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RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I E II

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE TIRADENTES

SERVIÇO SOCIAL

ANIELIZA SANTOS NASCIMENTO

CLEITON DE JESUS SANTOS

MARIA DO CARMO PAIVA DA SILVA

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I E II

ARACAJU 2018

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ANIELIZA SANTOS NASCIMENTO CLEITON DE JESUS SANTOS

MARIA DO CARMO PAIVA DA SILVA

RELATÓRIO FINAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO I E II

Relatório apresentado à Universidade Tiradentes, como um dos pré-requisitos para obtenção do grau de bacharel em Serviço Social.

ORIENTADORA: ProfªEsp.Fernanda Silva Nascimento.

ARACAJU 2018

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IDENTIFICAÇÃO DA DISCIPLINA

Disciplina: Estágio Supervisionado I

Nome do professor responsável pela disciplina: Gilmara Rezende Cardoso Xavier Supervisora Acadêmica: Profª Esp. Fernanda Silva Nascimento

Supervisora de Campo: Tatiana Barreto de Gois Carga horária: 200 horas

Disciplina: Estágio Supervisionado II

Nome do professor responsável pela disciplina: Gilmara Rezende Cardoso Xavier Supervisora Acadêmica: Profª Esp. Fernanda Silva Nascimento

Supervisora de Campo: Tatiana Barreto de Gois Carga horária: 200 horas

IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Nome da Instituição: Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Zilda Arns Horário de funcionamento: de Segunda a Sexta das 07:00h às 17:00h

Endereço completo:Conjunto João Alves Avenida J, Nº 79, Complexo Taiçoca, no município de Nossa Senhora do Socorro/SE

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A Deus, aos meus pais e Amigos, com muito amor e carinho. Anieliza Santos Nascimento, Cleiton de Jesus Santos e Maria do Carmo Paiva da Silva.

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AGRADECIMENTOS

Agradecemos a Deus por nos ter dado o dom da vida, a coragem, a saúde, a sabedoria e as forças necessárias para a realização do Estagio Supervisionado I e II, pois sem sua graça, não conseguiríamos as vitórias que foram concedidas.

Aos nossos Pais que, com humildade, nos deu suporte para a vida através dos exemplos de responsabilidade, dedicação e amor, nos provendo em toda a minha vida. Através dos seus incentivos, que foram de grande valia para o nosso caminhar.

Aos Familiares, que sempre tiveram dispostos a ajudar, motivar e colaborar para chegarmos até essa etapa de nossas vidas.

A professora orientadora do Estágio Supervisionado I e II, Fernanda Nascimento, que, com seus conhecimentos e experiência, vem contribuindo significativamente para a nossa formação profissional.

A Supervisora de campo do Estágio Supervisionado I e II, Tatiana Barreto, que, com seus conhecimentos, experiência e sua prática profissional contribuiu significativamente para a nossa formação profissional.

A todos os colegas e amigos em especial a Mirelle Conceição da Silva, uma parceira e contribuidora dessa conquista.

As técnicas do Serviço Social e parceiras Aida Almeida, Maria de Fatima Leite e Michelle Marry que nos incentivou e motivou nessa caminhada.

Enfim, somos gratos a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para realização deste trabalho.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...06

2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTÁGIO...07

2.1 As expressões da Questão Social e a política objeto de estágio...07

2.2 Reconhecimento do espaço institucional...12

2.3 Serviço Social na Instituição...19

2.4 Diagnóstico...23

3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL...28

3.1 Abrangência do projeto...28 3.2 Resumo...29 3.3 Participantes...30 3.4 Justificativa...30 3.5 Objetivos...32 3.5.1 Objetivo Geral...32 3.5.2 Objetivos Específicos...32 3.6 Metodologia...32 3.7 Equipe de Trabalho...33 3.8 Divulgação do Projeto...33

3.9 Interação do Projeto com outras Políticas Públicas...33

3.10 Orçamento...34

3.11 Avaliação...34

3.12 Recursos Materiais ...34

4 SISTEMÁTICA DE OPERACIONALIZAÇÃO...36

5 ANÁLISE E SÍNTESE DA EXPERIÊNCIA VIVENCIADA...39

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...43

REFERENCIAS ...44

APÊNDICE...47

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1. INTRODUÇÃO

O Estágio Supervisionado I foi realizado no Cras Zilda Arns localizado no Conjunto João Alves Filho, município de Nossa Senhora do Socorro/SE, durante o período de 03 (três) meses, iniciando no dia 07 (sete) de agosto de 2017 (dois mil e dezessete), terminado no dia 20 (vinte) de novembro de 2017 (dois mil e dezessete), pelos estagiários Anieliza Santos Nascimento, Cleiton de Jesus Santos e Maria do Carmo Paiva da Silva, sob a supervisão da assistente social Tatiana Barreto de Gois, registrada no Conselho Regional de Serviço Social de Sergipe, com Especialização em Gestão em Saúde e Psicopedagogia Institucional e Clínica e da Professora Fernanda Silva Nascimento.

No Estágio Supervisionado II, os estagiários passaram a aplicar na prática o que fora observado e aprendido, durante a prática profissional da supervisora de campo no Estagio I. Os estagiários exerceram, também, os conhecimentos adquiridos em sala de aula, através da base teórico-metodológica e ético-político.

A dimensão do estágio supervisionado é fundamental para a formação acadêmica e profissional do aluno, pois é através do estágio; que o discente consegue fazer a relação entre a teoria aplicada na academia e a prática durante as atividades realizadas pelo profissional no local do estágio.

De acordo com Política Nacional de Estágio (PNE) “o Estágio Supervisionado é uma atividade curricular obrigatória que se configura a partir da inserção do aluno no espaço sócio institucional, objetivando capacitá-lo para o exercício profissional.”

Portanto, é importante perceber que além do desenvolvimento acadêmico do aluno em absorver as dimensões teórico-metodológico, técnico-operativo e ético-político aplicadas na sala de aula, é importante também que o supervisor do estágio seja um profissional qualificado, para que o estagiário tenha não só um perfil teórico e acadêmico da profissão, mais um perfil profissional adequado para atender as demandas da realidade social e emancipação dos usuários.

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2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTÁGIO

2.1 As expressões da Questão Social e a política objeto de estágio

Neste texto será abordada a trajetória da Assistência Social desde e o seu nascimento com a forte influência da Igreja Católica, os marcos e conquistas até sua consolidação como Política de Assistência Social após a Constituição Federal de 1988, culminando com a criação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) em 2003.

Diante do exposto no Brasil não foi diferente, a desigualdade social e econômica e a busca por justiça social se confundem com a própria história do País. Foi esse cenário de desigualdades e lutas que permitiu que a política pública de Assistência Social seja hoje um direito garantido pela Constituição Federal de 1988. Mas, para chegar até aqui um longo processo histórico de lutas e conquistas da sociedade Brasileira precisava ser percorrido. Em 1930 a Assistência Social tinha um caráter assistencialista e filantrópico.

Em 24 de janeiro de 1923, foi sancionado pelo Congresso Nacional o Decreto-lei n° 4.682/23, conhecida como Lei Eloy Chaves, esta foi a primeira a instituir a previdência social, por meio da qual foram criadas as caixas de Aposentadorias e Pensões em nível nacional. Mas, apenas em 1994 foi instituída uma política nacional voltada para os idosos. Antes desse período, as ações governamentais tinham cunho caritativo e de proteção, foi destaque nos anos 70 a criação de benefícios não contributivos como as aposentadorias para os trabalhadores rurais e a renda mensal vitalícia para os necessitados urbanos e rurais com mais de 70 anos que não recebiam benefício da Previdência Social.

No cenário de lutas sociais segue em 1942 a Legião Brasileira de Assistência (LBA) que tem sua gênese marcada pela presença das mulheres e pelo patriotismo. Segundo Sposati (2004, p.19). Dessa forma, compreende-se que o intuito inicial da LBA era atuar como uma legião, como um corpo em ação numa luta em campo.

Em Outubro de 1942 a L.B.A. se torna uma sociedade civil de finalidades não econômicas, voltadas para “congregar as organizações de boa vontade”. Aqui a assistência social como ação social é ato de vontade e não direito de cidadania. (SPOSATI, 2004, p.20).

A LBA reproduziu na esfera pública o modelo assistencialista que já acontecia no campo não governamental, reforçando os laços de dependência dos direitos aos mais vulneráveis. Com isso, foi introduzido o primeiro-damismo junto a Assistência Social.

Em 1º de Maio de 1943 foi criada pelo Decreto-Lei nº 5.452 a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A Consolidação unificou toda a legislação trabalhista então existente no

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Brasil e foi um marco por inserir, de forma definitiva, os direitos trabalhistas na legislação brasileira. Seu objetivo principal é regulamentar as relações individuais e coletivas do trabalho, nela previstas. Ela surgiu como uma necessidade constitucional, após a criação da

Justiça do Trabalho.

Com o golpe Militar de 1964, que marcou a vida dos brasileiros, pelo autoritarismo e pela retirada de direito conquistado no governo de Vargas. Nesse período a assistência social começou a se burocratizar com normas, regras e critérios de atendimento a população excluída. Em 1969, a LBA é transformada em fundação e vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social, tendo sua estrutura ampliada e passando a contar com novos projetos e programas.

A ditadura militar cria, sob o comando de Geisel, em 1º de Maio de 1974, o Ministério da Previdência e Assistência Social (MPAS), que contém na sua estrutura uma Secretaria de Assistência Social, a qual, em caráter consultivo, vai ser o órgão-chave na formulação de política de ataque à pobreza.

Com o fim da Ditadura Militar no Brasil em 1985, iniciasse o processo de redemocratização do País culminando na Constituição de 1988 que é considerada a lei máxima e obrigatória entre todos os cidadãos de determinada nação, servindo como garantia

dos seus direitos e deveres. A Constituição representou assim uma ampliação dos direitos

sociais, a proteção social foi reconhecida como direito do cidadão e dever do Estado. O que era visto como um problema isolado passando a ser uma questão de todos, responsabilidade pública garantida por lei.

Na primeira vez, na história brasileira o Estado determina que aqueles que não contribuíam para a previdência também têm direito a proteção social.Sua descrição e diretrizes básicas estão contidas na Constituição Brasileira nos artigos 203 e 204, em que é apresentada a garantia dos direitos essenciais e necessários para a população brasileira, como a proteção social através da assistência social que efetiva os direitos da família, da mulher, da criança, do adolescente, do idoso e das Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgêneros (LGBT), em todas as fases biológicas do ser humano, a concessão de um salário mínimo para idosos e pessoas com deficiência, além da representação do cidadão, nos órgãos públicos, com o objetivo de atender as necessidades da população diante das aplicações das políticas públicas, sendo esses direitos para quem dela precisar, mesmo que não seja contribuinte da Previdência Social.

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Art.203 A Assistência Social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I- a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II- o amparo às crianças e adolescentes carentes;

III- a promoção da integração ao mercado de trabalho;

IV- a habilitação e a reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;

V- a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

Art.204 As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social,previstos no art.195além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:

I–descentralização político-administrativa,cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;

II–participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. (BRASIL, 1988, p. 130)

É nesse cenário que a Assistência Social é reconhecida como política pública

integrante da Seguridade Social.

A Constituição Federal de 1988, foi a adoção do conceito de Seguridade Social, definida no artigo 194 como um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Foram estabelecidos, ainda, os objetivos que devem ser alcançados pelo poder público, na sua competência de organizar a seguridade social: a universalidade da cobertura e do atendimento, a uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais, a seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços, a irredutibilidade do valor dos benefícios, a equidade na forma de participação no custeio, a diversidade da base de financiamento e o caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados. (OLIVEIRA, 2011, p.20).

A seguridade social é o conjunto de ações e instrumentos por meio do qual se pretende alcançar uma sociedade livre, justa e solidária, erradicar a pobreza e a marginalização, reduzir as desigualdades sociais e promover o bem de todos. Essas são diretrizes fixadas na própria Constituição Federal no artigo 3º. Ou seja, o sistema de seguridade social, em seu conjunto, visa garantir que o cidadão se sinta seguro e protegido ao longo de sua existência, provendo-lhe a assistência e recursos necessários para os momentos de infortúnios.

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Para regulamentar e sistematizar a Constituição Federal de 1988, foi sancionada a Lei nº 8.742/93 Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), pelo presidente Itamar Franco. A LOAS extinguiu o Conselho Nacional de Serviço Social, CNSS e instituiu o Conselho Nacional de Assistência Social, CNAS. A nova instância, com a missão de fiscalizar a política de assistência social adquiriu formação paritária e caráter deliberativo. A LOAS garante o modelo de gestão e de controle social de forma descentralizada e participativa.

A LOAS, ainda garante e amplia o que foi assegurado na Constituição Federal de

1988:

 Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas.

Art. 2o  A assistência social tem por objetivos

I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, especialmente.

a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 

b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;  c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; 

d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; e 

e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família; 

II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos; 

III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões socioassistenciais. (LOAS, 1993, p.1)

Portanto, foi reforçado pelo LOAS, os direitos já garantidos pela Constituição Federal, trazendo os direitos e deveres do Cidadão.O ano de 2003 foi divisor de águas para a política de assistência social, com a implantação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), sendo a principal deliberação da quarta Conferência Nacional. Assim, o Brasil entrou em uma nova fase de fortalecimento do Estado e em busca de defesa dos direitos socioassistenciais, sendo instaurados serviços, planos, programas, projetos, e benefícios socioassistenciais, de transferência de renda como o Bolsa Família. Com isso, o SUAS representou um avanço para a organização, descentralizada e participativa da política pública de assistência social.

Em 2004 é criado a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), com o objetivo de reunir representantes da Assistência Social, para a criação de normas e diretrizes para

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efetivar a assistência social como direito do cidadão e responsabilidade do Estado. Portanto, dentro da PNAS, estão os aspectos demográficos fazendo análises sobre a perspectiva socioterritorial da população, são exploradas também as divisões de gêneros entre as famílias e indivíduos, retratando a mulher como referência da família. A PNAS também aborda a proteção integral entre crianças, adolescentes e jovens na questão do trabalho infantil e gravidez na adolescência, além de tratar da valorização da equidade aos idosos e pessoas com deficiência.

O SUAS organiza-se em dois eixos estruturantes: benefícios e serviços, o BPC e o Bolsa Família estão entre os benefícios assistenciais. Os serviços, de caráter continuado passaram a ser ofertados nos equipamentos públicos ou pela rede socioassistencial do SUAS. A assistência social passou a ter como referência os Centros de Referência da Assistência Social, os CRAS, e Centros de Referência Especializado da Assistência Social, os CREAS. Nesses espaços e equipamentos públicos as famílias passaram a ter a garantia de acesso à política pública de assistência social.

A aprovação da Norma Operacional Básica-NOB/SUAS no ano de 2005, reafirmou o modelo socioassistencial no País. A família assumiu o papel de núcleo fundamental para a política de Assistência Social, na perspectiva do princípio da matricialidade sociofamiliar e do território como base de organização dos serviços. A NOB/SUAS definiu as bases para a implantação do Sistema Único de Assistência Social. Os instrumentos de regulação da Política de Assistência Social em vigor são, portanto, a CF/88, a LOAS/93, a Política Nacional de Assistência Social/2004 e a Norma Operacional Básica/ SUAS/2005.

Em 13 de maio de 2014 foi alterada a Resolução do (CNAS) da Tipificação Nacional dos Serviços Socioassistenciais, onde continua a divisão por níveis do SUAS: Proteção Social Básica, buscando prevenir os riscos de vulnerabilidades sociais e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, através dos serviços ofertados pelo (PAIF) Proteção e Atendimento Integral à Família, em que são realizados dentro dos Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) através dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), tendo seu público alvo as crianças e adolescentes, idosos e pessoas com deficiência e em situação de risco e vulnerabilidade social e a Proteção Social Especial de Média e Alta Complexidade, que é destinada para famílias e indivíduos que tiveram seus direitos violados, onde são atendidos pelo Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS), dentro da Resolução de 2009, incluindo a faixa etária de 18 a 59 anos no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculo.

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2.2 Reconhecimento do Espaço Institucional

O Centro de Referência de Assistência Social Zilda Arns (CRAS) é uma unidade pública estatal descentralizada da Política de Assistência Social sendo responsável pela organização e oferta dos serviços socioassistenciais da Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) nas áreas de vulnerabilidade e risco social dos municípios e Distrito Federal. Dada sua capilaridade nos territórios, se caracteriza como a principal porta de entrada do SUAS, ou seja, é uma unidade que propicia o acesso de um grande número de famílias à rede de proteção social de assistência social. O CRAS Zilda Arns é gerenciado pela Secretaria Municipal de Assistência Social do município de Nossa Senhora do Socorro, que tem como missão realizar com ética a gestão da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), está localizado no município de Nossa Senhora do Socorro, na Avenida J, Nº79, Complexo Taiçoca, no conjunto João Alves Filho, no Estado de Sergipe.

O CRAS Zilda Arns recebeu esse nome em homenagem a uma médica pediatra e sanitarista, a Dra. Zilda Arns Neumann. Ela foi fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, organismos de ação social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Dra. Zilda Arns também foi representante titular da CNBB, do Conselho Nacional de Saúde e membro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (CNDES). Dra. Zilda Arns Neumann recebeu o título de Cidadã Honorária de 11 estados e 37 municípios brasileiros, 19 prêmios (nacionais e internacionais) e dezenas de homenagens de governos, empresas, universidades e outras instituições, pelo trabalho realizado na Pastoral da Criança. Zilda Arns faleceu no dia 12 de Janeiro de 2010, durante a realização de uma palestra em uma igreja da capital de porto Príncipe, quando um terremoto atingiu o prédio, ceifando a sua vida, aos 75 anos de idade.

O CRAS Zilda Arns é composto por 01 (uma) coordenadora; 02 (duas) recepcionistas; 01 (uma) auxiliar administrativo; 03 (três) assistentes sociais; 01 (uma) psicóloga; 01 (uma) educadora social; 02 (duas) cadastradoras do Programa Bolsa Família; 04 (quarto) estagiários; 01 (uma) auxiliar de serviços gerais; 01 (um) guarda municipal e 01 (um) motorista. O público-alvo do CRAS Zilda Arns são as gestantes, idosos e pessoas provenientes de famílias em situação de riscos sociais e econômicos em busca de solicitação para inserção em programas como o Bolsa Família. São realizados encaminhamentos para emissão de documentos, cursos profissionalizantes, benefícios eventuais como: kit enxoval, cestas básicas, auxílio-moradia e auxílio-funeral, orientações e acompanhamento familiar, tendo como área de abrangência os conjuntos João Alves Filho, Fernando Collor, Taiçoca de

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Fora, Neuzice Barreto, Maria do Carmo, Areal Mangabeira e Sede do município. Com atendimentos de segunda à sexta-feira das 08h às 17 horas. O CRAS conta com o atendimento inicial pela recepção, passando para a equipe responsável pelas demandas dos usuários.

O imóvel onde funciona o CRAS é alugado e oferece uma estrutura adequada e suficiente para a realização dos serviços necessários ao atendimento das demandas da população. É composto por 01 (uma) recepção, 01 (uma) sala para os cadastradores do Programa Bolsa Família, 01(uma) sala de coordenação, 01 (uma) sala para atividades e eventos, 02 (duas) salas para atendimentos psicosocial individual ao usuário, 02 (dois) banheiros e 01 (uma) copa.

O Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) é o carro chefe dos serviços socioassistenciais ofertados no CRAS, baseia-se no respeito à heterogeneidade dos arranjos familiares, aos valores, crenças e identidades das famílias. Fundamenta-se no fortalecimento da cultura do diálogo, no combate a todas as formas de violência, de preconceito, de discriminação e de estigmatização nas relações familiares. Está previsto na tipificação:

Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família - PAIF consiste no trabalho social com famílias, de caráter continuado, com a finalidade de fortalecer a função protetiva das famílias, prevenir a ruptura dos seus vínculos, promover seu acesso e usufruto de direitos e contribuir na melhoria de sua qualidade de vida. Prevê o desenvolvimento de potencialidades e aquisições das famílias e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, por meio de ações de caráter preventivo, protetivo e proativo. O trabalho social do PAIF deve utilizar-se também de ações nas áreas culturais para o cumprimento de seus objetivos, de modo a ampliar universo informacional e proporcionar novas vivências às famílias usuárias do serviço. As ações do PAIF não devem possuir caráter terapêutico. (Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais 2014, p.12).

O CRAS Zilda Arns tem a finalidade de promover a cidadania e a garantia dos direitos sociais às famílias em situação de vulnerabilidade social, visando à orientação e o fortalecimento do convívio sociofamiliar, tendo como público-alvo famílias em situação de vulnerabilidade social decorrentes da pobreza, do precário ou nulo acesso aos serviços públicos; as famílias beneficiárias de programas de transferência de renda e benefícios assistenciais: Cadastro Único com 344 (trezentos e quarenta e quatro famílias cadastradas; Programa Bolsa Família que atende às famílias que vivem em situação de pobreza, ou seja, famílias com renda mensal por pessoa entre R$ 85,01 e R$ 170,00; desde que tenham crianças e adolescentes de 0 a 17 anos e de extrema pobreza, que são as famílias com renda mensal por pessoa de até R$ 85,00 mensais; Benefício de Prestação Continuada (BPC), um

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direito garantido pela Constituição Federal de 1988, regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS), Lei nº 8.742/93 e pelas Leis nº:12.435/2011 e nº 12.470/2011, que alteram dispositivos da LOAS; e pelos Decretos nº 6.214/2007, nº 6.564/2008 e nº 7.617/2011, onde asseguram o valor de um salário mínimo para idosos com idade de 65 anos ou mais, e às pessoas com deficiência, de qualquer idade, com impedimentos de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que comprovem não possuir meios de garantir o próprio sustento, nem tê-lo provido por sua família. Em ambos os casos, é necessário que a renda mensal bruta familiar per capita seja inferior a ¼ (um quarto) do salário mínimo vigente. Atualmente o CRAS Zilda Arns se encontra com 43 (quarenta e três) atendimentos às pessoas com deficiência e com 781(setecentos e oitenta e um) atendimentos para pessoas idosas que vivenciam situações de vulnerabilidade e risco social. Esse serviço também é realizado em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, através do Programa Melhor em Casa. O Benefício de Auxílio Moradia Transitória (Programa Municipal), é um benefício temporário de seis meses para famílias que têm sua casa com risco estrutural e social. Não existem programas ou projetos específicos para mulheres, população LGBT, negros, pessoas com deficiência. O atendimento é prestado à família, que tem em sua composição todos os segmentos.

O CRAS realiza atribuições como à acolhida e oferta de informações e realização de encaminhamentos às famílias usuárias do mesmo; planejamento e implementação do PAIF, de acordo com as características do território de abrangência; mediação de grupos de famílias dos PAIF; realização de atendimentos particularizados e visitas domiciliares às famílias referenciadas ao CRAS; desenvolvimento de atividades coletivas e comunitárias no território; apoio técnico continuado aos profissionais responsáveis pelo(s) serviço(s) de convivência e fortalecimento de vínculos desenvolvidos no território ou no CRAS; acompanhamento de famílias encaminhadas pelos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos ofertados pelo equipamento social; realização da busca ativa no território de abrangência do CRAS; acompanhamento das famílias em descumprimento de condicionalidades do Programa Bolsa Família; alimentação de sistema de informação, registro das ações desenvolvidas e planejamento do trabalho de forma coletiva; articulação de ações que potencializem as boas experiências no território de abrangência; realização de encaminhamento com acompanhamento para a rede socioassistencial; realização de encaminhamentos para serviços setoriais; participação das reuniões preparatórias ao planejamento municipal e a participação de reuniões sistemáticas no CRAS, para

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planejamento das ações semanais, definição de fluxos, instituição de rotina de atendimento e acolhimento dos usuários, entre outras ações.

No Cras Zilda Arns também são ofertados os Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV) para crianças e adolescentes. Estão cadastrados atualmente 487 (quatrocentas e oitenta e sete) e 781 (setecentos e oitenta e um) idosos, que é um serviço da Proteção Social Básica do SUAS em que é ofertado de forma complementar ao trabalho social com famílias realizado por meio do PAIF. São realizados atendimentos em grupo com atividades artísticas, culturais, de lazer e esportivas, dentre outras, de acordo com a idade dos usuários, sendo uma forma de intervenção social planejada que cria situações desafiadoras, estimula e orientar os usuários na construção e reconstrução de suas histórias e vivências individuais, coletivas e familiares, que segundo a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, é um serviço realizado com grupos, organizado de modo a prevenir as situações de risco social, ampliar trocas culturais e de vivências, desenvolver o sentimento de identidade, fortalecer vínculos e incentivar a socialização e a convivência comunitária, possuindo caráter preventivo, pautado na defesa dos direitos e desenvolvimento das capacidades e potencialidades de cada indivíduo.

Também são realizados pelo CRAS Zilda Arns os Encontros de Gestantes e Encontros de Idosos, onde são realizadas palestras, dinâmicas e oficinas, com o objetivo de promover o conhecimento aos direitos desta população. Esses serviços são mantidos com verbas do tesouro municipal e fiscalizados pela Secretaria Municipal de Assistência Social do Município.

No Cras Zilda Arns também são realizados atendimento aos beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF) com o programa de transferência direta de renda que beneficia famílias extremamente pobres (com renda mensal de até R$ 85,00 por pessoa) ou pobres (com renda mensal de R$ 85,01 a R$ 170,00 por pessoa), identificadas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal que têm como objetivo reforçar o acesso à educação, à saúde e à assistência social. Esse eixo oferece condições para as futuras gerações quebrarem o ciclo da pobreza, graças a melhores oportunidades de inclusão social.

Também são ofertados pelo CRAS os Programas de Transferência de Renda para famílias ou pessoas de baixa renda que consistem em oferecer bolsas e auxílios financeiros para a população que se encontra em vulnerabilidade social como o próprio Programa Bolsa Família. Além disso, o CRAS tem o Grupo de Gestantes que busca dotar de conhecimento sobre direitos, saúde e bem estar das gestantes acompanhadas pela equipe psicossocial, sendo que no sexto mês de gestação elas serão beneficiadas com um kit enxoval. O CRAS

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também desenvolve o serviço de Inclusão produtiva que encaminha os usuários para o Núcleo de Apoio ao Trabalho (NAT), a fim de serem capacitados com intuito de inseri-los no mercado de trabalho.

O CRAS Zilda Arns tem como objetivo planejar, coordenar, executar as atividades do serviço e acolher os beneficiários e suas respectivas famílias e a população em situações de vulnerabilidade e riscos sociais, por meio do desenvolvimento de programas e serviços para o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, ampliando o acesso aos direitos de cidadania e priorizando a Política Nacional de Assistência Social, defendendo os interesses e necessidades sociais das famílias e de seus membros e indivíduos excluídos da sociedade e em sociedade de vulnerabilidade social.

Durante a pesquisa realizada no Cras Zilda Arns nos meses de setembro e outubro de 2017, foi constatado de acordo com o Relatório Mensal de Atendimentos (RMA), que no mês de setembro o total de atendimentos realizados pelo Cras Zilda Arns foi de 800 atendimentos, sendo 111 acompanhados pelo Programa de Atendimento Integral a Família (PAIF), já no mês de outubro foram apurados 1002 atendimentos, onde 98 são acompanhados pelo PAIF, totalizando 1802 atendimentos nos dois meses.

As demandas de atendimentos realizados pelo Cras Zilda Arns são para pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social, como: gestantes, que são acompanhadas pelo PAIF, idosos, mulheres usuárias do Programa Bolsa Família e pessoas que buscam orientação sobre os benefícios eventuais da Assistência Social do município de Nossa Senhora do Socorro e para os programas sociais do Cadastro Único e sobre o BPC (Benefício de Prestação Continuada) para idosos e pessoas com deficiência.

Diante das afirmações acima apresentada, serão abordados os gráficos de análise dos atendimentos do mês de setembro e outubro de 2017 realizados pelo Cras Zilda Arns.

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Gráfico 01: Gênero

Fonte: (Elaborado pelos Autores, 2017)

É possível identificar que 95% dos atendimentos são mulheres, devido a busca por benefícios eventuais ser das RF (Responsável Familiar) do Programa Bolsa Família e das gestantes à procura de auxílio-natalidade. Apenas 5% dos atendimentos são homens que procuram o Cras para buscar orientações e para ter acesso ao BPC (Benefício de Prestação Continuada) e a participação do grupo de idosos.

Gráfico 02:

Fonte: (Elaborado pelos Autores, 2017)

Quanto ao endereço foi identificado que 99% dos usuários atendidos pelo Cras Zilda Arns residem na zona urbana, de acordo com a área de abrangência dos conjuntos João

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 95% 5%

Gênero

Mulheres Homens 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% 99% 1%

Endereço

Zon Urbana Zona Rural

(19)

Alves, Fernando Collor, Taiçoca de Fora, Neuzice Barreto, Maria do Carmo, Areal Mangabeira e Sede do município. Ficando apenas 1% para zona rural.

Gráfico 03:

Fonte: (Elaborado pelos Autores, 2017)

Sobre a renda Per Capita, foi verificado que 90% dos usuários do Cras Zilda Arns tem renda inferior a um salário-mínimo, que são família provenientes do Programa Bolsa Família, e somente 10% são beneficiários do BPC, aposentados ou pensionistas.

Gráfico 04:

Fonte: (Elaborado pelos Autores, 2017)

0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% 99% 1%

Renda Per Capita

Inferior a um salário mínimo Superior a um salário mínimo

0% 20% 40% 60% 80% 20% 70% 10%

Faixa Etária

18 a 30 anos 30 a 60 anos 60 a 65 anos

(20)

Nesse gráfico foi identificado que 70% da faixa etária dos usuários atendidos pelo Cras Zilda Arns são entre 30 a 60 anos de idade, devido ao quantitativo de RF do Programa Bolsa Família e a procura por benefícios eventuais como cesta básica e auxílio-moradia.

Gráfico 05:

Fonte: (Elaborado pelos Autores, 2017)

De acordo com o gráfico acima foi identificado que 80% dos usuários possuem apenas o ensino fundamental incompleto, 15% têm o ensino médio completo e apenas 5% dos usuários tem ensino superior, que procuram o Cras para orientação sobre a instituição e para os programas sociais do Cadastro Único. Sendo assim, conclui-se que a procura dos usuários pelo Cras Zilda Arns é resultante da situação de vulnerabilidade que se encontra no município.

2.3 Serviço Social na Instituição

A atuação profissional do assistente social do Cras Zilda Arns é baseada nos princípios fundamentais do Código de Ética Profissional do Assistente Social Lei 8662/93, onde diz que o profissional deve trabalhar com ética, trazendo respostas para as expressões da questão social, respeitando e defendendo os princípios da classe trabalhadora e os direitos humanos, repudiando todo tipo de preconceito e autoritarismo, sem fazer nenhum tipo de diferenciação com qualquer pessoa independentemente de sua classe social, raça, religião, opção sexual ou nacionalidade. 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 80% 15% 5%

Escolaridade

Ensino Fundamental Completo Ensino Médio Completo Ensino Supeior

(21)

I. Reconhecimento da liberdade como valor ético central e das demandas políticas a ela inerentes - autonomia, emancipação e plena expansão dos indivíduos sociais;

II. Defesa intransigente dos direitos humanos e recusa do arbítrio e do autoritarismo;

III. Ampliação e consolidação da cidadania, considerada tarefa primordial de toda sociedade, com vistas à garantia dos direitos civis sociais e políticos das classes trabalhadoras;

IV. Defesa do aprofundamento da democracia, enquanto socialização da participação política e da riqueza socialmente produzida;

V. Posicionamento em favor da equidade e justiça social, que assegure universalidade de acesso aos bens e serviços relativos aos programas e políticas sociais, bem como sua gestão democrática;

VI. Empenho na eliminação de todas as formas de preconceito, incentivando o respeito à diversidade, à participação de grupos socialmente discriminados e à discussão das diferenças;

VII. Garantia do pluralismo, através do respeito às correntes profissionais democráticas existentes e suas expressões teóricas, e compromisso com o constante aprimoramento intelectual;

VIII. Opção por um projeto profissional vinculado ao processo de construção de uma nova ordem societária, sem dominação, exploração de classe, etnia e gênero;

IX. Articulação com os movimentos de outras categorias profissionais que partilhem dos princípios deste Código e com a luta geral dos/as trabalhadores/as;

X. Compromisso com a qualidade dos serviços prestados à população e com o aprimoramento intelectual, na perspectiva da competência profissional; XI. Exercício do Serviço Social sem ser discriminado/a, nem discriminar, por questões de inserção de classe social, gênero, etnia, religião, nacionalidade, orientação sexual, identidade de gênero, idade e condição física. (Código de Ética Profissional do Assistente Social, Brasil, 1993, p.23-24)

Portanto, compete ao assistente social exercer suas atividades profissionais fundamentadas a partir dos princípios teórico-metodológico e ético-político da profissão, em busca da justiça social e de uma sociedade mais igualitária, respeitando a todos os gêneros, classes sociais, religião e a todas as diversidades sociais que compõe a sociedade.

De acordo com o Código de Ética Profissional é de competência do assistente social desenvolver as seguintes funções, como executar em seu ambiente de trabalho a aplicação e a efetivação das políticas sociais; realizar estudos socioeconômicos de cada realidade social, a fim de efetuar as políticas públicas corresponde para cada realidade; elaborar planos, programas e projetos, sempre atendendo as demandas da sociedade; fazer encaminhamentos para outros órgãos públicos de acordo com a necessidade do usuário; prestar serviços de assessoria e consultorias; apoiar os movimentos sociais, visando sempre o bem estar da sociedade e defendendo a garantia dos direitos sociais; organizar e administrar os órgãos pertencentes ao Serviço Social.

(22)

Art. 4º Constituem competências do Assistente Social:

I - elaborar, implementar, executar e avaliar políticas sociais junto a órgãos da administração pública, direta ou indireta, empresas, entidades e organizações populares;

II - elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos que sejam do âmbito de atuação do Serviço Social com participação da sociedade civil;

III - encaminhar providências, e prestar orientação social a indivíduos, grupos e à população;

IV - (Vetado);

V - orientar indivíduos e grupos de diferentes segmentos sociais no sentido de identificar recursos e de fazer uso dos mesmos no atendimento e na defesa de seus direitos;

VI - planejar, organizar e administrar benefícios e Serviços Sociais;

VII - planejar, executar e avaliar pesquisas que possam contribuir para a análise da realidade social e para subsidiar ações profissionais;

VIII - prestar assessoria e consultoria a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, com relação às matérias relacionadas no inciso II deste artigo;

IX - prestar assessoria e apoio aos movimentos sociais em matéria relacionada às políticas sociais, no exercício e na defesa dos direitos civis, políticos e sociais da coletividade;

X - planejamento, organização e administração de Serviços Sociais e de Unidade de Serviço Social;

XI - realizar estudos sócio-econômicos com os usuários para fins de benefícios e serviços sociais junto a órgãos da administração pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades. (Código de Ética Profissional do Assistente Social, Brasil, 1993, p.44 e 45)

Desse modo, a atuação profissional do assistente social do Cras Zilda Arns acontece por meio do atendimento social, através da escuta qualificada, preenchimento de instrumentais e os encaminhamentos para os órgãos administrativos do município de Nossa Senhora do Socorro, como: Secretaria Municipal de Assistência Social, Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Municipal de Educação, Secretaria Municipal de Cultura e Lazer, Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura, CAPS, Conselho Tutelar, CREAS, e demais CRAS do município, em busca da efetivação da execução das políticas públicas.

Também é função do assistente social do Cras Zilda Arns, a elaboração de projetos junto aos grupos de Idosos, Gestantes, do PAIF e Crianças e Adolescentes. Assim como também a realização de visitas domiciliares e a busca ativa aos usuários do Cras Zilda Arns.

A atuação profissional do assistente social do Cras Zilda Arns em parceria com outros profissionais acontece de forma respeitosa com os profissionais de outras áreas através do trabalho interdisciplinar entre as assistentes sociais e a psicóloga por meio da troca de informações, em busca de uma alternativa para a garantia aos direitos dos usuários.

Segundo o Código de Ética do Assistente Social, algumas atribuições são privativas ao assistente social como:

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Art. 5º Constituem atribuições privativas do Assistente Social:

I - coordenar, elaborar, executar, supervisionar e avaliar estudos, pesquisas, planos, programas e projetos na área de Serviço Social;

II - planejar, organizar e administrar programas e projetos em Unidade de Serviço Social;

III - assessoria e consultoria e órgãos da Administração Pública direta e indireta, empresas privadas e outras entidades, em matéria de Serviço Social; IV - realizar vistorias, perícias técnicas, laudos periciais, informações e pareceres sobre a matéria de Serviço Social;

V - assumir, no magistério de Serviço Social tanto a nível de graduação como pós-graduação, disciplinas e funções que exijam conhecimentos próprios e adquiridos em curso de formação regular;

VI - treinamento, avaliação e supervisão direta de estagiários de Serviço Social;

VII - dirigir e coordenar Unidades de Ensino e Cursos de Serviço Social, de graduação e pós-graduação;

VIII - dirigir e coordenar associações, núcleos, centros de estudo e de pesquisa em Serviço Social;

IX - elaborar provas, presidir e compor bancas de exames e comissões julgadoras de concursos ou outras formas de seleção para Assistentes Sociais, ou onde sejam aferidos conhecimentos inerentes ao Serviço Social; X - coordenar seminários, encontros, congressos e eventos assemelhados sobre assuntos de Serviço Social;

XI - fiscalizar o exercício profissional através dos Conselhos Federal e Regionais;

XII - dirigir serviços técnicos de Serviço Social em entidades públicas ou privadas;

XIII - ocupar cargos e funções de direção e fiscalização da gestão financeira em órgãos e entidades representativas da categoria profissional. (Código de Ética Profissional do Assistente Social, Brasil, 1993, p.45-47)

Em vista disso, além de atendimentos sociais, o assistente social também pode elaborar programas e projetos para a efetivação das políticas públicas na vida dos usuários, além de prestar serviços de assessoria e consultoria pra empresas publicas e privadas, elaborar provas para bancas examinadoras de concursos e a elaboração de eventos para o prestígio da profissão.

Diante do Código de Ética do Assistente Social a relação do assistente social com os usuários do Cras Zilda Arns acontece através da escuta qualificada realizada no decorrer dos atendimentos individuais e coletivos e também por meio das orientações realizadas durante as palestras em grupos com o objetivo de viabilizar os direitos sociais, respeitando as decisões dos usuários, sempre pedindo autorização dos mesmos para o uso das informações coletadas e esclarecendo sobre a atuação profissional do assistente social no seu local de trabalho e orientando sobre os serviços ofertados pelo Cras.

(24)

Art. 5º São deveres do/a assistente social nas suas relações com os/as usuários/as:

a- contribuir para a viabilização da participação efetiva da população usuária nas decisões institucionais;

b- garantir a plena informação e discussão sobre as possibilidades e consequências das situações apresentadas, respeitando democraticamente as decisões dos/as usuários/as, mesmo que sejam contrárias aos valores e às crenças individuais dos/as profissionais, resguardados os princípios deste Código;

c- democratizar as informações e o acesso aos programas disponíveis no espaço institucional, como um dos mecanismos indispensáveis à participação dos/as usuários/as;

d- devolver as informações colhidas nos estudos e pesquisas aos/às usuários/as, no sentido de que estes possam usá-los para o fortalecimento dos seus interesses;

e- informar à população usuária sobre a utilização de materiais de registro audiovisual e pesquisas a elas referentes e a forma de sistematização dos dados obtidos;

f- fornecer à população usuária, quando solicitado, informações concernentes ao trabalho desenvolvido pelo Serviço Social e as suas conclusões, resguardado o sigilo profissional;

g- contribuir para a criação de mecanismos que venham desburocratizar a relação com os/as usuários/as, no sentido de agilizar e melhorar os serviços prestados;

h- esclarecer aos/às usuários/as, ao iniciar o trabalho, sobre os objetivos e a amplitude de sua atuação profissional. (Código de Ética Profissional do Assistente Social, Brasil, 1993, p.29-30).

Também é dever do assistente social manter o sigilo profissional sobre os atendimentos com os usuários, com exceção aos casos que esteja em risco a vida do usuário. Segundo o Código de Ética do Assistente Social:

Art. 15 Constitui direito do/a assistente social manter o sigilo profissional. Art. 16 O sigilo protegerá o/a usuário/a em tudo aquilo de que o/a assistente social tome conhecimento, como decorrência do exercício da atividade profissional.[...] (Código de Ética Profissional do Assistente Social, Brasil, 1993, p.35)

A relação do assistente social com os estagiários do Cras Zilda Arns, acontece através da observação e do acompanhamento das atividades realizadas pelo assistente social, de forma que os estagiários possam assim apreender e vivenciar as teorias e atribuições profissionais estudadas no campo acadêmico. Os estagiários devem somente comparecer no local do estágio com a presença e a supervisão de um assistente social graduado e registrado no Conselho Regional de Serviço Social.

2.4 Diagnóstico

Diagnóstico social tem como objetivo o conhecimento da realidade e constitui uma das ferramentas mais importantes para nos aproximarmos do conhecimento da realidade do

(25)

objeto em estudo. Quanto mais preciso for o conhecimento da realidade do objeto existente antes da execução de um projeto, mais fácil será determinar o impacto e os efeitos que se alcançam com as ações do mesmo. O diagnóstico encontra-se ligado aos valores da sociedade e aos objetivos que se pretendem alcançar. Este serve para termos conhecimento das necessidades existentes, para estabelecer prioridades e conhecer as causas que estão na origem dos problemas.

Este diagnóstico tratará da realidade do município de Nossa Senhora do Socorro se localiza ao leste do estado de Sergipe, a dimensão da área é de aproximadamente 155,018 km2. O espaço geográfico que hoje compreende a cidade de Nossa Senhora do Socorro, desde os primórdios de sua povoação, passou por mudanças de caráter religioso e jurídico similares às diversas cidades brasileiras. Neste sentido, a elevação do referido município às categorias de freguesia, vila e cidade, obedeceram a interesses jurídicos e de ordem religiosa.

Possivelmente a ocupação de Nossa Senhora do Socorro tenha ocorrido no séc. XVI período em que se iniciou a colonização das terras da capitania de Sergipe Del Rey e fase em que a Coroa Portuguesa determinou o avanço da colonização sobre a capitania de Sergipe. (IBGE, 2010).

É importante destacar ainda a dificuldade em administrá-lo devido a sua explosão demográfica nos últimos anos. De acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2010, a população de Nossa Senhora do Socorro possuía aproximadamente 160.827 de habitantes, a população masculina representa 78.287, enquanto a população feminina é de 82.540 habitantes. Estimavam um crescimento no ano de 2017 para 181.928 habitantes, tornando-se, portanto, um município de grande porte. Dessa população, 97% encontram-se na área urbana e 3% na área rural.

O município de Nossa Senhora do Socorro é uma das cidades que têm conjuntos habitacionais enormes dentre eles podemos destacar o Conjunto João Alves Filho, comunidade onde estão localizados o Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), a Superintendência Municipal Transportes e Trânsito (SMTT), Secretaria de Obras e Urbanismo, o 5º Batalhão da Polícia Militar, a 5ª Delegacia Metropolitana, além da rede Educacional e de Saúde da Família.

Cabe ressaltar que Segundo a Constituição Federal de 1988 em seu Art. 196:

A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dos riscos de doença e de outros agravos e o acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (BRASIL, 1988).

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Desta forma, no sentido de garantir o direito a saúde e ampliar a capacidade de resposta aos problemas de saúde da população de Nossa Senhora do Socorro. A Atenção à Saúde no município é desenvolvida nos níveis primário e secundário, através das Unidades de Saúde, gerenciadas pela Secretaria de Saúde e do Hospital Regional de administração estadual.

Em virtude da complexidade do trabalho desenvolvido pela Secretaria Municipal de Saúde, a organização do trabalho está internamente distribuída entre coordenações que tanto trabalham no atendimento direto ao usuário como também, em setores de apoio a realização das atividades de atenção à saúde, são elas: Atenção Básica, Média Complexidade, Saúde Bucal, Vigilância Epidemiológica, Vigilância Sanitária, Saúde Mental, Núcleo de Planejamento, Assessoria Jurídica, Assistência Farmacêutica, Educação Permanente, Transporte, Tecnologia da Informação e Controle, Regulação e Auditoria.

A Atenção Primária conta hoje com 27 Unidades Básicas de Saúde, sendo destas, 04 de apoio em zona rural, 62 Equipes de Saúde da Família, 53 Equipes de Saúde Bucal e 04 Equipes do Núcleo de Apoio a Saúde da Família distribuídas em duas regiões denominadas como unidades em lado da BR e unidades no Complexo Taiçoca.

A Média Complexidade é composta por 04 Centros de Especialidades Médicas, 01 Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), 04 Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS), 01 Pronto Atendimento, 02 serviços de fisioterapia, 01 Serviço de Ambulâncias e um Hospital Regional de Administração Estadual.

Diante disso, a situação de saúde pública não é não tão eficiente, pois segundo os usuários a marcação de exames e a distribuição de remédio precisam ser melhoradas. O conjunto João Alves possui duas Unidades Básica de Saúde, sendo uma a Josafá Mota de Souza e a Tancredo Neves, além de possui uma base do Sistema de Atendimento Urgência (SAU), que atendem os usuários de forma a garantir seus direitos assegurados na Constituição Federal de 1988.

Segundo o IBGE de 2010 a situação da educação no município está caracterizada da seguinte forma: para o ensino pré-escolar existem aproximadamente 75 escolas, de modo que 47 são escolas privadas e 28 escolas públicas municipais. Conta com 107 escolas de ensino fundamental, dentre elas 46 são escolas privadas, 25 escolas públicas estaduais e 36 escolas públicas municipais. Enquanto que para o ensino médio o município conta com 16 escolas, no qual 5 (Cinco) são escolas privadas e 11 escolas públicas estaduais. Podemos destacar que no Conjunto João Alves há 3 (três) escolas estaduais, 5 (cinco) municipais, 2 (duas) creches sendo 1 (uma) em funcionamento e a outra com 60% das obras acabadas.

(27)

Referente às matrículas de alunos, no ensino pré-escolar encontram-se aproximadamente 4.303 matrículas, no ensino fundamental existem 25.522 pessoas matriculadas e no ensino médio 4.416 matrículas.

A taxa de analfabetismo em Nossa Senhora do Socorro segundo o Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE) 2010 é de 10,70%, o que equivale aproximadamente a 17.208 da população analfabeta acima de 15 anos.

A Assistência Social de Nossa Senhora do Socorro tem hoje cadastradas no Benefício de Prestação Continuada (BPC) que garante um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais que não podem prover seu próprio sustento. Tendo com total de beneficiários até Setembro/2017 do BPC em torno de 2.216 pessoas, sendo 1.582 Pessoas com Deficiência (PCD) e 634 idosos. Por se tratar de um benefício assistencial, não é necessário ter contribuído ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para ter direito.

No Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (Cadastro Único) é um instrumento que identifica e caracteriza as famílias de baixa renda, permitindo que o governo conheça melhor a realidade socioeconômica dessa população (MDS, 2015). Dessa forma o número de famílias cadastradas até Setembro/2017 no CADÚNICO é cerca de, 31.953 famílias, dentre eles 21.670 famílias recebem o Bolsa Família o que equivale a 48% da população. Sendo que no Conjunto João Alves 3.560 famílias possuem cadastro, onde 2.259 famílias recebem o benefício e 1.301 não recebem.

Quanto aos equipamentos sociais da Assistência Social da cidade, podemos citar atualmente 4 (quatro) Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e 2 (dois) Centros de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) que atendem a população por áreas de abrangência, além da Central do Bolsa Família e da Tenda Cultural. Destes um CRAS, Tenda Cultural e a Central do Bolsa Família ficam no conjunto João Alves.

Os serviços de transportes públicos são pontuais, acessíveis e suficientes ao município, o mesmo conta com mais de 15 linhas de Ônibus que atendem a população. Referente ao Conjunto João Alves a população é bem assistida pelo transporte público, com exceção dos finais de semana e feriados de modo que a frota de ônibus reduz, segundo os moradores os motoristas por vezes não respeitam o direito a mobilidade dos idosos e aos deficientes muitas das vezes.

Referente aos serviços públicos, a grande queixa da comunidade é o crescimento significativo da violência, tendo como forma de se proteger, através de segurança particular;

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quanto ao serviço de água, luz, esgoto, saneamento e coleta de lixo funcionam normalmente, e ainda conta com todas as ruas pavimentadas. Possui sindicatos de pesca e dos lojistas e conta com o 5º Batalhão da Polícia Militar, e a 5ª Delegacia Metropolitana de Policia Militar do Estado de Sergipe.

Contudo, os problemas existentes na comunidade destacam-se: a violência seguida da falta de segurança, sendo que a ronda de policiamento é insuficiente; mas, a saúde é o principal desses problemas, a grande reclamação da população é a falta de internet para as marcações de exames, causando longas filas nas unidades de saúde durante as madrugadas, e também a falta de certos tipos de medicamentos, que são importantes para manter a saúde da população socorrense.

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3. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL

3.1. Abrangência do Projeto

O Centro de Referência de Assistência Social Zilda Arns (CRAS) é uma unidade pública estatal descentralizada da Política de Assistência Social sendo responsável pela organização e oferta dos serviços socioassistenciais da Proteção Social Básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) nas áreas de vulnerabilidade e risco social dos municípios e Distrito Federal. Dada sua capilaridade nos territórios, se caracteriza como a principal porta de entrada do SUAS, ou seja, é uma unidade que propicia o acesso de um grande número de famílias à rede de proteção social de assistência social.

O CRAS Zilda Arns é gerenciado pela Secretaria Municipal de Assistência Social do município de Nossa Senhora do Socorro, que tem como missão realizar com ética a gestão da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), está localizado no município de Nossa Senhora do Socorro, na Avenida J, Nº79, Complexo Taiçoca, no conjunto João Alves Filho, no Estado de Sergipe.

São realizados pelo CRAS Zilda Arns os Encontros de Gestantes e Encontros de Idosos palestras, dinâmicas e oficinas com o objetivo de promover o conhecimento aos direitos desta população. Esses serviços são mantidos com verbas do tesouro municipal e fiscalizados pela Secretaria Municipal de Assistência Social do Município.

O CRAS Zilda Arns é composto por 01 (uma) coordenadora; 02 (duas) recepcionistas; 01 (uma) auxiliar administrativo; 03 (três) assistentes sociais; 01 (uma) psicóloga; 01 (uma) educadora social; 02 (duas) cadastradoras do Programa Bolsa Família; 04 (quarto) estagiários; 01 (uma) auxiliar de serviços gerais; 01 (um) guarda municipal e 01 (um) motorista. O público-alvo do CRAS Zilda Arns são as gestantes, idosos e pessoas provenientes de famílias em situação de riscos sociais e econômicos em busca de solicitação para inserção em programas como o Bolsa Família. São realizados encaminhamentos para emissão de documentos, cursos profissionalizantes, benefícios eventuais.

O CRAS Zilda Arns tem a finalidade de promover a cidadania e a garantia dos direitos sociais às famílias em situação de vulnerabilidade social, visando à orientação e o fortalecimento do convívio sociofamiliar.

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3.2 Resumo

Este presente projeto de intervenção tem por finalidade sensibilizar os idosos, assistidos pelo Cras Zilda Arns, sobre a garantia dos seus direitos, através das ações realizadas pelos estagiários Anieliza Santos Nascimento e a supervisora do campo de estágio. As ações de intervenção foram projetadas diante da necessidade de enfatizar o direito a cidadania para os idosos, em que serão apresentadas três ações e irão comover aos idosos sobre os direitos a saúde, ao transporte e ao lazer. O projeto de intervenção contará com a parceria de representantes das áreas dos temas abordados nas ações. Portanto, o projeto de intervenção de estágio tem por finalidade, a aplicação da pratica profissional, observadas e adquiridas durante a realização do Estágio I e II.

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3.3 Participantes

O público-alvo deste projeto será o grupo de idosos São Francisco do SCFV assistidos pelo Cras Zilda Arns do município de Nossa Senhora do Socorro/SE.

Crianças 0 - 12 Adolescentes 13 – 17 Jovens 18 - 29 Adultos 30 – 59 Idosos 60 ou +. TOTAL X 37 3.4 Justificativa

Esta proposta de intervenção tem como prioridade possibilitar o conhecimento aos idosos acompanhados pelo CRAS Zilda Arns, do Município Nossa Senhora do Socorro, sobre seus direitos garantidos na Lei nº 8.842, que sanciona a Política Nacional do Idoso e no Estatuto do Idoso estabelecida na Lei nº 10.741. Essa temática foi escolhida mediante conversas durante as visitas realizadas no grupo de idosos São Francisco do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vinculo (SCFV), do Município de Nossa Senhora do Socorro, onde os mesmos comentavam algumas situações vivenciadas no seu dia a dia. Através desse projeto de intervenção, os idosos terão oportunidade de aprofundarem e conhecerem melhor seus direitos, a fim de buscarem de forma consciente a efetivação dos mesmos. Segundo a Lei Nº 8.842 de Janeiro de 1994 no Art. 1º: “A política nacional do Idoso tem por objetivo assegurar os direitos sociais do idoso, criando condições para promover sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade.” (BRASIL, 1994, p.5).

As ações propostas na intervenção de estágio são fundamentas de acordo com o Estatuto do Idoso, onde assegura:

Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso, destinado a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos. Art. 2º O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.

Art. 3º É obrigação da família, da comunidade, da sociedade e do Poder Público assegurar ao idoso, com absoluta prioridade, a efetivação do direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito e à convivência familiar e comunitária. (Estatuto do Idoso, 2003).

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Diante disso, será enfatizado durante as ações o direito a Saúde, Transporte e ao Lazer, previstos nos artigos 15º, 20º, 23º e 39º § 2 do Estatuto do Idoso:

Art. 15º É assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde – SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos. (Estatuto do Idoso, 2003)

No artigo 20 do Estatuto do Idoso, diz que:

Art. 20º O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição de idade. (Estatuto do Idoso, 2003)

Pode-se afirmar que o Estatuto do Idoso veio evidenciar e tornar mais claro o papel de toda sociedade Civil e do Estado, a respeito dos direitos constitucionais garantidos para este público, no tocante à alimentação, saúde, educação, lazer, cultura, esporte, etc.

Art. 23º A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante descontos de pelo menos 50% (cinquenta por cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais.

O idoso também tem o direito de descontos em alguns locais culturais e total gratuidade no transporte público, onde uma parte dos assentos são destinados a esse público.

Art. 39º Aos maiores de 65 (sessenta e cinco) anos fica assegurada a gratuidade dos transportes coletivos públicos urbanos e semi-urbanos, exceto nos serviços seletivos e especiais, quando prestados paralelamente aos serviços regulares.

§ 2 Nos veículos de transporte coletivo de que trata este artigo, serão reservados 10% (dez por cento) dos assentos para os idosos, devidamente identificados com a placa de reservado preferencialmente para idosos. (Estatuto do Idoso, 2003)

Sendo assim, será buscado à garantia e efetivação desses direitos constitucionais, que possibilitará a inclusão, participação, autonomia da pessoa idosa na sociedade, através de lutas e conquistas, resultantes da Lei nº 8.842/94 e do Estatuto do Idoso, em 2003.

(33)

3.5 Objetivos

3.5.1 Objetivo Geral

Esclarecer os Idosos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos acompanhado pelo Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Zilda Arns, sobre os direitos pressupostos no Estatuto do Idoso.

3.5.2 Objetivos Específicos

1- Promover uma tarde de esclarecimentos acerca do direito à saúde.

2- Potencializar o entendimento da pessoa idosa sobre a garantia do direito ao Transporte Público.

3- Desenvolver uma roda de conversas sobre os direitos do Idoso, sendo enfatizado o direito ao Lazer.

3.6 Metodologia

A proposta de intervenção será dividida em três ações, com a finalidade de sensibilizar os idosos do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos acompanhado pelo CRAS Zilda Arns acerca da efetivação dos seus direitos.

Na primeira ação será esclarecido aos idosos a respeito do direito a Saúde, através de uma roda de conversa, onde os estagiários de serviço social esclarecerão sobre a importância do acompanhamento médico, exames e a alimentação saudável para esse público. A segunda ação terá o intuito de proporcionar aos idosos um diálogo em relação ao direito do Transporte Público, durante está ação, os estagiários estarão esclarecendo as condicionalidades para o uso do transporte público coletivo municipal e intermunicipal e mostrarão a evolução e a importância desse direito na vida da Pessoa da Terceira Idade. Além disso, um agente a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) para explanar de forma mais assídua este direito constitucional.

A terceira ação será realizada com o objetivo de desenvolver um momento de convivência, interação e lazer, na mesma os estagiários com supervisora de campo, desenvolverão uma explanação sobre a conquista e a importância da efetivação do direito ao Lazer e da Alimentação. Esta atividade acontecerá no Parque Augusto Franco durante uma tarde de atividades, onde serão desenvolvidas oficinas de danças, jogos e esportes, finalizando com lanche.

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3.7 Equipe de Trabalho

Nome Função no projeto Formação Profissional

Anieliza Santos Nascimento

Executadores Estagiária de Serviço Social.

Cleiton de Jesus Santos Executadores Estagiário de Serviço Social. Maria do Carmo Paiva da

Silva

Executadores Estagiária de Serviço Social.

Tatiane Gois Barreto Supervisora Assistente Social. Marcus Vinicius

Carvalho Nabuco Davila

Palestrante Coordenador de Educação para o trânsito da SMTT de Nossa Senhora do Socorro.

3.8 Divulgação do Projeto

Planejamento das atividades de divulgação

Instrumentos Objetivos Data

Diálogo Informar os Idosos do

Projeto de Intervenção.

17/04/2018

Diálogo Convidar outros técnicos do Cras para prestigiar o projeto.

23/04/2018

3.9 Interação do Projeto com outras Políticas Públicas

Este projeto de intervenção terá contribuição da Política Pública de Mobilidade Urbana que dispõe do serviço de “Transporte Púbico Coletivo: serviço público de transporte de passageiros acessível a toda a população mediante pagamento individualizado, com itinerários e preço fixados pelo poder público”; (BRASIL, 2012). A mesma dará embasamento teórico a uma ação que será desenvolvida.

Referências

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