• Nenhum resultado encontrado

CURSO TÉCNICO EM PODOLOGIA BIOMECÂNICA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "CURSO TÉCNICO EM PODOLOGIA BIOMECÂNICA"

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

CURSO TÉCNICO EM PODOLOGIA

BIOMECÂNICA

Rua Dr. Pache de Faria, 23 – Méier – Rio de Janeiro, RJ – CEP: 20710-020

(2)

Instituto Valéria Vaz 2228-4118 / 99581-4585 www.institutovaleriavaz.com.br

SUMÁRIO

BIOMECÂNICA ... 2 TIPOS DE MOVIMENTOS ... 2 LINEARES OU DE TRANSLAÇÃO... 2 ANGULARES OU DE ROTAÇÃO ... 2

COMBINADOS (MISTOS) OU GERAIS ... 3

BIOMECÂNICA BÁSICA ... 3 LEIS DO MOVIMENTO ... 3 1ª LEI DE NEWTON ... 3 2ª LEI DE NEWTON ... 4 3ª LEI DE NEWTON ... 4 FORÇA ... 4 TORQUE ... 4 ALAVANCAS... 5 ALAVANCAS DE 1ª CLASSE ... 5 ALAVANCAS DE 2ª CLASSE ... 5 ALAVANCAS DE 3ª CLASSE ... 5 ESTABILIDADE ... 6 POSTURA ... 6 MARCHA ... 7 MARCHA NORMAL ... 7 MARCHA PATOLÓGICA ... 8 DISFUNÇÕES BIOMECÂNICAS ... 9 PÉ ... 9 JOELHO ... 12 GENO VARO ... 12 GENO VALGO ... 13 BIBLIOGRAFIA ... 14

(3)

Instituto Valéria Vaz 2228-4118 / 99581-4585 www.institutovaleriavaz.com.br

BIOMECÂNICA

A Biomecânica, ciência que estuda o movimento do corpo humano e suas posturas por meio de leis da mecânica e conhecimentos anátomo-fisiológicos, pode auxiliar na interpretação mecânica de posturas adotadas em função do uso crônico de algum implemento, tal como um calçado ou uma órtese, ou ainda em função da repetição de ações e adoção de posturas não fisiológicas no dia a dia, tal como o suporte de mochilas escolares. (SACCO et al., 2003)

Segundo Sacco et al. (2003) o desgaste que ocorre no corpo devido às atividades da vida diária, pode ser agravado pela adoção de posturas inadequadas. A má postura ocorre quando existe uma falta de relacionamento de diversas áreas do corpo, induzindo assim, um aumento da sobrecarga nas estruturas de suporte como é o caso do pé, o que resultar em dor.

De acordo com Prudêncio, Carmo e Dias (2013) a biomecânica participa de todos os movimentos do ser humano: o tamanho da passada quando caminhamos, o ângulo dos movimentos no momento o alongamento, ou seja, a biomecânica está presente desde o simples fato de se levar o garfo à boca, na hora do almoço, até a disputa de uma medalha olímpica no salto com vara. Com isso, a biomecânica visa, por meio dos conceitos da física clássica, a analisar e compreender os complexos movimentos do corpo humano.

TIPOS DE MOVIMENTOS

Quanto à sua forma de execução, os movimentos podem ser divididos em:

LINEARES OU DE TRANSLAÇÃO

O movimento linear ou de translação ocorre quando todos os pontos do corpo movem-se na mesma distância ou direção, ao mesmo tempo. A aplicação de uma força no centro de massa de um corpo de qualquer dimensão faz todos os pontos desse objeto se deslocarem na mesma direção e magnitude, constituindo o movimento de translação. Ele pode ser linear retilíneo (quando a direção não é modificada) ou curvilíneo (quando a direção muda constantemente).

ANGULARES OU DE ROTAÇÃO

Os movimentos angulares ou de rotação são aqueles nos quais os pontos se movem em linhas circulares ao redor de um eixo, conhecido como eixo de rotação.

(4)

Instituto Valéria Vaz 2228-4118 / 99581-4585 www.institutovaleriavaz.com.br

COMBINADOS (MISTOS) OU GERAIS

Na maioria das atividades humanas, os movimentos são realizados por meio de uma combinação das duas formas de movimento (de translação e de rotação), e podem ser tratados como movimentos gerais, ou combinados. Quando observado no plano sagital ou lateralmente, durante atividades de deslocamento que não apresentam uma fase aérea, como o caminhar, o centro de massa do indivíduo apresenta um deslocamento que pode ser considerado linear. Porém, esse padrão de deslocamento do CM é produzido pelos movimentos de rotação das articulações do quadril, do joelho e do tornozelo.

(PRUDÊNCIO; CARMO; DIAS, 2013)

BIOMECÂNICA BÁSICA

Segundo Lippert (2013) o corpo humano pode ser comparado a uma maquina viva. E para entender esta maquina é importante compreender dos mecanismos de movimento do corpo. A mecânica é um ramo da física que estuda as forças e o movimento produzido por ela. Já a biomecânica é a aplicação dos princípios e métodos da mecânica na estrutura corporal humana.

Ainda seguindo o raciocínio de Lippert (2013), a mecânica é dividida em Estática e Dinâmica. A Estática estuda os sistemas imóveis ou quase imóveis.

Diversos termos mecânicos devem ser entendidos para melhor compreensão da biomecânica:

FORÇA Ação de puxar ou empurrar representada por um vetor.

VETOR Grandeza munida de magnitude e direção.

VELOCIDADE Vetor que descreve rapidez e é ministrado em unidades como metros por segundo ou quilômetros por hora.

MASSA Quantidade de matéria que um corpo contém.

INÉRCIA Propriedade da matéria que resiste a qualquer alteração na velocidade ou na direção.

CINÉTICA É a descrição do movimento em relação a causa do movimento.

TORQUE Quando a força provoca uma rotação em volta do eixo.

ATRITO Força entre duas superfícies, com a tendência de limitar o movimento entre elas.

ACELERAÇÃO É qualquer variação na velocidade de um corpo.

LEIS DO MOVIMENTO

No nosso dia a dia estamos sempre em movimento, fazendo uma caminhada, passeando de carro, voando em um avião. Segundo Lippert (2013) Isaac Newton estudou e explica todas as leis do movimento.

1ª LEI DE NEWTON

“Um corpo em repouso tende a continuar em repouso e um corpo em movimento tende a permanecer em movimento.” Também conhecida como lei da inércia, demonstra a tendência do corpo permanecer no seu estado inicial. Exemplo: quando se

(5)

Instituto Valéria Vaz 2228-4118 / 99581-4585 www.institutovaleriavaz.com.br

está em um carro parado (corpo em inércia) e o mesmo começa a andar, rapidamente seu corpo é projetado para trás, e imediatamente após se estabiliza na mesma velocidade do carro. Usando o mesmo raciocínio do carro, em uma parada brusca seu corpo é imediatamente projetado para frente demonstrando a continuidade do movimento.

2ª LEI DE NEWTON

“A aceleração de um corpo é proporcional à força que a produz e ocorre na direção em que a força atua” (PRUDÊNCIO; CARMO; DIAS, 2013). Conhecida como lei da aceleração podemos constatar que o estado de inercia somente é superado quando existe uma força sendo exercida sobre a mesma, e a magnitude da aceleração será inversamente proporcional a massa do corpo, ou seja, um corpo só e deslocado quando uma força for exercida, e quanto menor é a sua massa, maior será a aceleração. Exemplo: para empurrar um carro parado é necessário utilizar força até que ele se mova em comparação se com a mesma força utilizada esta força for empregada em um objeto de menor massa como um carrinho de compra a sua velocidade de aceleração será muito maior.

3ª LEI DE NEWTON

Lei da ação e reação, afirma que cada ação corresponde a uma reação igual e de sentido contrário, ou seja, no momento que se exerce uma ação sobre um objeto, o mesmo objeto está exercendo a mesma intensidade de força sobre você.

FORÇA

Segundo Lippert (2013) é difícil definir o conceito de força, por todos entenderem na prática como ela atua. A produção da força exige a ação de um corpo sobre outro, ou seja, a força pode se dar, no ato de empurrar, produzindo compressão, ou de puxar, produzindo tensão. Forças são grandezas vetoriais descritas tanto em magnitude, quanto em direção. Exemplo: Uma pessoa que puxa um objeto pesado com uma corda, a tensão produzida na corda é a magnitude e o sentido da tração representa a direção.

TORQUE

De acordo com Lippert (2013) torque é a capacidade de a força produzir uma rotação em volta do eixo. Podendo ser considerado também como uma força rotatória. A magnitude do torque de uma alavanca depende a força exercida e da distância do eixo. Exemplo: o torque realizado pela chave inglesa pode ser aumentado pelo aumento da força exercida sobre o cabo ou quando o comprimento do cabo é aumentado.

Reação

Ação Força

(6)

Instituto Valéria Vaz 2228-4118 / 99581-4585 www.institutovaleriavaz.com.br

ALAVANCAS

Ainda seguindo o raciocínio de Lippert (2013) existem três tipos de alavancas, cada uma com seu propósito.

ALAVANCAS DE 1ª CLASSE

O eixo está localizado entre a força e a resistência. Exemplo: Na Figura 1, o Eixo (E) da alavanca, caracterizado pelo lápis, encontra-se no meio entre a Força (F), caracterizada pela mão, e a Resistencia (R), caracterizada pelo livro. Na figura 2 o Eixo é a coluna cervical, a Resistencia é o peso da cabeça e a Força é tração realizada pelo musculo.

Figura 1 Figura 2

ALAVANCAS DE 2ª CLASSE

A resistência está no meio, entre a força e o eixo. Exemplo: uma pessoa empurrando um carrinho de mão, a resistência são os materiais que estão dentro do carrinho, a força são as mãos da pessoa que está empurrando o carrinho e o Eixo caracteriza-se pela roda. Em relação ao corpo humano são relativamente poucos exemplos de alavanca de 2ª classe, mais podemos destacar a ação dos flexores plantares quando uma pessoa esta na ponta dos pés, o Eixo (E) são articulações do metatarso no antepé, a Resistência (R) é a Tíbia e a Força (F) é realizada pelos músculos plantares.

ALAVANCAS DE 3ª CLASSE

A Força (F) está entre o Eixo (E) e a Resistência (R). Exemplo: Uma pessoa empurrando um barco amarrado a um cais. A amarração do barco ao cais é o Eixo (E), a pessoa empurrando o barco é a Força (F) e o peso do barco é a Resistência (R). O bíceps braquial é inserido na região proximal do

(7)

Instituto Valéria Vaz 2228-4118 / 99581-4585 www.institutovaleriavaz.com.br

rádio por isso é considerado uma alavanca de 3ª classe, Eixo(E) articulação do cotovelo, Força (F) tração realizada pelo musculo e a Resistência (R) é o peso do antebraço e da mão.

ESTABILIDADE

O equilíbrio consiste em manter o centro de gravidade (CG) dentro de uma base de suporte que proporcione maior estabilidade nos segmentos corporais, durante situações estáticas e dinâmicas. O corpo deve ser hábil para responder às translações do seu (CG) impostas voluntária ou involuntariamente. De acordo com a Teoria dos Sistemas Dinâmicos, o controle postural resulta de uma interação complexa entre os sistemas corporais que atuam juntos para controlar a posição do corpo no espaço. A organização desses sistemas é determinada tanto pela natureza da tarefa quanto pelo ambiente no qual ela é realizada. Os principais sistemas corporais que participam do controle postural são os sistemas sensorial, nervoso e efetor.

O sistema sensorial fornece informações sobre a posição e a trajetória do corpo no espaço. As informações sensoriais são fornecidas pelos sistemas visual, vestibular e somato-sensorial. As informações visuais fornecem referências sobre a posição e o movimento da cabeça com relação aos objetos ao redor.

O sistema vestibular fornece ao sistema nervoso central (SNC) informações estáticas e dinâmicas sobre a posição e o movimento da cabeça em relação à gravidade, gerando movimentos compensatórios dos olhos e respostas posturais durante os movimentos da cabeça.

O sistema somato-sensorial é responsável por informar ao (SNC) a posição e movimentação do corpo no espaço em relação à superfície de suporte. Além disso, as entradas somato-sensoriais informam sobre a posição dos segmentos corporais uns em relação aos outros. A informação somato-sensorial é obtida através dos proprioceptores articulares e musculares e receptores cutâneos de tato e de pressão.

(FARIA et al., 2003)

POSTURA

O desgaste sofrido pelo corpo humano, devido às próprias atividades da vida diária, pode ser agravado pela adoção de posturas inadequadas. A má postura é aquela em que existe uma falta de relacionamento das várias partes corporais, a qual induz a um aumento de sobrecarga às estruturas de suporte, o que pode resultar em dor. A Biomecânica, ciência que estuda o movimento do corpo humano e suas posturas por meio de leis da mecânica e conhecimentos anátomo-fisiológicos, pode auxiliar na interpretação mecânica de posturas adotadas em função do uso crônico de algum implemento, tal como um calçado ou uma órtese, ou ainda em função da repetição de ações e adoção de posturas não fisiológicas no dia a dia, tal como o suporte de mochilas escolares e salto alto.

A utilização de sapatos de salto alto coloca o corpo sob condições não fisiológicas, alterando a função de articulações, gerando nelas forças e torques acima do normalmente exercido. Além disso, demanda que alterações posturais sejam feitas a fim de manter o equilíbrio postural. O uso do salto alto na postura ortostática implica em retroversão pélvica, aproximação dos joelhos e tornozelos em relação à linha de gravidade, deslocamento posterior da cabeça e da coluna torácica. A utilização do salto alto submete o joelho a torques excessivos, principalmente em varo, tornando a porção medial desta articulação mais suscetível a transformações degenerativas da cartilagem articular, podendo assim estar relacionado com uma maior incidência de osteoartrite.

(8)

Instituto Valéria Vaz 2228-4118 / 99581-4585 www.institutovaleriavaz.com.br

MARCHA

Segundo Kirkwood, Araújo e Dias (2006) a marcha é um movimento rítmico que mantém o corpo em um movimento continuo para frente. Esse movimento é a combinação perfeita de equilíbrio entre forças externas que agindo no corpo e a resposta das forças internas proveniente dos músculos, tendões, ossos, ligamentos e cápsulas. O estudo da marcha envolve o entendimento desse equilíbrio e suas variáveis biomecânicas.

MARCHA NORMAL

De acordo com Ottoboni, Fontes e Fukujima (2002) durante a marcha normal é possível encontrar:

 Um desempenho repetido dos membros inferiores que avançam o corpo ao longo de uma

linha de progressão, mantendo uma postura estável de sustentação de peso corporal;

 Mobilização articular;

 Ação muscular seletiva;

 Forças contínuas de reação do solo;

 Movimentos associados dos membros inferiores, superiores, tronco,cabeça e olhos;

 Suaves oscilações do centro de gravidade;

 Eficiência de gasto energético.

Para a marcha ser realmente eficiente ela deve conter os itens abaixo:

 Segurança;

 Baixo nível de esforço;

 Ser esteticamente agradável;

 Não necessitar de aparatos de suporte;

 Ser executada em um nível automático.

Para o que um padrão de marcha seja descrito, sendo ele normal ou patológico, é preciso dividi-la em eventos, ou seja, em fases e subfases. Durante a marcha, o peso do corpo é sustentado por um dos membros inferiores, enquanto o outro realiza o movimento de propulsão, enquanto o centro de gravidade desloca o corpo para a frente.

A marcha normal é representada por uma sucessão de transferências de peso que vai do calcâneo até a ponta do pé. Podemos subdividir essas transferências em duas fases: Apoio e Balanço. A fase de apoio ocupa cerca de 60% do ciclo normal da marcha e a fase de balanço ocupa os outros 40% também denominada de fase se progressão.

Podemos ainda subdividir as fases de apoio e balanço em:

 Contato inicial ou toque de calcanhar;

 Resposta e carga ou aplanamento do pé;

 Apoio médio;

 Pré-balanço;

 Balanço inicial;

 Balanço médio;

(9)

Instituto Valéria Vaz 2228-4118 / 99581-4585 www.institutovaleriavaz.com.br

MARCHA PATOLÓGICA

MARCHA HEMIPARÉTICA

Moreira e Russo (2004), afirmam que a marcha hemiparética normalmente observa-se, a flexão do membro superior com extensão do membro inferior. Como consequência, temos uma perna que não consegue suportar completamente o peso durante a fase de apoio além de não se projetar para frente durante a fase de balanço a não ser como um todo em circundação.

MARCHA PARKINSONIANA (FESTINANTE)

A doença de Parkinson (DP) também nos mostra alterações significantes na marcha. O padrão da marcha do paciente com (DP) é caracterizado por pobreza de movimentos e diminuição da velocidade (SULIVAN, 2004). Segundo Moreira e Russo (2004), a marcha do Parkinsonismo também denominada de marcha festinante. Determina em que o estágio se encontra a doença de parkinson que consiste em uma moléstia de natureza extrapiramidal. Observa-se que o paciente realiza pequenos passos rápidos, que se aceleram em algumas situações, á medida que se processa o deslocamento.

MARCHA ATÁXICA

A marcha atáxica é observada em duas patologias principais doença do cerebelo (marcha atáxica cerebelar) e doença na coluna posterior (marcha atáxica sensorial). Com a marcha atáxica cerebelar, o paciente não consegue andar com um pé à frente do outro ou em linha reta e com a marcha atáxica sensorial os pacientes não têm nenhuma consciência sobre a posição dos membros (DUTTON MARK, 2006).

Contato

inicial Aplanamento do pé médio Apoio

Pré-balanço Balanço inicial Balanço médio Balanço final

Apoio Direito Balanço Direito

(10)

Instituto Valéria Vaz 2228-4118 / 99581-4585 www.institutovaleriavaz.com.br MARCHA ESCARVANTE

Nesse tipo de marcha, verifica-se paresia ou plegia dos músculos do grupo pré-tibial como consequência de lesão do nervo fibular, comum em seu ramo profundo. Observam-se a flexão excessiva do quadril durante a fase de balanço e uma batida seca da região plantar do pé no solo durante a fase de apoio (MOREIRA E RUSSO, 2004).

DISFUNÇÕES BIOMECÂNICAS

As disfunções biomecânicas podológicas podem ser consequência de disfunções de outras estruturas corporais, abaixo serão apresentados alguns exemplos:

O pé é um elemento importante para a estrutura corporal, principalmente para o sistema postural. A planta dos pés é rica em receptores cutâneos, exteroceptivos e proprioceptivos, que os torna um captor ou adaptador podal; com isso, no nível dos pés, diferentes informações podem intervir. Segundo Bricot, o pé pode ser responsável pelo desequilíbrio postural que sua patologia provoca; se ajustar aos desequilíbrios vindos de estruturas suprajacentes a ele, sendo ele então uma vítima. Ou, pode se apresentar com um elemento misto, tendo ao mesmo tempo uma vertente causativa e outra adaptativa. Os pés são o suporte final do sistema postural e o meio de união com o solo; tem com isso que se adaptar às irregularidades vindas do próprio corpo ou do meio externo.

Pelo menos 80% da população geral têm alterações nos pés que podem muitas vezes, ser corrigidas através de uma avaliação adequada. É necessário com isso saber se os pés estão sofrendo ou gerando alterações e realizar uma avaliação criteriosa.

Anatomicamente, o pé se divide em quatro partes:

ARTELHOS: representados pelos dedos;

ANTEPÉ: formado pelos cinco metatarsianos, que funciona como alavanca durante a fase

da marcha;

MEDIOPÉ: composto pelo navicular, três cuneiformes e cubóide, que funciona como

segmento para absorção de choques, desempenhando a função chave na sustentação do arco longitudinal medial;

(11)

Instituto Valéria Vaz 2228-4118 / 99581-4585 www.institutovaleriavaz.com.br

RETROPÉ: constituído pelo calcâneo, que proporciona estabilidade durante a fase da

marcha na qual ocorre o contato do calcanhar com o solo e funciona como braço de alavanca para o tendão de Aquiles durante a flexão plantar do pé.

A estrutura do pé é sustentada por três arcos plantares que repousam sobre três pontos de apoio, primeiro e quinto metatarsiano e o calcâneo.

O ARCO LONGITUDINAL MEDIAL: é longo e alto, composto pelo

calcâneo, tálus, navicular, cuneiforme medial e os três metatarsos mediais.

O ARCO LONGITUDINAL LATERAL: formado pelo calcâneo,

cuboide, quarto e quinto metatarso, é mais baixo e mais rígido que o arco longitudinal medial.

O ARCO TRANSVERSAL: na altura do mediopé é mais alto medial

do que lateralmente; este se origina nas cabeças dos metatarsianos e permanece presente até o ponto em que desaparece ao nível do calcâneo.

Os arcos plantares promovem flexibilidade e sustentação do pé e funcionam como elementos de absorção de choques, amortecedores e dissipadores de forças de reação do solo. A harmonia entre as estruturas ósseas do pé, juntamente com os ligamentos e músculos promovem estabilidade e flexibilidade dos arcos plantares. A falha na integridade articular ou de partes moles resultará em disfunções do pé.

Quanto às estruturas dos arcos plantares, o pé pode ser classificado em normal, plano e cavo.

PÉ NORMAL: os dois arcos mediais devem ser simétricos tanto na largura quanto no

comprimento.

PÉ PLANO: caracteriza-se por um achatamento do arco longitudinal medial.

PÉ CAVO: é caracterizado por um aumento do arco longitudinal medial. Esse tipo de

deformidade resulta num pé rígido com pouca capacidade de amortecer choques e adaptar-se aos esforços.

(12)

Instituto Valéria Vaz 2228-4118 / 99581-4585 www.institutovaleriavaz.com.br

Alguns estudos utilizam-se das mensurações das regiões do pé para classificá-lo em normal, plano ou cavo.

PÉ NORMAL: a largura da impressão plantar do mediopé corresponde a

1/3 da largura da impressão plantar do antepé.

PÉ CAVO: a largura da impressão plantar do mediopé é menor que 1/3

da medida do antepé.

PÉ PLANO: pode ser classificado como:

o Grau 1: quando o mediopé é maior que 1/3 do antepé;

o Grau 2: com o mediopé maior que 1/2 do antepé;

o Grau 3: com o mediopé maior que a largura do antepé;

o Grau 4: ocorre um abaulamento da borda medial, surgindo uma

imagem semilunar.

Existem alguns equipamentos que fornecem informações para classificar o tipo de pé. Dentre eles temos:

PLANTIGRAFIA: impressão grafada em papel das superfícies plantares dos pés com a

carga do peso corporal.

PODOSCÓPIO: superfície de vidro acima de um espelho que reflete a imagem plantar no

momento em que os pés se posicionam sobre o vidro. Podemos notar como se distribui o peso do corpo, se há ou não áreas de hiperpressão, que aparecem como pontos mais claros na imagem plantar dos pés, diferenciando os pés planos dos pés cavos.

(13)

Instituto Valéria Vaz 2228-4118 / 99581-4585 www.institutovaleriavaz.com.br

BAROPODOMETRIA: técnica posturográfica de registro, utilizada no diagnóstico e

avaliação da pressão plantar, tanto em posição estática, de repouso, como de movimento, de deambulação, que registra pontos de pressão exercidos pelo corpo.

JOELHO

Os mecanismos que conduzem a desvios axiais dos membros inferiores no plano frontal são diferentes consoante o tipo de deformidade, em valgo ou em varo. De qualquer modo, e em qualquer dos casos, distinguem-se os seguintes mecanismos:

Fisiológico

Não fisiológico

o Idiopático o secundário

FISIOLÓGICO: na sua posição intra-uterina, as crianças encontram-se com os

membros sobrepostos e enrolados um sobre o outro, o que condiciona uma deformidade em varo dos membros inferiores, associada a uma rotação interna das tíbias e a uma anteversão dos colos do fémur. Nos dois primeiros anos, fruto da ação muscular, estas deformidades serão corrigidas espontaneamente, ajudadas pelo hipercrescimento do côndilo femoral interno, o que acontece cerca dos 2 anos de idade.

É, por isso, frequente observar um varismo entre o 1º e 2º ano de vida e um valgismo entre o 2º e 6º ano de vida. É uma situação geralmente assintomática, simétrica, benigna, de resolução espontânea, que não precisa de tratamento.

NÃO FISIOLÓGICO: resulta de alterações biomecânicas mantidas e

progressivamente agravadas, que conduzem a um desequilíbrio das forças exercidas a nível do joelho, com sobrecarga, seja do compartimento interno (varo), seja do externo (valgo).

(NEVES; CAMPAGNOLO, 2009)

GENO VARO

IDIOPÁTICO: observam-se casos de geno varo persistente após o 2º ano de vida,

com angulação significativa, mas que corrigem espontaneamente após 1-2 anos de evolução.

SECUNDÁRIO: é mais frequente dos 3 aos 10 anos e com causas semelhantes às

do geno valgo secundário, mas com alterações biomecânicas que afectam preponderantemente o compartimento interno do joelho. Pode ser causado por:

Doenças de desenvolvimento, das quais a mais frequente é a Doença de Blount

Doenças metabólicas: raquitismo;

Doenças genéticas: displasias ósseas;

(14)

Instituto Valéria Vaz 2228-4118 / 99581-4585 www.institutovaleriavaz.com.br

Traumatismos: epifisiodeses assimétricas;

Infecções: poliomielite;

Outras causas.

GENO VALGO

IDIOPÁTICO: é mais frequente em adolescentes; coexiste, geralmente,

com dor anterior e interna do joelho, associada a uma marcha com necessidade de um joelho “contornar” o outro (marcha circundante) e, por vezes, com instabilidade patelo-femoral.

Trata-se de uma situação habitualmente progressiva, que não corrige espontaneamente e que requer eventual tratamento cirúrgico.

SECUNDÁRIO: é mais comum dos 3 aos 10 anos e as causas mais

frequentemente associadas são:

Doenças metabólicas: raquitismo;

Doenças genéticas: displasias ósseas, Síndroma de Down, neurofibromatose, Síndroma de Marfan;

Doenças reumatológicas: ex. artrite inflamatória;

Traumatismos: ex. fractura proximal da tíbia;

Infecções: poliomielite;

Outras causas: ex. hemofilia.

(15)

Instituto Valéria Vaz 2228-4118 / 99581-4585 www.institutovaleriavaz.com.br

BIBLIOGRAFIA

1. DUTTON, MARK. Fisioterapia Ortopédica: exame, avaliação e intervenção. 1. ed Porto Alegre: Artmed, 2006

2. FARIA, Juliana de Castro et al. Importância do treinamento de força na reabilitação da função muscular, equilíbrio e mobilidade de idosos. Acta Fisiátrica, Belo Horizonte, v. 10, n. 3, p.0-0, dez. 2003. Disponível em: <http://www.actafisiatrica.org.br/detalhe_artigo.asp?id=281>. Acesso em: 04 mar. 2018.

3. KIRKWOOD, Renata Noce; ARAðJO, Priscila Albuquerque de; DIAS, Cláudia Silva. Biomecânica da marcha em idosos caidores e não caidores: uma revisão da literatura. R. Bras. Ci e Mov, Belo Horizonte, v. 4, n. 14, p.103-110, jan. 2006. Disponível em:

<https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/download/722/726>. Acesso em: 06 mar. 2018.

4. LIPPERT, Lynn S.. Cinesiologia Clínica e Anatomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. 348 p.

5. MOREIRA, D.; RUSSO, A. F. Cinesiologia Clínica e Funcional. São Paulo: Editora Atheneu, 2005.

6. NEVES, M. Cassiano; CAMPAGNOLO, João Lameiras. Desvios axiais dos membros inferiores. Rev Port Clin Geral, Lisboa, v. 1, n. 25, p.464-70, jan. 2009.

7. O’SULLIVAN SB, SCHIMITZ TJ. Fisioterapia: Avaliação e Tratamento. 4. ed. São Paulo: Manole, 2004

8. OTTOBONI, Camila; FONTES, Sissy Veloso; FUKUJIMA, Marcia Maiumi. Estudo comparativo entre a macha normal e a de pacientes hemiparéticos por acidente vascular encefálico: Aspectos Biomecânicos. Rev. de Neurociência, São Paulo, v. 1, n. 10, p.10-16, Não é um mês valido! 2002. Disponível em: <http://www.revistaneurociencias.com.br/edicoes/2002/RN 10 01/RN 10 01 2.pdf>. Acesso em: 06 mar. 2018.

9. PRUDÊNCIO, Márcio Vianna; CARMO, Clodoaldo Lopes do; DIAS, Ronaldo. Biomecânica do

movimento humano. Brasília: Fundação Vale, Unesco, 2013. 36 p. Disponível em:

<http://unesdoc.unesco.org/images/0022/002250/225002POR.pdf>. Acesso em: 03 mar. 2018.

10. SACCO, Isabel C.n. et al. Análise biomecânica e cinesiológica de posturas mediante fotografia digital: estudo de casos. Revista Brasileira de Cinesiologia e Movimento, Brasília, v. 2, n. 11, p.25-33, jun. 2003. Disponível em:

<https://portalrevistas.ucb.br/index.php/RBCM/article/viewFile/493/518>. Acesso em: 03 mar. 2018.

Referências

Documentos relacionados

segunda guerra, que ficou marcada pela exigência de um posicionamento político e social diante de dois contextos: a permanência de regimes totalitários, no mundo, e o

Considerando-se que a base de um programa de prevenção primária inclui uma etapa inicial onde se avalia o nível de informação dos profissionais, determinação das

b) Execução dos serviços em período a ser combinado com equipe técnica. c) Orientação para alocação do equipamento no local de instalação. d) Serviço de ligação das

• • Continuar a avaliação da produção de grãos para determinar a duração de benefício da inoculação micorrízica das mudas de estacas em relação à produtividade de

Diante desse quadro, o Instituto de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) desenvolveu o presente estudo sobre os custos de produção do café das montanhas do

O presente trabalho foi realizado em duas regiões da bacia do Rio Cubango, Cusseque e Caiúndo, no âmbito do projeto TFO (The Future Okavango 2010-2015, TFO 2010) e

Figure 8 shows the X-ray diffraction pattern of a well-passivated metallic powder and a partially oxidized uranium metallic powder.. Figure 7 - X-ray diffraction pattern of

Το αν αυτό είναι αποτέλεσμα περσικής χοντροκεφαλιάς και της έπαρσης του Μιθραδάτη, που επεχείρησε να το πράξει με ένα γεωγραφικό εμπόδιο (γέφυρα σε φαράγγι) πίσω