• Nenhum resultado encontrado

n. 9 - setembro

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "n. 9 - setembro"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais

Av. José Cândido da Silveira, 1.647 - Cidade Nova - 31170-000 Belo Horizonte - MG - site: www.epamig.br - e-mail: faleconosco@epamig.br

METODOLOGIA DE AMOSTRAGEM EM VIVEIRO E EM LAVOURA CAFEEIRA

PARA ANÁLISE DE NEMATÓIDES

1

Sônia Maria de Lima Salgado2 Jadir Borges Pinheiro3 Rosângela D’Arc de Lima Oliveira4 INTRODUÇÃO

Os nematóides constituem um dos fatores limitantes à produção cafeeira. As espécies mais danosas pertencem aos gêneros Meloidogyne e Pratylenchus. Seu modo de vida associado ao seu tamanho microscópico dificulta a diagnose das doenças causadas por este organismo em condições de campo onde se distribuem de maneira irregular.

O monitoramento dos nematóides por meio da coleta de amostras de solo e raízes deve ser realizado tanto na lavoura cafeeira em produção como na fase de formação de mudas, na instalação de lavoura nova, na reforma de lavoura velha e também na compra de mudas de viveiristas. Informações a respeito da topografia do terreno, histórico de uso da área, origem das mudas, idade da lavoura, presença de plantas com sintomas de deficiência mineral ou ‘reboleiras’ de plantas amarelecidas ou com crescimento reduzido, circulação de equipamentos de outras áreas ou lavouras, principais plantas daninhas infestantes e manejo que está sendo usado na cultura ajudam na avaliação da presença de nematóides na área cafeeira.

PLANO DE AMOSTRAGEM PARA VIVEIROS

A metodologia para a coleta das amostras de raízes das mudas de café para análise em laboratório, de acordo com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), por meio da Portaria nº 863 (IMA, 2007), designa:

a) dividir o viveiro em lotes de, no máximo, 200 mil mudas; b) dividir cada lote em quatro quadrante (Fig. 1);

c) em cada quadrante, selecionar alternativamente os canteiros para a amostragem e avaliar 0,1% das mudas, com um mínimo de 30 mudas;

d) dividir cada canteiro em cinco setores numerados de 1 a 5, a partir das extremidades do canteiro. Nos setores 1, 2, 4 e 5 retirar duas mudas e no centro do setor 3, retirar quatro mudas; e) formar uma amostra composta com todas as mudas de cafeeiro de cada quadrante,

acondicionar em saco plástico e identificar corretamente.

1

Circular Técnica produzida pela EPAMIG-Centro Tecnológico do Sul de Minas (CTSM). Tel.: (35) 3821-6244 - Correio eletrônico: ctsm@epamig.ufla.br

2

Enga Agra, D.Sc., Pesq. EPAMIG-CTSM, Caixa Postal 176, CEP 37200-000 Lavras-MG. Correio eletrônico:

soniamaria@ufla.br

3

Engo Agro, Bolsista Pós-Doc Júnior CNPq/UFLA-Depto Fitopatologia, Caixa Postal 3037, CEP 37200-000 Lavras-MG. Correio eletrônico: jadirborges@hotmail.com

4

Enga Agra, D.Sc., Profa Adj. UFV - Depto Fitopatologia, CEP 36570-000 Viçosa-MG. Correio eletrônico:

(2)

Figura 1 - Representação esquemática de viveiro ou lote (máximo de 200 mil mudas) com os pontos de coleta dentro dos canteiros (C) de cada quadrante

(3)

PLANO DE AMOSTRAGEM EM LAVOURA CAFEEIRA

O primeiro passo para correta diagnose do parasitismo de nematóides nos cafeeiros é realizar uma amostragem adequada na área do cafezal ou na área utilizada para implantação da nova lavoura. Segundo Freitas et al. (2007), antes de realizar a coleta das amostras, quatro perguntas devem ser respondidas: o que coletar; quando coletar; onde coletar e como coletar. Devem ser coletadas amostras de solo mais raízes na periferia das reboleiras, pois nessa região, a quantidade de nematóides em plena atividade é maior, o que facilita detectá-los.

Vários fatores devem ser considerados no plano de amostragem da lavoura cafeeira (Quadro 1). Deve-se fazer caminhamento em zigue-zague (Fig. 2A) e efetuar amostragens de maneira a coletar o solo e raízes em ambos os lados da projeção da copa do cafeeiro (Fig. 2B), alternando esses lados de duas em duas plantas.

QUADRO 1 - Recomendações técnicas de amostragem de solo e/ou raízes para análise de nematóides em lavoura cafeeira

Critério Recomendação

Época de amostragem Preferencialmente no período da floração e frutificação da cultura,

quando o solo apresentar umidade em torno de 40%-60% da capacidade de campo.

Ferramentas e materiais necessários Enxadão, enxada ou trado de 2,5 cm de diâmetro, para retirada das

amostras; balde; sacos plásticos; etiquetas ou outro material para identificação da amostra; caneta, formulário ou folha para anotação de informações adicionais.

Medidas prévias à amostragem Dividir a área em talhões de acordo com a cultivar de café, tipo de

solo e topografia do terreno.

Profundidade e local de coleta Remover a camada superficial do solo antes de retirar as amostras.

As amostras simples são retiradas numa profundidade de 20 a 30 cm, em pontos ligeiramente internos à área de projeção da copa.

Tamanho da amostra simples (sub-amostras)

Aproximadamente, 150 gramas de solo e 10 gramas de raízes

Preparo e tamanho da amostra composta

Reunir 10-12 amostras simples dentro de um balde, misturar bem e retirar no mínimo 500 gramas de solo e 100 gramas de raízes. Número de amostras compostas por

área

Uma amostra composta por hectare.

Usar o bom senso e, se houver necessidade, coletar maior número de amostras para boa representatividade da área.

Cuidados com as amostras Acondicionar as amostras em sacos plásticos fechados, manter à

sombra para evitar perda de umidade e ressecamento durante a amostragem na lavoura. Armazená-las a temperatura de 8°C, até envio ao laboratório. Para a diagnose de nematóides as amostras devem ser extraídas dentro de um período não superior a 8-10 dias de coleta.

Identificação da amostra Deve conter informações como: ponto de coleta na lavoura ou talhão,

data da coleta, idade e cultivar de café. Informações adicionais que devem ser

enviadas ao laboratório junto com as amostras

Informar o nome e endereço do produtor e da propriedade, histórico de uso da área, data da última aplicação de produtos químicos ao solo, tamanho da lavoura, plantas daninhas presentes na área, presença de sintomas, de pragas e de outras doenças.

(4)

Figura 2 - Plano de amostragem em lavoura cafeeira

NOTA: Figura 2A - Caminhamento em zigue-zague. Figura 2B - Coleta de solo e raízes com alternância dos lados na projeção da copa do cafeeiro.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O monitoramento da lavoura cafeeira, com amostragens periódicas para detecção de nematóides ou mesmo acompanhamento da população desses organismos na lavoura, possibilita prevenir ou evitar perdas maiores provocadas pelo parasitismo dos nematóides no cafezal, acompanhar a distribuição na área e evitar a possível disseminação dentro da lavoura e/ou para lavouras vizinhas. Qualquer desconfiança por parte do produtor, quanto à ocorrência de nematóides em lavouras cafeeiras, deve ser tratada com critério e rapidez. O quanto antes a infestação for detectada, mais fácil fica intervir e maior o sucesso na implementação de medidas de controle.

O produtor, em hipótese alguma, deve plantar mudas de cafeeiro ou de plantas utilizadas para arborização/quebra-ventos infectadas por nematóides. Dessa forma, ao adquirir ou produzir suas mudas deve-se ter o cuidado de utilizar água e substrato isentos de nematóides ou obtê-las de viveiristas credenciados, os quais são obrigados a apresentar o certificado de sanidade das mudas de café, que atesta a ausência de espécies de nematóides nocivas ao cafeeiro.

REFERÊNCIAS

FREITAS, L.G.; NEVES, W.S.; OLIVEIRA, R.D.L. Métodos em nematologia vegetal. In: ALFENAS, A.C.; MAFIA, R.G. (Ed.). Métodos em fitopatologia. Viçosa, MG: UFV, 2007. p. 253-291.

IMA. Portaria no 863, de 29 de agosto de 2007. Disciplina a produção, a entrada, o comércio e o trânsito de mudas de café no estado de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2007. Disponível em: <http\\www.imanet.ima.mg.gov.br/nova/legis/portarias_pdf/0863.pdf>. Acesso em: 18 set. 2007.

(5)

ANEXO A - LABORATÓRIOS CREDENCIADOS PARA ANÁLISE DE NEMATÓIDES EM MINAS GERAIS

1 - Clínica Fitossanitária

UFLA – Departamento de Fitopatologia Campus Universitário

Caixa Postal 3037

CEP 37200-000 Lavras-MG Telefone: (35) 3829-1278

Correio eletrônico: epidem@ufla.br 2 - Clínica de Doenças de Plantas

UFV – Departamento de Fitopatologia Vila Gianetti, Casa 36

CEP 36570-000 Viçosa-MG

Telefone: (31) 3899-2623 e (31) 3899-1084 3 - Laboratório de Diagnóstico Fitossanitário

Instituto Mineiro de Agropecuária – IMA

BR 040, KM 527 – Bairro Kenedy, Anexo ao Ceasa CEP 32145-900 Contagem-MG

Telefone: (31) 3394-2466, ramal 40; FAX: (31) 3394-1902

Correio eletrônico: fito@ima.mg.gov.br

Esta nova edição da Circular Técnica é uma fusão das Circulares Técnicas do Centro Tecnológico do Sul de Minas (CTSM), Centro Tecnológico do Norte de Minas (CTNM) e Centro Tecnológico da Zona da Mata (CTZM) publicadas pela EPAMIG até 2006.

Departamento de Transferência e Difusão de Tecnologia Divisão de Publicações

Referências

Documentos relacionados

Quando analisamos o incremento no comparativo anual, deve-se considerar (i) reajuste de preços médio de 22%; (ii) Mix de Produtos (afetados pela estratégia de retenção através

Estudou-se a influência dos seguintes parâmetros do laser: potência média e de pico, energia por pulso e largura temporal, densidade de potência, taxa de repetição, largura do co

Quanto ao estudo da relação entre as características psicológicas e a patologia obstétrica e resultado do parto, utilizando o teste t de Student, comparámos as mulheres

Isto demonstra que a larga utilização desses frutos em setores diversos é questão de muito pouco tempo e com isso, os resíduos em forma de caroço estarão em

irregularidade processual que tenha como consequência a anulação de actos subsequentes. Juiz considerou confessados os factos articulados pela Autora na petição inicial e

lativa à altura do plano do laser A indicação da posição do receptor em relação à altura do plano do la- ser indica, através de uma seta, a direcção para a qual o receptor tem

Nesse trabalho foram avaliados após o primeiro ano de transição agroecológica da lavoura cafeeira, os efeitos dos manejos orgânico e convencional na atividade microbiana do solo,

Os resíduos vegetais que apresentaram maior perda de N por volatilização de NH 3 foram a folha de café e a palha de milho, sendo aproximadamente de 12,0 e 11,7 kg