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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

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Academic year: 2021

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Carina Martins de Moraes

Produção e avaliação de proteína SeM

recombinante para o controle de Adenite Eqüina

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS

Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia

Tese

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CARINA MARTINS DE MORAES

Produção e avaliação de proteína SeM recombinante para o controle de Adenite Equina

Orientador: Dr. Carlos Gil Turnes

Co-orientadores: Dr. Carlos Eduardo Wayne Nogueira Dr. Fábio Pereria leivas Leite

Dr. Fabrício Rochedo Conceição

Pelotas, 2008

Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas, como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Ciências (área de conhecimento: Produção de Vacinas).

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Banca examinadora:

Prof. Dr. Agueda Palmira Castagna de Vargas, Universidade Federal de Santa Maria

Prof. Dr. Carlos Eduardo Wayne Nogueira, Universidade Federal de Pelotas

Prof. Dr. Silvia Oliveira Hübner, Universidade Federal de Pelotas

Prof. Dr. Fábio Pereira Leivas Leite, Universidade Federal de Pelotas (Co-orientador)

Prof. Dr. Fabrício Rochedo Conceição, Universidade Federal de Pelotas (Co-orientador)

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Dados de catalogação na fonte:

Ubirajara Buddin Cruz – CRB-10/901 Biblioteca de Ciência & Tecnologia - UFPel

M827p Moraes, Carina Martins de

Produção e avaliação de proteína SeM recombinante para o controle de adenite eqüina / Carina Martins de Moraes ; orientador Carlos Gil Turnes ; co-orientador Carlos Eduardo Wayne Nogueira, Fábio Pereira Leivas Leite, Fabrício Rochedo Conceição. – Pelotas, 2008. – 79f. : il. – Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. Centro de Biotecnologia. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas, 2008.

1.Biotecnologia. 2.Adenite eqüina. 3.Streptococcus equi. 4.rSeM. 5.Vacina. 6.ELISA. I.Turnes, Carlos Gil. II.Nogueira, Carlos Eduardo Wayne. III.Leite, Fábio Pereira Leivas. IV.Conceição, Fabrício Rochedo. V.Título.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente aos meus pais, Roni e Jacira, por sempre estarem ao meu lado me incentivando e por terem despertado em mim o gosto pela pesquisa e experimentação mesmo sem serem pesquisadores, estimulando minhas indagações durante a vida. Essa conquista também é de vocês.

Ao meu orientador, Dr. Carlos Gil Turnes, por todo apoio durante o desenvolvimento deste projeto. Professor acima de tudo, me ensinou que a única forma de adquirir sabedoria é compartindo o conhecimento e me mostrou que a docência é uma eterna troca de aprendizado.

Ao Dr. Fábio Pereira Leivas Leite, pela amizade e pelo exemplo de profissional a ser seguido. Em todas as etapas deste trabalho soube orientar de forma impecável muitos de meus passos, estimulando e tornando possível meu crescimento pessoal e profissional. Suas atitudes sensatas e retas foram impressindíveis para que eu sempre focasse em meus objetivos.

Ao Dr. Carlos Eduardo Wayne Nogueira pela amizade, parceria de longa data e por ter despertado em mim, desde a graduação, o respeito pela vida animal e o gosto pela clínica médica. Sua colaboração de grande valia nunca me permitiu esquecer que a pesquisa científica, antes de mais nada, deve ter aplicação prática.

Ao Dr. Fabrício Rochedo Conceição, por sua contribuição científica importantíssima para a realização desta tese.

A Dr. Agueda Vargas e ao LABAC, por toda a colaboração e parceria desde o início deste trabalho.

Aos grandes amigos e colaboradores, Andréa e Alceu. Espero que minhas atitudes durante estes anos de trabalho possam ter expressado minha gratidão por tudo que o apoio de vocês significou e sempre significará para mim. Sem vocês este trabalho não seria possível.

Aos amigos do laboratório 4 do CENBIOT (Adalgisa, Liana, Lorena, Mayara, Mariana, Nizoli, Rodrigo, João Rodrigo, Cleonice, Luciano) e do laboratório 6 do Instituto de Biologia (Regis e Rita), pelo companheirismo e por tornarem os dias de trabalho mais alegres.

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À minha amiga de todas as horas, Talita, pelas lágrimas e risadas divididas e por me fazer enxergar que mesmo parecendo, nada é por acaso. E que é nas situações mais difíceis que aprendemos as maiores lições.

Aos velhos amigos Fabiana, Milton e Amanda, que me conhecem como ninguém e que me impulsionaram desde o início a buscar meus objetivos sem esquecer quem sou.

Aos verdadeiros amigos adquiridos durante a caminhada: Éverton, Flávia, Luana, Mariana Coutinho, Michele, Otávio e Roberta. Obrigada por compartilharem comigo minhas alegrias e tristezas e por me possibilitarem disfrutar do convívio com suas famílias, me abrindo as portas de seus lares e nunca me permitindo desistir frente aos obstáculos. Vocês, com toda certeza, são os melhores resultados desta tese.

À CAPES, CNPq e FAPERGS, pelo apoio financeiro que permitiu a realização deste trabalho.

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RESUMO

MORAES, Carina Martins. Produção e avaliação de proteína SeM recombinante para o controle de Adenite Equina. 2008. 79 f. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas,Brasil. A Adenite Eqüina é uma enfermidade contagiosa do trato respiratório superior dos eqüídeos causada por Streptococcus equi subesp. equi. Animais portadores assintomáticos responsáveis pela permanência da infecção nos rebanhos só podem ser detectados por métodos microbiológicos ou sorológicos e as vacinas utilizadas no controle da doença induzem níveis de proteção geralmente não superiores a 50 %. Considerando que a proteína SeM de S. equi é o antígeno mais promissor na proteção contra a doença, este trabalho objetivou produzir a proteína SeM recombinante de S. equi, visando sua utilização como antígeno em vacinas e em ELISA. Proteína SeM recombinante (rSeM) foi produzida mediante a clonagem e expressão em Escherichia coli e purificada por cromatografia de afinidade. Para testar sua capacidade imunogênica, vacinas elaboradas com rSeM foram aplicadas a camundongos. Fêmeas Balb/c isogênicas com 4-6 semanas foram divididas aleatoriamente e inoculadas por via SC com 1/20 da dose vacinal estimada para cavalos, nos dias 0 e 21 do experimento. Um grupo foi vacinado com 250 µL (12 µg mL-1) de proteína recombinante sem adjuvante, outro com 300 µL de vacina contendo 12 µg mL-1 rSeM adicionada de 20% de hidróxido de alumínio, outros dois grupos com duas bacterinas comerciais contra Adenite Eqüina; dois grupos com as vacinas comerciais, acrescidas de 12 µg mL-1de rSeM e o grupo restante com uma bacterina contendo cepas de campo. O grupo controle foi inoculado com o mesmo volume de solução salina estéril. Coletou-se sangue por punção do plexo venoso retro-ocular nos dias 0, 21 e 42. Os anticorpos foram titulados por ELISA utilizando a proteína rSeM como antígeno. A rSeM foi imunogênica em camundongos com índices de proteção de 100%. Para a padronização de um ELISA, utilizaram-se grupos de 20 soros equinos de animais negativos, vacinados e positivos. Utilizando um ponto de corte de média das densidades ópticas dos soros negativos acrescidos de dois desvios padrão, o teste teve 100% de sensibilidade e especificidade.

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ABSTRACT

MORAES, Carina Martins. Production and evaluation of a recombinant SeM protein for Strangles´ control. 2008. 79f. DSc Thesis - Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia. Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Brazil. Strangles is a contagious disease of the upper respiratory tract of horses caused by

Streptococcus equi subsp. equi. Asymptomatic carriers responsible for maintaining

the infection in the herd can only be detected by serological or microbiological methods and vaccines used for the control of the disease induce levels of protection generally not exceeding 50%. Considering that S. equi SeM protein is considered the most promising antigen to protect against the disease, this research aimed to produce and evaluate as antigen for vaccines and for ELISA, a recombinant S. equi SeM protein (rSeM). rSeM was produced by cloning and expression in Escherichia

coli and purified by affinity chromatography. To test its immunogenicity isogenic

female Balb-c mice 4-6 weeks-old were randomly divided and inoculated with 1 / 20th of the estimated dose of the vaccine for horses by the SC route, on days 0 and 21 of the experiment. One group was vaccinated with 250µL (12 µg mL-1) of rSeM without adjuvant, another with 300µL of vaccine containing 12 µg mL-1 of rSeM plus 20% of aluminiun hydroxide, two other groups were vaccinated with two commercial bacterins against Strangles, other two groups were vaccinated with the same commercial vaccines containing 12 µg mL-1 of rSeM and the remaining group was inoculated with a bacterin produced with a field strain. The control group was inoculated the same dose of sterile saline. Blood samples were collected from the retro-orbital venous plexus on days 0, 21, 42. The antibodies were titrated by ELISA using rSeM as antigen. rSeM was immunogenic for mice with a protection index of 100%. For the standardization of an ELISA, groups of 20 negative, vaccinated and positive animals were used. Using as Cut-off the mean plus two SD of the Optical Densities of the negatives, the test showed 100% sensitivity and specificity.

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LISTA DE ABREVIATURAS

Albumina sérica bovina BSA Anticorpo monoclonal MAb Days post inoculation dpi Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay ELISA

Escherichia coli E. coli

Escherichia coli TOP 10 (InvitrogenTM) TOP 10 Gene da Proteina M de Streptococcus equi subesp. equi SeM Intraperitoneal IP Isopropyl-beta-D-thiogalactopyranoside IPTG Kilo Dalton kDa Luria Bertani low salt LB Proteína M de Streptococcus equi subesp. equi SeM Proteína M recombinante de Streptococcus equi subesp. equi rSeM Reação em cadeia da polimerase PCR

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...10

2 ARTIGO 1: Adenite Eqüina: Sua etiologia, diagnóstico e controle ...15

Introdução ...18

Conclusão ...31

Referências bibliográficas ...32

3 ARTIGO 2: Evaluation of the immunogenicity of a recombinant SeM protein in mice ...41

Introduction...43

Material and Methods...Erro! Indicador não definido. Results ...48

Discussion ...50

References ...51

4 ARTIGO 3: Evaluation of an ELISA using a recombinant SeM protein of Streptococcus equi subsp. equi ...55

Introduction...57

Material and Methods...Erro! Indicador não definido. Results ...62

Discussion ...64

References ...65

5. CONCLUSÕES ...69

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1. INTRODUÇÃO

O Brasil possui o terceiro maior rebanho eqüino do mundo, com um plantel de 5,9 milhões de animais, segundo números da Food and Agriculture Organization (FAO) de 2002, ficando atrás apenas da China (8,2 milhões) e do México (6,2 milhões). No país, a eqüinocultura é responsável por 1,2 milhões de empregos, ocupando diretamente mais de 500 mil pessoas. O setor forma hoje uma importante cadeia do agronegócio, com forte interação dos setores ligados ao lazer, cultura e turismo, sendo uma das cadeias produtivas que oferece mais oportunidades de trabalho, conquistando posição de destaque na economia nacional, embora o potencial econômico da atividade seja pouco conhecido. A capacidade dos criadores em produzirem animais de qualidade, com visão mercadológica, incrementa a perspectiva de crescimento desse setor da pecuária. Um exemplo é a exportação brasileira de eqüinos puro-sangue árabe, que ocupa 2º lugar no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos (CNA, 2003). Com base neste fato, todo processo que venha prevenir ou possibilitar diagnósticos precisos para doenças infecciosas nesses rebanhos tem crucial importância, tanto do ponto de vista de mercado quanto de saúde animal.

As enfermidades do trato respiratório de eqüinos têm um papel importante no que diz respeito a estas perdas. Os distúrbios deste sistema podem ocupar o segundo lugar atrás dos distúrbios do sistema músculo esquelético na limitação do desenvolvimento atlético dessa espécie (KOWALSKI, 2000). Ocorrem grandes perdas econômicas quando os programas de treinamento são interrompidos em razão de enfermidades respiratórias. Portanto, a detecção precoce de problemas respiratórios é essencial para o rápido retorno dos animais de corrida aos treinos, porém é ainda mais importante na prevenção de complicações secundárias que, por

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fim, podem encerrar prematuramente a carreira do animal (AINSWORTH& BILLER, 2000).

Dentre as afecções do trato respiratório superior de cavalos, a Adenite Eqüina, uma doença bacteriana de alta morbidade é uma das mais comumente enfrentadas pelos animais, principalmente nas regiões mais frias do país, como o Rio Grande do Sul. Dentre os casos de enfermidade infecciosas de eqüinos que são notificadas ao International Collating Centre, 30% são casos de Adenite Eqüina (CHANTER , 1997).

A Adenite Eqüina, também conhecida como “Garrotilho”, é uma enfermidade bacteriana causada pelo Streptococcus equi subesp. equi (S. equi), bactéria β hemolítica do grupo C de Lancefield, que atinge o trato respiratório superior de eqüinos acometendo animais de todas as idades, preferencialmente os jovens (SWEENEY, 1993; TIMONEY et al., 1997). Existem diferentes cepas do agente que influem diretamente na resposta imune e na severidade dos sinais clínicos (GRANT et al., 1993).

S. equi é fenotipicamente e geneticamente relacionado com S. equi subesp. zooepidemicus, sendo estes considerados da mesma espécie até 1984. Entretanto,

após estudos de homologia de DNA, demonstrada sua semelhança genética e fenotípica, as espécies forma reclassificadas como S. equi subesp. equi e S. equi subesp. zooepidemicus (FACKLAM, 2002; EUZÉBY, 2005). A fermentação de lactose, sorbitol e trealose utiliza-se como critério para a diferenciação dessas espécies. S. equi não fermenta nenhum destes carboidratos entanto que S. equi subesp. zooepidemicus fermenta lactose e sorbitol (KUWAMOTO et al., 2001). Foi relatado, porém, que cepas atípicas de S. equi fermentam açúcares (GRANT et al., 1993), dificultando a diferenciação fenotípica desses agentes.

A doença tem alta morbidade e baixa letalidade, o que é de relevância nos locais com grandes concentrações de eqüinos e pode ocorrer em todas as épocas do ano. As condições climáticas de frio e umidade facilitam a sobrevivência do agente e sua disseminação, o que faz com que os animais que vivem nos estados mais frios e úmidos do país, como o Rio Grande do Sul, sejam mais propícios à infecção. Os cavalos acometidos apresentam perda de performance, gerando gastos com tratamento e mão de obra.

O diagnóstico clínico e o tratamento são realizados sem dificuldade, mas há carência de kits comerciais de fácil aceso para o diagnóstico de certeza. A profilaxia,

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por sua vez, está limitada pela baixa eficácia das vacinas disponíveis no mercado, que protegem em torno de 50% dos vacinados, apenas reduzindo a severidade da doença e a morbidade durante os surtos (HARRINGTON et al, 2002).

S. equi sintetiza vários fatores de virulência, entre eles cápsula de ácido

hialurônico, hialuronidase, streptolisina O, streptoquinase, receptores para Fc de IgG, peptidoglicano e proteína M. Além desses, LANNERGARD et al. (2003) descreveram uma proteína de 657 aminoácidos denominada CNE que tem a propriedade de ligar colágeno, e que por sua similitude com a proteína CNA de

Staphylococcus aureus poderia ser outro fator de virulência. Foram também

identificadas duas proteínas extracelulares que se ligam a fibronectina, denominadas FNE (LINDMARK & GUSS et al., 1999; LINDMARK et al., 2001) e SFS (LINDMARK & GUSS et al., 1999), agindo como fatores de aderência às células alvo do hospedeiro.

ANZAI et al. (1999) comunicaram que cepas de S. equi isoladas na América do Norte, Japão e Irlanda apresentaram uma importante atividade mitogênica e pirogênica, e sugeriram que a diferença na virulência com S. equi subesp.

zooepidemicus poderia dever-se a sua capacidade de produzir proteínas análogas

às exotoxinas pirogênicas de S. pyogenes. ARTIUSHIN et al. (2002) caracterizaram dois mitógenos pirogênicos, denominados SePE-H e SePE-I, e testaram a imunogenicidade destas proteínas, confirmando que elas conferem maior virulência ao S. equi. A cápsula é também um importante fator de patogenicidade, já que cepas com níveis diferentes de expressão de cápsula apresentaram diferenças de patogenicidade em vivo e de resistência à fagocitose (ANZAI et al., 1999). TIMONEY et al. (2008) identificaram recentemente em cepas de S. equi uma IgG endopeptidase denominada IdeE, previamente descrita somente em Streptococcus pertencentes ao grupo A de Lancefield, que demonstrou atividade antifagocítica.

Dentre estes fatores, a proteína M (proteína SeM) de 58 kDa, codificada pelo gene SeM, tem especial importância, por ser uma proteína de membrana com capacidade antifagocítica e de aderência. Essa proteína vem sendo utilizada para diagnóstico e é uma candidata promissora a antígeno vacinal.

A presença da proteína SeM em S. equi foi primeiramente sugerida por Bazely et al. em 1949, que utilizaram extratos ácidos para induzir anticorpos protetores em camundongos e cavalos. Esta observação foi posteriormente

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NORCROSS (1975). Após purificação e caracterização de proteína SeM extraída com auxílio de mutanolisina, GALAN & TIMONEY (1987) demonstraram que a proteína SeM nativa é produzida como um dímero ou trímero, com massa molecular variando de 54 a 58 kDa.

A SeM tem grande importância na patogenia da enfermidade, ligando-se ao fibrinogênio e impedindo a deposição de C3b na superfície bacteriana, que resulta em uma ação antifagocítica similar à que se pode observar na proteína M encontrada nos estreptococos do grupo A de Lancefield (BOSCHWITZ & TIMONEY, 1994b; MEEHAN, 2000).

Aproximadamente 10% dos cavalos acometidos pela enfermidade permanecem como portadores do agente, abrigando S. equi em condróides localizados na bolsa gutural, sendo capazes de infectar outros animais e disseminando desta forma a enfermidade (CHANTER, 2000). Este fato faz com que as diferentes técnicas de diagnóstico sorológico tenham crucial importância na identificação destes animais, possibilitando assim o controle da enfermidade nos diferentes estabelecimentos.

Neste contexto, a técnica de ELISA pode ser utilizada no diagnóstico indireto da enfermidade demonstrando a presença de anticorpos, servindo para a detecção de portadores e auxiliando na identificação dos animais que apresentam resposta vacinal ao agente. Está disponível apenas um kit comercial em nível mundial para o diagnóstico de Garrotilho por ELISA (IDEXX Laboratories Inc., Westbrook, Maine, USA), que utiliza como antígeno proteína M específica de S. equi. O teste não distingue entre as respostas à vacina e à infecção, mas a magnitude dos títulos de anticorpos permite essa diferenciação. Os soros são classificados como negativo (sem anticorpos), fraco positivo (baixo nível de anticorpos), positivo moderado (que pode ocorrer em cavalos duas a três semanas após a exposição), positivo forte (animais com quatro a doze semanas após a infecção, ou vacinados), e positivo muito forte (eqüinos com púrpura hemorrágica ou Garrotilho bastardo).

Por se tratar de uma enfermidade de alta prevalência e grande importância econômica, são necessários maiores estudos sobre o controle, prevenção e diagnóstico da Adenite Eqüina, bem como da virulência das cepas de campo existentes em cada região, visto que no Brasil poucas informações foram publicadas a respeito de sua epidemiologia e caracterização.

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No estado do Rio Grande do Sul encontram-se haras de grande importância para a criação de eqüinos de alto padrão zootécnico, localizados principalmente no município de Bagé, que exigem o controle de enfermidades como a Adenite Eqüina. Um conhecimento mais aprofundado da estrutura e da virulência do agente, assim como a detecção e o controle de animais portadores, o diagnóstico eficiente e a produção de novas vacinas, também são objeto de pesquisa. Somente através do conhecimento do genótipo e fenótipo das cepas existentes na região será possível a produção de vacinas eficazes. Pesquisas envolvendo técnicas avançadas de biologia molecular serão de utilidade para melhor compreensão dos eventos envolvidos na patogenia da doença e o desenvolvimento de novos produtos visando uma resposta imune mais eficiente sem as reações indesejáveis causadas pelas vacinas atualmente em uso.

O objetivo do presente trabalho foi produzir proteína SeM recombinante de S.

equi e avaliar sua eficiencia como antígeno vacinal e para uso em diagnóstico de

Adenite Eqüina.

Hipótese

Proteína M recombinante de Streptococcus equi subesp. equi pode ser utilizada como antígeno vacinal e para diagnóstico de Adenite Eqüina.

Objetivo Geral

Desenvolver e avaliar uma vacina de proteína M recombinante de

Streptococcus equi subesp. equi e padronizar um ELISA utilizando essa proteína.

Objetivos Específicos

1 – Clonar e expressar SeM de Streptococcus equi em Escherichia coli. 2 - Elaborar vacinas contendo rSeM

3 - Avaliar a imunogenicidade e inocuidade das vacinas em camundongos 4 – Padronizar ELISA utilizando rSeM como antígeno

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2 ARTIGO 1

ADENITE EQÜINA: SUA ETIOLOGIA, DIAGNÓSTICO E CONTROLE (Revisão bibliográfica submetida à revista Ciência Rural)

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Adenite eqüina: sua etiologia, diagnóstico e controle

Strangles: etiology, diagnosis and control

Carina Martins de Moraes1; Agueda Palmira Castagna de Vargas2; Fábio Pereira Leivas Leite3; Carlos Eduardo Wayne Nogueira4; Carlos Gil TurnesI.

- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA -

RESUMO

A Adenite Eqüina, também conhecida como Garrotilho, é uma enfermidade bacteriana contagiosa, causada por Streptococcus equi subesp. equi, bactéria β hemolítica do grupo C de Lancefield, que afeta o trato respiratório anterior de eqüinos de todas as idades, com maior prevalência entre um e cinco anos de idade. Caracteriza-se por produzir secreção mucopurulenta das vias aéreas anteriores e linfadenite dos gânglios retrofaríngeos e submandibulares com formação de abscessos. Fatores de virulência de S. equi subesp. equi incluem cápsula de ácido hialurônico, hialuronidase, estreptolisina O, estreptoquinase, receptores para Fc de IgG, peptidoglicano e proteína M. Dentre estes fatores, a proteína M tem especial importância por ser uma proteína de membrana com propriedades antifagocitárias e de aderência. A doença tem baixa letalidade e alta morbidade, e seus prejuízos econômicos devem-se à perda de performance e custo do tratamento. O diagnóstico clínico e o tratamento não apresentam dificuldades, mas a profilaxia é prejudicada pela baixa eficiência das vacinas disponíveis, com índices de proteção de 50%. O Garrotilho pode ocorrer em todas as épocas do ano, mas o frio e a umidade facilitam a sobrevivência do agente e sua disseminação, pelo que animais que vivem nos estados mais frios e úmidos do país são

1

Faculdade de Veterinária e Centro de Biotecnologia, Universidade Federal de Pelotas, CP 354, 96010900 Pelotas/RS . Autor para correspondência: Tel +55-53-3275-7350; E mail: gil@ufpel.edu.br

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mais vulneráveis à infecção. Novas vacinas utilizando antígenos purificados ou de subunidades estão sendo desenvolvidas com a finalidade de incrementar sua potencia e evitar efietos indesejáveis. A comprovação de diferenças de antigenicidade entre cepas alerta sobre a importância da seleção apropriada das cepas vacinais.

Palavras-chave: Garrotilho, vacina, Streptococcus equi subesp. equi

ABSTRACT

Strangles is a contagious disease of the respiratory tract of horses produced by Streptococcus equi subsp. equi, a Lancefield´s group C β haemolytic bacterium. It produces a mucopurulent secretion of the anterior airways, as well as lymphadenitis and abscesses. The bacteria synthesizes several pathogenicity factors such a hyaluronic acid capsule, hyaluronidase, streptolisin O, streptokinase, IgG Fc receptors, peptidoglican and protein M. Among these factors, protein M deserves special importance due to its antifagocitic and adherence properties. The disease has high morbidity and low lethality, and produces economic losses due to low performance and treatment. Clinical diagnosis and treatment are done easily, but prophylaxis is hampered by the low potency of the vaccines, that protect around 50 % of vaccinated animals. Strangles may occur during all the year, but cold and humid weather favours the survival of streptococci, making animals that live in regions with those characteristics more prone to infection. New vaccines using purified or subunit antigens have been developed aiming to increase their potency and to avoid undesirable side effects. The demonstration that strains of the bacteria show differences in their antigenicity, called attention on the selection of appropriate strains to use as antigens.

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INTRODUÇÃO

O Brasil possui o terceiro maior rebanho eqüino do mundo, com um plantel de 5,9 milhões de animais, menor apenas que o da China (8,2 milhões) e do México (6,2 milhões). A eqüinocultura é responsável, no país, por 1,2 milhões de postos de trabalho, ocupando diretamente mais de 500 mil pessoas, sendo uma importante atividade do agronegócio, com forte interação nos setores de lazer, cultura e turismo. A capacidade dos criadores em produzirem animais de qualidade, fundamenta a perspectiva de crescimento desse setor da pecuária, como o exemplifica a exportação brasileira de eqüinos puro-sangue árabe, que ocupa o segundo lugar no mundo, só inferior aos Estados Unidos de América (CNA, 2003).

As doenças do aparelho respiratório ocupam o segundo lugar entre as doenças limitantes das atividades dos eqüinos, atrás só das que afetam o sistema músculo esquelético, produzindo importantes perdas econômicas. O diagnóstico e prevenção das doenças infecciosas nessa espécie adquirem, portanto, especial significação. A detecção precoce de problemas respiratórios é essencial para o rápido retorno dos animais a sua atividade, e na prevenção de complicações secundárias que podem encerrar prematuramente a carreira do animal (AINSWORTH e BILLER, 2000).

A Adenite Eqüina é uma bacteriose de alta morbidade, sendo uma das mais freqüentes doenças do trato respiratório anterior de cavalos nas regiões mais frias do país. Métodos eficientes e rápidos de diagnóstico de certeza, e produtos eficientes para seu controle, devem ser desenvolvidos para diminuir o impacto econômico da doença.

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1 – A enfermidade

A Adenite Eqüina, também conhecida como Garrotilho, é uma enfermidade bacteriana causada pelo Streptococcus equi subsp. equi, bactéria β hemolítica pertencente ao grupo C de Lancefield, que atinge o trato respiratório superior de eqüinos acometendo animais de todas as idades, embora com maior prevalência nos jovens (SWEENEY, 1993; TIMONEY et al., 1997. O termo Garrotilho deve-se a que cavalos afetados e não tratados parecem estar sendo estrangulados (garroteados), devido ao aumento dos linfonodos retrofaríngeos e subamandibulares, que obstruem a faringe. Eqüídeos de todas as idades podem padecer a doença, embora seja mais freqüente em animais com menos de cinco anos de idade e, especialmente, em potros (AINSWORTH e BILLER, 2000). Sua morbidade é alta e a letalidade baixa, sendo seus prejuízos econômicos devidos a gastos com tratamento e suspensão das atividades dos animais. Meningite em humanos causada por S. equi subsp. zooepidemicus resultante de contato com cavalos doentes foi relatada por DOWNAR et al. (2001), e vários autores identificaram fatores de virulência de S. equi subsp. equi em humanos (BISNO et al., 1996; NICHOLSON et al., 2000). O agente foi isolado também de camelos (YIGEZU et al., 1997).

A transmissão da enfermidade se dá de forma direta por cavalos que estão incubando a doença, que apresentam sinais clínicos, que estão recuperando-se e por portadores, ou indireta, por meio de fômites, tais como buçais e outros utensílios, e de pastagens, aguadas e estábulos contaminados com secreções (PRESCOTT & WRIGTH, 2000). O agente permanece na população em eqüinos portadores. Estima-se que vinte por cento dos animais convalescentes ou aparentemente recuperados, possuem o agente na secreção nasal. Durante os surtos de Garrotilho alguns animais se convertem em portadores assintomáticos dos que é possível isolar S. equi subsp. equi após o desaparecimento dos sinais clínicos, sendo fontes de infecção por muitos meses (NEWTON et al., 1997). A bactéria pode permanecer viável nas

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descargas purulentas por semanas ou meses, e os estábulos permanecem contaminados se não forem cuidadosamente limpos e desinfetados com iodo povidona e Clorexidine. Estresse, transporte, excesso de trabalho, viroses e parasitoses, aumentam a suscetibilidade dos animais e podem desencadear a enfermidade em animais com infecção latente (SCHILD, 2001).

A enfermidade ocorre quando o S. equi subsp. equi fixa-se às células epiteliais da mucosa nasal e bucal e invade a mucosa nasofaríngea, causando faringite aguda e rinite. Caso o hospedeiro não consiga conter o processo, o agente invade a mucosa e o tecido linfático faríngeo. À medida que a doença progride desenvolvem-se abscessos principalmente nos linfonodos retrofaríngeos e submandibulares, causando obstrução local por compressão. Sete a 14 dias após fistulam, drenando na faringe, na bolsa gutural ou no exterior, liberando pus contendo a bactéria que contamina o ambiente por semanas (KOWALSKI, 2000; PRESCOTT & WRIGTH, 2000). Embora a patogenia da enfermidade seja conhecida, a regulação de muitos eventos chave, tais como a aderência da bactéria, a invasão dos epitélios e a interação com fagócitos, não são ainda adequadamente conhecidos (SLATER, 2003).

As manifestações clínicas da doença iniciam em geral após duas semanas da exposição ao agente. Os animais mostram os sinais clínicos típicos de um processo infeccioso generalizado (depressão, inapetência, febre), assim como secreção nasal, inicialmente serosa, que passa a mucopurulenta e a purulenta em alguns dias, tosse produtiva, dor à palpação da região mandibular e aumento de volume de linfonodos, principalmente submandibulares, assim como posição de pescoço estendido devido à dor na região da garganta (SWEENEY, 1993; AINSWORTH & BILLER, 2000). Em geral, após a drenagem do abscesso, o animal se recupera rapidamente (KOWALSKI, 2000). Embora a doença se apresente geralmente na forma descrita, denominada clássica, alguns cavalos, em especial animais velhos, podem formar abscessos pequenos ou não produzi-los, como conseqüência de uma resposta imune gerada por uma infecção previa por S. equi subsp. equi ou por cepas de baixa virulência

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(PRESCOTT & WRIGHT, 2000). Embora a letalidade da doença seja muito baixa, pode levar à morte por complicações tais como Garrotilho bastardo, púrpura hemorrágica, empiema da bolsa gutural e pneumonia aspirativa (SWEENEY, 1993; AINSWORTH& BILLER, 2000).

A denominação de Garrotilho bastardo, termo que gera controvérsias entre os autores, foi originalmente aplicada a uma linfoadenopatia não supurativa dos linfonodos retrofaríngeos e submandibulares em cavalos velhos, não relacionada à ocorrência de metástases, caracterizada por sua baixa prevalência, mas que quando o tratamento é ineficiente, pode levar o animal à morte (PRESCOTT & WRIGHT, 2000). Caracteriza-se pela disseminação de S. equi subsp. equi a outros linfonodos, além dos submaxilares, submandibulares e retrofaríngeos, provocando abscessos em qualquer parte do corpo, ainda que com maior freqüência nos pulmões, mesentério, fígado, baço, rins e cérebro, cuja ruptura pode causar infecção generalizada, provocando a morte. Embora as causas de esta forma da doença não sejam bem conhecidas, alguns autores a associam a terapia antimicrobiana inadequada durante a fase de expectoração e fistulização dos linfonodos (KOL et al., 2003).

A púrpura hemorrágica, uma vasculite aguda imuno-mediada que ocorre em geral em animais convalescentes de Garrotilho, é devida à precipitação nos capilares de imunocomplexos formados por anticorpos e frações do agente, provocando edema severo dos membros, cabeça e outras partes do corpo (GALÁN & TIMONEY, 1985). Pode produzir-se, também, após a aplicação de vacinas. PUSTERLA et al. (2003) relataram 53 casos de púrpura hemorrágica em eqüinos, sendo 17 destes expostos ou infectados com S. equi subsp. equi e cinco vacinados com vacinas que continham proteína M como antígeno.

O empiema das bolsas guturais pode ocorrer durante o curso clínico da enfermidade ou no período de convalescença do Garrotilho. Os eqüinos possuem duas bolsas guturais, sacos ou divertículos da tuba auditiva com capacidade de 300 mL, situadas entre a base do crânio e a faringe. A infecção persistente da bolsa gutural pode levar à aspiração de pus e, em

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alguns casos, à formação de condróides. Esses animais são portadores e constituem a maior fonte de disseminação do agente entre animais suscetíveis (KOWALSKI, 2000).

O diagnóstico de Garrotilho pode ser confirmado por isolamento do S. equi subsp. equi a partir de secreção nasal purulenta ou do conteúdo de abscessos, coletada com auxílio de suabe nasal e conservado sob refrigeração até o momento da análise do material. A técnica de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), frequentemente utilizada na atualidade, detecta o agente vivo ou morto através da amplificação do gene da proteína SeM, permitindo, quando associada à cultura bacteriana, a detecção de até 90% dos portadores (HARRINGTON et al., 2002). AL-GHAMDI et al. (2000) comunicaram uma seqüência repetitiva detectada por PCR que pode ser útil para a tipificação da bactéria. KAWATA et al. (2004), por sua vez, desenvolveram um procedimento que consiste de duas reações de PCR, com uso de sete e oito primers simultaneamente onde o tamanho de cada amplicon caracteriza uma espécie diferente de Streptococcus.

A técnica de ELISA pode ser utilizada no diagnóstico indireto da enfermidade, demonstrando a presença de anticorpos. Existe apenas um kit comercial em nível mundial para o diagnóstico por ELISA (IDEXX Laboratories Inc., Westbrook, Maine, USA), que utiliza como antígeno proteína M específica de S. equi subsp. equi. O teste não distingue entre resposta a vacina e à infecção, mas a magnitude dos títulos de anticorpos permite essa diferenciação. Os soros são classificados como negativo (sem anticorpos), fraco positivo (baixo nível de anticorpos), positivo moderado (que pode ocorrer em cavalos duas a três semanas após a exposição), positivo forte (animais com quatro a doze semanas após a infecção, ou vacinados), e positivo muito forte (eqüinos com púrpura hemorrágica ou Garrotilho bastardo (WALLER & JOLLEY, 2007). Recentemente proteína M recombinante produzida no Centro de Biotecnologia da Universidade Federal de Pelotas, RS, foi utilizada como antígeno em reações de ELISA com resultados promissores (MORAES et al., 2007).

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O tratamento da enfermidade é feito de acordo com o estágio da doença. Animais que não apresentam abscessos nos linfonodos devem ser tratados com penicilina G, na dosagem de 18.000 a 20.000 UI/Kg ou trimetoprim associado a sulfametaxol 20mg/Kg, via intramuscular, por 5-10 dias (PRESCOTT & WRIGHT, 2000). Quando há abscessos, aplicam-se substâncias revulsivas, tais como iodo, que facilitam sua maduração para depois ser puncionados. Curativo local deve ser feito posteriormente, através da irrigação do abscesso com solução de Iodo a 2%. Animais em risco podem ser tratados preventivamente com penicilina durante o período de exposição ao microorganismo. Segundo SWEENEY et al. (2005) as complicações devem ser tratadas com terapia de suporte tais como fluidoterapia, medicações expectorantes e antimicrobianos em dosagens superiores às normalmente recomendadas (Penicilina G acima de 22.000 UI/Kg).

2 - Etiologia e características do agente

Os Streptococcus são bactérias Gram-positivas com forma de cocos, catalase negativas, que se dividem em apenas um plano, e que por não se separarem facilmente após a divisão tendem a formar cadeias. Constituem a principal população de microorganismos da cavidade oral, e são os agentes etiológicos de várias doenças de animais e humanos. Entre as formas de classificação de este gênero destacam-se aquelas baseadas nas características da hemólise e dos antígenos de superfície (grupos sorológicos de Lancefield). A tabela 1 mostra as características bioquímicas dos Streptococcus β hemolíticos do grupo C de Lancefield.

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Tabela 1. Caracterização bioquímica de Streptococcus do grupo C de Lancefield β hemolíticos isolados de animais.

Streptococcus equi subsp. equi equi subsp. ruminatorum equi subsp. zooepidemicus dysgalactiae subsp. equisimilis phocae Grupo de Lancefield C C C C, G ou L F ou C

Esculina Geralmente + - Geralmente + Geralmente - - Hidrólise do hipurato de sódio - + - - - ADH + + + + - β-glucuronidase + + + + - CAMP - + - - - Glicogênio* + + + d - Lactose* - + + Geralmente + - Manitol* - - Geralmente - - - Metil β -D-glucopiranosido* + - + D Ribosa * - + - + + Sacarosa * + - + + - Sorbitol* - d** + - - Trealosa * - - Geralmente - + -

EUZÉBY, 2004. * : Acidificação; ** : 20 % positivas utilizando API Rapid ID 32 Strep

As espécies de estreptococos β-hemolíticos mais importantes e freqüentemente isoladas de eqüinos são S. equi subesp. zooepidemicus, S. equi subesp. equi e S. dysgalactiae subesp. equisimilis. Dentre estes, o S. equi subesp. zooepidemicus é o microorganismo mais freqüentemente isolado, mas o S. equi subesp. equi é o economicamente mais importante

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denominar S. equi subesp. equi como S. equi, S. equi subesp. zooepidemicus como S. zooepidemicus e S. dysgalactiae subesp. equisimilis como S. equisimilis.

É necessário diferenciar S. equi subesp. equi de S. equi subesp. zooepidemicus para iniciar o tratamento específico antes que se dissemine no rebanho (KOWALSKI, 2000). S. equi subesp. zooepidemicus produz colônias mucóides com 1 a 3 mm de diâmetro após 18 a 24 horas de cultivo em Agar Sangue. A cápsula de ácido hialurônico é freqüentemente hidrolisada pela hialuronidase produzida pelo próprio microorganismo durante o cultivo, do que resulta uma colônia achatada, transparente e opaca. S. equi subesp. equi produz também colônias mucóides por causa da cápsula de ácido hialurônico, mas estas apresentam uma coloração dourada em agar sangue, e embora ambas produzam β hemólise, mutações no gene da estreptolisina podem provocar diferenças nas características da hemólise e das colônias (MAY et al., 2004). A diferenciação bioquímica das subespécies baseia-se na capacidade de fermentação de lactose, sorbitol e trealose. S. equi subesp. equi não fermenta nenhum destes carboidratos, S. equi subesp. zooepidemicus fermenta lactose e sorbitol, e S. equi subesp. equisimilis, trealose (KUWAMOTO et al., 2001; EUZÉBY, 2005). Foram encontradas, porém, cepas atípicas de S. equi subesp. equi fermentadoras de trealose, sorbitol e/ou lactose (GRANT et al.,1993), o que dificulta a caracterização dos agentes. O sistema API 20 STREP, constituído por 20 testes bioquímicos com elevado poder discriminatório, permite diferenciar a maioria dos Streptococcus, Enterococcus e microorganismos semelhantes mais comuns (BIO MÉRIEUX, 1997).

HARRINGTON et al. (2002) classificaram os fatores de virulência do agente em aqueles que promovem aderência bacteriana, os que interferem na ação do sistema imune e os envolvidos na aquisição de nutrientes, embora seja difícil enquadrar fatores em categorias específicas, já que vários deles tem múltipla função. Fatores de virulência de S. equi subesp. equi incluem cápsula de ácido hialurônico, hialuronidase, estreptolisina O, estreptoquinase,

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receptores para a Fc de IgG, peptidoglicano e proteína M antifagocítica (TIMONEY & MUKHATAR, 1993, BOSCHWITZ & TIMONEY et al., 1994). LANNERGARD et al. (2003) descreveram uma proteína de 657 aminoácidos denominada CNE que tem a propriedade de ligar colágeno, e que por sua similitude com a proteína CNA de Staphylococcus aureus poderia ser outro fator de virulência. Foram também identificadas duas proteínas extracelulares que se ligam a fibronectina, denominadas FNE (LINDMARK & GUSS et al., 1999; LINDMARK et al., 2001) e SFS (LINDMARK & GUSS et al., 1999), importantes fatores de aderência do agente às células alvo do hospedeiro.

ANZAI et al. (1999) comunicaram que cepas de S. equi subesp. equi da América do Norte, Japão e Irlanda apresentaram uma importante atividade mitogênica e pirogênica, e sugeriram que a diferença na virulência com S. equi subesp. zooepidemicus poderia dever-se a sua capacidade de produzir proteínas análogas às exotoxinas pirogênicas de S. pyogenes. ARTIUSHIN et al. (2002) caracterizaram dois mitógenos pirogênicos, denominados SePE-H e SePE-I, e testaram a imunogenicidade destas proteínas, confirmando que elas conferem maior virulência ao S. equi subesp. equi. A cápsula é também um importante fator de patogenicidade, já que cepas com níveis diferentes de expressão de cápsula apresentaram diferenças de patogenicidade em vivo e de resistência à fagocitose (ANZAI et al., 1999). TIMONEY et al. (2008) identificaram recentemente em cepas de S. equi subesp. equi uma IgG endopeptidase denominada IdeE, previamente descrita somente em Streptococcus pertencentes ao grupo A de Lancefield, que demonstrou atividade antifagocítica.

Dentre os fatores de virulência, a proteína M tem especial importância. Ela é uma proteína de membrana que possui atividade antifagocítica e de aderência, e está presente em algumas cepas de Streptococcus (TIMONEY & MUKHTAR, 1993). Foi caracterizada pela primeira vez por GALÁN & TIMONEY (1987), que clonaram seu gene estrutural e a expressaram em Escherichia coli. GALÁN & TIMONEY (1988) compararam cepas de S.

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equi subesp. equi isoladas durante um período de dez anos nos Estados Unidos da América e na Europa, e concluíram que existe somente um tipo de proteína M, denominada SeM, específica desta subespécie. KELLY et al. (2006), porém, analisaram as seqüências da região N- terminal de SeM de 60 isolados de 27 surtos de Garrotilho e identificaram diferenças em 21 códons do DNA, que resultaram na substituição de 18 aminoácidos, caracterizando os isolados em 15 diferentes subtipos.

O seqüenciamento do genoma de S. equi subesp. equi indicou que existem genes que codificam dois tipos de proteína M, uma própria deste microorganismo (SeM), e outra, designada SzPSe, homóloga à proteína M produzida por S. equi subesp. zooepidemicus (SzP). SzP e SzpSe apresentam grande homologia (85% de identidade entre os aminoácidos que as constituem), mas SeM e SzPSe tem uma relação distante, possuindo somente um peptídeo sinal e a região de ancoragem à parede celular em comum (TIMONEY et al., 1997). Nesse trabalho comprovaram que anticorpos provenientes de soros de camundongos imunizados com a proteína SzPSe não reagiram com a proteína SeM em testes de opsonização, indicando ausência de imunidade cruzada, o que tem relevância na resposta imune contra uma ou outra proteína M (HARRINGTON et al., 2002). A proteína M inibe a deposição do componente C3b do sistema complemento na superfície da bactéria, e liga-se ao fibrinogênio, impedindo a fagocitose (HARRINGTON et al., 2002).

CHANTER et al. (2000) descreveram pela primeira vez em S. equi subesp. equi uma proteína M truncada resultante de deleções em diferentes porções entre a seqüência sinal e a região repetitiva do gene, equivalente a aproximadamente 20% da proteína naturalmente expressada. Mesmo com a porção do gene deletada, a virulência da proteína é mantida. Comprovaram que cerca de 80% dos animais portadores apresentaram agentes com esta alteração.

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3 - Imunidade

Desde as primeiras descrições da doença observou-se que animais recuperados eram resistentes à reinfecção. Posteriormente, PRESCOTT & WRIGHT (2000) comunicaram que 75% dos animais infectados desenvolveram imunidade sólida e duradoura, apesar de poderem ocorrer re-infecções tão precocemente como seis meses após o desaparecimento da doença clínica.

A resposta imune tanto sistêmica quanto secretória induzida pela doença espontânea é dirigida principalmente contra a SeM, sugerindo que ela deveria ser um antígeno de eleição para o desenvolvimento de vacinas eficientes. Foi comprovado, porém, que os anticorpos de mucosa contra a proteína M, cuja produção requer estímulo local, desaparecem mais precocemente que os circulantes, e mesmo que eles possam evitar a aderência do microorganismo à mucosa, seus baixos níveis fazem com que a resposta contra o agente seja ineficiente. SHEORAN et al. (1997) concluíram que embora as vacinas induzam respostas sorológicas qualitativa e quantitativamente similares a aquelas encontradas em animais convalescentes, não há indução de imunidade de mucosa adequada. O leite das éguas que se recuperam de Garrotilho contêm IgG e IgA contra a proteína M, ainda que o nível de anticorpos dependa da imunocompetência da égua. TIMONEY et al. (2007), porém, avaliaram a aplicação de antígenos expostos ou secretados de S. equi subesp. equi em pôneis e concluíram que a produção de anticorpos séricos tem relevante importância no controle da Adenite Eqüina.

Os baixos níveis de imunidade conferidos por vacinas, levaram a concluir que, já que a SeM não mostrou variações antigênicas entre cepas, as formas de administração não seriam adequadas para induzir imunidade de mucosa (SHEORAN et al., 1997).NALLY et al. (2001) comunicaram que uma vacina intranasal de proteína M contendo sucrose acetato isobutirato (SAIB) como veículo, aumentou a resposta imune. SHEORAN et al. (2002), por sua vez,

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testaram uma vacina intranasal recombinante contendo como antígeno uma construção de toxina colérica unida a uma seqüência de 98 aminoácidos da SeM, comprovando que ainda que a construção induzisse uma resposta humoral similar à da infecção espontânea, os animais não resistiram ao desafio com S. equi subesp. equi.

A informação referente à SeM tem sido gerada a partir do estudo de cepas isoladas na América do Norte ou Europa. Visando entender os baixos índices de proteção conferidos por vacinas utilizadas no Rio Grande do Sul, MORAES (2005) estimou o Índice de Reatividade Cruzada (IRC) de 10 cepas de S. equi subesp. equi isoladas de 35 eqüinos com Garrotilho da região sul do Estado, entre elas e com duas vacinas comerciais, comprovando que as cepas apresentaram IRC indicativos de homogeneidade antigênica entre a maioria delas, mas que os baixos IRCs com as duas vacinas poderiam explicar a baixa proteção conferida pelas vacinas em condições de campo.

4 - Vacinas

Os programas de vacinação contra Garrotilho não permitem um controle satisfatório em condições de campo (TIMONEY & MUKHATAR, 1993), já que não mais que 50% dos animais vacinados ficam imunes. Os baixos índices de proteção conferidos pelas vacinas em uso pode dever-se, em parte, à inadequada estimulação antigênica ou à curta persistência dos anticorpos no soro, ou porque a proteção nos eqüinos não seja mediada por anticorpos séricos, mas por imunoglobulinas secretórias da mucosa nasofaríngea produzidos localmente (SWEENEY, 1993). Embora a vacinação não induza resistência populacional aceitável, os animais imunizados respondem muito mais rápido e com níveis mais altos de anticorpos séricos do que de anticorpos secretórios (SWEENEY, 1993; KOWALSKI, 2000; PRESCOTT & WRIGTH, 2000).

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Várias vacinas contra Garrotilho são utilizadas em diferentes partes do mundo. Entre as diversas vacinas atualmente em uso há bacterinas e vacinas de subunidades, contendo proteína M ou frações dela. As bacterinas utilizam geralmente cepas autóctones de S. equi subesp. equi, e hidróxido de alumínio como adjuvante. Algumas vacinas de subunidade utilizam proteína M obtida por extração com ácido quente ou por tratamento de células íntegras por mutanolisina, enzima hidrolítica da parede celular. Uma empresa australiana produz uma vacina com extrato de células de S. equi subesp. equi, apresentada também associada a toxóide tetânico.

Em 1998 foi lançada ao mercado mundial a primeira vacina de aplicação intranasal contra o Garrotilho contendo uma cepa replicante atenuada de S. equi subesp. equi, que teria a vantagem de não produzir os efeitos colaterais causados pela administração de vacinas por via intramuscular ou subcutânea. Embora fosse demonstrada a eficiência desta vacina (JACOBS et al., 2000), os fabricantes informaram que pode produzir reações indesejáveis em 5 % dos vacinados. Recentemente, foi lançada a primeira vacina britânica contra Garrotilho contendo uma cepa mutante por deleção de S. equi subesp. equi aplicada na submucosa nasal, que segundo os fabricantes protege aproximadamente 75% dos vacinados. Independentemente da vacina, são necessárias no mínimo três aplicações para o desenvolvimento de imunidade.

Varias vacinas elaboradas a partir de novos conceitos estão sendo avaliadas por diferentes laboratórios. CHANTER et al. (1999) vacinaram camundongos com uma proteína associada ao hialuronato (HAP) presente em S. equi subesp. equi, S. equi subesp. zooepidemicus e S. equi subesp. equisimilis, e comprovaram uma redução dos sinais clínicos após desafio com S. equi subesp. equi. WALKER & TIMONEY (2002) induziram uma mutação específica do gene da hialuronidase sintetase em uma cepa que tem sido usada como vacina intranasal (cepa Pinnacle), para inibir a síntese de cápsula e fornecer um marcador genético facilmente reconhecível por PCR em animais vacinados. FLOCK et al. (2004)

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avaliaram em camundongos os antígenos extracelulares FNZ, EAG e SFS de S. equi subesp. equi como componentes de vacina contra Garrotilho, e concluíram que esses antígenos são candidatos promissores para uma vacina eficaz. AZEVEDO et al. (2006) avaliaram antígenos de S. equi subesp. equi encapsulados em microesferas biodegradáveis, concluindo que as microesferas são eficientes para carrear antígenos de S. equi, apresentando também ação adjuvante .

Entre as vacinas contra Garrotilho disponíveis no Brasil, uma delas, que contém antígenos de S. equi subesp. equi, S. pyogenes, Micrococcus pyogenes e Pasteurella multocida, aplicada por via subcutânea, é indicada como curativa e preventiva da enfermidade, de acordo com o fabricante. Outra, composta por uma suspensão de S. equi subesp. equi em soro fisiológico inativada por calor, é administrada por via intramuscular, e indicada apenas na prevenção do Garrotilho. A terceira é uma bacterina constituída por cultivos totais de S. equi subesp. equi inativados por formol, administrada por via subcutânea e indicada para imunização ativa (ANDREI, 2002).

CONCLUSÃO

O Garrotilho é uma doença de marcada importância econômica na exploração eqüina brasileira que apresenta, porém, dificuldades em seu diagnóstico laboratorial pela presença de cepas atípicas de S.equi subesp. equi, assim como em sua prevenção.

O controle da enfermidade requer a detecção precoce e segura de animais portadores, para o que é necessário padronizar métodos e interpretações. No Brasil está disponível um kit comercial de diagnóstico sorológico para identificação destes animais. Técnicas baseadas na moderna biologia molecular, tais como PCR, clonagem e expressão de proteínas de interesse, devem ser validadas visando aprimorar sua eficiência e rapidez.

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O efetivo controle da doença requer o desenvolvimento de vacinas mais eficientes que as disponíveis. Embora a proteína SeM seja o principal antígeno estudado, outras proteínas estão sendo avaliadas para uso na produção de imunógenos. Subunidades de diferentes toxinas e outros adjuvantes de mucosa poderão induzir imunidade secretória protetora em condições de campo.

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3 ARTIGO 2

EVALUATION OF THE IMMUNOGENICITY OF A RECOMBINANT SeM PROTEIN IN MICE

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Evaluation of the immunogenicity of a recombinant SeM protein in mice

Carina Martins de Moraesa, Andréa da Silva Ramos Rochaa, Alceu Gonçalves dos Santos Junior a, Fabrício Rochedo Conceiçãoa, Agueda Palmira Castagna de

Vargasb, Carlos Eduardo Wayne Nogueirac, Fábio Pereira Leivas Leited, Carlos Gil-Turnese*

a – Centro de Biotecnologia, Universidade Federal de Pelotas, CP 354, 96010900, Brazil b - Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Santa Maria, 97119900, Brazil c - DCV, Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, CP 354, 96010900, Brazil

d – Instituto de Biologia, Universidade Federal de Pelotas, CP 354, 96010900, Brazil e – Faculdade de Veterinária, Universidade Federal de Pelotas, CP 354, 96010900, Brasil

*Author address: Tel +55-53-3275-7350; E mail: gil@ufpel.edu.br

Abstract

Strangles is a contagious disease of horses caused by Streptococcus equi. The clinical signs of the disease occur after the adherence of S. equi to the epithelial cells of the nasal and oral mucosa causing acute pharyngitis and rhinitis. The adherence occurs by the cell wall-associated SeM protein, the most important virulence factor of

S. equi. The objective this work was to evaluate in mice the immunogenicity of

vaccines prepared with a recombinant SeM protein of S. equi subsp. equi. Groups of mice were vaccinated with vaccines containing rSeM with or without Al(OH)3, and challenged by the ip route with 8 LD50 of S. equi. The animals vaccinated with rSeM had protection indices of 100 %.

Referências

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