MINISTÉRIO DO INTERIOR
F U N D A Ç Ã O N A C I O N A L D O Í N D I O
3.» DELEGACIA REGIONAL
Recife-PE, em
19 de dezembro de 1979
D o
Delegado R egional da 3a.DR/Funai
A o
Chefe de Gabinete do Presidente da Funai
Assunto :Referência : Anexo :
-Senhor Chefe
Encaminho a V . Sa. a declaração anexa dada pelo Pajé, Sub-Pajé e ex-Cacique dos Fulniôs em referência a abaixo-as sinado que iludidos em sua boa fé deram ao indivíduo Valdemar Pi-’ res.
A respeito deste,, os velhos índios se referiram com palavras duras, chegando mesmo a chamá-lo de canalha. Sem som
bra de dúvidas trata-se de mais um "ín d io ” citadino, porque sua
genitora não era índia e em seu pai já predominava o sangue do colo nizador, vive e mora na cidade do Recife, e só recentemente, contra
a vontade do sub-pajé Paulo Ferreira de Sá conforme me disse, foi
admitido no ritual do Ouricuri.
E A L/josf
Al - S E C/G A B i
D B G L A R A ^ S O
Nós abaixo-assinados, ín d io s F u ln iô s , viemos nes
ta data, espontaneamente, d e c la ra r que fomos enganados p e lo Sr.VAL
DEMAR PIRES, puja mãe nSo era ín d ia e cujo p a i
ê
ín d io m uito longe,
sôbre um abaixo-assinado que aquele cidadão nos apresentou dizendo
que era pra conseguir umas máquinas da FUNAI. Ao tomar conhecimen
to da re a lid a d e do que está e s c r ito naquele abaixo-assinado quere
mos co n sid e ra r sem e fe ito e sem nenhum v a lo r nossas a ssin a tu ra s na
quele pap el, fomos ilu d id o s em nossa boa fé .
.Águas Belas, 18 de dezembro de 1979
J ULlfyÓ. .PJsásÍRA J UKI 0R_" (PA GE}
PAULO FERRáfeÇTSlfsA'' ( SUB-PA GE)
A N T O N IQ.;%# 3 1 6 - Í eV E É Õ ' (
EX-
G ÀÒI^ÜE
)'' ‘ a
n (jM l
r serviram como testemunhas;
ER LEVAY
JO
t P
ADMINISTRATIVO AG. SET.
FILHO
| f
T a/a -c / o S 's i/e jL Q
---N6s abaixo- assinados, pertencentes a Tribo MJLNI-0, lo c a liza d a na cidade das Aguas Efelaa, Estado de Pernambuco, / 3 a . Delegacia R egional, mui respeitosam ente, solicitam os do / S r . Presidente da FUNAI, data vêm*a, o seguinte: Diante da / seca que asso la todo o m unicípio, provocando o fenômeno da / fa ta d*água, sendo nossa gente a mais p re ju d ic a d a , não tendo uma a ssistê n c ia efe tiv a e direta da COKBESA, cujo abastecimen to é precário até mesmo na cidade. 0 citado fenômeno está di-j; l ~
y*
mando nosso já pequeno e minguado rebanho, por f a l t a d*água, provocando a se de.O atual abastecimento d 'á g u a de nossa ald eia , está sendo fe ito por um trator e um carro pipa da SUDENE, não sendo s u fic ie n t e para atender tôda população in d íg a n a. A solu ção seria o envio de maquinas apropriadas para fa z e r escava ções de açudes em lugares apropriados. Em nosso patrim ônio, / existem fontes c r is t a l in a * de água, que poderiam ser aproveita das em nossos próprios b e n e fíc io s. A FUNAI, como <5rgão que de fende os in te resses do ín d io , até agora não tomou nenhuma pro v id e n c ia , para amenizar o sofrimento do nosso povo, diante de tão grande calam idade. A f a l t a d 1água está provocando seríssi- __mos problemas em nossa a l d e i a , onde até para o asseio corporal não existe águas, não havendo condiçSes para manter o nosso re banho por mais tempo v iv o . Somos uma raça desprotegida, e acima de tudo somos espoliados em todos os se n tid o s, mas ainda acre ditamos em V . E x a ., vanguardeiro dos d ir e ito do ín d io , baluarte intransigente de nossa gente, e porisso estamos crentes de que Y . E x a 0 nos ajudará de im ediato, para matar a nossa sede, dos nos filh o s e do nosso rebanho. S r. P r e sid e n te , a nossa situação
é caótica, não deixe que morramos de sede, nos acuda. 0 nosso grito de dor é profundo, e se ala stra em todos os coraçSes de nossa g e rte . Confiamos portanto em suas pro vidências que deverão
f S S . é V f j f ' ÿ é • K x flU U O L - 0 M & Ï Î o i t L U T / ^ '7 J L vJLi (' L I7 /J 7 ; ) “ T " 4. ■'•T— 0 /kÇ i»7v.,>V '• -iS ^ i - JT *■ 2 * -T PyV^Tv-j, -i !-• r. Ar llT S r x A i Jr T » * r- 'V fT 'i'n T 1 * - • . .iji 1 ■ 'í —" ^ "" 7 7 7 7 1 7 A ' r* ' ( 1 ,3 7 )7 7 )
w ê m
•«PT??"*» ''•- ■•<&m
t: • v. • : 7 : : 7 / { J 7 L X C - L 7 r 1 0 ■ ■ /~ " "'
*
//r
~
' '
7>-
z^?
/
L l.^ ( r - c 'y ^ c ^ 0 y ^ r s ? o c^ L jJ ^ í- ^ S ^^ág,7 ? . . 4 /
r y'
„/ o r - \
•
' ö
•-of"
I s f i / J b r . n ^ _ < ^ ( / í X _ C ô-Æ
m ,
( L I 3 3 R ) r p V ? < • L *•> -,« -\p r n ' ^ r r i ' ' o . * ; .ik ~ \. 11~.-I
*. •rr /'WT/' T n r rl'? tí T ’TP TT-ri ,' r — >— »* > i*..;. 0 1-.l u JUKoií. a i ljJLivU I ;« t f « ® ! * ! ? * *
*
Ç f & S - t ( ^ P ; /ï O S Ï ✓ / * z*- " Â f ^ r ' .TO,to 'i i s V S F t t T O T)A 3 IL V A ’'■W.ii'.i? ■■'• ■ t ^ i n ( r S s i i R s - r u . d s sX -a u x.i s c .a g p j c o^a j 1 a‘». -,P s S . b f ó
(PAC-á)
(CACIQUE) (3 TT-PA GÉ) íj i D u . .) « ORREIA MACH A DO ÀlITO'ilO JG3Í KC RE IRA -Vv ^ g s *• -- '•jea^ LUC IO CASSIKIRO
X Tp
JOÃO DE 80U? A 3 I L /A
A R L I i í D O GO!-:T3a D A S I L V A
r.A :OEL AL'/ES FEI10ZA
• •• -*íw* ' •••..-■ •.<r£% i w * ' : *• _-í? % r I O y y t> !> oOa/ ^ a c\ J o i ftA íK , -y \ ; *: " -• ”w^feifvrs vjS < r * '■ - Y Æ & . ï g a - ï • V.V VWV * .• ^ Hi > • : *• . T )
frltÍA S - c k . & t t o f a u
( LroT! >
^ .*• -f » - v î * • I. r'*Í'JÍ a