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Você sabia que as partes podem, de comum acordo, escolher o perito?

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PROCESSO CIVIL

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Você sabia que o novo CPC, que entrou em vigor em março de 2016, permite que as partes negociem o processo, pactuando condições sobre deveres, ônus, poderes e faculdades processuais?

O novo CPC traz uma cláusula geral de negociação do processo. As partes podem negociar sobre detalhes do procedimento de um processo judicial, ajustando-o ao caso concreto e, com isso, ter melhor gestão sobre a discussão submetida ao juiz e garantir maior eficiência na condução da causa. Também podem pactuar sobre deveres, ônus, poderes e faculdades no processo, com o mesmo fim de ajustá-lo ao caso concreto. A cláusula processual pode constar de um contrato celebrado antes do processo judicial. Assim, num contrato, os sujeitos já podem dispor sobre audiências, prazos, dispensa de recursos etc.

Você sabia que as partes podem, de comum acordo, escolher o perito?

Num processo judicial, é possível haver perícia. Em regra, o perito é escolhido pelo juiz. O novo CPC permite que as partes escolham o perito, que poderá ser uma pessoa jurídica (um instituto, um órgão, uma entidade, uma Universidade) ou uma pessoa natural (um especialista, um professor, um técnico no assunto). Tal escolha do perito pelas partes pode ser feita já no contrato, celebrado antes do processo judicial, mas também pode ser feita no próprio processo judicial. Feita a escolha, antes ou durante o processo, ela vincula as partes, devendo ser acolhida pelo juiz.

Você sabia que é possível firmar pacto de impenhorabilidade para processos judiciais?

Os contratantes, antes ou no curso de um processo judicial, podem estabelecer que determinado bem (indispensável para a atividade ou para o funcionamento da empresa; importante ou de valor inestimável para um dos contratantes) pode ficar a salvo de uma penhora em processo judicial. É o que se chama de pacto de impenhorabilidade. Os contratos podem assim estipular, desde que haja outro(s) bem(ns) que garanta(m) eventual execução a ser proposta, não se caracterizando ali uma fraude ou um mecanismo de frustração ou inefetividade da execução.

Você sabia que é possível inserir cláusulas processuais no acordo de acionistas?

É possível, no acordo de acionistas, inserir cláusulas que alterem o procedimento de eventual processo judicial instaurado para discutir o próprio acordo, alterando deveres, ônus, poderes e faculdades processuais. É possível, por exemplo, pactuar que, impugnada cláusula que diga respeito a um ou a poucos acionistas, todos devem ser citados para participar do processo. Também é possível atribuir legitimidade a um dos acionistas para, em nome próprio, defender o direito dos demais, dispensando a citação de todos. Além desses exemplos, pode-se pensar em várias outras hipóteses, caso a caso.

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Você sabia que é possível ajustar o rateio das despesas processuais entre as partes?

Durante um processo judicial, há várias despesas a ser custeadas pela parte que lhes deu causa ou que restar vencida ao final. Além de custas e taxas judiciárias, pode haver o dispêndio de recursos financeiros com honorários de perito, de um intérprete para testemunhas estrangeiras, custas de carta precatória ou rogatória, entre outras. As partes podem, num negócio jurídico celebrado antes ou durante o processo, pactuar o rateio dessas despesas ou de algumas delas, seja pela previsão de uma proporção entre elas, seja atribuindo, desde logo, a uma delas a responsabilidade pelo pagamento.

Você sabia que é possível convencionar meios alternativos de comunicações processuais?

No processo judicial, há vários meios de comunicação das partes, a exemplo da citação e das intimações. As partes podem, num negócio jurídico celebrado antes ou durante o processo, convencionar meios alternativos de comunicações processuais, indicando alguma mídia eletrônica ou, até mesmo, o WhatsApp, o Facebook, o Telegram, o Twitter ou qualquer outra rede social para viabilizar tais comunicações.

Você sabia que é possível pactuar a disponibilização prévia de documentação?

As partes podem, num negócio jurídico celebrado antes do processo judicial, pactuar a disponibilização prévia de documentação, inclusive com estipulação de sanção, sem prejuízo de medidas coercitivas que forcem o cumprimento da obrigação. A disponibilização prévia de documentação é conhecida como pacto de disclosure, que serve para proporcionar o conhecimento prévio dos riscos, benefícios e implicações econômicas ou para revelar informações confidenciais, podendo caracterizar uma quebra de sigilo.

Você sabia que é possível a escolha consensual de depositário-administrador em caso de penhora de faturamento?

Numa execução judicial, se o executado não tiver outros bens penhoráveis ou se, tendo-os, esses forem de difícil alienação ou insuficientes para saldar o crédito executado, o juízo poderá ordenar a penhora de percentual de faturamento de empresa. Nesse caso, o juiz nomeará administrador-depositário para gerir os valores penhorados. O administrador-depositário pode ser escolhido consensualmente pelas partes. Tal escolha pode ser feita em negócio jurídico, prévio ao processo judicial, ou pode ser feita durante o próprio processo de execução, depois da determinação de penhora sobre o faturamento.

Você sabia que é possível negócio processual para permitir a presença da parte contrária no decorrer do depoimento pessoal?

Um dos meios de prova previstos no Código de Processo Civil é a confissão, que pode ser provocada pelo depoimento pessoal. Durante o depoimento pessoal de uma das partes, a outra deverá ausentar-se da sala de audiências. É possível, porém, que as partes convencionem o contrário, permitindo a presença da parte contrária no decorrer da colheita do depoimento pessoal.

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Você sabia que é possível negócio processual para reduzir prazos processuais?

As partes podem, num negócio jurídico processual, convencionar a redução de prazos processuais, com a finalidade, por exemplo, de ter um processo mais ágil e rápido, sobretudo nos casos de menor complexidade, que não exijam maiores esforços para a elaboração da defesa, das petições e dos recursos.

Você sabia que o pacto antenupcial e o contrato de convivência podem conter negócios processuais? É permitido estipular negócios processuais, entre cônjuges, nubentes ou companheiros, nos contratos que regulam as suas relações familiares e regime de bens, a exemplo do pacto antenupcial e o contrato de convivência. Não é o fato de regular relações familiares que impede a pactuação de negócios processuais. Assim, os cônjuges, nubentes ou companheiros podem acordar negócios processuais ajustando o procedimento de um futuro processo judicial, que discuta sua relação familiar e regime de bens.

Você sabia que é possível negociar dispensa de caução na execução provisória?

É permitida a execução provisória de decisão atacada por recurso sem efeito suspensivo; contudo, para levantamento de dinheiro, o exequente deverá prestar caução, idônea e suficiente para garantir o ressarcimento do executado, em caso de reversão da decisão exequenda. É lícito que as partes, antes ou durante o processo judicial, acordem a dispensa de apresentação de caução em eventual execução provisória, ou, ainda, limitem o valor da caução, ou estipulem um tipo de caução específico.

Você sabia que é possível o protesto de sentença judicial em cartório?

O novo Código de Processo Civil permite expressamente o protesto de sentença que imponha o cumprimento de obrigação de pagar quantia certa, desde que tenha havido trânsito em julgado e a parte executada tenha sido intimada para adimplir o débito no prazo de 15 dias, mas não o faça. O protesto de sentença é uma ferramenta interessante, funcionando como um meio indireto de cobrança e inserindo-se como uma medida efetiva de recuperação de crédito.

Você sabia que o novo Código de Processo Civil prevê a majoração de honorários de advogado no julgamento de recursos?

A parte derrotada num processo é normalmente condenada ao pagamento de honorários ao advogado da parte contrária. Se, mesmo derrotada, recorrer da sentença e seu recurso vier a ser rejeitado, aquela condenação em honorários de advogado poderá ser majorada, respeitado o limite máximo de 20% do valor atribuído à causa ou da condenação.

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Você sabia que, a partir do novo Código de Processo Civil, o advogado pode promover intimação do advogado da parte contrária?

É permitido, pelo § 1º do art. 269 do CPC/2015, ao advogado promover a intimação do advogado da outra parte por meio do correio, juntando em seguida, aos autos do processo, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento. Essa é mais uma medida que, a exemplo de outras adotadas ao longo dos últimos anos, “desjudicializa” atividade exercida em processo judicial.

Você sabia que depósitos em poupança não podem ser penhorados?

Nas execuções, são impenhoráveis os valores depositados em poupança, porém até o limite de 40 salários-mínimos. O que exceder esse patamar poderá ser penhorado livremente. Entretanto, se a dívida for de alimentos, esse limite não incide; qualquer valor encontrado em poupança poderá ser penhorado, independentemente da origem.

Você sabia que é possível parcelar o valor das custas judiciais?

O juiz pode permitir o parcelamento das custas judiciais, a pedido da parte que comprovar não ter condições financeiras de pagá-las em uma única parcela.

Você sabia que informações disponíveis na internet podem ser certificadas, em cartório, pelo tabelião? Um fato – inclusive informação disponível na internet – pode ser atestado e documentado, a requerimento do interessado, mediante ata lavrada por tabelião em cartório. É o que se chama de “ata notarial”, na qual o tabelião certifica a ocorrência do fato e de informações que encontrou na internet. A ata notarial pode servir como prova desses fatos e informações num processo judicial.

Você sabia que da procuração deve constar o e-mail do advogado?

A procuração outorgada a advogado para atuar em processo judicial deve conter o seu endereço eletrônico e, igualmente, o não eletrônico. Exige-se, portanto, a indicação, na procuração outorgada ao advogado, do seu domicílio profissional, com todos os detalhes (logradouro, número, sala, bloco, CEP etc.) e do seu endereço eletrônico, que, usualmente, é o e-mail.

Você sabia que as empresas devem manter cadastro nos sistemas de processo eletrônico para recebimento de citações?

Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletrônicos, para recebimento de citações e intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente por esse meio.

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Você sabia que o juiz é impedido de julgar processo em que haja parte cliente de escritório de advocacia de seu parente?

É vedado ao juiz decidir em processo no qual seja parte cliente do escritório de advocacia de seu cônjuge ou parente, até o terceiro grau.

Você sabia que o novo CPC prevê o valor da causa para as ações de indenização?

Contrariamente ao CPC de 1973, que não continha previsão nesse sentido, o atual CPC determina que o valor da causa será o do pedido nas ações indenizatórias, inclusive as fundadas em dano moral. Você sabia que, no novo CPC, mudou a competência territorial para as ações de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável?

No CPC de 1973, a competência era a do foro da residência da mulher. No atual CPC, o foro competente é o do domicílio do guardião do filho incapaz. Caso, porém, não haja filho incapaz, o foro competente é o último domicílio do casal, ou o do domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal.

Você sabia que o leilão, de bens penhorados em execução, pode ser eletrônico ou presencial?

O leilão de bens penhorados em execução, móveis e imóveis, poderá ser eletrônico ou presencial, sendo precedido de publicação de edital na rede mundial de computadores, com ampla divulgação. O novo CPC, em regra, dispensou a publicação do edital do leilão em jornal de grande circulação, diminuindo custos.

Você sabia que o documento em língua estrangeira, via de regra, somente poderá ser juntado ao processo judicial quando acompanhado de versão em português?

Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa. Assim, documento em língua estrangeira, via de regra, somente poderá ser juntado ao processo judicial quando acompanhado de versão em português, traduzida por via diplomática, pela autoridade central ou por tradutor juramentado.

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