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VI EDUCAÇÃO AMBIENTAL; PERCEPÇÃO DE EDUCADORES DE UMA ESCOLA DE FORMAÇAO PEDAGÓGICA

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Academic year: 2021

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VI Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

VI-043 - EDUCAÇÃO AMBIENTAL; PERCEPÇÃO DE EDUCADORES DE UMA

ESCOLA DE FORMAÇAO PEDAGÓGICA

Luciene Gonçalves Rosa (1)

Bióloga pela Universidade Estadual da Paraíba; Mestranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente pelo PRODEMA/UFPB/UEPB

Monica Maria Pereira da Silva

Bióloga pela Universidade Estadual da Paraíba; especialista em educação Ambiental/UEPB; Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente pelo PRODEMA/UFPB/EUPB; Professora da UEPB/DFB-NEEA.

Endereço(1): Rua Acácio Figueiredo, 76 – Monte Santo – Campina Grande/PB – CEP: 58102-015 – Brasil –

Tel: (83) 322/5373e-mail: lucieneg.rosa@bol.com.br

RESUMO

Para se adquirir uma nova ética social, que proporcione o desenvolvimento sustentável, faz-se necessário que ocorram “mudanças radicais nas percepções, valores e pensamento” da sociedade (CAPRA, 1996). Diante desses fatos, a Educação Ambiental se sobressai como um dos caminhos viáveis, pois visa gerar reflexão quanto à problemática ambiental, buscando intervir na percepção ambiental da sociedade. Por isso, esse trabalho objetivou identificar a percepção ambiental dos profissionais da educação da Escola Normal Padre Emídio Viana Correia, em relação ao meio ambiente e a Educação Ambiental. E consistiu de uma pesquisa participativa, tendo como público alvo o corpo de profissionais da educação da Escola Normal Padre Emídio Viana, localizada no bairro do Catolé, na cidade de Campina Grande/PB. Para coleta de dados foi utilizada a dinâmica, denominada questionário em forma de trilha, que continha perguntas subjetivas referentes à Educação Ambiental. Como resultados verificamos que o conceito de Educação Ambiental, demonstra que ainda há uma predominância da visão ecológica preservacionista, como também existe grande confusão com relação aos termos preservar e conservar e mesmo nos conceitos que já exibem a percepção de Educação Ambiental, enquanto processo educativo, é feito pouca referência a educação crítica e transformadora. A maioria dos educadores colocou que não conhecia nenhum documento referente ao meio ambiente. Mais da metade dos educadores acredita que a Educação Ambiental deve ser uma disciplina, comprova que ainda há uma visão distorcida da Educação e contradizendo o que colocaram com relação a onde, quando e quem deve realizar Educação Ambiental, porque a maioria afirmou que deve ser realizada todo tempo e em qualquer lugar e por todos os segmentos da sociedade. Portanto, os resultados demonstram a relevância de se identificar à percepção ambiental dos envolvidos para se desenvolver trabalhos com Educação Ambiental.

PALAVRA-CHAVE: Educação Ambiental; Percepção Ambiental, formação pedagógica e meio ambiente.

INTRODUÇÃO

A sociedade atual é produto de um modelo de desenvolvimento que tem como base o avanço tecnológico e industrial, caracterizando pela dependência dos “recursos naturais numa dimensão desconhecida a qualquer outro sistema social na história da humanidade” (RAMPAZZO, 1996).

O ser humano adquiriu uma visão imediatista, onde têm priorizado apenas os aspectos econômicos, provocando diversos impactos ambientais e sociais perceptíveis na crise ambiental vigente.

Segundo CAPRA (1996) esses problemas precisam ser vistos como diferentes facetas de uma única crise, uma crise de percepção.

De acordo com ROSA & SILVA (2000) “a percepção ambiental é a maneira de como os indivíduos vêem, compreendem e se comunicam com o ambiente, considerando-se as influências ideológicas de cada sociedade”.

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VI Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

esse trabalho objetivou identificar a percepção ambiental dos profissionais da Escola Normal Padre Emídio Viana Correia, em relação ao meio ambiente e à Educação Ambiental.

METODOLOGIA

Caracterização da Pesquisa

O trabalho retrata uma pesquisa participativa realizada no período de março a outubro de 2001, com 65% dos profissionais da educação das diversas áreas da Escola Normal Padre Emídio Viana Correia, localizada no bairro do Catolé na cidade de Campina Grande/PB.

A pesquisa participativa na visão de THIOLLENT (1998) estabelece relações comunicativas com pessoas ou grupos investigados no intuito de ser melhor aceitos, enquanto desempenham papel atua nas soluções de problemas encontrados durante a pesquisa. Nossa escolha por este tipo de pesquisa ocorreu devido a necessidade de sensibilizar ao mesmo tempo que pesquisamos.

O município de Campina Grande, está localizada no alto da serra da Borborema, ocupa a porção centro oriental do estado da Paraíba, com uma área de 970 km. Tem uma população aproximadamente de 400 mil habitantes.

Hoje Campina Grande conta com um conjunto de profissionais qualificado, o que a caracteriza como exportadora de projetos tecnológicos para os mercados da China, Estados Unidos e Europa. A cidade é palco de vários eventos turísticos, culturais e artísticos, integrados ao calendário regional e até nacional: o Maior São João do Mundo, Micarande (carnaval hora de época), Festival de Inverno e Encontro para Nova Consciência. A Escola Normal Padre Emídio Viana Correia, funciona com o Ensino Médio, na modalidade Normal. O interesse pelo curso, concentra-se no sexo feminino, em virtude de tratar-se de uma questão cultural antiga, ou seja, o Pedagógico se destinava a formar educandos para o exercício do magistério, já que para as mulheres restava apenas a opção de trabalho como professora.

A estrutura física da escola, está constituída de 9 salas de aula, secretaria, direção, sala de professores, sala de atendimento ao aluno, sala onde funciona o projeto de Proformação, cozinha e cantina.

De acordo com VIEIRA (2000), o quadro de professores que compõe esta escola é formada de 41 educadores, distribuídos nos três turnos.

Instrumentos de coleta de dados

Os dados foram coletados através de um conjunto de estratégias metodológicas propostas por SILVA (2000; 2001; 2002) questionário em forma de trilha, dinâmicas, análise de frases e desenhos levando em consideração o núcleo central. A pesquisa e sensibilização aconteceram simultaneamente. Isto é, à medida que os dados foram coletados serviram de base para estruturação das estratégias de sensibilização.

O questionário em forma de trilha (SILVA, 2002) foi constituído por perguntas subjetivas referentes à Educação Ambiental: o que é Educação Ambiental? Para que realizar Educação Ambiental? Quando realizar Educação Ambiental? Educação Ambiental deve ser disciplina? Você conhece algum documento relacionado com meio ambiente?

Os resultados do questionário em forma de trilha foram amplamente debatidos à luz do referencial teórico junto com os profissionais da educação, por meio de construção de textos verbal e não verbal, leituras dinâmicas de músicas, capítulos de livros, textos, charges e da Política Nacional de Educação Ambiental. Análise dos dados

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VI Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os dados coletados demonstram que apesar das diferentes áreas de conhecimentos e de atuação da equipe, a maneira de perceber e de entender Educação Ambiental coincide em diversos aspectos.

Analisando os dados, da primeira abordagem, referente ao conceito de Educação Ambiental, podemos compreender 10 categorias: educação (32%), forma de convívio (11%) e gerenciamento da natureza (4%), relação harmônica homem - meio ambiente (7%), relação saudável homem-natureza (4%), forma de conscientização (18%), preservação (7%) e conservação de natureza (4%), habitat natural (4%), vida (4%), solução para os problemas.

Estes resultados, apresentados na Tabela 01, revelam que grande parte dos educadores não entende Educação Ambiental enquanto processo educativo, divergindo dos princípios e objetivos sobrescritos na Conferência de Tbilisi (1977) e da própria Política Nacional de Educação Ambiental( LEI 9795/99), que a destaca como “um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”.

Todavia, verificamos que Educação Ambiental é vista pelos educadores como recurso disponível, mudanças na relação ser humano-meio ambiente, e dentre estes, alguns apresentam visão “salvacionista” da Educação Ambiental, ou seja, não percebe a posição crítica, política da Educação Ambiental (GUIMARÃES, 2000), ao invés disso, colocam-na numa posição romanticista.

Também podemos perceber nitidamente a confusão conceitual entre Educação Ambiental e a Ecologia Naturalista (LAGO & PÁDUA, 1984), quando citam termos como preservação, conservação e mesmo aqueles conceitos que já exibem a percepção de Educação Ambiental enquanto processo educativo, não é visto como educação crítica e transformadora.

TABELA 01: Categorias de Educação Ambiental apresentada pelos Educadores

CATEGORIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PERCENTUAL (%)

Educação 32

Forma de Conscientização 18

Forma de Convívio 11

Relação harmoniosa homem-meio ambiente 7

Preservação da Natureza 7

Solução para os problemas 5

Gerenciamento da Natureza 4

Relação Saudável homem-natureza 4

Conservação da Natureza 4

Habitat Natural 4

Vida 4

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Os dados presentes na Tabela 02 reforçam os resultados

TABELA 02: Importância da Educação Ambiental na visão dos educadores

IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PERCENTUAL (%)

Melhorar a qualidade de vida 50

Proteger a natureza 11

Preservar o ambiente 11

Refletir e provocar mudanças 8

Conservar o ambiente 4

Amar a natureza 4

Para viver em perfeito equilíbrio 4

Ensinar a conviver no ambiente 4

Por ser importante 4

Na terceira abordagem, a maioria dos educadores (82%) afirma que Educação Ambiental deve estar presente no currículo escolar como disciplina, comprovando uma ótica distorcida de Educação Ambiental e desconhecimento dos seus princípios norteadores, pois os documentos internacionais e nacionais como a Política Nacional de Educação Ambiental, Lei 9.795/99, enfatiza como característica peculiar e imprescindível para sua efetivação a Transversalidade e Interdisciplinaridade. Podemos constatar estes resultados através dos dados apresentados no Gráfico 01.

82%

18% Sim

Não

Gráfico 01: Educação Ambiental deve ser uma disciplina?

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VI Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

54% 32%

14%

Gráfico 02: Você conhece alguma lei ou documento referente ao meio ambiente?

Finalmente, constamos que 93% consideram que todos são responsáveis pelo meio ambiente. Observamos de certa forma uma contradição comparando com os outros resultados.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante desses resultados, torna-se evidente a relevância de realizar Educação Ambiental a partir da percepção ambiental dos atores e das atrizes, buscando modificar ou ampliar, no entanto é necessário investir na formação dos educadores ambientais em todos os níveis e modalidades de ensino, de maneira a se motivar a construção e reconstrução dos conhecimentos referente o meio ambiente e a própria Educação Ambiental.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Política Nacional de Educação Ambiental. Brasília, 1999 BRASIL, Parâmetros em ação meio ambiente na escola. Brasília, 2001

CAPRA, Fritjof. A Teia da Vida; uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 1996.

CONFERENCIA INTERGOVERNAMENTAL SOBRE MEIO AMBIENTE. TBILISI, 1977.

CONFERÊNCIA

INTERNACIONAL

SOBRE

MEIO

AMBIENTE

E

DESENVOLVIMENTO. Rio de Janeiro, 1992

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia; Saberes e práticas educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GENUINO, Alcicleide Porto. Trabalhando Saúde em Educação Ambiental. Monografia. 2000. (Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas). UEPB. Campina Grande.

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VI Simpósio Ítalo Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

RAPPAPORT, Roy. A Natureza, cultura e antropologia ecológica. In Shapiro, Harry L. Homem, Cultura e sociedade. São Paulo: Martins Pontes, 1982

ROSA, Luciene Gonçalves. Educação ambiental um caminho viável. Monografia. 2000. (Curso de Licenciatura e Bacharelado em Ciências Biológicas). UEPB. Campina Grande.

ROSA, Luciene Gonçalves & SILVA, Monica Maria Pereira da. Educação ambiental proporciona mudanças. In Anais do 21ª Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. João Pessoa, 2001. SATO, Michele. Educação para o ambiente amazônico. 1997. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) Universidade Federal de São Carlos. São Paulo

SILVA, Monica Maria Pereira da & LEITE, Valderi Duarte. Estratégias metodológicas para formação de educadores ambientais do ensino fundamental. In Anais XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental. Porto Alegre, 2000

SILVA, Monica Maria Pereira da & LEITE, Valderi Duarte. Percepção ambiental de educadores de escolas do ensino fundamental da rede pública municipal de campina grande. Anais XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental. Porto Alegre, 2000

SILVA, Monica Maria Pereira da & LEITE, Valderi Duarte. Percepção ambiental dos educandos das escolas públicas municipais de campina grande. In Anais XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental. Porto Alegre, 2000

SILVA, Monica Maria Pereira da & LEITE, Valderi Duarte. Percepção ambiental dos educadores de biologia. In Anais XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental. Porto Alegre, 2000

SILVA, Monica Maria Pereira da & ANDRADE, Leonaldo Alves. Capacitação de professores em Educação Ambiental; uma proposta em avaliação. In Anais XXVII Congresso Interamericano de Engenharia Sanitária e Ambiental. Porto Alegre, 2000

SILVA, Monica Maria Pereira da & LEITE, Valderi Duarte. Diagnóstico ambiental realizado segundo a percepção de educadoras do ensino fundamental de duas escolas da rede pública do município de Campina Grande- PB. In Anais do 21ª Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. João Pessoa, 2001

SILVA, Monica Maria Pereira da & LEITE, Valderi Duarte. Percepção da relação ser humano meio de educadores do ensino fundamental da cidade de Campina Grande – PB. In Anais do 21ª Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. João Pessoa, 2001

SILVA, Monica Maria Pereira da. Meio ambiente na visão de educadores do sertão paraibano. In IV Simpósio de Etnobiologia e Etnoecologia. Recife, 2002

SILVA, Monica Maria Pereira da. Instrumentos de pesquisa para identificação da percepção ambiental. In IV Simpósio de Etnobiologia e Etnoecologia. Recife, 2002

THIOLLENT, Michael. Metodologia da pesquisa ação. 8ªed. São Paulo: Cortez,1998

TRATADO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA SOCIEDADES SUSTENTÁVEIS E RESPONSABILIDADE GLOBAL. Rio de Janeiro, 1992

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