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Academic year: 2021

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A IMPORTÂNCIA DE UM BOM PROJETO NA PECUÁRIA DE CORTE.

A idéia de projeto, em qualquer atividade econômica é bastante elástica. Em geral um projeto é resultado de um estudo minucioso do ambiente onde se pretende implantar um sistema de produção Desta forma um bom projeto deva indicar o melhor caminho para se produzir. Na pecuária de corte, produzir de forma competitiva é o objetivo central da atividade. E ser competitivo é mais do que ter lucros, é perpetuar seu sistema de produção. Perpetuação é o conceito definitivo de eficácia econômica.

Diferentemente da visão especulativa de muitos pecuaristas e investidores um projeto bem elaborado na pecuária de corte não busca melhor preço de venda, e sim o custo de produção mais competitivo associado ao desfrute máximo do rebanho sobre uma determinada área disponível a pecuária e as pastagens

Cada atividade agropecuária tem sua particularidade. No caso da pecuária de corte, um projeto tem peculiaridades específicas que diferem muito de outros projetos agropecuários, especialmente os projetos de produção agrícola, sejam produções anuais ou perenes. Na realidade a pecuária de corte, e a de leite também, são muito distintas das outras atividades pois manejam estoques vivos sobre acervos agrícolas permanentes, no caso, as pastagens.

Abordamos nesse artigo as principais características envolvidas na elaboração de um bom projeto na pecuária de corte, e sua importância na busca da lucratividade do binômio terra/rebanho em pecuária de corte.

OBJETIVOS

O estabelecimento de um objetivo e o conjunto de metas deve esta claro para o projetista. Em geral esta percepção se define a partir de propostas do pecuarista ou empresário responsável pelo financiamento do projeto e da visão agroeconômica que dará suporte a esta proposta.

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No caso da pecuária de corte, e na maioria das atividades agrícolas, o objetivo central é ser competitivo. Como um projeto isoladamente não influencia os preços de mercado (ou mesmo um conjunto de projetos) ser tomador de preço é a regra. Portanto o pecuarista deve atingir excelência na gestão do binômio custos/produtividade. Desta forma o ajuste de um sistema de produção se fará pelo critério implícito da equivalência do custo marginal versus a receita marginal. Isto se faz pela busca constante do aumento da produtividade em kg de peso vivo /ha. O aumento de produtividade trás aumentos de custo. Equalizar receita marginal ao custo marginal significa operar em nível de ótimo econômico. Este é o nível em que o ultimo esforço para aumento da produtividade gera um custo adicional exatamente igual ao aumento da receita gerada pelo aumento desta ultima produtividade. Na pratica isto quer dizer na pecuária que um bom projeto deve maximizar o desfrute do rebanho ao menor custo possível. Na redação do projeto este ajuste é feito em geral de trás para frente. Estabelece-se um modelo de produção, incluindo os seguintes aspectos:

1. A disponibilidade de pastagem e água.

2. O tamanho do rebanho a ser atingido e seu desfrute.

3. A flutuação da taxa de lotação (em UA/ha) durante o ano,

4. Todo o manejo da alimentação suplementar as pastagens, incluindo ferramentas para aceleração da engorda como o semi-confinamento e o semi-confinamento.

5. Todo o manejo do rebanho.

6. O manejo da reprodução quando se faz cria.

Definido o sistema de produção são feitos os orçamentos de investimento, custos, despesas e receitas para elaboração do fluxo de caixa do projeto. A partir deste sistema são feitas as simulações para se chegar ao modelo mais competitivo.

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ANÁLISE ECONOMICA.

É importante definir alguns parâmetros para a análise econômica do projeto, e principalmente saber traduzir os valores deste parâmetro nas comparações de alternativas do capital a ser investido.

É recomendável tomar cuidado com o valor investido na terra na análise econômica de projetos de investimento em agronegócio. Parece ser consenso no Brasil que terras agrícolas ainda se valorizarão por muitos anos. E segundo Wes Ishmael ( Texas Cattle feeders Associtiation, Annual 2.008) esta tendência de valorização de terra está em pleno vigor também nos EUA. Segundo o mesmo autor, entre 1.982 e 1997 nada menos que 2,2 milhões de acres de terras agrícolas, quase 1 milhão de hectares, foram convertidas em áreas urbanas.

Tem se registrado queda de preço nas terras agrícolas no Brasil, em função da crise mundial. Porém, no longo prazo as perspectivas de valorização de terras agrícolas no Brasil ainda são grandes. Desta forma, o investimento em terra por si só pode ter um retorno econômico independente do projeto de produção pecuária planejado. O aspecto central de um projeto em pecuária é rentabilidade e competitividade do seu sistema de produção, que é definido pelos investimentos realizados “sobre” a terra. O chamado investimento produtivo em reforma e divisões de pastagens, distribuição de água, infra-estrutura em instalações e máquinas agrícolas.

Infelizmente a qualidade agronômica da terra não guarda grande racionalidade no seu valor como fator de produção quando se compara regiões distintas do país. Terras de alta fertilidade e relevo amigável para a produção no norte do Brasil são muito mais baratas que terras de qualidade muito inferior na região sudeste por exemplo.

Quando se analisa os investimentos produtivos sobre a terra, os principais parâmetros a ser observado quanto á viabilidade econômica da atividade, gerados pelo fluxo de caixa do projeto são:

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Valor Presente: É valor do saldo de caixa do último ano do projeto

descontado a uma taxa de juros anual, para ser avaliado em valores financeiros do 1º ano do projeto. Na pratica é o valor financeiro do projeto.

Taxa Interna de Retorno: Mede a rentabilidade financeira do

investimento no projeto, isto equivale a dizer qual o custo máximo da taxa de juros para o financiamento do investimento no projeto.

Repagamento: Com o fluxo de caixa e suas simulações é possível se

estimar em qual momento (em qual ano) o caixa do projeto se torna positivo, caracterizando o repagamento dos investimentos realizados. Em geral a partir deste momento a atividade se torna auto-sustentada do ponto de vista financeiro.

Rentabilidade do Capital de giro: Estima percentualmente quanto a

receita total do projeto é superior ao custo total do projeto, considerando-se todo o horizonte de análise, isto é, do primeiro até o ultimo ano do projeto.

Lucro Bruto (operacional) Anual e por hectare: É a lucratividade

em caixa da atividade estimada ano a ano. É Calculada pela diferença das receitas menos os custos e despesas efetivamente desembolsadas no ano, divididos pela área produtiva em hectares do projeto.

HORIZONTE DE ANÁLISE

A pecuária tem um ciclo de produção longo. Entre a prenhês de uma vaca e o abate do seu bezerro, em sistemas bem tecnificados o tempo médio gasto é de 42 meses. A evolução do rebanho num projeto de pecuária leva em média 3 a 4 anos para se estabilizar atingindo a maior lotação das pastagens possível com o máximo desfrute do rebanho. Em projeto de cria ou ciclo completo (cria, recria e engorda) o tempo médio para estabilização do rebanho vai de 4 a 6 anos.Por isso o ideal é elaborar projetos com horizonte longos, de 10 a 15 anos para análise econômica e simulações coerentes do modelo de produção.

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TECNOLOGIA

Como a projeção da evolução do rebanho até a sua estabilização pode levar vários anos, é fundamental que um projeto detalhe os vários pressupostos sobre a tecnologia a ser adotada, desde o tipo de pastagem e o seu manejo passando pela definição do manejo da alimentação, do rebanho e o sistema de reprodução. A tabela 1 resume, de forma simplificada, os principais aspectos de tecnologia que envolve a produtividade de peso vivo/hectare num projeto de pecuária de corte.

TABELA 1: TECNOLGIA E PRODUTVIDADE NA PECUÁRIA DE CORTE. TENCOLGIA EM DEFINIÇÕES DO PROJETO IMPACTO NA PRODUTIVIDADE

Pastagem Recuperação da fertilidade original do solo, reformas e recuperações de pastagens a serem feitas, definição do manejo das pastagens (rotacionado ou contínuo), definição das divisões de pasto, do manejo da água; definição do uso de adubo em cobertura de forma periódica nas pastagens.

Suporte/ha em unidades animais ao longo do ano,

Produtividade em kg de peso vivo/ha/ano,

Produtividade e preservação das pastagens

Maximização da vida útil das pastagens, evitando reformas de pasto em prazos inferiores á 15 anos.

Nutrição do Rebanho Nível de suplementação mineral, protéica e energética, Adoção do semi-confinamento ou confinamento

Uso de cochos, e/ou mangas para suplementação a pasto Adoção ou não do semi

confinamento ou do

confinamento

Desempenho do rebanho em natalidade, crescimento e ganho de peso,

Velocidade de crescimento, engorda Auxilio na redução da pressão de pastejo durante o ano.

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TABELA 1: TECNOLGIA E PRODUTVIDADE NA PECUÁRIA DE CORTE.

(continuação). Manejo do rebanho

Nível de cuidado dos bezerros castração e outras práticas de manejo. Programa sanitário do rebanho, Vacinações e medicações Formação de lotes. Controle zootécnico.

Suporte ao desempenho do rebanho, evitando perdas por morte o quedas no desempenho

Manejo da Reprodução

Uso de touros ou inseminação artificial, adoção de estação de monta, formação de lotes de matrizes e touros,

Compra e reposição de touros, compra de sêmens, plano de acasalamentos e treinamento da mão de obra.

Viabilizar o potencial genético para exibição do potencial máximo de produção em peso vivo/há/ano instalado na fazenda.

COMENTÁRIOS FINAIS.

Uma simples reforma de 10 ha de pastagem, bem feita, não sai por menos de R$ 12 mil. E dependendo da propriedade, a reforma de 10 ha de pastagem deve ser acompanhada de um novo conceito de produção planejado para que não se repita os mesmos estratégicos e de gestão do passado. Em situações de maiores investimentos o planejamento se justifica ainda mais. É muito comum também serem realizados investimentos em novas áreas, incluindo a compra de propriedades sem o apoio de um projeto de investimento que focalize uma mudança mais competitiva na forma de produzir. As vantagens de se ter um bom projeto na pecuária de corte são evidentes, destacamos algumas abaixo:

 Facilita o estabelecimento do foco das tecnologias a serem adotadas e suas diversas interações. Este aspecto tem

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fundamental importância quando se maximiza cada atividade, cria , recria ou engorda, procurando diferenciar os “subsistemas” dentro do sistema geral planejado, diferenciando a integração das tecnologias para cada fase da produção (cria, recria e engorda).

 Estimar o volume financeiro de investimento com mais precisão para se atingir uma a nova proposta de produção viabilizando a maximização do binômio lotação em UA/ha e o percentual de desfrute do rebanho.

 Estimar o retorno financeiro do novo sistema de produção da fazenda permitindo uma avaliação de risco e liquidez para a atividade e o tempo que se pode demorar até atingir um nível ótimo de produção.

 Facilitar simulações de cenário no papel ao invés de correr riscos reais sem alternativas prévias, fator de grandes prejuízos na pecuária de corte feita sem planejamento.

Em geral havendo recurso para investimento, independente de a fazenda ser grande ou pequena, o gasto com um planejamento bem feito é muitas vezes mais barato do que correr riscos de insucessos e perdas financeiras no investimento a ser realizado que podem ocorrer quando não se tem um planejamento bem feito.

Ari José Fernandes Lacôrte

Engenheiro Agrônomo MS Consultor Sênior em Pecuária

(19) 3432-3008

Referências

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