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Georgia Lima de Paula. Residente de 3 Ano Disciplina de Gastroenterologia Pediátrica Escola Paulista de Medicina - UNIFESP

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(1)

Georgia Lima de Paula

Residente de 3° Ano

(2)

 Condição rara na infância, de rápida evolução e que tem, geralmente, o óbito como resultante de seu curso natural;

Resulta da perda súbita da função do fígado em uma pessoa

sem doença hepática preexistente;

Também é chamada de Insuficiência ou Falência Hepática

Fulminante, Hepatite Fulminante ou Necrose Hepática Aguda;

 Por sua raridade, existem poucos estudos controlados sobre tratamento, e não há padronização dos cuidados intensivos dos pacientes em IHA;

 A frequência na população americana é de 17/100000 hab/ano, mas em crianças é desconhecida;

Responsável por 10-15% dos transplantes hepáticos anuais em

crianças nos EUA.

Introdução

(3)

Não existem estudos adequados e/ou algoritmos ou

marcadores para guiar a condução dos quadros;

Logo, o diagnóstico e o manejo devem ser

individualizados e deve focar em quatro perguntas:

A condição do paciente é tratável?

Qual o risco de deterioração ou melhora a cada dia

que a criança vive com seu fígado nativo?

O transplante hepático é necessário para a

sobrevivência do paciente?

As comorbidades são reversíveis?

(4)

O Pediatric Acute Liver Failure Study Group

(PALFSG) dos Estados Unidos e do Canadá aplica os

seguintes critérios na definição de IHA em crianças:

Evidência bioquímica de lesão hepática;

Ausência de doença hepática crônica conhecida;

Coagulopatia não-corrigível pela administração de

vitamina K;

INR> 1,5 na presença de qualquer grau de

encefalopatia clínica ou INR >2 na ausência de

encefalopatia clínica.

Definição

(5)

Em razão da dificuldade em reconhecer a

encefalopatia na criança, a presença de coagulopatia,

avaliada pelo tempo de protrombina, INR ou nível

de fator V ou VII, na ausência de sepse ou CIVD, e

não corrigível em até oito horas pela administração

de vitamina K, é o critério central para o diagnóstico

de IHA.

Observação

(6)

A síndrome ocorre quando a extensão da morte

(necrose ou apoptose) das células hepáticas supera a

capacidade regenerativa do fígado;

Há perturbação das funções hepáticas, com redução

na capacidade de eliminar drogas, toxinas e

bilirrubina, diminuição na síntese de fatores de

coagulação, alteração na homeostase da glicose e

aumento na produção de lactato;

Há diminuição da função celular macrofágica

hepática e redução da produção de complemento e

de proteínas de fase aguda;

Fisiopatologia

(7)

INFECCIOSAS; METABÓLICAS;  INFILTRATIVAS;

 POR DROGAS E TOXINAS;

 AUTOIMUNES;

CARDIOVASCULARES.

 Em até 50% dos casos, um diagnóstico específico não consegue ser estabelecido – IHA INDETERMINADA.

 Nos países (principalmente os em desenvolvimento) onde as hepatites virais (A, B, E) são endêmicas, elas são a principal causa de IHA nas crianças.

Etiologia

(8)

CAUSAS TIPOS

DOENÇAS METABÓLICAS Tirosinemia tipo 1

Distúrbios da cadeia respiratória mitocondrial

Defeitos do ciclo da ureia Galactosemia

Defeito da oxidação dos ácidos graxos

Intolerância hereditária à frutose Erros inatos da síntese dos ácidos biliares

Distúrbio congênito da glicosilação Doença de Niemann-Pick tipo C Hipocortisolismo

Doença de Wilson

Hemocromatose neonatal

(9)

CAUSAS TIPOS

INFECCIOSAS VIRAL

Hepatite Viral (A, B, B+D, E) HSV-1 e HSV-2 HHV-6 CMV, Enterovírus, adenovírus, echovírus, EBV BACTERIANA Salmonelose, tuberculose, leptospirose Septicemia OUTROS AGENTES Malária

(10)

CAUSAS TIPOS

DOENÇAS INFILTRATIVAS Linfo-histiocitose hemofagocítica Leucemia Tumores DROGAS Paracetamol Halotano Isoniazida-Rifampicina AINES Fenitoína Valproato de sódio Carbamazepina Antibióticos Cetoconazol Antirretrovirais Alopurinol Propiltiouracil Amiodarona

(11)

CAUSAS TIPOS

TOXINAS Amanita phalloides

Fitoterápicos

Tetracloreto de carbono Solventes

Fósforo Amarelo Clorobenzeno

AUTOIMUNES HAI tipos 1 e 2

Hepatite de células gigantes com anemia hemolítica Coombs positiva CARDIOVASCULARES/

ISQUÊMICAS Síndrome de Budd-Chiari

Insuficiência circulatória aguda Insuficiência cardíaca aguda Hipoxemia/isquemia

Hipertermia

Cardiomiopatias

(12)

 Em recém-nascidos, as doenças metabólicas e as infecções são causas comuns, enquanto as hepatites virais, a HAI e a IHA induzida por drogas são mais frequentes nas crianças maiores e nos adolescentes;

A IHA pode ser a primeira manifestação de uma doença subclínica,

como ocorre na HAI e na Doença de Wilson;

 A história de exposição a drogas não exclui a necessidade de investigação de outras causas de injúria hepática;

 Questionar sempre hemotransfusões e, em adolescentes, o uso de drogas ilícitas, comportamentos de risco e tentativas de suicídio;

 ADNPM e epilepsia podem sugerir doenças metabólicas;

Prurido, ascite, esplenomegalia e baixo ganho pôndero-estatural

podem sugerir uma doença crônica com apresentação aguda.

Etiologia

(13)
(14)

 É uma droga segura e bem tolerada quando as instruções de posologia são rigorosamente seguidas;

Tem um índice terapêutico baixo e, em certos indivíduos e

cenários clínicos, a administração crônica mesmo de doses terapêuticas pode resultar em hepatotoxicidade significativa(causa de injúria hepática em 10% dos pacientes, segundo o PALFSG);

 Fatores de risco são: uso concomitante de outras drogas hepatotóxicas, idade menor, jejum prolongado.

Existem dois cenários clínicos para essa toxicidade:

Ingestão aguda e única de dose >100mg/kg (acidental ou

intencional );

 Ingestão crônica de altas doses (90mg/kg/dia ou 15mg/kg a cada 4h), por mais de um dia.

(15)

Tanto nas exposições agudas quanto nas crônicas, a

IHA por paracetamol caracteriza-se por grande

elevação de ALT e pouca elevação das bilirrubinas;

No PALFSG, crianças com exposição crônica eram

mais jovens e tinham pior prognóstico que as de

exposição aguda;

(16)

Menos de 1% das crianças com Hepatite A sintomática

desenvolvem IHA;

Todavia, HAV é responsável por 80% dos casos

pediátricos de IHA em países em desenvolvimento,

refletindo as altas taxas de infecção nessa população;

Já a Hepatite aguda B, em áreas onde a infecção é

endêmica, corresponde a 20% dos casos de IHA em

crianças;

Hepatite C é uma causa rara de IHA;

Hepatite E também é uma causa comum de IHA onde é

endêmica, principalmente na Índia, mas parece haver

subnotificação de casos, fazendo a real incidência ser

subestimada.

(17)
(18)

Geralmente se inicia com surgimento de icterícia em um

paciente sem doença hepática preexistente. Contudo, a

icterícia pode não estar presente em todos os casos;

Outros sintomas (inespecíficos): fadiga, mal-estar,

anorexia, náusea, dor abdominal, mialgia, artralgia e febre

estão frequentemente presentes;

Sinais de encefalopatia (53% dos casos já no início do

quadro; Outros 15% ao longo da 1ª semana);

Petéquias, equimoses, exantema, esplenomegalia, ascite

(em 22% é a apresentação inicial) e edema também podem

ocorrer;

Exceto nas intoxicações agudas, o quadro é insidioso e

difícil avaliar quando iniciou precisamente.

Quadro Clínico

(19)

Mecanismos multifatoriais e incluem a redução da

síntese de fatores pró-coagulantes (fatores II, V, VII,

X,

fibrinogênio),

proteínas

anticoagulantes

(antitrombina, proteína C e proteína S) e alterações

plaquetárias (número e função);

Isso pode explicar a relativa baixa frequência de

sangramento espontâneo clinicamente importante

nesses pacientes;

O TP e o INR alargados refletem a perda de função

sintética do fígado, não necessariamente maior risco

de sangramento.

Coagulopatia

(20)

 Síndrome neuropsiquiátrica associada à disfunção do fígado;

 Alterações variam desde confusão leve e desorientação até coma, edema cerebral e HIC;

Patogênese parcialmente compreendida: evidências clínicas e

laboratoriais sugerem um importante papel da elevação das neurotoxinas circulantes, especialmente a AMÔNIA;

 Não há um nível específico de amônia que resulte em um determinado grau de encefalopatia;

 Infecção e citocinas inflamatórias, ao alterarem a permeabilidade endotelial e alterarem o fluxo cerebral, também parecem estar relacionadas;

A gravidade pode ser verificada por parâmetros clínicos e

eletroencefalográficos e está relacionada à evolução e ao prognóstico.

Encefalopatia Hepática

(21)

A classificação clínica varia de 0 (mínima ou nenhuma

alteração) até 4 (coma);

O monitoramento clínico do estado mental deve ser

realizado várias vezes ao dia;

Os sinais de encefalopatia podem estar ausentes ou ter

aparecimento tardio nas crianças em IHA;

Quanto menor a idade, mais sutis e difíceis de identificar

são as manifestações (lactentes podem ter apenas vômitos

e recusa alimentar);

 Alguns EIM podem produzir uma síndrome semelhante à IHA e, neles, a encefalopatia não é secundária à falência hepática.

Encefalopatia

(22)

Epidemiologia local, anamnese acurada, história

familiar

(consanguinidade,

perdas

fetais,

autoimunidade), exame físico, idade do paciente;

História pregressa (uso de medicamentos e drogas,

transfusões de sangue, exposição a tóxicos, contato

com DIP, convulsões, atraso neurológico);

No

EF,

procurar:

xantomas,

escarificação,

baqueteamento

digital,

eritema

palmar,

esplenomegalia, ascite.

Diagnóstico Diferencial

(23)

 Os exames devem ser guiados pela anamnese, principalmente em crianças menores, nas quais o volume de sangue necessário para uma completa avaliação pode ser fator limitante;

 A interpretação pode ser difícil pela condição clínica e não pela doença de base;

 Proteínas sintetizadas pelo fígado (alfa-1-antitripsina e ceruloplasmina) podem estar diminuídas só pela IHA, assim como a ferritina (proteína de fase aguda) pode estar aumentada e não ser hemocromatose;

 O significado clínico de marcadores autoimunes não está claro, pois não são específicos e podem estar alterados em outras causas de IH, como Wilson e induzida por drogas.

 Durante o acompanhamento devem ser realizadas de rotina (periodicidade variável, no mínimo diária) bioquímica hepática e renal, eletrólitos, glicemia e testes de coagulação;

 Para o pré-transplante, HIV e tipagem sanguíneas são necessários.

Laboratório

(24)

USG com doppler permite avaliar a patência das veias

hepáticas, a presença de massas e tumores e de sinais

de doença hepática crônica;

BX hepática não é rotineira, pois é de pouca utilidade

para o diagnóstico e a coagulopatia muitas vezes

contra-indica o procedimento;

É necessária para o diagnóstico de HAI, a

pesquisa de metástases hepáticas, linfoma,

herpes, doença de Wilson, assim como para

descartar uma doença crônica terminal que

contra-indique o transplante

.

Exames complementares

(25)

Geralmente baseia-se no intervalo de tempo entre a

icterícia e a encefalopatia; na Pediatria utiliza-se a

classificação temporal abaixo, com possível valor

prognóstico:

HIPERAGUDA: até 10 dias de duração;

AGUDA: 10<duração < 30 dias;

SUBAGUDA: 30dias<duração< 6 meses.

Outros critérios colocam que o prognóstico depende

mais da etiologia que da duração.

Classificação

(26)

O encaminhamento deve ser precoce e com o paciente

estável, pois a deterioração clínica pode ser muito rápida e

o transporte do paciente em estado grave pode piorá-lo e

precipitar o óbito;

O paciente deve ser mantido sob monitoração contínua e

com reavaliações periódicas, diurnas e noturnas, de seu

estado neurológico, das condições cardíacas e respiratórias

e da pressão arterial;

A ingestão de alimentos e de líquidos e as eliminações

devem ser rigorosamente observadas e registradas;

O controle da glicemia por glicosímetro deve ser

periódico.

Conduta

(27)

O ambiente deve ser silencioso e devem ser evitados

estímulos desnecessários (tv, som, visitas), pois podem

precipitar o agravamento da encefalopatia e o aumento da

PIC;

Eventualmente, caso o paciente fique agitado, pode ser

necessária a contenção física;

A sedação deve ser evitada, pois pode dificultar a

monitoração do estado neurológico;

Sempre que possível a alimentação deve ser mantida,

inclusive a ingestão de proteína. Se a restrição protéica for

necessária, ela não deve ser total;

Suporte enteral e parenteral podem ser utilizados.

Tratamento de suporte

(28)

O paciente deve ser mantido em restrição hídrica de 85 a

90% do volume de manutenção;

A hipoglicemia ocorre em 40% dos casos e resulta do

hiperinsulinismo e da redução do estoque de glicogênio e

da capacidade de gliconeogênese;

Para evitá-la, manter infusão contínua de glicose (às vezes

sendo necessários 10 a 15mg/kg/min – em acesso central

– para manter a normoglicemia – preferência entre 90

e110);

O maior gasto energético desses pacientes demanda a

utilização dos estoques de proteína e gordura dos tecidos

muscular e adiposo, sendo o suporte nutricional

necessário;

Tratamento e diagnóstico precoce

das complicações

(29)

Alterações eletrolíticas costumam acompanhar o quadro e são

particularmente deletérias;

A hiponatremia deve ser evitada, pois pode exacerbar o edema

cerebral;

A hipocalemia pode ocorrer, secundária à diluição por excesso

de volume, por ascite ou por perda renal;

A manutenção da fosfatemia é um fator de melhor prognóstico

(hipo pode refletir as necessidades aumentadas devido à regeneração hepática; hiper é geralmente associada a disfunção renal e piora prognóstico);

 Pode haver também distúrbios acidobásicos diversos;

 Todos podem ocorrer mesmo sem lesão renal.

Alterações Metabólicas

(30)

Abstract

BACKGROUND/AIMS:

Clinical and laboratory predictors of recovery in children with fulminant hepatic failure are limited. Recently, hypophosphatemia has been reported as a laboratory indicator of recovering liver function in children with fulminant hepatic failure . We aimed to determine the incidence of hypophosphatemia and its association with clinical outcome in children in our center with fulminant hepatic failure.

METHODS:

We analyzed 21 children who had been diagnosed with fulminant hepatic failure. Laboratory findings were recorded from admission date until the patient spontaneously recovered, underwent orthotopic liver transplantation or died.

RESULTS:

Eight patients (38%) died, 6 (28.6%) underwent orthotopic liver transplantation, and 7 (33.3%) recovered without orthotopic liver transplantation. We identified hypophosphatemia in 57.1% of children with fulminant hepatic failure. Serum phosphorus levels were significantly lower in patients who recovered than in the orthotopic liver transplantation+death group. The presence of encephalopathy was determined at a much lower rate in the recovery group than in the orthotopic liver transplantation+death group. Serum phosphorus concentration ≥2.9 mg/dl and presence of encephalopathy were identified as independent risk factors for mortality.

CONCLUSIONS:

Hypophosphatemia can be identified as a marker of recovery in children with fulminant hepatic failure. Presence of encephalopathy and a serum phosphorus level ≥2.9 mg/dl appear to indicate a poor prognosis in children with fulminant hepatic failure.

Turk J Gastroenterol. 2010 Sep;21(3):270-4.

Fulminant hepatic failure and serum phosphorus levels in children from the western part of Turkey.

(31)

 Lactulose deve ser iniciada quando houver evidência clínica de encefalopatia, embora haja pouca evidência científica;

 A descontaminação intestinal com neomicina oral pode ser usada em segunda linha de tratamento, porém é oto e nefrotóxica;

 Em casos de EH, restringir a ingestão protéica para o máximo de 1g/kg/dia;

Manter o paciente livre de sepse e com adequada sedação (de

preferência que não altere o estado mental) podem prevenir edema e HIC;

 O edema cerebral não é resultante direto da encefalopatia e, nem todos os pacientes com a mesma desenvolvem HIC clinicamente importante;

Manejo das alterações

neurológicas

(32)

 A falência hepática aumenta a concentração sérica de amônia e, consequentemente, a intracerebral;

A amônia, no astrócito – rico em glutamina sintetase-, é

convertida em glutamina, um osmol potente intracelular, que atrairá líquidos, gerando edema e HIC.

 Outros causadores de HIC são citocinas inflamatórias/sepse e administração de fluidos/hemoderivados.

 Monitoração direta da PIC persiste controversa, mas é o método mais sensível e específico, quando comparada a exames menos invasivos, como a TC;

Também são úteis: elevação da cabeceira(30º.), manitol, solução

salina hipertônica e hiperventilação na VMA;

 Casos refratários: indometacina, hipotermia, tiopentona (diminuem FSC).

SILVA, LR; FERREIRA, CT; CARVALHO, E. Hepatologia em Pediatria. São Paulo, Manole, 2012 UPTODATE: Acute liver failure in children: management. Updated: Sep 26, 2012.

(33)
(34)

Vitamina K deve ser administrada na admissão, mas

administração diária não é necessária;

A correção do TP com plasma ou outros produtos

pró-coagulantes, como fator VII recombinante, está

indicada apenas quando ocorrer sangramento ativo

ou antes da realização de procedimento invasivo.

Manejo das alterações

hematológicas

(35)

Hemorragia

digestiva

ocorre

com

frequência

surpreendentemente baixa;

As principais causas são erosões ou úlceras, varizes de

esôfago ou gastropatia da HP;

Sangue, plasma e plaquetas apenas se repercussão

hemodinâmica;

Antiácidos profiláticos podem ser usados;

Se ascite, tratar apenas se desconforto pela restrição

respiratória: restrição hídrica, diuréticos (preferência

espironolactona) – evitar diurese excessiva: pode

predispor à síndrome hepatorrenal.

Pancreatite pode surgir, quando FMO; nesse caso o

manejo de glicose e fluidos é ainda mais desafiador.

Manejo das alterações GI

(36)

 Na população pediátrica, a incidência de insuficiência renal é menor, entre 10-15% dos casos;

A elevação de creatinina está associada a maior mortalidade

após transplante hepático;

 Patogênese da disfunção renal não é totalmente compreendida: pode resultar de hipotensão por sepse, hemorragia ou desidratação, de nefrotoxicidade, de NTA ou de sínd. Hepatorrenal (mais comum na IH crônica);

 Ao contrário da IRA pré-renal, a SHR cursa com sódio urinário baixo e não melhora com reposição volêmica;

Diálise e hemofiltração contínuas estão associadas a melhor

estabilidade hemodinâmica e metabólica;

 A maioria dos pacientes que se recuperam de IHA apresenta normalização da função renal.

Manejo das alterações renais

(37)

Administração excessiva de fluidos pode predispor a

edema pulmonar e deve ser evitada;

Se surgir edema pulmonar, a restrição hídrica e o uso

de diuréticos devem ser feitos com cautela, para

evitar a disfunção renal por hipofluxo;

Monitoração da pressão venosa central (PVC) pode

ajudar no manejo das necessidades volêmicas da

criança;

Suporte inotrópico pode ser necessário para manter a

perfusão aos órgãos vitais.

UPTODATE: Acute liver failure in children: management. Updated: Sep 26, 2012.

Manejo das Alterações

(38)

Suporte nutricional deve ser mantido para evitar o

estado de catabolismo;

Se não for seguro para a criança dieta oral ou enteral,

nutrição parenteral deve ser fornecida com os

seguintes parâmetros:

Cota hídrica: 85-95% das necessidades de manutenção;

Proteínas: 1g/kg/dia, podendo ser reduzida até

0,5g/kg/dia se níveis elevados de amônia;

Oligoelementos (cobre, manganês, selênio) devem ser

evitados, pois geralmente requerem a atividade do

fígado e/ou rim para seu metabolismo.

(39)

São a principal causa de morbimortalidade na IHA;

 Esses pacientes são mais susceptíveis a infecções bacterianas e fúngicas, devido à sua disfunção imunológica (níveis e funções reduzidas dos complementos, assim como a aderência dos neutrófilos);

 As evidências de infecção podem ser sutis: taquicardia, oligúria, alteração do estado mental;

 Febre e leucocitose podem não estar presentes;

Hemoculturas devem ser coletadas diariamente ou quando

houver piora clínica;

Na suspeita de infecção, iniciar antibióticos de amplo espectro,

pois a mesma poderá ser contraindicação ao transplante;

Manejo das infecções

(40)

Várias abordagens estão sendo desenvolvidas para

realizar as funções do fígado, de modo a retardar ou

evitar o transplante hepático:

 Aparelhos de Assistência hepática artificial (ex. MARS – Sistema recirculante membrana-adsorvente);

 Plasmaférese;

 N-acetilcisteína;

Corticoides;

(41)

 Previne ou reduz o dano hepático na Intoxicação por Paracetamol;

VO ou IV;

Tem sido usada empiricamente na IHA de outras causas;

Todavia, um estudo duplo-cego, randomizado, placebo

controlado, demonstrou que NAC IV não foi benéfico quando IHA não foi induzida por paracetamol em crianças: a sobrevida após um ano foi menor que o placebo, principalmente em lactentes;

 Pode aumentar a sobrevida sem transplante quando utilizada em pacientes em estágio inicial de encefalopatia (graus I e II), em adultos e crianças;

 Poucos efeitos colaterais, geralmente náuseas e vômitos.

N- Acetilcisteína

SILVA, LR; FERREIRA, CT; CARVALHO, E. Hepatologia em Pediatria. São Paulo, Manole, 2012 UPTODATE: Acute liver failure in children: management. Updated: Sep 26, 2012..

(42)

Particularmente usada na IHA por Intoxicação por

drogas;

Observa-se melhora da encefalopatia (embora não do

prognóstico neurológico), da coagulopatia e redução dos

níveis das enzimas hepáticas, porém sem aumento na

sobrevida e na capacidade de regeneração hepática;

Pode ser utilizada na manutenção do paciente em IHA

enquanto se aguarda o transplante de fígado,

particularmente para a correção de coagulopatia em caso

de hemorragia grave;

No caso da Doença de Wilson, é muito útil, pois é capaz

de remover grandes quantidades de cobre.

Plasmaférese

(43)

Em pacientes de IHA por Hepatite autoimune é

benéfico e efetivo na supressão da atividade

inflamatória;

O atraso no início do tratamento nesses casos pode

ter impacto negativo na sobrevida;

Pode ainda ser a única opção em crianças

criticamente

doentes,

com

estado

clínico

deteriorando, todavia, podem causar alterações do

estado mental que interferem na avaliação de

encefalopatia, além de aumentar o risco de sepse,

uma causa frequente de morte nessa população.

Corticoesteroide

(44)

 Também chamados de fígado artificial, representam uma substituição temporária de algumas das funções do fígado insuficiente, servindo de ponte à regeneração hepática ou ao transplante.

 Classificam-se em bioartificiais (hepatócitos humanos imortalizados ou animais) e artificiais;

 Os bioartificiais existentes ainda são experimentais e questões de segurança imunológica e oncológica precisam ser respondidos antes de liberados à prática clínica;

Os artificiais (HEMODIABSORÇÃO, DIÁLISE DA ALBUMINA

E MARS) já estão disponíveis e têm reduzido a necessidade de transplante em alguns casos: removem toxinas solúveis em água e ligadas à proteína, porém não realizam a função sintética hepática.

Sistemas de Suporte

(45)

O Transplante hepático de urgência é o único tratamento

definitivo para a maioria dos pacientes em IHA, e sua

introdução como opção terapêutica modificou a

sobrevida;

Contudo, os resultados após o transplante ainda são

inferiores aos realizados em paciente crônicos, com alta

mortalidade operatória imediata, principalmente por

FMO, sepse e enxertos sub-ótimos;

A sobrevida em um ano varia de 75-90%;

Redução da mortalidade em lista (maior que nos crônicos)

tem sido alcançada com a realização precoce e com a

utilização de enxerto partido e de doador vivo.

Transplante

(46)

 Nos EUA, pacientes em IHA com indicação de transplante têm prioridade sobre aqueles listados com PELD/MELD – são considerados status 1 A;

 Critérios para esse Status:

Encefalopatia que surge dentro de 8 semanas dos primeiros

sintomas de doença hepática, na ausência de doença hepática preexistente E um dos abaixo:

 Dependência de Ventilador;

Necessidade de diálise ou hemofiltração;  INR >2.

 As crianças assim classificadas têm de ser reavaliadas após 7 dias; A qualquer momento ela pode ser retirada da lista por melhora ou piora; Se após esse período ainda estiver na lista, avaliar se mantém o status ou apenas o PELD.

(47)

 Tem sido sugerido como alternativa à falta de enxertos de doadores falecidos;

 Alguns relatos mostram que os resultados podem ser até superiores aos com doador falecido;

Questionamentos éticos têm sido impostos:

 riscos ao doador;

potencial coerção familiar, social e autoimposta ao doador em uma

situação emergencial;

piores resultados conseguidos na IHA.

O risco de óbito do doador é baixo (0,2%) e a frequência de complicações

maiores é inferior a 15%, mas, quando ocorrem, são irreversíveis;

 As principais dificuldades estão relacionadas ao processo de seleção do doador em tempo hábil e de forma adequada;

 O tamanho do enxerto suficiente normalmente não é problema para crianças menores, mas pode dificultar a seleção para adolescentes e adultos em IHA e determinar a utilização do lobo hepático direito.

SILVA, LR; FERREIRA, CT; CARVALHO, E. Hepatologia em Pediatria. São Paulo, Manole, 2012.

(48)

 Algumas doenças com envolvimento de múltiplos órgãos não são tratáveis com o transplante de fígado, pois este não modifica a evolução, particularmente relacionada aos aspectos neurológicos;

 Exemplos são as doenças mitocondriais, síndromes hemofagocíticas, Niemann-Pick tipo C, hepatite de céls. Gigantes com anemia hemolítica Coombs negativo e neoplasias;

 O transplante pode ser CI nos pacientes com complicações avançadas da IHA;

As contraindicações clínicas, relativas e absolutas são diferentes

entre os centros transplantadores, mas em geral incluem disfunção cardíaca e pulmonar grave, falência de múltiplos órgãos, infecções bacterianas e fúngicas ativas, choque séptico não controlado e hemorragia intracraniana.

Contraindicações ao Transplante

(49)

Um enxerto parcial é implantado hetero ou

ortotopicamente, e todo ou parte do fígado nativo é

preservado em seu lugar;

O processo de regeneração do fígado depende da

existência de um número suficiente de hepatócitos nativos

(mais comum em pacientes jovens ou IHA hiperaguda

viral ou por paracetamol);

A grande vantagem é permitir, após a resolução do

insulto causador da IHA, a manutenção do fígado nativo

regenerado, possibilitando a retirada do enxerto auxiliar e

das medicações imunossupressoras, evitando os efeitos

colaterais do uso prolongado.

SILVA, LR; FERREIRA, CT; CARVALHO, E. Hepatologia em Pediatria. São Paulo, Manole, 2012 UPTODATE: Acute liver failure in children: management. Updated: Sep 26, 2012.

(50)

A probabilidade de regeneração e o tempo de

retirada da imunossupressão não estão estabelecidos;

Com o aprimoramento das técnicas cirúrgicas e dos

critérios de seleção, houve melhora substancial nos

resultados e uma sobrevida semelhante ou superior

ao transplante padrão tem sido relatada;

Entre crianças e adolescentes, a maioria dos

pacientes apresenta regeneração do fígado nativo

(85%) e consegue ficar sem imunossupressão (65%)

em menos de 24 meses.

SILVA, LR; FERREIRA, CT; CARVALHO, E. Hepatologia em Pediatria. São Paulo, Manole, 2012.

(51)

 O transplante de hepatócitos isolados tem sido proposto como opção terapêutica para doenças hepáticas crônicas, metabólicas e na IHA, podendo ser um suporte à função hepática e ponte até o transplante de fígado;

 Hepatócitos humanos infundidos pela veia porta, veia cólica média, no baço ou no peritônio executariam função hepática adjuvante ao fígado em falência;

 O isolamento e a criopreservação de hepatócitos devem ser anteriores à IHA e lobos não utilizados no transplante com fígados reduzidos ou partidos podem ser a fonte de hepatócitos;

 São grandes os desafios para esta técnica na IHA: a viabilidade de células de boa qualidade e em quantidade suficiente é o principal fator limitante;

Transplante de Hepatócitos

(52)

Estima-se que sejam necessários de 10 a 15% da

massa celular hepática para a manutenção suficiente

da função metabólica;

A quantidade de hepatócitos necessária para o

tratamento da IHA provavelmente é maior que nas

doenças metabólicas: a manutenção das funções e da

viabilidade celular em um paciente gravemente

doente deve ser mais difícil;

Sobrevida de 35% sem o transplante de fígado

convencional tem sido mostrada nos poucos relatos

existentes.

SILVA, LR; FERREIRA, CT; CARVALHO, E. Hepatologia em Pediatria. São Paulo, Manole, 2012.

(53)

Apresentam diversas vantagens como fonte alternativa

aos hepatócitos:

 Estão prontamente disponíveis e seu número pode ser ampliado in vitro e in vivo;

 São mais resistentes à criopreservação e menos imunogênicas;

O uso de células autólogas, como da MO, elimina a

necessidade de imunossupressão;

O incompleto conhecimento sobre o controle da sequência

de ativação gênica que leva uma célula-tronco

embrionária a se diferenciar em hepatócito funcionante, a

possibilidade de desenvolvimento de neoplasia e as

questões éticas têm limitado sua utilização terapêutica;

Células-tronco

(54)

As células-tronco hepáticas, encontradas nos canais de Hering

do fígado, têm capacidade de proliferação e diferenciação em hepatócitos e colangiócitos em resposta à injúria hepática;

 São consideradas uma possível fonte de hepatócitos e métodos de identificação, isolamento e expansão dessas células têm sido desenvolvidos;

 As da medula óssea podem ser usadas, tanto as hematopoiéticas quanto as mesenquimais. Essas últimas parecem ter ação anti-inflamatória, mediando a recuperação do fígado ou estimulando a regeneração hepatocitária – logo, surge como uma possível opção terapêutica na modulação da resposta imunológica na IHA.

(55)

 A despeito dos avanços no manejo clínico, a mortalidade em IHA sem transplante permanece elevada, atingindo até 70%;

Atualmente, a sobrevida geral das crianças (com e sem transplante)

supera 60% e a sobrevida dos transplantados pode alcançar 93% em um ano;

Predizer a recuperação espontânea ou a morte sem o transplante

permanece difícil;

 Diversos fatores prognósticos de sobrevivência com recuperação espontânea têm sido descritos, assim como modelos de gravidade da condição clínica e laboratorial do paciente, como os escores Apache, PRISM, MELD e PELD;

A Legislação Brasileira para alocação de órgãos adota os critérios

do King´s College e de Clichy para indicar transplante para crianças e adultos em IHA, embora sua acurácia venha sendo questionada.

Prognóstico

(56)

 Em um estudo retrospectivo com adultos e crianças em IHA na Argentina, os escores MELD e PELD foram superiores aos critérios de King´s College e de Clichy na avaliação prognóstica.

(57)

Os quatro existentes (KCHC, Clichy, MELD e PELD) não são adequadas

ferramentas de prognóstico;

Dentre elas, o PELD, por ser pediátrico, tem vantagem, porém foi

desenvolvido para IH crônica, levando em consideração critérios tais como falha no crescimento, que são de pouco valor prognóstico na IHA;

 KCHC é usado para avaliar a necessidade de transplante em adultos, mas não é útil em crianças;

 O LIU (Liver Injury Unit) foi desenvolvido especificamente para IHA pediátrica e é mais útil. Um estudo testou a validade do mesmo usando as informações do PALFSG, caracterizando uma sensibilidade de 74% e especificidade de 80%.

 Inclui:

 Pico de BT;

 TP ou INR;

 Amônia

 Apesar de ser um progresso, LIU não é suficiente para decisões críticas sobre

transplante, pois não reflete a natureza dinâmica da IHA em crianças e não incorpora as mudanças clínicas periódicas na probabilidade de morte ou sobrevivência.

(58)
(59)

A sobrevida espontânea é maior em intoxicações por

paracetamol (94%) que em doenças metabólicas (44%), induzida por outras drogas (41%) ou diagnóstico indeterminado (45%);

 Crianças sem diagnóstico definido têm uma maior probabilidade de serem submetidas ao transplante;

 As principais causas de óbito nas crianças não-transplantadas são: FMO, edema cerebral/herniação e sepse;

 A perda precoce ou tardia do enxerto é maior quando IHA que IHC;

 Razão para isso parece ser a desregulação imune associada a IHA, a qual poderia aumentar a susceptibilidade a infecções e/ou rejeições;

(60)

A aplicação de vacinas específicas, como as contra as

hepatites A e B, podem prevenir infecções que podem

causar IHA;

A utilização criteriosa de medicamentos e o

armazenamento em local adequado e seguro de drogas e

de outros produtos químicos podem prevenir a

intoxicação acidental e intencional;

Aconselhamento genético para casos de doenças

metabólicas;

O reconhecimento precoce das manifestações iniciais de

IHA, o manejo intensivo adequado, buscando a prevenção

das complicações, em centro com experiência e que realiza

transplante hepático podem aumentar as chances de

sobrevida e a redução das sequelas.

Prevenção

(61)

A IHA na criança é pouco frequente, de extrema

gravidade, e nem sempre reconhecida precocemente;

A recuperação espontânea é rara e o transplante de fígado

possibilita a sobrevivência com boa qualidade de vida;

Pela falta de órgãos disponíveis, é crucial que haja

capacidade de identificar, não somente os pacientes que

precisam do transplante, como os com maior chance de

sobreviverem após o procedimento, evitando submetê-los

a um tratamento inútil;

O aprimoramento do suporte intensivo, particularmente

renal e hepático, e a realização do transplante antes do

desenvolvimento das complicações da IHA podem

melhorar a sobrevida após o transplante de fígado.

Conclusão

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(63)
(64)
(65)
(66)

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