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Rev. Bras. Psiquiatr. vol.26 número3

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Academic year: 2018

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Saúde Mental na Escola

Ana Margareth S Bassols, Paulo Wanderlei Cristóvão, Miriam de Santis, Suzana Fortes, Paulo Berél Sukiennik. Organizadores. v. 2: Consultoria como estratégia de prevenção. Porto Alegre: Mediação, 2003.

Os dois volumes da série Saúde Mental na Escola, da Editora Mediação, vêm atender a uma demanda crescente: a de compar-tilhar e divulgar, numa linguagem acessível, conhecimentos e experiências que alguns grupos de profissionais vêm construindo e que se situam na complexa fronteira da saúde mental e da edu-cação. A obra, organizada por cinco médicos gaúchos com reco-nhecida atuação em programas de supervisão e consultoria – qua-tro psiquiatras e um foniatra –, reúne vários artigos escritos por médicos, psiquiatras, residentes, psicólogos e psicopedagogos.

O primeiro volume, Uma abordagem multidisciplinar, traz uma rica coletânea de 20 artigos com fundamentos teóricos e os mais freqüentes processos psicopatológicos que afetam crianças e ado-lescentes, discutindo também alguns problemas graves que a escola brasileira vêm enfrentando com alunos vítimas de violência, de diferentes formas de maus-tratos, apáticos e contaminados por HIV.

O segundo volume, intitulado Consultoria como estratégia de pre-venção, depois de uma breve introdução sobre o histórico desta atividade em nosso meio, apresenta sete artigos que relatam pro-gramas de consultoria em escolas públicas, instituições formado-ras e outros ambientes terapêuticos.

Neste volume, os autores vão tecendo articulações entre a teoria e a prática a partir de suas vivências de consultoria e de super-visão. Quais os primeiros passos num trabalho de consultoria escolar? Que conceito de instituição subjaz a ele? Com quem o con-sultor trabalha e com que objetivos? O que se espera dele? Como as diferentes fases do trabalho se caracterizam? A que tipo de questões o consultor deve estar atento? Que canais de comuni-cação deve estabelecer? Como se expressam os conteúdos mani-festos e os latentes na instituição escola? Como lidar com os estig-mas de fracasso e incapacidade atribuídos ao aluno com necessi-dades educativas especiais? O que é fundamental na formação do consultor? O que diferencia o seu papel do de um agente de saúde direto? Os resultados nas instituições requerem mais ou menos tempo, quando comparados com situações clínicas? O que é um modelo tradicional e um modelo aberto de consultoria escolar? Estas e muitas outras questões são tratadas neste segundo vo-lume, cujas escritas expressam as marcas da formação, do olhar e das vivências profissionais de seus autores.

No espaço sucinto de uma resenha é praticamente impossível sin-tetizar a riqueza e a profundidade desses relatos sem desconsi-derar elementos fundamentais. Corre-se o risco de escorregar apenas na superfície. Sua leitura, contudo, nos permite acessar um conjunto de conhecimentos e reflexões construídos em equipe, com base em trabalhos concretos de consultoria.

Como afirmam Portella e Kappel (v. 2, p. 43), conduzir adequada-mente o desenvolvimento psíquico de um ser humano é uma tare-fa complexa e uma responsabilidade que não deveria ser subesti-mada. Apesar dos enormes avanços dos conhecimentos sobre as vicissitudes do desenvolvimento infantil, defrontamo-nos com

desafios que ainda configuram uma situação preocupante. Tais conhecimentos sobre o desenvolvimento infantil, aliados às construções que vêm sendo feitas nos trabalhos de consultoria escolar, podem favorecer ações mais efetivas em prol dos cuida-dos infantis, cuida-dos direitos da infância e das responsabilidades e funções de pais e educadores.

Apoiando o professor e a equipe escolar nas dificuldades coti-dianas, instrumentalizando esses profissionais como agentes de saúde mental e os auxiliando a enfrentar as ansiedades que emergem do contato com os alunos, o programa de consultoria escolar objetiva torná-los mais capacitados para a tarefa educati-va (Bassols e Netto, v. 1, p. 21).

Os dois volumes da série Saúde Mental na Escola colocam-se assim, como importantes referências de consulta para pais e edu-cadores. Com ênfase na prevenção e no trabalho dentro da comu-nidade escolar, constituem provas de como num território inter-disciplinar os trabalhos em parceria podem ser desafiadores e produtivos.

Sônia Azambuja Fonseca

Faculdades Porto-Alegrenses (FAPA) e Centro Universitário Ritter dos Reis (UNIRITTER)

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