível produzido a partir de plantas oleaginosas cultivadas no país, como soja, algodão, palma, mamona, girassol e canola, bem como gordura animal e óleos residuais de fritura. O pequeno fruto tucumã, abundante da Amazônia é empregado na culinária amazonense, apreciada principalmente no café da manhã, pode ser uma alternativa para solucionar o déficit de energia elétrica na região, de acordo com um projeto do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA). Com isso, o intuito desse artigo é mostrar como de forma sucinta a utilização favorável das sementes do fruto para produção de biodiesel na região Amazônica, a sua viabilidade de produção que atualmente, é apenas utilizado sua polpa na culinária e a semente descartada sem aproveitamento.

(2)

2

1. Introdução

O desenvolvimento sustentável é uma representação de vários setores ambientais, sociais e econômicos, utilizando recursos da terra, avanços tecnológicos com a preocupação de preservação das espécies e dos habitats naturais. Desde 2010, todo o diesel comercializado no Brasil contém uma mistura de 5% de biodiesel, que é um combustível produzido a partir de plantas oleaginosas cultivadas no país, como soja, algodão, palma, mamona, girassol e canola, bem como gordura animal e óleos residuais de fritura.

Por isso soluções alternativas ao petróleo foram desenvolvidas diante de uma crise do mesmo, surgindo o biodiesel que é definido como um combustível biodegradável derivado de fontes renováveis com utilização total ou parcial em motores a diesel, e para geração de energia elétrica. O pequeno fruto tucumã, abundante da Amazônia é empregado na culinária amazonense, apreciada principalmente no café da manhã, pode ser uma alternativa para solucionar o déficit de energia elétrica na região, de acordo com um projeto do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).

Atualmente, as sementes, matéria prima principal do biodiesel, acabam indo para o lixo, investimentos necessários deveriam existir para reutilizar melhor os restos deste fruto, evitando o desperdício objetivando uma produção em massa do combustível renovável. O tucumã, encontrado na palmeira de mesmo nome, se tornou matéria-prima na produção de biodiesel capaz de movimentar geradores empregados no fornecimento de luz elétrica para comunidades rurais afastadas da região. Há uma previsão de uma produção em larga escala do combustível, para isso é necessário investimentos em equipamentos, porém o biodiesel derivado do tucumã segue em testes positivos. Com isso, o intuito desse artigo é mostrar como de forma sucinta a utilização favorável das sementes do fruto para produção de biodiesel na região Amazônica, a sua viabilidade de produção que atualmente, é apenas utilizado sua polpa na culinária e a semente descartada sem aproveitamento.

2. O biodiesel no Brasil

Existem muitas espécies de vegetais no Brasil que podem ser utilizados na produção de biodiesel, como o óleo de girassol, de amêndoas, de mamona, de soja, entre outros grãos (BIODIESELBR, 2012). O biodiesel faz parte dos biocombustíveis que são fontes de energia alternativa e renovável, cujo uso apresenta importantes benefícios para o homem, como a

(3)

3 diminuição das emissões de gás carbônico (CO2) e menor geração de partículas poluentes. O

biodiesel pode ser usado puro ou em mistura com o óleo diesel em qualquer proporção. Tem aplicação singular quando em mistura com o óleo diesel de ultrabaixo teor de enxofre, porque confere a este, melhores características de lubricidade. É visto como uma alternativa excelente o uso dos ésteres em adição de 5 a 8% para reconstituir essa lubricidade (BIODIESELBR, 2007).

Para se produzir biodiesel, o óleo retirado das amêndoas é misturado com álcool ou metanol e depois estimulado por um catalisador. Esses frequentemente utilizados incluem hidróxido de sódio, metóxido de sódio, ou hidróxido de potássio, esse último é misturado com o metanol antes de misturá-lo ao o óleo vegetal. Depois o óleo é separado da glicerina e filtrado, a molécula de óleo vegetal é formada por três moléculas de ácidos graxos ligados a uma molécula de glicerina, o que faz dele um triglicerídeo. O processo para a transformação do óleo vegetal em biodiesel chama-se transesterificação (LUCENA, 2008). É o processo através do qual o óleo da semente do tucumã pode ser convertido em biodiesel. Um procedimento comum para o tratamento de óleo vegetal em biodiesel envolve a combinação de, por exemplo, 50kg de óleo vegetal com 10kg de metanol e um catalisador que pode ser um ácido forte ou uma base (Figura 1).

Figura 1 – Esquema de reação de transesterificação

Fonte: Adaptado da Ceplac.

O consumo do diesel no Brasil pode ser dividido em três grandes setores: o de transportes, representando mais de 75% do total consumido; o agropecuário, representado cerca de 20% do consumo; e o de transformação, que utiliza o produto na geração de energia elétrica e corresponde à cerca de 5% do consumo total de diesel. O biodiesel entra fortemente como combustível substituto nos três setores, podendo ser utilizado puro (B100) no de

Óleo Vegetal Metanol ou Etanol Catalisador Reação Química Biodiesel Glicerina

(4)

4 transformação, em geradores, e agropecuário, em tratores. Pode ser utilizado como aditivo no setor de maior consumo de óleo diesel, o de transportes (PRESTES, 2007). Pesquisas realizadas com motores de ciclo diesel, demonstraram que misturas até 5% de biodiesel funcionam perfeitamente como um aditivo ao combustível mineral e não comprometem a eficiência e a durabilidade do motor. A Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), reconheceu o resultado das pesquisas e informou que manterá a garantia para os motores abastecidos com a mistura, que começará em 2%, com a perspectiva de chegar a 5% em 2010 (BIODIESELBR, 2012).

O emprego de recursos naturais de forma manejada na geração local de energia elétrica vem sendo considerado uma das alternativas mais promissoras, em especial, o biodiesel, produzido a partir de óleos vegetais extraídos de espécies oleaginosas nativas. (SCHUCHARDT et al, 1998; MEHER et al, 2006). Contanto, o Brasil possui muitas terras cultiváveis que podem produzir uma variedade de oleaginosas e mesmo as terras com baixo custo de produção, que é o caso das amêndoas de tucumã podem ser favoráveis a produção e utilização do biodiesel, pois o mesmo além de ser uma fonte de energia renovável proporciona um efeito significativo para o meio ambiente porque colabora para diminuir a poluição.

3. O tucumã da Amazônia para produção de biodiesel

A palmeira tucumã (Astrocaryum Aculeatum) é considerada uma planta pioneira de crescimento agressivo tem a capacidade de crescer novos brotos até mesmo após um incêndio, e principalmente, habita florestas secundárias e pastos. Suas Sementes podem levar até dois anos para germinar, as plantas crescem lentamente no cultivo até começar a produzir frutos, depois de aproximadamente oito anos (Figura 2).

(5)

5

Fonte: Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia – INPA

Sua resistência a doenças e alta produtividade faz dessa espécie uma alternativa bastante viável para a produção de biodiesel, uma vez que os custos de funcionamento de uma plantação ordenada é muito menor quando comparado com o do óleo de outras frutas. Além disso, o tucumã é utilizado em sua totalidade para produção do biodiesel desde sua polpa até o seu interior, que produz a maior quantidade de óleo. A semente de tucumã é coberta externamente com uma polpa de laranja oleosa. Em média, o fruto pesa 30 gramas, 34% deste peso correspondem à polpa externa que tem de 14% a 16% do óleo quando é cru. Uma árvore adulta pode produzir até 50 kg de frutos por ano 25 quilos por árvore em média, o que corresponde a 2,5 quilos de óleo da polpa e 1,5 quilos de óleo de semente. Em um hectare, há 400 cachos de palmeiras podem ser plantadas, resultando em 4,8 toneladas de matéria prima (Figura 3).

(6)

6

Fonte: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA.

Segundo Prestes (2007), entre as culturas temporárias, pode-se destacar a soja, o amendoim, o girassol, a mamona e a canola. A soja, a pesar de ser a maior fonte de proteína que de óleo, é uma importante matéria-prima no esforço de produção do biodiesel, uma vez que quase 90% da produção de óleo no Brasil provem dessa leguminosa. O tucumã, por sua vez, tem se tornado comercialmente viável a essa produção, pois pode ser aproveitado em sua totalidade e a produção se realização pode ser equiparada a da soja, maior produtora no Brasil atualmente. De acordo com Sérgio Nunomura, pesquisador do INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), "testes laboratoriais mostraram que é possível movimentar um gerador com o biodiesel de tucumã. Isto poderia contribuir com comunidades isoladas da Amazônia, onde ainda não existe energia elétrica" devido a necessidade de criar formas alternativas para a geração de energia um grupo de cientistas desenvolvem testes com o tucumã. "Vale ressaltar que são necessários investimentos maciços em maquinário para conseguir produzir este combustível", continua Nunomura.

A partir dessas pesquisas e afirmações, é possui ratificar que a semente de tucumã é viável para o processo de fabricação do biodiesel. Com isso, observando sua potencialidade como nova matriz energética para beneficiar o desenvolvimento sustentável significativo, o biodiesel possui maior potencial de biodegradação, quando comparado com o açúcar, é menos tóxico que o sal, e produz 78% menos dióxido de carbono do que o diesel de petróleo. Em termos gerais, considera-se uma matriz energética verde pois não contém qualquer enxofre e sua utilização resulta numa diminuição substancial de hidrocarbonetos não queimados,

(7)

7 monóxido de carbono e partículas poluentes. O mesmo pode ser utilizado misturado com o petróleo diesel para melhorar sua biodegradabilidade e reduzir as emissões desses compostos, além de ocasionar menos riscos a saúde humana. Por não necessitar de modificações no motor que será utilizado, reduz os custos operacionais para a adesão desse combustível em motores geradores nas regiões afastadas da capital.

4. Apresentação dos Resultados

Com as pesquisas realizadas, é possível evidenciar que a processo de fabricação de biodiesel a partir da amêndoa de tucumã é rentável, pois possui um custo de produção baixa e uma grande demanda no mercado, pois o Amazonas sofre com uma crise na geração de energia e precisa de alternativas, na capital e principalmente, nas regiões mais afastadas. Essa oportunidade pode gerar investimentos provenientes de órgãos governamentais, pois esse processo tem um foco no desenvolvimento sustentável e a incentivo há uma nova aplicação da matéria prima típica da região Amazônica e a criação de um novo processo econômico, na capital do Estado e no interior. Pois, aumentaria a demanda de tucumã e consequentemente a sua produção.

A implantação desse desenvolvimento sustentável, pode partir de iniciativas voltadas a conscientização do aproveitamento dos resíduos, sementes, do tucumã a fim de beneficiar a divulgação do projeto e adquirir os investimentos necessários a produção em grande escala do biodiesel proveniente da amêndoa do fruto. Além disso, é necessário alavancar as pesquisas voltadas a inovações das matrizes energéticas do Amazonas, pois o mesmo ainda possui pouco atenção. O Brasil, por possuir um potencial produtor de petróleo elevado acaba havendo muitas restrições do próprio governo, quando a implantação dessas pesquisas que visam uma produção sustentável. As dificuldades não param apenas nos investimentos, mas, também, na própria forma de descarte dessas sementes que não possuem uma infra-estrutura adequada para o aproveitamento da amêndoa.

5. Conclusão

Considerando o exposto, a viabilidade econômica e desenvolvimento de biocombustíveis hoje depende de subsídios. Esses, são geralmente limitados no tempo, e pode ser direta na forma de isenção ou redução fiscal ou indireta a forma de auxílios à agricultura ou do setor industrial. No Brasil, ainda existe uma ausência de leis de incentivos e de outras

(8)

8 iniciativas como um programa de investimentos para a pesquisa e desenvolvimento de matrizes energéticas verdes. A médio e longo prazo, contudo, a dependência desse combustível que usa matérias-primas agrícola pode ser uma desvantagem se o preço e disponibilidade estiver sujeito a um grau relativamente elevado de incerteza, já que depende de variações climáticas. Uma condição essencial para que o desenvolvimento do bicombustível de forma que se torne viável e competitivo é a investigação científica, juntamente com a consideração dos custos externos, de forma justa deve criar as condições necessárias para esse desenvolvimento.

Mesmo sendo uma iniciativa ainda discreta, esse processo pode ser a inovação e a evolução tecnológica na matriz energética, onde a maior fonte de energia é fabricada a partir de motores movidos a petróleo diesel, que para o Amazonas, é reconhecido internacionalmente pela sua biodiversidade e por suas riquezas naturais, a produção de energia precisa de rumos para preservar essas riquezas naturais. A troca de diesel por biodiesel produzido a partir de uma matéria prima nativa da nossa região diminuirá as emissões de dióxido de carbono, e minimizando a dependência do petróleo extraídos em outros estados, e além de fornecer condições para desenvolvimento a locais afastados da capital, tornando o Amazonas mais independente quanto à produção energética.

6. Referências

BIODIESEL BR / Processo de produção do biodiesel. Disponível em: <http://www.biodieselbr.com/biodiesel/processo-producao/biodiesel-processo-producao.htm> Acesso em: 14.04.2013.

CEPLAC / Dendê – Potencial para produção de energia renovável. Disponível em: < http://www.ceplac.gov.br/radar/Artigos/artigo9.htm> Acesso em: 15.04.2013

LUCENA, Thomas Krisp de / IMPACTOS DO USO DE BIODIESEL NA ECONOMIA

BRASILEIRA: Uma Análise pelo Modelo Insumo-Produto. Disponível em: <

http://www.ie.ufrj.br/gema/pdfs/diss_thomaslucena.pdf> Acesso em: 11.04.2013

PRESTES, Isabele Augusta Ferreira / INTRODUÇÃO DO BIODISEL NA MATRIZ

(9)

9 http://www.ecoeco.org.br/conteudo/publicacoes/encontros/vii_en/mesa5/resumos/introducao_ do_biodiesel_na_matriz.pdf> Acesso em: 10.04.2013

SCHUCHARDT, U.; SERCHELI, R.; VARGAS, R. 1998 / Transesterification of Vegetable

Referências

Documentos relacionados

A democratização do acesso às tecnologias digitais permitiu uma significativa expansão na educação no Brasil, acontecimento decisivo no percurso de uma nação em

Fita 1 Lado A - O entrevistado faz um resumo sobre o histórico da relação entre sua família e a região na qual está localizada a Fazenda Santo Inácio; diz que a Fazenda

Para além deste componente mais prático, a formação académica do 6º ano do MIM incluiu ainda disciplinas de cariz teórico, nomeadamente, a Unidade Curricular de

O relatório encontra-se dividido em 4 secções: a introdução, onde são explicitados os objetivos gerais; o corpo de trabalho, que consiste numa descrição sumária das

Finally,  we  can  conclude  several  findings  from  our  research.  First,  productivity  is  the  most  important  determinant  for  internationalization  that 

libras ou pedagogia com especialização e proficiência em libras 40h 3 Imediato 0821FLET03 FLET Curso de Letras - Língua e Literatura Portuguesa. Estudos literários

MATRÍCULA nº 4.540 do 1º CRI de Piracicaba/SP: 01 (UMA) GLEBA DE TERRAS, situada no imóvel denominado “Algodoal”, contendo a área de 53.982,00m², desta cidade, que assim

Convênio de colaboração entre o Conselho Geral do Poder Judiciário, a Vice- Presidência e o Conselho da Presidência, as Administrações Públicas e Justiça, O Ministério Público