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Sustentabilidade ambiental e a expansão imobiliária na cidade de Santos-SP: um diagnóstico sobre suas áreas verdes

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Academic year: 2021

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Sustentabilidade ambiental e a expansão imobiliária na cidade de Santos-SP: um diagnóstico sobre suas áreas verdes

Patrícia Veloso D’Andréa¹, Fabio Giordano²

¹Arquiteta Urbanista e Mestranda do PPG – ECOMAR - UNISANTA

² Professor Doutor do PPG – ECOMAR - UNISANTA

Rua Oswaldo Cruz n º 277, Santos, São Paulo, Brasil, CEP. 11045-907 Autor para contato: Patrícia Veloso D’Andréa e-mail: patdandrea@ig.com.br

Resumo

Trata-se de um estudo analítico de áreas verdes na cidade litorânea – Santos-SP, que na última década (2005-2014) sofreu um forte processo especulativo de crescimento econômico e imobiliário. O estudo foi realizado com o objetivo de diagnosticar o padrão de distribuição de áreas verdes para a elaboração de propostas que apontem diretrizes para a criação de novas áreas verdes na cidade. Foi realizado um levantamento da situação tomando como ano base os dados obtidos em 2013, através da Revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Urbana do Município de Santos - Lei Complementar N° 731, de 11 de julho de 2011, Diagnóstico Consolidado, obtidos através de pesquisa digital. Os resultados mostram que o município de Santos apresenta uma boa média de áreas verdes por habitante 16,01 m²/hab apenas quando se incluí no cálculo as encostas da serra do Mar (área continental). No entanto, na área urbana (área insular), alguns bairros apresentam cobertura vegetal muito baixa. Neste estudo destacam-se 34 bairros na área insular de Santos, que apontam o uso da estratégia de construção de parques lineares em corredores ecológicos ao longo das vias públicas como uma solução viável para inclusão da biota vegetal necessária a um ambiente urbano sustentável.

Palavras Chaves: Áreas verdes urbanas; Santos-SP; ecologia da paisagem urbana.

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Environmental sustainability and the real estate expansion in the city of Santos- SP: a diagnosis on their green areas

Abstract

It is treated of an analytical study of green areas in the coastal city - Santos-SP, that in the last decade (2005-2014) it suffered a fort speculative process of economical and real estate growth. The study was accomplished with the objective of diagnosing the pattern of distribution of green areas for the elaboration of proposals that you/they point guidelines for the creation of new green areas in the city. A rising of the situation was accomplished taking as year base the data obtained in 2013, through the Revision of the Master plan of Development and Urban Expansion of the Municipal district of Santos - Complement Law number 731, of July 11th, 2011, Consolidated Diagnosis, obtained through digital research. The results show that the municipal district of Santos just presents a good average of green areas for inhabitant 16,01 m²/hab when if I included in the calculation the hillsides of the mountain of the Sea (continental area). however, in the urban area (insular area), some neighborhoods present covering very low vegetable.

In this study it is detached 34 neighborhoods in the insular area of Santos, that you/they point the use of the strategy of construction of lineal parks in ecological corridors along the public roads as a viable solution for inclusion of the necessary vegetable biota to a maintainable urban atmosphere.

Keywords: Urban green areas, Santos-SP, ecology of the urban landscape.

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P.V. D’Andréa, F. Giordano

Introdução

Ecologia urbana é o estudo das interações entre plantas, animais e seres humanos em áreas urbanas, a fim de entender até que ponto as áreas verdes são afetadas pelo processo de urbanização que os grandes centros urbanos vêm passando.

O crescimento desordenado das cidades, construções sem planejamento ambiental contribuem, por exemplo, para o aumento de temperatura em locais onde a circulação de ar e as áreas verdes são deficientes.

Entende-se por áreas verdes urbanas como o conjunto de áreas que apresentam cobertura vegetal (nativa ou introduzida), melhoram a qualidade de vida e o equilíbrio ambiental nas cidades. Apresentam-se em diversas situações: em áreas públicas, em áreas de preservação permanente, nos canteiros centrais, nas praças, parques, nos jardins institucionais, nos terrenos públicos não edificados, entre outros.

Segundo Jesus S. C.;Braga R., 2005: Embora a quantificação de áreas verdes seja um instrumento útil na avaliação da qualidade ambiental de uma cidade, não é suficiente quando não se considera a distribuição das mesmas pelo espaço urbano.

A cidade de Santos, nos últimos anos vem passando por um processo de crescimento de empreendimentos na construção civil. Diante deste fato, este artigo visa avaliar a distribuição localizada de áreas verdes e a densidade populacional em vários bairros da cidade, a fim de diagnosticar o padrão de distribuição de áreas verdes com o propósito de realizar um trabalho futuro que apontará diretrizes possíveis de serem implantadas.

Segundo Volker Minks, 2013: “Na destruição e fragmentação de habitats está situada a maior ameaça à biodiversidade, assim como aos benefícios de uma vida saudável em áreas rurais e urbanas.”

Método

A metodologia utilizada foi à análise de dados obtidos através de pesquisa digital da Revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Urbana do Município de Santos - Lei Complementar nº 731, de julho de 2011 - Diagnóstico consolidado.

Resultados

Os dados utilizados foram: área verde em m² por habitante e o número de habitantes por bairro. Em seguida, estes dados foram confrontados para obter um diagnóstico do Padrão de Distribuição de Áreas Verdes na cidade de Santos - SP.

Esse trabalho constitui em uma pesquisa exploratória cujo objetivo foi à análise de dados para uma investigação mais rigorosa posterior.

Em decorrência, foi feita uma abordagem teórica com o objetivo de compreender o tecido urbano e os processos de transformação da cidade, sendo o propósito este o primeiro passo para o planejamento sustentável.

Detecta-se um desequilíbrio na distribuição de áreas verdes. Na tabela 1,

comparados os valores verifica-se que há bairros com alta densidade demográfica como

o bairro do Embaré, que possui apenas 3,52 m²/ habitante, enquanto que o bairro

Piratininga possui 111,3m²/h, um valor de área verde/ habitante 30 vezes maior que o

bairro do Embaré.

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P.V. D’Andréa, F. Giordano

Tabela 1- Distribuição populacional das pessoas e das árvores pelas ruas dos bairros da cidade de Santos SP

Bairro População

Área Verde

m² / hab. Bairro População

Área Verde m² / hab.

Aparecida 36.440 3.89 M.José Menino 3.227 28.17

Areia Branca 6.494 1.74 Macuco 19.870 1.38

Bom Retiro 9.212 13.75 Marapé 20.992 3.81

Boqueirão 30.869 4.04 Paquetá 1.008 13.88

Campo Grande 27.787 2.85 Piratininga 962 111.3

Caneleira 2.969 1.79 Pompéia 11.333 3.13

Castelo 11.260 1.4 Ponta da Praia 31.573 5.92

Centro 1.008 35.5 Rádio Clube 19.179 1.17

Chico de Paula 3.065 26.88 Saboó 10.578 0.81

Embaré 37.807 3.52 Santa Maria 6.615 4.04

Encruzilhada 15.588 4.48 São Jorge 6.974 2.65

Estuário 6.127 5.24 São Manoel 4.553 1.99

Gonzaga 24.788 4.55 Vila Belmiro 8.652 5.36

José Menino 8.652 4.83 Vila Mathias 9.719 8.62

M. Nova Cintra 5.270 86.55 Vila Nova 4.476 4.3

M. Pacheco 1.810 14.34 Vila Progresso 3.814 2.56

M. Penha 2.061 40.34

M. São Bento 7.200 3.42

Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano - PMS, 2013.

Coordenadoria de Planejamento Econômico Secretaria Municipal de Meio Ambiente - 2013

Figura 1- Distribuição da população humana pelos Bairros da cidade de Santos (a) e a ára verde por m² para cada habitante (b)

0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 40000

População

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Fonte: Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano - PMS, 2013.

Coordenadoria de Planejamento Econômico Secretaria Municipal de Meio Ambiente - 2013

A figura 1 demonstra uma distribuição pouco equitativa de área verde refletindo um processo histórico de ocupação urbana que não considerou a perspectiva de dispersão de áreas verdes pela cidade acompanhando a ideia original de parques lineares formando corredores ecológicos com as áreas de morro da cidade.

Discussão

Analisando a pesquisa documental observou-se um desequilíbrio de áreas verdes na cidade. Existe a necessidade de serem promovidas ações para a produção de novas áreas nos bairros cuja média seja inferior à média da cidade por habitante, 16,01m²/hab., segundo a Revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Urbana do Município de Santos, Lei Complementar N° 731, de 11 de julho de 2011, Diagnóstico Consolidado.

O aumento destas áreas verdes refletirá em benefícios sobre o desenvolvimento urbano sustentável, segundo (Volker Minks,2013):

Programas de criação de parques e de arborização urbana oferecem muitos benefícios, desde a melhoria da qualidade de vida das comunidades, reduzindo os efeitos das ilhas urbanas de calor, retardando o escoamento urbano durante a ocorrência de tempestades, proporcionando habitat para vida selvagem no espaço urbano e melhoria da qualidade do ar.

Volker Minks, 2013 p. 20

Neste sentido, podemos acreditar que umas das proposições possíveis para uma melhor distribuição de áreas verdes em Santos - SP seria a criação de corredores ecológicos no sistema viário da cidade com a implantação de parques lineares nas calçadas das avenidas e canais, a exemplo da avenida da praia.

A implantação destes poderá promover a cidade o reestabelecimento do

equilíbrio sustentável, a conservação da biota, diminuir os efeitos das ilhas de calor,

conectar áreas verdes entre morro/cidade, reduzir áreas seladas promovendo uma

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P.V. D’Andréa, F. Giordano

melhor permeabilidade da água pluvial, diminuir a poluição sonora, bem como, oferecer uma visualização harmônica da paisagem.

Conclusão

Considerando o resultado, concluímos que há necessidade de um incremento nas áreas verdes na cidade, bem como, a criação de novas possibilidades de áreas arborizadas, estas podendo ocorrer tanto nas vias principais da cidade como em praças e jardins. Um aumento da infraestrutura verde remodelará a paisagem urbana, incrementará a biodiversidade além de promover um equilíbrio sustentável e uma melhor qualidade de vida para a população.

A proposição de corredores ecológicos ao longo das vias públicas constitui uma solução viável para a sustentabilidade da biota, visto que, a área insular da cidade de Santos sofreu um processo de verticalização e crescimento imobiliário nos últimos anos.

Faz-se necessário também o implemento de políticas que visem criar a conscientização das pessoas, introdução de cultura de sustentabilidade para que desta forma sejam possíveis à proposição de benefícios ambientais e sociais.

O estudo para a obtenção de resultados virá de um processo analítico de situações semelhantes, pesquisa das possibilidades específicas para cada área da cidade de Santos, tendo como objetivo proporcionar uma melhor qualidade de vida e um melhor equilíbrio na relação área verde/habitante do município.

Bibliografia

VOLKER MINKS, A Rede de Design Verde Urbano – Uma Alternativa Sustentável para Megacidades? . Revista Labverde ed.07, São Paulo, dezembro/2013. pp. 127/128.

SANTOS - Secretaria de Desenvolvimento Urbano. Revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Urbana do Município de Santos – Diagnóstico Consolidado, outubro/2013.

http://www.santos.sp.gov.br/sites/default/files/conteudo/Diagn%C3%B3stic%20Consoli dado%20Revis%C3%A3o%20Plano%20Diretor%20Santos.pdf

SANTOS - Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano. Relatório de urbanização, 2013.

JESUS S. C.; BRAGA R., Análise Espacial Das Áreas Verdes Urbanas da Estância De

Águas De São Pedro – SP, Caminhos de Geografia - revista on line

http://www.ig.ufu.br/revista/caminhos.html, agosto 2005, pp. 207

Referências

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