• Nenhum resultado encontrado

PERDAS INFLUENCIADAS PELO TRANSPORTE E MANUSEIO INADEQUADO DE FRUTAS 1

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PERDAS INFLUENCIADAS PELO TRANSPORTE E MANUSEIO INADEQUADO DE FRUTAS 1"

Copied!
6
0
0

Texto

(1)

PERDAS INFLUENCIADAS PELO TRANSPORTE E MANUSEIO INADEQUADO

DE FRUTAS

1

MICHELIM, Valquiria de Oliveira2; HARTMANN, Ivana3; NÖRNBERG, Marcele Leal4; ZAGO, Pâmella Cassol5; BENEDETTI, Franceliane Jobim6

1

Trabalho de pesquisa _ UNIFRA 2

Curso de Nutrição do Centro Universitário Franciscano ( UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 3

Curso de Nutrição do Centro Universitário Franciscano ( UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 4

Curso de Nutrição do Centro Universitário Franciscano ( UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 5

Curso de Nutrição do Centro Universitário Franciscano ( UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil 6

Orientadora, Curso de Nutrição do Centro Universitário Franciscano ( UNIFRA), Santa Maria, RS, Brasil

E-mail: valquiriamichelim@hotmail.com

RESUMO

O presente trabalho é uma revisão bibliográfica que teve como objetivo avaliar as causas das perdas das frutas pelo transporte e manuseio inadequado. Foram pesquisados artigos científicos nas bases de dados Bireme e Scielo. Os resultados obtidos foram que nos supermercados que trabalham com maior volume de produtos frutícolas as perdas estão relacionadas ao manuseio inadequado dos frutos pelos funcionários ou pelos próprios consumidores. O tipo de transporte utilizado para transportar frutas, é de grande importância, pois ele é um elo fundamental da cadeia de comercialização e o sucesso da manutenção do produto fresco com boa qualidade durante o trânsito. As abrasões ou vibrações podem resultar em machucaduras quando o produto se move contra superfícies ásperas durante o transporte. Conclui-se que os funcionários devem ser capacitados para o manuseio desses alimentos, os consumidores devem evitar o manuseio excessivo das frutas e o transporte deve ser seguro e supervisionado.

Palavras-chave: Perda de alimentos; Frutas e transporte; Boas práticas de distribuição;

Certificado de boas práticas de distribuição e fracionamento; Frutas e conservação.

1. INTRODUÇÃO

O tipo de transporte utilizado para transportar frutas é de grande importância, pois ele é um elo fundamental da cadeia de comercialização e o sucesso da manutenção do produto fresco com boa qualidade durante o trânsito, dependendo do controle de cada etapa da cadeia. A movimentação de produtos perecíveis no transporte pode acarretar inúmeros problemas na manutenção de sua qualidade. Injúrias por amassamentos, quedas ou batidas nas caixas são as mais frequentes. Os amassamentos em geral decorrem do empilhamento de caixas com conteúdo acima de sua capacidade, ou por compressão nas primeiras camadas do produto. As abrasões ou vibrações podem resultar em machucaduras, quando

(2)

o produto vibra ou se move contra superfícies ásperas durante o transporte (MARQUES; CAIXETA-FILHO, 2001).

O transporte das frutas até os centros distribuidores causam severos danos às mesmas, principalmente quando se utilizam rodovias em péssimo estado de conservação. Quando comercializadas no atacado e no varejo, as frutas continuam sendo danificadas pelo manuseio inadequado das embalagens nas etapas de carga e descarga e ainda, no momento de exposição e comercialização do produto (SANCHES, et al., 2004).

Nos supermercados, que trabalham com maior volume de produtos frutícolas as perdas estão relacionadas ao manuseio inadequado dos frutos pelos funcionários ou pelos próprios consumidores, que devem evitar causar danos ao produto que estão adquirindo, sejam estes provocados por compressão, arranhões ou pela queda (FAGUNDES; YAMANISHI, 2002).

As perdas de frutas podem ser divididas em 10% no campo, 50% no manuseio e transporte, 30% nas centrais de abastecimento e comercialização e 10% nos supermercados e na casa dos consumidores. As causas para tudo isso vão desde o manuseio incorreto e o transporte ineficiente até a não utilização da cadeia do frio em todas as etapas e o excesso de toque dos consumidores quando o produto já está na gôndola do supermercado (MARQUES; CAIXETA-FILHO, 2001).

Todos os estágios do transporte devem ser supervisionados visando à minimização do acúmulo de injúrias físicas. O produtor brasileiro está voltando sua atenção para os cuidados no manuseio pós-colheita e adquirindo a consciência de que, para ter sucesso não basta se preocupar com técnicas de produção adequadas é necessário cuidar da conservação dos frutos depois da colheita. Não bastam apenas os cuidados necessários para uma boa plantação e colheita, que são indispensáveis, ou contar apenas com o interesse dos compradores, propiciando maior produção e maior rentabilidade se no trajeto entre pomar e o consumidor, faltam os cuidados necessários para manter a integridade e a qualidade do fruto (MARQUES; CAIXETA-FILHO, 2001).

O objetivo deste trabalho foi descrever as causas das perdas de frutas pelo transporte e manuseio inadequado das mesmas.

2. METODOLOGIA

O presente trabalho trata-se de uma revisão sistemática, a pesquisa foi realizada no período de abril a junho de 2012. Na base de dados do Bireme pelo deCS-MeSH, foram encontrados os descritores perda de alimentos, frutas e transporte, boas práticas de distribuição, certificado de boas práticas de distribuição e fracionamento, frutas e conservação. Os artigos foram selecionados na base de dados Bireme (Biblioteca virtual em saúde) e Scielo (Scientific Electronic Library Online) primeiramente pelo título e após pelo

(3)

resumo. Foram incluídos os artigos publicados nos últimos dez anos relacionados com o transporte de frutas, que não envolvessem frutas minimamente processadas e transporte de outros tipos de alimentos.

3. RESULTADOS

Na busca realizada nas bases de dados referidas, foram encontrados 1031 artigos, sendo 514 trabalhos relacionados ao descritor perda de alimentos, 78 trabalhos ao descritor frutas e transporte, 64 ao descritor boas práticas de distribuição, 71 ao descritor certificado de boas práticas de distribuição e fracionamento e 304 relacionados ao descritor frutas e conservação. Na base de dados Bireme, foi encontrado um total de 563 artigos, não sendo selecionado nenhum artigo, pois não estavam vinculados com o transporte e manuseio inadequado de frutas. Na base de dados Scielo, foram encontrados 468 artigos e selecionados apenas três artigos que estavam relacionados ao tema da pesquisa. O estudo de Perosa (2009) avaliou a perda de mangas em um mercado varejista de SP, teve como resultado que a principal causa das perdas apontadas na pesquisa nos três locais de investigação (supermercado, quitanda e feira-livre) foi a manipulação excessiva pelos clientes, com a média de 26,5% seguido do excedente de oferta com 17,5%, as más condições de transporte com 15% e armazenamento inadequado com 14,5%. Tofanelli et al.

(2007) avaliou as perdas de frutas frescas no comércio varejista de GO e teve como

resultado que são perdidos semanalmente 3,2% do volume de frutas comercializadas e que os supermercados, por serem os principais mercados varejistas, são predominantes no volume de perdas. As principais perdas observadas nos mercados varejistas (supermercados, quitandas e feiras-livres) ocorreram devido ao armazenamento inadequado pela falta de refrigeração, com média de 36,4% e as más condições de transporte devido às rodovias sob condições ruins de conservação com 18,2%, como as principais causas das perdas de frutas frescas. Fischer et al. (2011) em seu estudo referente a danos pós-colheita de goiabas em umas das regiões de SP, mostrou que os danos pós-colheita da goiaba comercializada na Ceasa-Bauru, teve incidência média de injúrias mecânicas elevadas na cultivar ‘Pedro Sato’, em que 77,5% dos frutos tiveram sintomas de injúria não cicatrizada (caracterizada pela ruptura da epiderme do fruto com exposição da polpa); 75,0% batida, 9,5% prensado e 6,3% dano no pedúnculo, caracterizado por uma injúria não cicatrizada originária na operação de colheita. Nas goiabas dos pomares do Centro-Oeste-Paulista os danos pós-colheita foram devido a injúrias não cicatrizadas e batidas crescentes com o decorrer das etapas de colheita.

(4)

O Brasil está entre os dez países que mais desperdiçam alimentos, cerca de 35% da produção agrícola vão para o lixo, o que daria para alimentar mais de 10 milhões de pessoas. Estima-se que da área de produção até a mesa, cerca de 30% até 40% de alguns produtos como verduras, folhas e frutas, sejam jogadas fora. Isso sem contabilizar o que não passa pelo controle de qualidade das indústrias, mas que poderia estar na mesa de qualquer brasileiro, especialmente nos 54 milhões que vivem abaixo da linha da pobreza (GOULART, 2008).

Dez por cento da população brasileira sofrem de fome crônica, ou seja, 16,7 milhões de pessoas não têm a oportunidade ou meios de adquirir alimentos, seus ganhos são esporádicos, permitindo apenas uma obtenção irregular e insatisfatória de alimentos (GOULART, 2008).

Uma das causas para os altos volumes de frutas desperdiçados no Brasil é a carência de estudos mercadológicos de todo o complexo comercial dos produtos, que poderiam fornecer valiosas informações e contribuir para atenuar as perdas (TOFANELLI et al., 2007).

Estudos sobre a comercialização de frutas mostram volumes de perdas expressivos. Fatores, como armazenagem e exposição da fruta, contribuem para redução da qualidade e consequente aumento das perdas. Nesse sentido, algumas ações como o uso de refrigeração e exposição/reposição mais adequada, são indicadas para a redução de perdas. Sugere-se então a necessidade de maiores investimentos em capacitação técnica para os encarregados do setor de frutas (PEROSA; SILVA; ARNALD, 2009).

Alguns dos problemas ocasionados nas frutas são os ferimentos no momento da colheita, decorrentes do manuseio inapropriado do fruto pelo colhedor e uso de materiais de colheita inadequados, ou após a colheita, durante o transporte e manipulação em “packing-houses” e mercados consumidores. A caracterização de injúrias mecânicas e de suas causas pode ser, portanto, fundamental para que o manejo das doenças pós-colheita seja otimizado (FISCHER et al., 2011).

As injúrias mecânicas causadas por impacto, compressão e corte, e as podridões são comumente observadas após a colheita de frutos, sendo responsáveis pela redução da qualidade e, consequentemente, desvalorização comercial dos produtos (CHITARRA; CHITARRA, 2005).

Pesquisas sobre perdas físicas e econômicas em diferentes etapas da comercialização são importantes para a implementação de políticas públicas e privadas visando ao desenvolvimento do setor e à competitividade da cadeia (PEROSA; SILVA; ARNALD, 2009).

Sugere-se aos mercados varejistas realizar maiores investimentos na estruturação dos estabelecimentos e agir energicamente frente à cadeia produtiva e aos diversos

(5)

seguimentos privados e públicos em busca de melhoria e apoio ao setor pois, as principais causas das perdas são o armazenamento inadequado, as más condições de transporte e a baixa qualidade dos produtos. Só assim, será possível realizar melhor controle de estoque, fornecer preços mais acessíveis ao consumidor, conscientizar o consumidor final e disponibilizar de fornecedores atacadistas mais próximos (TOFANELLI et al., 2007).

5. CONCLUSÃO

O elevado índice de perdas de frutas decorrentes do transporte e manuseio inadequado das mesmas por consumidores, funcionários de supermercados, transporte ineficiente sem condições adequadas de acondicionamento e conservação das frutas e o desperdício nos centros de comercialização e distribuição, nos mostram como é importante os funcionários encarregados desse setor serem capacitados para manipular esses alimentos, que os estabelecimentos comerciais devem ser devidamente apropriados para o recebimento, armazenamento e distribuição das frutas em suas gôndolas. O transporte deve ser seguro, supervisionado e deve oferecer todas as condições necessárias para que as frutas não sofram dano de nenhuma espécie e os consumidores devem evitar apertar ou manusear demais as frutas assim, estarão adquirindo um alimento de boa qualidade.

REFERÊNCIAS

CHITARRA, M.I,F.; CHITARRA, A.B. Pós-colheita de frutas e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2 ed. Lavras: Editora UFLA, p.785, 2005.

FAGUNDES, G.R.; YAMANISHI, O.K. Estudo da comercialização do mamão em Brasília-DF. Revista

Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.24, n.1, p.091-095, 2002.

GOULART, R.M.M. Desperdício de alimentos: um problema de saúde pública. USJT, São Paulo,

jul/ago/set. 2008. Integração. Disponível em

http://www.usjt.br/proex/produtos_academicos/285_54.pdf. Acessado em 26 de agosto de 2012.

FISCHER, I.H. et al. Danos em pós-colheita de goiabas na Região do Centro-Oeste Paulista.

Bragantia, Campinas, vol.70, n.3, p. 570-576, 2011.

MARQUES, R.W.C.; CAIXETA FILHO, J.V. Análise das operações de transporte de frutas e hortaliças no estado de São Paulo: um estudo comparativo (Compact disc). In: X World Congress of Rural Sociology / XXXVIII Congresso Brasileiro de Economia e Sociologia Rural. Proceedings / Anais. Rio de Janeiro, ago. 2001.

(6)

PEROSA, J.M.Y; SILVA, C.S.; ARNALDI, C.R. Avaliação das perdas de manga (Mangifera indica L.) no mercado varejista da cidade de Botucatu-SP. Revista Brasileira de Fruticultura, vol.31, n.3, p. 732-738, 2009.

SANCHES, J. et al. Avaliação de danos mecânicos causados em banana "Nanicão" durante as etapas de beneficiamento, transporte e embalagem. Engenharia Agrícola, vol.24, n.1, 2004.

TOFANELLI, M.B.D. et al. Perdas de frutas frescas no comércio varejista de Mineiros-GO. Revista

Referências

Documentos relacionados

Nutrient intake and quantitative aspects of carcass of finishing sheep fed with diets containing cashew nut meal.. Consumo de nutrientes e aspectos quantitativos de carcaça de

Regarding gas exchange analysis (Fig. 3) in plants cultivated in rhizotrons, A increased in plants of N22 genotype about twofold higher when cultivated inside a plastic

Conforme vemos na gura 1, o CP possui seis modulos: processador local, memoria local, interface com o barramento PCI, logica de Snooping, monitor de desempenho, e uma maquina

Os sistemas com memoria compartilhada distribuda (DSM) implementados exclusivamente em software oferecem ao programador uma abstrac~ao de memoria compartilhada sobre um hardware

Trabalhar em grupo requer várias habilidades, como a comunicação entre os integrantes do grupo e a participação de todos no desempenho da atividade proposta. Mesmo

151 Trata-se da pirita, material cuja cor e brilho lembra muito o ouro, mas que não tem o mesmo valor comercial e nem as mesmas propriedades físico-químicas. Pela aparência,

Os resultados eletroquímicos mostraram que a camada de nitreto no Ti6Al4V não melhora a resistência à corrosão da liga, nem contribui para uma perda significativa de suas

novo e ainda pouco explorado em pesquisas brasileiras; na segunda, dialogamos com a História Social e assim tecemos considerações sobre a importância do contexto