Albert Neisser (1855-1916)
Neisseria gonorrhoeae
Habitat: ser humano (sempre patogénica)
Diplococos Gram– (grãos de café), não esporulados,
imóveis
Aeróbia
Oxidase +
Catalase +
Neisseria gonorrhoeae
Infecções
Homem Uretrite
Epididimite, prostatite, abcesso periuretral
Mulher
Infecção ao nível do endocervix
Salpingite, endometrite, doença inflamatória pélvica (10-20% mulheres não tratadas)
Mulher grávida – parto prematuro, aborto espontâneo
Neisseria gonorrhoeae
Infecções (mais raras)
Infecção gonocócica disseminada - mais frequente
em mulheres (1-3%)
Faringite
Perihepatite (síndrome de Fitz-Hugh-Curtis)
Neisseria gonorrhoeae
Epidemiologia
Transmissão sexual (pico de incidência: 15-24 anos)
Mulheres – risco de 50% de aquisição através de
uma única exposição
Homens – risco de 20% de aquisição através de
uma única exposição
Principal reservatório: portadores assintomáticos
Neisseria gonorrhoeae
Factores de virulência
Factor Função
Pili (pilina) Ligação às células epiteliais, protecção contra
neutrófilos, contribuem para diversidade antigénica
Proteína PorB Invasão celular, sobrevivência intracelular (inibe fusão dos fagolisossomas nos neutrófilos),
resistência ao sistema de complemento
Proteínas Opa Ligação às células epiteliais e fagocíticas
Proteínas de ligação a transferrina, lactoferrina e hemoglobina
Aquisição de Fe das células humanas
LOS Lipooligossacárido (endotoxina)
IgA1 Protease Destruição de IgA1
Neisseria gonorrhoeae
Neisseria gonorrhoeae
Diagnóstico laboratorial
Produtos biológicos
Exsudado uretral (homem) ou endocervical (mulher)
Exsudado orofaríngeo Exsudado anal
Sangue (infecção disseminada)
Semear de imediato ou usar meio de transporte
Neisseria gonorrhoeae
Diagnóstico laboratorial
Microscopia – elevada sensibilidade e especificidade
para diagnóstico em homens com uretrite
Positivo: diplococos Gram negativos dentro de PMN
Neisseria gonorrhoeae
Diagnóstico laboratorial
Exame cultural
Meio selectivo (Thayer-Martin Modificado, New York
City)
Meio não-selectivo (gelose-chocolate) Incubação: 35-37ºC
3-7% CO2 Humidade Até 72h
Neisseria gonorrhoeae
Diagnóstico laboratorial
Identificação
Teste da oxidase (+)
Testes bioquímicos (padrão de acidificação dos
Neisseria gonorrhoeae
Diagnóstico laboratorial
Testes de antigénios – pouco sensíveis; não recomendados
Testes de amplificação de ácidos nucleicos –
Neisseria gonorrhoeae
Tratamento
Cefalosporinas de largo espectro
Associação com azitromicina ou doxiciclina se não tiver sido excluída infecção por Chlamydia
Neisseria meningitidis
Habitat: ser humano
Diplococos Gram–, não esporulados, imóveis
Aeróbia
Oxidase +
Catalase +
Neisseria meningitidis
Epidemiologia
Transmissão por aerossóis
Colonização oro- e nasofaríngea – sobretudo crianças
em idade escolar e adultos jovens (8-20%)
Não é preconizado tratamento de portadores
assintomáticos
Doença mais frequente nos meses frios e secos
Neisseria meningitidis
Factores de virulência
Factor Função
Pili (pilina) Ligação às células epiteliais, protecção contra neutrófilos
Cápsula
polissacarídica
Antifagocítica
LOS Lipooligossacárido (endotoxina)
Neisseria meningitidis
Diagnóstico laboratorial
Produtos biológicos
Líquido cefalo-raquidiano
Sangue
Exsudados oro- ou nasofaríngeos
Diagnóstico laboratorial
Microscopia – líquido cefalo-raquidiano; sangue (no
caso de bacteriémia pronunciada)
Positivo: diplococos Gram negativos dentro e fora
de PMN
Diagnóstico laboratorial
Cultural LCR, sangueNeisseria meningitidis
Gelose-sangue Gelose-chocolateHemocultura mais fácil do que para N. gonorrhoeae (carga microbiana mais elevada e ausência de susceptibilidade à vancomicina)
Exs. faríngeos, expectoração
Meio não-selectivo
Meio selectivo (MTM, NYC)
Diagnóstico laboratorial
Testes de antigénios – LCR, sangue, urina
Pouco sensíveis; falsos positivos
Neisseria meningitidis
Identificação ao nível da espécie
Testes bioquímicos (padrão de acidificação de
açúcares, produção de enzimas)
Determinação do serogrupo
Tratamento
Neisseria meningitidis
Cefalosporina de largo espectro
Penicilina (quando confirmada susceptibilidade)
Cloranfenicol
Profilaxia (portadores e familiares de doentes):
Rifampicina
Ciprofloxacina
Prevenção
Neisseria meningitidis
Vacinas conjugadas
Polissacárido capsular serogrupo C (Plano Nacional de Vacinação desde 2006)
Serogrupos A, C, Y e W135 (viajantes para regiões endémicas e imunodeficientes)
Vacina serogrupo B – 3 proteínas recombinantes + vesícula membrana externa
Haemophilus influenzae
Habitat: ser humano
Cocobacilos Gram–, pleomórficos
Anaeróbios facultativos
Não esporulados, imóveis
Oxidase +/ catalase +
Fastidiosos
Factores X e V
Haemophilus influenzae
Infecções
Otite média Sinusite
Tracto respiratório inferior
Bronquite Pneumonia Meningite Epiglotite Celulite Artrite Estirpes não encapsuladas (oportunistas) Serotipo b (Hib)
(crianças não vacinadas)
Haemophilus influenzae
Infecções
Pneumonia
idosos, com doença pulmonar crónica estirpes não tipáveis
Meningite
crianças não imunizadas
1-3 dias: infecção respiratória superior febre, cefaleias fortes, sinais sistémicos
Epiglotite (laringite obstrutiva)
crianças não imunizadas
faringite inicial, febre, dificuldade em respirar
Haemophilus influenzae
Epidemiologia
Colonização oro- e nasofaríngea (primeiros meses de vida) Estirpes encapsuladas pouco frequentes
Infecção endógena
Translocação através das células epiteliais e endoteliais => disseminação para o sangue
Bacteriémia elevada: disseminação sistémica (ex. meninges)
Factores de risco
Níveis inadequados de anticorpos
H. influenzae tipo b (Hib) – 95% infecções invasivas População pediátrica
Imunização com Vacina Hib - Vacina conjugada (1987, EUA; 2000, PNV Portugal)
Estirpes não encapsuladas (não tipáveis) (>50% infecções invasivas) Serótipos c-f
Hib em países com vacina não implementada, crianças não imunes, idosos
Haemophilus influenzae
Epidemiologia – Pré-vacinal
Haemophilus influenzae
Factores de virulência
Factor Função Cápsula polissacarídica Antifagocítica,Hib - poliribosil-ribitol fosfato (PRP) Pili e outras
adesinas
Colonização orofaringe
IgA1 Protease Colonização orofaringe; Destruição de IgA1
LPS Lipopolissacárido (endotoxina) – diminuição da função ciliar, lesão epitélio respiratório
Haemophilus influenzae
Diagnóstico laboratorial
Sinusite ou otite
Aspiração com agulha
Pneumonia
Expectoração, lavado bronco-alveolar, secreções brônquicas Sangue
Meningite
Líquido cefalo-raquidiano (LCR) – 1 a 2 mL Sangue
Epiglotite, celulite, artrite
Sangue
Microscopia Cultura
Haemophilus influenzae
Diagnóstico laboratorial
Analisar de imediato ou usar meio de transporte adequado, temperatura ambiente
Microscopia – elevada sensibilidade e especificidade
Haemophilus influenzae
Diagnóstico laboratorial
Exame cultural
Meio não-selectivo: gelose-chocolate ou Levinthal agar
hemina (factor X)
NAD (dinucleótido de adenina nicotinamida) (factor V) Incubação: 35-37ºC
3-7% CO2 Humidade
Haemophilus influenzae
Diagnóstico laboratorial
Identificação presuntiva:
Gram – cocobacilos Gram-, pleomorfismo Requerimento de factores X e V
Satelitismo
Haemophilus influenzae
Diagnóstico laboratorial
Teste de antigénio (Hib)
Haemophilus influenzae
Tratamento
Cefalosporinas de largo espectro – infecções invasivas
Azitromicina
Fluoroquinolonas
Ampicilina – sinusite/otite (resistências)
Prevenção
Vacina (Hib)
Polissacárido capsular PRP (> 18 meses)
Vacinas conjugadas
PRP + proteína adjuvante
Haemophilus
Outras espécies
H. aegyptiusconjuntivite (aguda, purulenta) contagioso
mais frequente nos meses quentes do ano
DIAGNÓSTICO:
gelose chocolate suplementada atmosfera CO2
Haemophilus
Outras espécies
H. ducreyicancróide, “cancro mole” homem
5 a 7 dias após exposição: pápula mole com base eritematosa nas áreas genitais ou perianais
ulceração, dor, linfadenopatia inguinal comum
Diagnóstico: excluir outras causas de úlceras genitais
DIAGNÓSTICO: