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Internacionalização das Maiores Empresas Exportadoras do Setor Calçadista Brasileiro Estudo do Perfil, Estratégias e Desempenho

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Internacionalização das Maiores Empresas Exportadoras do Setor Calçadista Brasileiro – Estudo do Perfil, Estratégias e Desempenho

Autoria: Sérgio Henrique Arruda Cavalcante Forte, Márcia Zabdiele Moreira Resumo

No final da década de 1980, ocorreu uma mudança no cenário internacional de calçados com a grande expansão das importações chinesas para o mercado americano, abalando a competitividade da produção nacional de calçados (SANTOS et al., 2002). Desse modo, buscou-se responder: “Qual a evolução das estratégias de internacionalização e do grau de internacionalização de acordo com o perfil das empresas exportadoras de calçados ao longo do tempo?” Para a base teórica utilizou-se a classificação das estratégias de internacionalização de Sharma e Erramilli (2004) e o grau de internacionalização adaptado por Forte, Moreira e Moura (2006) que teve como referência o modelo de Sullivan (1994). O método de pesquisa utilizado foi o quantitativo e de natureza descritiva. Os dados coletados referem-se ao período 2005 e 2006, com 15 grandes empresas exportadoras do setor. Concluiu-se que as maiores empresas do setor concentram-se no Rio Grande do Sul e têm como principal país comprador os Estados Unidos. As estratégias de internacionalização mais utilizadas são exportação indireta e direta via intermediários do país hospedeiro ou por canais próprios da empresa. As empresas ainda possuem um baixo grau de internacionalização, contudo, têm evoluído ao longo do tempo e buscado maior inserção no mercado internacional.

Introdução

Sledge (2007) explica que firmas oriundas de países em desenvolvimento estão se tornando mais inovadoras e competitivas que seus rivais dos países desenvolvidos. Grandes mercados que vêm surgindo como a Índia, Brasil e China têm se tornado importantes fornecedores e produtores. Por outro lado, sabe-se que a infusão massiva de capital, tecnologia e expertise gerencial dos países desenvolvidos nos países em desenvolvimento intensificaram a competição das firmas locais, pertencentes aos países em desenvolvimento (ZHU et al., 2007).

Pehrsson (2004) ressalta que a alta familiaridade com as condições do mercado internacional fortalece as capacidades estratégicas da organização e a possibilidade de alcançar vantagem competitiva sustentável em mercados locais. De acordo com Koch (1997), empresas que procuram uma presença forte e sustentável internacionalmente irão precisar continuamente estar preparadas para competir longe das fronteiras de seu mercado tradicional e estar aptas a reconhecer, desenvolver e manter grupos de capacidades que permitam modificações de seus vários portfolios (geográfico, produtos/ serviços e formas de negócios).

O setor calçadista nacional foi selecionado para o estudo empírico da pesquisa, pois o Brasil detém o terceiro lugar no ranking dos maiores produtores mundiais de calçados, perdendo para a China e a Índia que correspondem aos primeiro e segundo lugares, respectivamente (ABICALÇADOS, 2007). Como se trata de um estudo comparativo em três momentos (entrada, atual e futuro), o setor calçadista se adequou ao estudo, pois se pôde analisar o processo de internacionalização das empresas no momento em que entraram no mercado internacional, em 2006, durante crise no setor devido, principalmente, ao crescimento das exportações das indústrias calçadistas chinesas, e por fim, na situação futura, em 2010.

No estudo, explicou-se o perfil das empresas exportadoras do setor calçadista brasileiro por meio da competitividade internacional, das estratégias de internacionalização e do grau de internacionalização com uma abordagem dinâmica no tempo. Como a internacionalização se refere a uma estratégia para se obter maior presença no mercado internacional, buscou-se responder: “Qual a evolução das estratégias de internacionalização e do grau de internacionalização de acordo com o perfil das empresas exportadoras de calçados ao longo do tempo?”

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2 Teve-se como objetivo geral analisar a dinamicidade do perfil, das estratégias de internacionalização e do desempenho das empresas exportadoras do setor calçadista brasileiro. Os objetivos específicos foram: (1) Delinear o perfil das empresas exportadoras do setor calçadista exportador brasileiro por meio da identificação das unidades da federação; do faturamento; dos principais países compradores; do tempo entre a fundação e o início das atividades internacionais; e do tempo de atuação no mercado internacional; (2) Identificar as estratégias de internacionalização utilizadas pelas empresas nos três períodos analisados: momento de entrada no mercado internacional, em 2006 e em 2010; e (3) Mensurar o grau de internacionalização das empresas ao longo dos três períodos.

As hipóteses da pesquisa basearam-se no estudo de Forte, Moreira e Moura (2006), sendo agora as seguintes: (1) empresas com maior grau de internacionalização, utilizam estratégias de internacionalização mais complexas no desempenho de suas atividades além-mar; (2) está havendo redução da dispersão das estratégias de internacionalização utilizadas pelas empresas, demonstrando que o setor está mais homogêneo; (3) o grau de internacionalização das empresas do setor está diminuindo devido à crise; (4) quanto maior o tempo para a internacionalização, menor o grau de internacionalização na situação atual e futura; e (5) quanto maior o tempo de atuação no mercado internacional em relação a 2006, maior o grau de internacionalização.

O estudo apresentou a seguinte estrutura: capítulos teóricos sobre estratégias, grau de internacionalização e internacionalização do setor calçadista brasileiro. Posteriormente, a metodologia do estudo, a análise dos resultados, a conclusão e as referências.

1 Estratégias e Grau de Internacionalização

A partir da abertura da economia no início dos anos 90, as empresas brasileiras não apenas sofreram o impacto do aumento da concorrência externa, mas também perceberam a importância de ampliar seu mercado pela adoção de estratégias de internacionalização, utilizando vantagens competitivas existentes ou passíveis de serem desenvolvidas (GOULART et al., 1994).

O desenvolvimento de novas tecnologias nas áreas de telecomunicações e informática, a desregulamentação da atividade financeira, os acordos de remoção mútua de barreiras comerciais entre países, com o conseqüente incremento do comércio internacional, aliados à necessidade das empresas se tornarem cada vez mais competitivas, vêm estabelecendo um contexto desafiador para as organizações ampliarem seu campo de atuação, particularmente por meio de estratégias de internacionalização (MACHADO-DA-SILVA; FERNANDES, 1999).

Para Zhu et al. (2007), nos estágios iniciais, empreendimentos multinacionais não estão familiarizados com as necessidades do mercado local, como as preferências dos consumidores locais. Desse modo, experimentam decisões de investimento de alto risco. Ligações com o governo local e grupos de negócios pode conferir legitimidade e diminuir incertezas.

A competitividade da empresa é vista como algo relacionado com sua habilidade de superar competidores, tanto nacionais, como externos, usando preço e qualidade como fatores principais. Isso significaria a habilidade imediata e futura de competir e oportunidades futuras para empreendedores projetarem, produzirem e negociarem bens mundialmente cujas qualidades, relacionadas ou não aos preços, formam um pacote mais atrativo que aquele de competidores domésticos e estrangeiros (ARMANDO, 2003).

Koch (1997, p.120) explica as regras para a competição global são, de forma geral, consideradas mais complexas que aquelas necessárias para o ambiente de negócios local ou doméstico e a percepção dominante resulta de:

ƒ Dificuldades adicionais inerentes ao estudo e interpretação de mercados internacionais, comparado com o mercado local;

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3 ƒ A existência de componentes no ambiente global que regulam ou, por outro lado, estão relacionados ao movimento de mercadorias, serviços, capital, pessoas e tecnologia entre países.

Para Armando (2003), há outras maneiras de buscar a lucratividade, como buscar proteção governamental, obter posição de mercado, por meio de investimento abaixo dos padrões mínimos necessários, e evitar totalmente indústrias globais. Na moderna competição global, a empresa não pode estar dependente apenas de suas circunstâncias para manter a vantagem competitiva. A empresa deve aumentar seletivamente suas vantagens ou compensar suas desvantagens da base nacional por meio de atividades em outros países. É disso que deveria tratar a estratégia global (KOCH, 1997).

1.1 Estratégias de internacionalização

Ao buscar mercados internacionais, as empresas devem avaliar os sistemas políticos, legais, econômicos e culturais da nação hospedeira (WILD; WILD; HAN, 2006). A escolha do método de comercialização do produto e ou produção no mercado externo deve ser analisada criteriosamente, de acordo com os recursos e capacidades que a empresa dispõe, para reduzir os riscos do investimento. O exportador tem à disposição as seguintes alternativas para ingressar no mercado externo:

1.1.1 Exportação

Wild, Wild e Han (2006) explicam que exportar apresenta meios para negociação e distribuição dos produtos, contudo, não incorporando despesas de operações nos países-compradores. Na forma de exportação, o produto final ou intermediário da firma é manufaturado fora do país-alvo e, subseqüentemente, transferido para ele. A exportação pode ser realizada de forma indireta ou direta.

1.1.1.1 Exportação indireta

Johanson e Weidersheim-Paul, (1975), Johanson e Vahlne, (1977) explicam que a exportação indireta é normalmente o modo de entrada preferido pelas empresas que têm pouco conhecimento sobre o mercado internacional, pois ele minimiza o envolvimento e os riscos das atividades além-mar. Nesse modo de entrada, a firma realiza as atividades de comercialização e produção no país de origem e não tem nenhum investimento ou presença em países estrangeiros. A firma está engajada em transações domésticas de seus produtos com outra firma do mercado local que, no entanto, realiza operações de comercialização desses produtos para países estrangeiros.

1.1.1.2 Exportação direta

O exportador atua de forma independente e é responsável por toda a operação, promovendo seus produtos e negociando diretamente com os clientes. Os procedimentos podem ainda ser realizados por profissional especializado (trader), contratado exclusivamente para o desenvolvimento dessa atividade. Na exportação direta, a empresa tem maiores chances de fortalecer seu nome e marca no mercado internacional e a firma está diretamente envolvida nas operações de comercialização num país hospedeiro, em relação aos seus próprios produtos ou por meio de intermediários locais. Se ela escolher a primeira opção, o modo de entrada é chamado exportação direta via canal próprio da empresa; para a segunda forma, o modo de entrada é descrito como exportação direta via intermediários no país hospedeiro (ROOT, 1994; KEEGAN; GREEN, 1999; ROSENBLOON, 2002).

1.1.2 Modos contratuais

Estratégias de entrada via contratos, segundo Root (1994), dizem respeito a certos arranjos que são estabelecidos entre uma firma internacional e uma entidade no mercado estrangeiro (usualmente, outra firma) e envolvem a transferência de tecnologia ou de habilidades humanas da primeira para a segunda. Estratégias do tipo contratual distinguem-se das estratégias que utilizam a exportação porque servem como um veículo para a transferência

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4 de conhecimentos e habilidades, embora possam também propiciar oportunidades de exportação. Esses contratos incluem, licenciamento, franchising e acordos de produção.

1.1.2.1 Licensing

Sharma e Erramilli (2004) explicam que se as capacidades essenciais para a produção e comercialização são codificáveis, sendo mais fácil transferí-las para outras firmas. Dessa forma, é importante que a transferência desses recursos esteja protegida por meios legais ou outros meios, como patentes, direitos autorais, para que a firma licenciadora desfrute dos rendimentos e lucros que advirem do licenciamento. De acordo com Honório e Rodrigues (2005), no modo de licenciamento, a firma internacional transfere para a firma entrante o direito de usar suas propriedades industriais (patentes, know-how ou marcas), durante um determinado período de tempo, em troca de algum tipo de compensação.

1.1.2.2 Franchising

Franchising é um arranjo que se assemelha ao licenciamento. Para Cerceau e Lara

(1999), neste tipo de acordo contratual, o franqueador dá ao franqueado, tendo em troca o pagamento de royalties, o direito de uso do conceito do negócio e a marca registrada do produto/serviço.

1.1.2.3 Acordos de produção

Finalmente, um acordo de produção envolve uma relação contratual por meio da qual a empresa negocia com um fabricante do país-alvo a fabricação de partes ou de um produto inteiro. O esforço de marketing fica sob a responsabilidade da empresa internacional (ROOT, 1994; KOTABE; HELSEN, 1998).

1.1.3 Investimentos diretos

De acordo com Honório e Rodrigues (2005), estratégias de entrada por meio de investimento direto envolvem a propriedade, no país-alvo, de plantas próprias de manufatura ou de outras unidades de produção pertencentes a uma firma internacional. Em termos de estágios de produção, essas subsidiárias podem variar de plantas que dependem totalmente de importações de produtos intermediários da matriz para plantas que empreendem a manufatura completa de um produto (greenfield).

1.1.3.1 Joint ventures

Uma joint venture envolve um acordo de participação conjunta para comercializar e ou produzir produtos em um mercado estrangeiro, da mesma forma como acontece em uma aliança estratégica, mas, ao contrário desta, uma joint venture implica na criação de uma nova empresa (HUTT; SPEH, 2002).

1.1.3.2 Subsidiárias

Sharma e Erramilli (2004) mostram que todas as teorias existentes explicam porque as firmas escolhem estabelecer uma subsidiária de propriedade total da matriz. Esta modalidade requer um maior comprometimento de capital, uma vez que a empresa entra como única proprietária do negócio, por meio de investimentos na fusão ou aquisição de empresas já existentes ou na construção (Greenfield) de uma nova empresa no local.

1.2 Grau de internacionalização

A internacionalização pode ser analisada de várias perspectivas: (1) o grau de agregação em que se quer operar, referente ao nível das firmas ou das indústrias: grandes empresas ou pequenas e médias empresas e à macroeconomia (em nível local, regional ou nacional); (2) a Estratégia de Internacionalização em que se está interessado; e (3) os tipos de atividades internacionalizadas. É possível construir muitos indicadores utilizando-se dessas três perspectivas e, como há uma variedade de componentes com cada perspectiva, a escolha dos melhores indicadores depende de: (a) em quais efeitos se está interessado; (b) que explicações teóricas se relacionam a esses efeitos; e (c) como se podem relacionar os aspectos teóricos aos indicadores. Após se focalizar uma abordagem específica para a construção e

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5 desenvolvimento de índices, tem-se que se confrontar com o problema da disponibilidade dos dados. O grau de internacionalização não é um conceito único (IETTO-GILLIES, 2002).

Dow (2006) explica que a falta de variáveis que sejam utilizadas como critério para análise da performance das firmas no mercado internacional limita seu uso direto para desenvolver um modelo normativo que identifique a capacidade das firmas de adaptação. Sem essas variáveis, pesquisas têm apenas apresentado o comportamento atual das firmas no mercado global, mas isso não reflete como as firmas deveriam se comportar para maximizar a performance nas suas atividades internacionais.

De acordo com Sullivan (1994), não há uma medida para o grau de internacionalização de uma firma que seja consensual na literatura. Ao estudar pesquisas empíricas que buscam explicar a relação entre internacionalização e desempenho das empresas, o autor percebeu que os resultados se revelaram contraditórios. Sua escala de medição do grau de internacionalização fortalece a confiabilidade e a validade da interpretação do conceito de internacionalização de empresas, em função da replicabilidade do método de cálculo, baseado em dados secundários.

Estudos realizados por Sullivan (1994) defendem a escolha de uma única variável para a medição do grau de internacionalização, porém cada pesquisa encontrada trabalhou com uma variável distinta, e o resultado foi uma grande variedade de medidas, o que dificultou a adoção de um padrão. Contudo, aquele autor afirma que um conceito complexo como a internacionalização, com vários atributos, não pode ser medido a partir de apenas um item. O Quadro 1 apresenta dois modelos que podem ser utilizados para a medição do grau de interrnacionalização.

Modelo 1: Sullivan (1994) DOIINTS = FSTS + FATA + OSTS + PDIO + TIMIE

DOIINTS = escala do grau de internacionalização; FSTS = vendas externas/vendas totais;

FATA = ativos no exterior/ativos totais;

OSTS = subsidiárias no exterior/total de subsidiárias; PDIO = dispersão psíquica das operações internacionais; TMIE = experiência internacional da alta gerência.

Modelo 2 (versão 1) Forte; Sette (2005) GIN = VETV +ATEX + SETS + DPOI + EIMI

GIN = escala do grau de internacionalização; VETV = vendas externas/ total de vendas;

ATEX = número de atividades exercidas no exterior (importação, exportação, contrato de produção, subsidiárias no exterior e outras).

SETS = número de subsidiárias no exterior/total de subsidiárias;

DPOI = dispersão psíquica das operações internacionais; (Bezerra, 2005). Índice calculado com o maior país comprador de granito da empresa.

EIMI = experiência internacional da empresa com o mercado internacional: tempo de internacionalização/ tempo de existência da empresa.

Modelo 2 (versão 2) Forte, Moreira; Moura (2006) GIN = VETV +ATEX + SETS + DPOI + EIMI

GIN = escala do grau de internacionalização; VETV = vendas externas/ total de vendas;

ATEX = número de atividades exercidas no exterior (importação, exportação, contrato de produção, subsidiárias no exterior e outras).

SETS = número de subsidiárias no exterior/total de subsidiárias;

DPOI = dispersão psíquica das operações internacionais. Índice calculado a partir da média ponderada dos três maiores países compradores dos calçados da empresa.

EIMI = experiência internacional da empresa com o mercado internacional: tempo de internacionalização/ tempo de existência da empresa.

Quadro 1. Indicadores para cálculo do Grau de Internacionalização. Fonte: Sullivan (1994), Forte; Sette (2005). Adaptado por Forte, Moreira; Moura (2006).

A pesquisa baseou-se nos indicadores alternativos elaborados por Forte, Moreira e Moura (2006), pois este modelo tem como diferencial a redução do viés do cálculo da dispersão psíquica, devido ao cálculo da média dos três principais países compradores do calçado brasileiro e não apenas, a dispersão psíquica do maior país comprador.

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2 Internacionalização do Setor Calçadista Brasileiro

Nas últimas quatro décadas, o Brasil tem representado um relevante papel na história do calçado. O maior país da América Latina é um dos mais destacados fabricantes de manufaturados de couro, detendo o terceiro lugar no ranking dos maiores produtores mundiais, tendo ainda importante participação na fatia de calçados femininos que aliam qualidade a preços acessíveis. Os embarques para o exterior vêm crescendo anualmente para mais de uma centena de países (ABICALÇADOS, 2007).

Países em desenvolvimento, como o Brasil, defrontam-se com o desafio de ingressar com produção própria nos segmentos de mercado de calçados que atendam aos consumidores de maior poder aquisitivo. O calçado brasileiro é exportado para os cinco continentes, detendo modernos conceitos de administração de produção e gestão de fabricação, como just in time e demais processos de qualidade internacional. É uma indústria especializada em todos os tipos de calçados: femininos, masculinos e infantis e calçados especiais. Os segmentos produtivos mais relevantes são o processamento do couro e a própria confecção do calçado (CNI, 2005).

2.1 A indústria calçadista do Brasil

O Brasil, nos últimos 20 anos, vivenciou um forte crescimento industrial, o que oportunizou a modernização e ampliação tecnológica da cadeia calçadista em todos os níveis, atingindo curtumes, fornecedores de máquinas e componentes, oferta de mão-de-obra especializada, instituições de testes, pesquisas e tecnologia e, principalmente, as fábricas de calçados.

2.1.1 Pontos fortes do setor calçadista brasileiro

Um dos diferenciais da indústria calçadista brasileira é a variedade. O Brasil não concentra seus pólos produtivos em uma única região e isso resulta na especialização e diversificação da produção, atendendo a todos os segmentos do mercado (CNI, 2005). A adaptação às mais diferentes coleções é muito rápida. Isto permite que o Brasil produza todos os tipos de calçados necessários para atender ao mercado interno e também às exportações (ABICALÇADOS, 2007).

O Brasil é auto-suficiente em tecnologia para a fabricação de calçados, com reconhecimento mundial. A diversidade cultural do país faz com que este apresente grande criatividade na elaboração de calçados. Assim como os fabricantes produzem calçados atendendo às solicitações dos importadores, também trabalham com design próprio. Para o desenvolvimento das coleções, os estilistas têm ao seu alcance uma gama de materiais que vão dos mais avançados, como os derivados da petroquímica, aos artesanais, como o algodão, a juta, a madeira e o sisal (CNI, 2005).

As indústrias têm ainda forte atuação social nas comunidades em que estão inseridas, apoiando ações que visam à constante melhoria da qualidade de vida de seus habitantes (CNI, 2005). O setor de curtumes brasileiro, com mais de 500 unidades, é considerado um dos menos poluentes do mundo.

Devido à agilidade em obter informações sobre as tendências mundiais de moda, somada à facilidade em obtenção de matérias-primas para desenvolver a modelagem adequada ao mercado comprador, os calçadistas brasileiros têm amplas condições de atender à demanda de importadores dos mais diversos perfis (ABICALÇADOS, 2007).

2.2 Crise do setor calçadista brasileiro

No final da década de 1980, ocorreu uma mudança importante no cenário internacional de calçados com a grande expansão das importações chinesas para o mercado americano. Enquanto as exportações brasileiras de calçados para os Estados Unidos, em volume, apresentaram queda no período de 1983 a 2004, as exportações chinesas apresentaram um crescimento vertiginoso (VIANA e ROCHA, 2005).

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7 A indústria brasileira tinha significativa inserção internacional, ancoradas principalmente na mão-de-obra, até 1994, quando houve a paridade cambial do real em relação ao dólar (Plano Real), fazendo com que as empresas mudassem sua estratégia de exportação para um re-direcionamento das vendas ao mercado interno, ocasionando a insolvência de muitas empresas, especialmente as de pequeno e médio porte.

As maiores empresas conseguiram voltar parte da produção destinada às exportações para o mercado interno, auferindo maiores margens de rentabilidade, a partir da elevação dos preços, sustentada, também, pela expansão da demanda doméstica. A exportação foi mantida, basicamente, apoiada pelo aumento de produtividade e redução de custos em economia de escala, com recorrente achatamento de salários (GARCIA, 2003).

3 Metodologia da Pesquisa

O método de pesquisa utilizado foi o quantitativo. A população do estudo foi composta pelas empresas brasileiras do setor calçadista que exportaram acima de US$10 milhões em 2005, correspondendo a 46 empresas, que foram responsáveis por 66% das exportações nacionais (ABICALÇADOS, 2007; SECEX, 2005; CNI, 2005). Entretanto, durante o período de aplicação do questionário, duas empresas gaúchas faliram, resultando num total de 44 empresas. Pretendeu-se realizar um censo, mas com a dificuldade de retorno dos questionários, o estudo foi realizado com as 15 empresas respondentes, que corresponderam a 34% da população.

O tipo de pesquisa foi de natureza descritiva (LEITE, 2004). A coleta de dados foi realizada em duas etapas: (1) pesquisa documental e bibliográfica e (2) pesquisa de campo para identificar o perfil do setor calçadista brasileiro, as estratégias de internacionalização e o grau de internacionalização. Aplicaram-se questionários com os gerentes de exportação das empresas por meio de correio eletrônico, em virtude da disponibilidade dos entrevistados e da distância.

Decidiu-se desenvolver a análise da pesquisa utilizando-se porcentagem e não a quantidade citada em cada variável, para facilitar a visualização dos resultados obtidos. Além disso, no momento de entrada, 11 das 15 empresas puderam fornecer informações sobre a entrada no mercado internacional. Desse modo, a análise feita no momento de entrada corresponde às 11 empresas respondentes e na situação atual (2006) e futura (2010), corresponde às 15 empresas.

O estudo baseou-se em dois modelos: (1) Escolha da estratégia de internacionalização, apresentada por Sharma & Erramilli (2004) e (2) Cálculo do grau de internacionalização apresentado Forte, Moreira e Moura (2006). Foram apresentadas as médias, os desvios-padrão e os coeficientes de variação das estratégias de internacionalização e do grau de internacionalização.

O perfil das empresas exportadoras do setor calçadista brasileiro foi delineado a partir das variáveis: (1) empresas por unidade da federação; (2) faturamento; (3) tempo entre a fundação e o início das atividades internacionais; (4) do tempo de atuação no mercado internacional; e (5) países compradores do calçado brasileiro.

Na análise utilizou-se de escala gradativa para escolha das estratégias de internacionalização (SHARMA e ERRAMILLI, 2004), que varia de um a oito, sendo (1) o modo mais simples de atuação no mercado internacional e (8) o mais complexo, que são: 1- Exportação indireta; 2- Exportação direta via intermediários do país hospedeiro; 3- Exportação direta via canais próprios da empresa; 4- Modo Contratual (Franchising ou Licenciamento); 5- Joint Venture de Comercialização; 6- Joint Venture de Produção; 7- Subsidiária própria no exterior por meio de aquisição e 8- Subsidiária própria no exterior começando do zero (Greenfield).

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8 Calculou-se, inicialmente, a média ponderada da quantidade de empresas que utiliza cada estratégia de internacionalização. A escala gradativa de um a oito, foi utilizada como peso para cálculo da média ponderada, pois de acordo com Sharma e Erramilli (2004), o grau de dificuldade na implementação das estratégias de internacionalização aumenta seqüencialmente, de acordo com a ordem de classificação das estratégias apresentada pelos autores. Posteriormente, calculou-se a média simples para se obter o desvio-padrão e o coeficiente de variação das estratégias. Quanto maior o coeficiente de variação, menos homogêneo será o setor. Quanto menor esse índice, mais o setor estará homogêneo, buscando utilizar os mesmos tipos de estratégias.

O Grau de Internacionalização foi calculado a partir da soma das variáveis apresentadas no Quadro 1, cujo resultado varia de 0 a 5. O VETV (vendas externas/ total de vendas) foi calculado a partir da relação entre o total de vendas externas/ total geral de vendas; o ATEX (número de atividades exercidas no exterior) foi obtido a partir do somatório da quantidade de atividades exercidas pela empresa, divido pela quantidade total das atividades possíveis de serem exercidas (cinco). O SETS (número de subsidiárias no exterior/ total de subsidiárias) foi obtido pela soma simples do número de subsidiárias da empresa fora do país divido pela quantidade total de subsidiárias. O DPOI (dispersão psíquica das operações internacionais) foi calculado por meio da média ponderada dos percentuais dos três maiores países compradores da empresa. Cada país corresponde a um indicador que retrata a distância psíquica os quais foram elaborados por Leite, Rocha e Figueiredo adaptados por Bezerra (2005) e, posteriormente, por Forte; Sette (2005). Por fim, o EIMI (experiência internacional da empresa com o mercado internacional) foi obtido a partir da relação entre a quantidade de anos na atividade internacional da empresa estudada e a quantidade máxima de anos de fundação da amostra.

Posteriormente à mensuração do grau, calculou-se a média simples para se obter o desvio-padrão e o coeficiente de variação dos desempenhos. Do mesmo modo, quanto maior o coeficiente de variação, menos homogêneo será o setor. Quanto menor esse índice, mais o setor estará homogêneo, buscando ter o mesmo desempenho que seus concorrentes locais no mercado internacional.

Por fim, foi feita análise das variáveis, ao longo dos três períodos, de forma conjunta: grau de internacionalização versus estratégias de internacionalização versus perfil. Nos três momentos as empresas foram divididas em três grupos, a partir do desempenho: (1) maior grau de internacionalização, (2) grau médio e (3) menor grau de internacionalização. A partir dessa divisão, foram comparados os desempenhos das empresas com as suas respectivas estratégias de internacionalização e seus perfis. A análise foi feita no grupo com o maior desempenho.

4 Análise dos Resultados

Os resultados apresentados nesse tópico referem-se às 15 empresas respondentes. É apresentado a seguir o perfil das empresas quanto à unidade da federação, ao faturamento, ao início das atividades internacionais, ao tempo de atuação no mercado internacional, aos países importadores do calçado brasileiro, às estratégias de internacionalização e ao grau de internacionalização.

4.1 Caracterização das indústrias brasileiras exportadoras de calçados

O perfil do setor calçadista é delineado a partir de: (1) empresas por unidade da federação; (2) faturamento; (3) tempo entre a fundação e o início das atividades internacionais; (4) tempo de atuação no mercado internacional; e (5) países compradores do calçado brasileiro.

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4.1.1 Empresas por unidade da federação

É apresentada a seguir, a análise da distribuição das empresas brasileiras do setor calçadista que exportaram acima de US$ 10 milhões em 2005 por unidade da federação. Em relação à população, das 46 empresas, 31 estão localizadas no Rio Grande do Sul; 11, em São Paulo e duas no Ceará, contudo, com as duas falências, o Rio Grande do Sul passou a ter apenas 31 empresas exportadoras de calçados. Do total de 15 respondentes, 13 são empresas gaúchas, 2 são paulistas e uma é cearense.

4.1.2 Faturamento

O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio – MDIC (2006), e a Confederação Nacional da Indústria (2005) dividem em quatro o faturamento das empresas, os quais foram utilizados na pesquisa. São eles: (1) “até US$ 1 milhão”; (2) “entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões”; (3) “entre US$ 10 milhões e US$ 50 milhões”; e (4) “acima de US$ 50 milhões”.

Das 15 empresas analisadas, sete exportaram acima de US$ 50 milhões, apresentando um percentual de 53% da amostra, e oito empresas exportaram entre US$ 10 e 50 milhões, correspondendo a 47% do total. Em relação à população, 25% das empresas exportaram acima de US$ 50 milhões e 75%, entre US$ 10 e 50 milhões.

4.1.3 Tempo entre a fundação e o início das atividades internacionais

Essa variável buscou identificar o intervalo de tempo que as empresas do setor calçadista brasileiro utilizam desde sua fundação até o momento de entrada no mercado internacional. A empresa mais antiga foi fundada em 1943 e a mais nova, em 1997. Algumas empresas iniciaram as atividades de internacionalização após muito tempo atuando no mercado nacional. Três empresas entraram no mercado internacional no mesmo ano em que foram fundadas, desenvolvendo atividades tanto no mercado nacional, como no internacional. Contudo, em média, as empresas do setor calçadista brasileiro iniciaram suas atividades no mercado internacional após 7,6 anos de sua fundação.

4.1.4 Tempo de atuação no mercado internacional

Esse indicador refere-se ao tempo de atuação das empresas do setor calçadista brasileiro no mercado internacional, em relação a 2006. É obtida por meio da diferença entre 2006 e o ano que a empresa entrou no mercado internacional.

As empresas do setor calçadista brasileiro têm em média 22,2 anos de atuação no mercado internacional. O setor é forte na economia brasileira, apesar de ainda ser recente a inserção das empresas calçadistas na competitividade internacional.

4.1.5 Países compradores do calçado brasileiro

Os principais países importadores do calçado brasileiro são: Estados Unidos, México, Inglaterra, Canadá, Alemanha, Argentina, Bolívia, Itália, Espanha e Paraguai. Também foram citados os Emirados Árabes e os Blocos Econômicos: Comunidade Européia e Mercosul.

Os principais países compradores do calçado brasileiro, no momento de entrada, são os Estados Unidos, sendo este responsável pela compra de 85,7% das exportações brasileiras de calçados e a Espanha, com 14,3%. Na situação atual, os principais países compradores são Estados Unidos, com 80% e México com 26,7% e na situação futura, os Estados Unidos com 80% e a Inglaterra com 26,7%.

4.2 Estratégias de internacionalização

É apresentado a seguir o perfil das empresas do setor calçadista brasileiro em relação às estratégias de internacionalização utilizadas nos três momentos analisados: momento de entrada, situação atual (2006) e futuro (2010), conforme Tabela 1.

No momento de entrada no mercado internacional, as estratégias mais utilizadas foram: exportação indireta e exportação direta via intermediários do país hospedeiro, correspondendo a 50% e 42,9%, respectivamente. Entretanto, também foram citadas as estratégias exportação

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10 direta via canais próprios da empresa, joint venture de produção e subsidiária própria no exterior começando do zero (Greenfield). Como as empresas podem utilizar duas ou mais estratégias de internacionalização ao mesmo tempo, o somatório das respostas não corresponde ao total de 15 empresas.

No momento de entrada, a média ponderada das estratégias de internacionalização obtida foi 1,84 demonstrando que as empresas do setor calçadista brasileiro entraram no mercado internacional com estratégias pouco complexas, variando entre exportação indireta e exportação direta via intermediários do país hospedeiro. Na situação atual, as empresas têm utilizado, principalmente, a exportação direta via canais próprios da empresa, como demonstrado pela média de 3,16 e na situação futura, como apresentado pela média obtida de 3,8, as empresas pretendem utilizar estratégias um pouco mais complexas, variando entre exportação direta via canais próprios da empresa e modos contratuais.

Tabela 1. Estratégias de internacionalização utilizadas pelas empresas brasileiras do setor calçadista no momento de entrada no mercado internacional, na situação atual (2006) e no futuro(2010).

Momento de

Entrada Situação Atual (2006) Futuro (2010) Estratégia de Internacionalização Quant. % Quant. % Quant. %

1- Exportação indireta 7 50,0 6 40,0 5 33,3

2- Exportação direta via intermediários

do país hospedeiro 6 42,9 7 46,7 6 40,0

3- Exportação direta via canais próprios

da empresa 1 7,1 8 53,3 9 60,0

4-Modo contratual (franchising,

licenciamento ou contrato de produção) 0 0,0 1 6,7 3 20,0

5- Joint venture de produção 1 7,1 0 0,0 0 0,0 6- Joint venture de comercialização 0 0,0 0 0,0 0 0,0 7- Subsidiária própria no exterior por

meio de aquisição 0 0,0 1 6,7 1 6,7

8- Subsidiária própria no exterior

começando do zero (Greenfield) 1 7,1 3 20,0 4 26,7

Média ponderada 1,84 - 3,16 - 3,8

-Fonte: Pesquisa de Campo.

Na situação atual, com o agravamento da crise no setor, a partir do segundo semestre de 2005, as estratégias de internacionalização mais utilizadas pelas empresas foram: exportação direta via canais próprios da empresa, exportação direta via intermediários do país hospedeiro e exportação indireta, correspondendo a 53,3%, 43,7% e 40%, respectivamente, contudo, também foram utilizados os modos contratuais (franchising, licenciamento ou contrato de produção), subsidiária própria no exterior por meio de aquisição e subsidiária própria no exterior começando do zero (Greenfield). No futuro, as empresas pretendem utilizar as seguintes estratégias: exportação direta via canais próprios da empresa, exportação direta via intermediários do país hospedeiro, exportação indireta e subsidiária própria no exterior começando do zero (Greenfield). Também foi citada a estratégia subsidiária própria no exterior por meio de aquisição, entretanto, as empresas pretendem utilizar mais exportação direta por canais próprios, que corresponde a um total de 60% das respostas.

No momento de entrada, não foram utilizadas as estratégias: modo contratual (franchising, licenciamento ou contrato de produção), joint venture de comercialização, subsidiária própria no exterior por meio de aquisição e outras. Na situação atual, as empresas não estão utilizando as estratégias joint venture de produção e joint venture de comercialização e também não pretendem utilizá-las no futuro.

A Tabela 2 apresenta a evolução das estratégias de internacionalização ao longo dos três períodos: momento de entrada, situação atual (2006) e futuro (2010).

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11 Tabela 2. Evolução das estratégias de internacionalização das empresas brasileiras exportadoras de calçados no momento de entrada no mercado internacional, na situação atual (2006) e no futuro (2010).

Estratégias de

Internacionalização Momento de Entrada Situação Atual Situação Futura

Média 2,03 2,52 2,92

Desvio padrão 1,39 1,24 1,33

Coeficiente de variação 0,69 0,49 0,46

Fonte: Pesquisa de Campo.

As estratégias de internacionalização evoluíram ao longo dos três períodos. As médias encontradas variam de 2 a 3, demonstrando que as empresas brasileiras exportadoras de calçados realizam suas atividades no mercado internacional, principalmente, por meio de exportação direta via intermediários do país hospedeiro e exportação direta via canais próprios da empresa.

O coeficiente de variação elevado no momento de entrada, demonstra que não houve homogeneidade entre as respostas, mas como o coeficiente de variação reduziu ao longo do tempo, demonstra que as empresas do setor calçadista brasileiro, estão tendendo para uma homogeneização na escolha pelas estratégias de internacionalização utilizadas.

4.3 Grau de internacionalização

O grau de internacionalização foi calculado para mensurar o desempenho das empresas brasileiras exportadoras de calçados no mercado internacional. A Tabela 3 apresenta a evolução do grau de internacionalização ao longo dos três períodos: momento de entrada, situação atual (2006) e futuro (2010).

Tabela 3. Grau de internacionalização das empresas brasileiras exportadoras de calçados no momento de entrada no mercado internacional, na situação atual (2006) e no futuro (2010).

Grau de

Internacionalização Momento de Entrada Situação Atual Situação Futura

Média 1,40 1,62 1,71

Desvio padrão 0,66 0,51 0,47

Coeficiente de variação 0,47 0,32 0,28

Fonte: Pesquisa de Campo.

O grau de internacionalização na entrada no mercado internacional foi de 1,40, na situação atual, 1,62 e na situação futura, 1,71. As empresas iniciaram suas atividades no mercado internacional com grau de internacionalização baixo, contudo, o coeficiente de variação elevado demonstra que não houve homogeneidade entre as respostas. Algumas empresas calçadistas entraram com grau de internacionalização maior do que o apresentado pela média.

Houve evolução do grau de internacionalização ao longo dos três períodos analisados. Apesar da crise que o setor enfrenta, na situação atual, conseguiu-se manter crescimento no desempenho de suas atividades no mercado internacional. O coeficiente de variação foi maior no momento de entrada, o que demonstra pouca homogeneidade entre as respostas. Contudo, a redução dos coeficientes na situação atual e na situação futura demonstra uma tendência para a homogeneização dos desempenhos das empresas do setor calçadista brasileiro.

Em relação ao grau de internacionalização na situação futura, as empresas do setor calçadista brasileiro pretendem melhorar seu desempenho no mercado internacional. A situação futura apresenta a maior média e o menor coeficiente de variação, o que se espera que será o período que apresentará maior homogeneidade entre os respondentes.

O grau de internacionalização varia de zero a cinco. As empresas exportadoras do setor calçadista brasileiro ainda possuem um baixo grau de internacionalização. Contudo, têm

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12 buscado crescimento no desempenho de suas atividades e maior inserção no mercado internacional.

4.4 Perfil x Estratégias de internacionalização x Grau de internacionalização

A Tabela 4 apresenta a relação entre o desempenho, as estratégias de internacionalização e o perfil das empresas exportadoras do setor calçadista brasileiro ao longo de três períodos.

Para melhor compreensão da relação entre as variáveis e sua evolução ao longo dos três períodos, dividiu-se cada período em três grupos, a partir do valor do grau de internacionalização: (1) maior grau de internacionalização, (2) grau médio e (3) menor grau de internacionalização.

Tabela 4. Relação entre o desempenho, as estratégias de internacionalização e o perfil das empresas exportadoras do setor calçadista brasileiro no momento de entrada no mercado internacional, na situação atual (2006) e no futuro (2010).

GIN x Estratégias x Perfil Entrada Situação Atual Situação Futura Maior Médio Menor Maior Médio Menor Maior Médio Menor

Grau de Internacionalização 2,2 1,5 0,5 2,4 1,6 0,8 2,5 1,6 1,0 Estratégias de Internacionalização 1,0 2,7 1,3 3,5 2,5 1,5 4,8 2,7 2,0 RS 100,0 66,7 100,0 100,0 72,7 100,0 100,0 75,0 100,0 SP 0,0 16,7 0,0 0,0 18,1 0,0 0,0 16,7 0,0 UF CE 0,0 16,7 0,0 0,0 9,2 0,0 0,0 8,3 0,0 Acima de US$ 50 milhões (%) 0,0 50,0 66,7 100,0 36,4 50,0 50,0 41,7 0,0 Faturamento Entre US$ 10 e 50 milhões (%) 100,0 50,0 33,3 0,0 63,6 50,0 50,0 58,3 100,0 Início das atividades

internacionais (fundação - entrada) 2,5 4,2 14,7 15,5 7,2 2,0 16,5 6,4 4,0 Tempo de atuação no mercado internacional 15,0 25,0 10,0 37,5 21,9 8,5 23,5 23,4 5,0 Países Eua Eua Eua Esp. Argent. Eua Eua México

Argent. Argent. Eua Méx. Eua

Eua China Itália Inglat. PERFIL Países compradores % 97,5 60 10 10 100 55 72,6 15 17 20 62 50 10 54,4 10 15 50,0 Fonte: Pesquisa de campo.

Em relação à entrada no mercado internacional, as empresas que apresentaram maior grau de internacionalização, apresentaram estratégias de internacionalização mais simples, devido ao menor índice apresentado entre os três grupos. Em relação ao perfil, localizam-se no Rio Grande do Sul, exportaram entre US$ 10 e 50 milhões. Também tiveram o menor intervalo entre a fundação e o início das atividades no mercado internacional, levando em média 2,5 anos. As empresas atuam em média, há 15 anos no mercado internacional. Por fim, 97,5% de suas exportações foram para os Estados Unidos.

Na situação atual (2006), as empresas do grupo com o maior desempenho, apresentaram as estratégias de internacionalização mais complexas, como indicado pelo índice 3,5. Localizam-se no Rio Grande do Sul, tiveram faturamento anual acima de US$ 50 milhões,

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13 apresentaram a média de 15,5 anos para entrarem no mercado internacional, sendo este o grupo com o maior tempo de início das atividades. Também tiveram o maior tempo de atuação no mercado internacional, com a média de 37,5 anos. 55% de suas exportações foram para os Estados Unidos. Os outros grupos exportaram também para o México e a Argentina e não somente para os Estados Unidos.

Na situação futura (2010), as empresas do grupo com o maior grau de internacionalização, apresentaram também estratégias de internacionalização mais complexas, como indicado pelo índice 4,8. Localizam-se todas no Rio Grande do Sul. 50% delas tiveram faturamento anual acima de US$ 50 milhões e 50% entre US$ 10 e 50 milhões. Representam o grupo com maior tempo entre a fundação e o início das atividades no mercado internacional, sendo, em média, 16,6 anos. Também têm mais tempo de atuação no mercado internacional, com 33,5 anos.

Em relação às estratégias de internacionalização, no momento de entrada, quanto maior o grau de internacionalização, menos complexas foram as estratégias. O que significa que as empresas exportadoras do setor calçadista têm entrado no mercado internacional com estratégias mais simples, que não demandam muitos recursos. Contudo, esse resultado refere-se a 11 empresas e não 15 como na situação atual e futura, refere-sendo isto uma limitação da pesquisa.

O principal estado brasileiro, produtor de calçados é o Rio Grande do Sul. As empresas com o melhor desempenho localizam-se nesse estado. Em relação ao faturamento, as empresas com menor faturamento tiveram maior desempenho na entrada. Contudo, na situação atual, as empresas com maior faturamento tiveram maior grau de internacionalização e na situação futura, o faturamento não influirá no desempenho.

Na situação atual e futura, as empresas com o melhor desempenho levaram mais tempo para entrar no mercado internacional e também, têm maior tempo de atuação no mercado internacional. Portanto, essas empresas parecem planejar mais a entrada no mercado internacional e têm mais experiência.

O principal país comprador nos três momentos são os Estados Unidos. Contudo, houve uma redução gradativa nas exportações para esse país. Com a entrada da China no mercado americano, as empresas brasileiras do setor calçadista perderam uma parte do mercado, mas têm tentado se manter competitivas e buscado conquistar outros mercados.

Conclusão

O principal estado brasileiro, produtor de calçados é o Rio Grande do Sul. A maior parte dessas empresas têm faturamento anual entre US$ 10 e 50 milhões, iniciou suas atividades no mercado internacional há cerca de 8 anos, atua no mercado internacional há cerca de 22 anos e tem como principais países importadores do calçado brasileiro: Estados Unidos, México, Inglaterra, Canadá, Alemanha, Argentina, Bolívia, Itália, Espanha e Paraguai. Também foram citados os Emirados Árabes e os Blocos Econômicos: Comunidade Européia e Mercosul.

Em se tratando das estratégias de internacionalização, as empresas brasileiras do setor calçadista entraram no mercado internacional principalmente por meio de exportação indireta e exportação direta via intermediários do país hospedeiro. Na situação atual, as empresas continuam utilizando a exportação indireta e direta via intermediários do país hospedeiro, contudo, houve crescimento na utilização da exportação direta via canais próprios da empresa e um crescimento razoável da utilização de subsidiárias (Greenfield).

Na situação futura, as empresas também devem continuar utilizando a exportação indireta e a exportação direta via intermediários do país hospedeiro, mantendo crescimento na utilização da exportação direta via canais próprios da empresa e de subsidiárias (Greenfield).

As estratégias de internacionalização evoluíram ao longo dos três períodos. O coeficiente de variação elevado no momento de entrada, demonstra que não houve

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14 homogeneidade entre os modos de escolha de entrada no mercado internacional. Como o coeficiente de variação reduziu ao longo do tempo, revela-se que as empresas do setor calçadista brasileiro, estão tendendo para uma homogeneização na escolha pelas estratégias de internacionalização utilizadas.

O grau de internacionalização varia de zero a cinco e quanto mais o grau de internacionalização for próximo a cinco, mais as empresas são internacionalizadas. Os graus encontrados na pesquisa foram de 1,40, 1,62 e 1,71, na entrada, na situação atual e futura, respectivamente. Houve evolução do grau de internacionalização ao longo dos três períodos analisados.

O coeficiente de variação foi maior no momento de entrada, o que demonstra pouca homogeneidade entre as respostas. Entretanto, a redução dos coeficientes na situação atual e na situação futura demonstra uma tendência para a homogeneização dos desempenhos das empresas do setor calçadista brasileiro. As empresas exportadoras do setor calçadista brasileiro ainda possuem um baixo grau de internacionalização, mas têm buscado crescimento no desempenho de suas atividades e maior inserção no mercado internacional.

No momento de entrada as empresas com o maior grau de internacionalização apresentaram estratégias de internacionalização menos complexas, apontando uma relação inversa. Por outro lado, nas situações atual e futura, as empresas com o melhor desempenho, utilizaram estratégias de internacionalização mais complexas. As empresas mais internacionalizadas, nos três momentos, localizam-se no Rio Grande do Sul e tem faturamento acima de US$ 10 milhões.

As empresas exportadoras do setor calçadista têm entrado no mercado internacional com estratégias mais simples, que não demandam muitos recursos. Na situação atual elas têm utilizado estratégias mais complexas e pretendem utilizar estratégias mais complexas ainda na situação futura.

Na entrada, as empresas com fundação mais recente, entraram mais rápido no mercado internacional. Na situação atual e futura, as empresas com o maior desempenho tiveram fundação mais antiga, e também demoraram mais a iniciarem suas atividades internacionais. As empresas exportam principalmente para os Estados Unidos, mas também vendem calçados para Argentina, Espanha, Itália e México.

A primeira hipótese foi confirmada, pois as empresas com maior grau de internacionalização utilizaram estratégias de internacionalização mais complexas no desempenho de suas atividades além-mar nas situações atual e futura. No momento de entrada ocorreu o inverso, porém, pode-se confirmar a hipótese, pois houve limitação quanto à quantidade de respondentes na entrada.

A segunda hipótese também foi confirmada, pois se comprovou que está havendo redução da dispersão das estratégias de internacionalização utilizadas pelas empresas, demonstrando que o setor está mais homogêneo. A terceira hipótese foi rejeitada, pois o grau de internacionalização das empresas do setor não está diminuindo, mesmo com a crise que o setor está enfrentando. As empresas calçadistas têm conseguido superar a crise, pois houve um pequeno aumento nos seus desempenhos.

A quarta hipótese também foi rejeitada, pois quanto maior o tempo para internacionalização, maior foi o grau de internacionalização encontrado. As empresas com melhor desempenho, levaram mais tempo para se internacionalizarem. A quinta hipótese foi confirmada, pois as empresas que atuam há mais tempo no mercado internacional apresentaram maior grau de internacionalização.

A pesquisa teve como limitações a quantidade de respondentes, o que dificultou a realização da análise dos resultados. No momento de entrada, 11 empresas forneceram informações, pois os atuais gerentes de exportação não acompanharam o momento em que a

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15 empresa entrou no mercado internacional. Na situação atual e futura, as 15 empresas forneceram os dados.

A tabela utilizada para o cálculo da dispersão psíquica foi elaborada em 1988, tendo sido elaborada em condições diferentes da atualidade. Como sugestão de novos estudos poder-se-ia pesquisar no intuito de elaborar uma nova tabela para contribuir na identificação da distância psíquica entre o Brasil e outros países. Também poder-se-ia investigar por que as empresas brasileiras do setor calçadista utilizam estratégias de internacionalização menos complexas e por que possuem grau de internacionalização relativamente baixo.

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