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LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DO DISTRITO DE SÃO DOMINGOS

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Academic year: 2021

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LUDICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A PRÁTICA PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES DO DISTRITO DE SÃO DOMINGOS

LUDICITY IN CHILDHOOD EDUCATION: THE PEDAGOGICAL PRACTICE OF TEACHERS IN THE DISTRICT OF SÃO DOMINGOS

Matheus da Silva Santos 1

RESUMO: O presente estudo buscou traçar um olhar reflexivo sobre a importância da ludicidade na educação infantil e a forma como a educação física integra-se a educação infantil através do ato lúdico, o que facilita a prática do professor em repassar o conhecimento através da brincadeira. O objetivo geral foi investigar a relação da brincadeira e a educação infantil no processo de aprendizagem a partir da perspectiva docente. Para a fundamentação teórica, contamos com a colaboração dos seguintes autores: Vygotsky (1998); Benjamin (1984); BRASIL (1998); RCNE entre outros. Dessa forma analisamos a brincadeira dentro da educação infantil sobre o olhar dos professores que atuam na primeira etapa da educação básica. A metodologia do estudo tratou-se de uma abordagem qualitativa, uma vez que se pretendeu conhecer a realidade das práticas dos professores da área da educação infantil de São Domingos, distrito da cidade de Caridade. O estudo demonstrou que os (n=8) professores concordam que a brincadeira é fundamental para o conhecimento das crianças, e que a utilização de várias brincadeiras feitas por eles facilita o conhecimento, também concordam que a ludicidade é um dos pilares da educação infantil e que suas práticas pedagógicas giram em torno da mesma, proporcionando as crianças um aprendizado simples, eficaz e principalmente alegre. Dessa forma compreendemos que é preciso que o educador tenha conhecimento sobre a utilização das brincadeiras como uma prática docente de seu dia a dia, e que suas ações possam objetivar, realmente suas práticas através da ludicidade.

Palavras-chave: Brincadeira, Ludicidade, Educação Infantil, Ensino- Aprendizagem.

Envio:05/04/2021 Aceite:24/04/2021

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ABSTRACT: The present study sought to draw a reflective look at the importance of playfulness in early childhood education and the way physical education is integrated with early childhood education, which facilitates the teacher's practice of passing on knowledge through play . The general objective was to investigate the relationship between play and early childhood education in the learning process from the teaching perspective. For the theoretical foundation, we count on the collaboration of the following authors: Vygotsky (1998); Benjamin (1984);

BRAZIL (1998); RCNE among others. In this way, we analyze play within early childhood education on the view of teachers who work in the first stage of basic education. The methodology of the study was a qualitative approach, since it was intended to know the reality of the practices of teachers in the area of early childhood education in São Domingos, district of the city of Caridade. The study showed that (n = 8) teachers agree that play is essential for children's knowledge, and that the use of various games made by them facilitates knowledge, they also agree that playfulness is one of the pillars of early childhood education and that its pedagogical practices revolve around it, providing children with a simple, effective and mainly joyful learning. Thus, we understand that it is necessary for the educator to have knowledge about the use of games as a teaching practice in his daily life, and that his actions can really objectify his practices through playfulness.

Keywords: Play, Ludicity, Early Childhood Education, Teaching-Learning.

_____________________

1 Professor, Docente da EEEP Francisco Paiva Tavares. Mestrando em Ciências da Educação pela Faculdade de Administração e Comércio (FACEM), Especialista em Gestão e coordenação pedagógica pela Faculdade Padre Dourado – Endereço: Fazenda Várzea Redonda, Bairro: Zona Rural, Município: Caridade, Estado: Ceará, País: Brasil, CEP: 62730-000. ORCID: https://orcid.org/0000-0003-3686-492X

E-mail: m.santosmtheus@gmail.com

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1 INTRODUÇÃO

A educação infantil é uma iniciação de vivências no ambiente pré-escolar, dentre as varias subdivisões da educação torna-se uma das mais importantes, pois a mesma insere o aluno no campo educacional, sendo considerada a porta de entrada para um mundo cheio de descobertas ocasionadas pela interação entre as crianças e o meio em que elas estão inseridas. Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998) a instituição de educação infantil cumpre um papel socializador, propiciando o desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de aprendizagens diversificadas, realizadas em situações de interação.

Ainda conforme o RCNEI (1998), ao inserir o estudante no meio escolar o mesmo percebe os desafios que estão a sua frente, tais como: a separação dos pais, a adaptação com os novos colegas, com os professores e demais funcionários que formam a escola, além da rotina diária de estudo se outros tipos de linguagens.

Para tanto, a linguagem e as interações sociais são elementos cruciais na formação da consciência humana. A linguagem, por sua vez, não é apenas a expressão do pensamento, mas é a criação de imagens e sentidos internos. É um tipo de atividade superior, que se diferencia de ações mais elementares como reflexos e as atividades limitadas à percepção imediata da realidade.

Este processo de desenvolvimento está ligado a aspectos culturais que diferenciam as diversas sociedades, as quais a criança está inserida. A utilização de signos (linguagem, símbolos algébricos, desenhos, mapas etc.), proporciona localizar onde a mesma está inserida.

Segundo Vygotsky:

“o signo é um meio de que se vale o homem para influenciar psicologicamente em sua própria conduta, ou na dos demais, é um meio para sua atividade interior, dirigida a dominar o próprio ser humano: o signo está orientado para dentro”. (1996. p. 94)

O signo influencia o ser humano, pois o mesmo está no interior do ser e possibilita que a criação de algo possa sair de si próprio, demonstrando essa atividade dos processos emocionais e afetivos.

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No contexto escolar, existe um processo de motivação, pois segundo Coon (1999) a motivação se refere à dinâmica do comportamento, ou seja, ao processo que inicia, sustenta e dirige nossas ações.

Estes processos precisão ser proporcionados pelo professor para que seus discentes possam ir ao ambiente escolar motivado a aprender através das mais diversas formas, não só por meio de livros e explanação do professor, mas também com atividades que envolvam o lúdico ampliando o conceito de brincadeira.

Para Vygotsky (1998), o brincar é uma atividade especifica da infância em que a criança recria a realidade usando sistemas simbólicos. É uma atividade humana criadora, na qual a imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão de ações pelas crianças, possibilitando o surgimento de ralações sociais com outras crianças e adultos.

O interesse por esse estudo surgiu mediante a curiosidade em saber como a brincadeira se insere no âmbito da educação infantil e como ela pode ajudar o educador, a repassar o conhecimento aos seus alunos de maneira simples.

A brincadeira e a educação infantil na visão docente: um aprendizado adquirido através do lúdico? surge com a intenção de esclarecer a importância do lúdico na aprendizagem do aluno na Educação Infantil como um direito de toda criança, espera-se que a mesma proporcione situações de aprendizagens, onde o conhecimento seja repassado à criança através de práticas de lazer e prazer, e que a mesma seja respeitada e valorizada.

A busca por pesquisar essa temática surgiu devido a vivência enquanto estudante da cadeira de estágio na educação infantil, pois me chamou atenção às praticas de brincadeiras utilizadas pelas professoras para estimular as crianças durante a aula. Durante esse processo de pesquisador o que foi preponderante para a este estudo foi o fato de possuir uma aproximação com o locus da pesquisa, visto que a conclusão do ensino fundamental foi realizado na escola onde o estágio aconteceu.

Nesse sentido, pesquisamos sobre a relação entre educação infantil e educação física tendo o lúdico como fator comum, vai de encontro a uma reflexão possível no âmbito da aprendizagem da criança e um acréscimo de

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conhecimento em relação à utilização do lúdico em sala de aula como uma forma diversificada de repassar o conhecimento.

2 METODOLOGIA 2.1 Local da pesquisa:

A pesquisa aconteceu, em São Domingos, distrito de Caridade. O referido distrito possui desde a educação infantil até o ensino médio. Segundo IBGE (2010) é uma comunidade simples onde a maioria das famílias que lhe constituem lidam com uma realidade difícil, e são mantidas, pelo artesanato feito através da palha da carnaúba planta nativa da região, pela agricultura e pecuária, pelo comércio e pelos programas do governo federal, tais como bolsa família, projetos do agro amigo dentre outros.

2.2 Amostra:

A amostra foi composta por 8 ( oito )Professores lotados e atuando na área da educação infantil. Os profissionais efetivos são em um total de 6(seis) e os contratados são 2(dois). Todos são formados em Licenciatura Plena em Pedagogia, sendo 3(três) pós-graduados em psicopedagogia.

2.3 Critérios de Exclusão e Inclusão

Foram incluídos no estudo os professores que lecionam exclusivamente na educação infantil e que assinaram o termo de Consentimento Livre e Esclarecido (APÊNDICEII). Foram excluídos do estudo os professores que não se enquadrarem nos critérios de inclusão acima explicitados.

2.4 Tipo de estudo

A metodologia do estudo tratou-se de uma abordagem qualitativa, e de campo uma vez que se pretendeu conhecer a realidade das práticas dos professores da área da educação infantil em São Domingos, distrito de Caridade.

A pesquisa qualitativa busca o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização etc. Ludek (1986, p.11) “a pesquisa qualitativa supõe o contato direto e prolongado do pesquisador com o ambiente e a situação

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que está sendo investigada, via de regra através do trabalho intensivo de campo”.

2.5 Instrumentos de coleta

Para os levantamentos de dados foram utilizados os questionários, abertos em forma de entrevistas (conforme APÊNDICE I) onde os professores tiveram a oportunidade de expressar suas opiniões, bem como um “diário de bordo”, onde ficaram registradas as descrições sobre as práticas dos professores em sala da aula.

Observação Participativa com a utilização do diário de bordo teve a função de registrar as aulas dos professores. O mesmo proporciona ao pesquisador demonstrar o que coletou, relatando sentimentos, vivencias e reflexões (BARBIER, 2004).

2.6 Analise de Dados

Os dados foram coletados e analisados no Microsoft Word 2010 por meio de tabelas com a transcrição e análise das falas dos sujeitos com o intuito de mostrar e analisar os resultados obtidos durante a pesquisa de campo.

2.7 Aspectos éticos

Para atender aos aspectos éticos para a realização do estudo, o mesmo foi baseado na Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, no que se refere à pesquisa envolvendo seres humanos e a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1. A Figura da Criança no Decorrer do Tempo

A infância surge como categoria especifica em um momento relativamente recente da história humana. Em meados da idade moderna e inicio da idade contemporânea a criança era considerada um adulto em miniatura, utilizando a sua mão de obra, nas primeiras indústrias europeias ( ÁRIES, 1981).

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Com o decorrer do tempo a criança foi sendo compreendida em sua singularidade, com espaço e objetos próprios e não um mero adulto em miniatura. Para Áries (1981), as crianças da idade média, especificamente do ocidente medieval, tinham os mesmos hábitos e costumes dos adultos, por não haver distinção entre o mundo adulto e o mundo infantil.

A criança da idade moderna estava moldada aos costumes do trabalho, pois era inserida nas primeiras fábricas, trabalhando em uma alta carga horária de trabalho, deixando de ser essencialmente criança para se tornar um adulto em miniatura, abandonando a cultura da brincadeira e se apropriando da responsabilidade de manter uma família.

Com a passagem do tempo a infância começa a ser considerada uma etapa da vida, que merece um destaque especial, passando a ser definida como um período de ingenuidade e fragilidade do ser humano. Com o advento do mundo contemporâneo, ocorre um processo de mudança, os adultos marcam o ato de cuidar, mimar e paparicar os seus rebentos, como meio de entretenimento para eles, o que ocorre basicamente com a elite detentora do poder econômico de determinadas regiões. Benjamin (1984) acrescenta que no inicio do século XVII, a criança surge como “ser” de importância na sociedade, com a família moderna que se constitui paralelamente ao habito de educar a criança na escola.

A cultura do brincar e mais especificamente o interesse pelos brinquedos como a materialização da atividade em si, teve sua origem na Alemanha, em lugares não especializados, como oficinas de entalhadores de madeiras ou fundidores de estanho (BENJAMIN, 1984). E a partir de meados do século XVII compreende-se que a transformação dos objetos nos brinquedos:

Passaram a brotar no competitivo mercado de fabricantes especializados. Nesse período, as industrias manufatureiras, que anteriormente tinham sua produção de brinquedos posta em segundo plano, restritas à fabricação apenas daquilo cujo ramo favorecia, passaram a dividir entre si as tarefas distintas que culminariam na produção do brinquedo a ser vendido sob altos custos como mercadoria.( BENJAMIN, 1984, p.68).

Atualmente, a infância começa a receber conotações semelhantes à idade média, pois as crianças passaram a se comportar, vestir e viver de acordo com o mundo em que elas estão inseridas, recebendo um destaque maior por parte

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da figura adulta que é caracterizada pelos pais ou por outra pessoa que faça parte do ambiente onde a mesma vive.

3.2. O Espaço Social da Criança na Escola

O ato de brincar está incluído na educação infantil, pois nesta etapa de ensino ocorre um ciclo de ações que envolvem professores e alunos, facilitando o ato de criar e inovar, proporcionando as crianças serem os principais autores do conhecimento (BENJAMIN, 1984).

O espaço social proporcionado pela escola, em geral se restringe a pequenos grupos, na sala de aula. Esse espaço restrito garante as crianças uma importância significativa, pois a maior parte do tempo é dedicado a elas, vale salientar que a escola é o local em que são tecidas as primeiras lembranças da infância, ou seja, onde os laços de amizade são formados não só entre os alunos, mas entre os pais dos alunos. E dependendo da ligação que a criança estabelece com seu grupo familiar, as lembranças da infância se renovarão e se completarão com maior facilidade.

A escola por ser um local de aprendizado, detém regras que possibilitam um destacamento entre a hora de estudar e a hora de brincar. Essa divisão não precisa separar o estudo da brincadeira, mas deve proporcionar que os mesmos se aliem para a aprendizagem.

No âmbito escolar, como também em casa essas regras devem em partes serem seguidas, pois ao respeita-las em sala ou em casa a criança começará a entender que as regras fazem parte de seu cotidiano.

A partir do contexto social da criança ela elabora ao seu entendimento e demonstra através de signos os quais são específicos do seu dia a dia e os demonstra com sua própria característica e essência (VYGOTSKY, 1998).

Dessa maneira o homem se apossa do signo com uma função de entendimento, que foi sendo aprimorado ao longo do tempo, formando uma prática pessoal, utilizada com a finalidade de expressão do ser humano.

(BRANCO, MACIEL, QUEIROZ, 2006).

O comportamento das crianças pequenas é fortemente determinado pelas características das situações concretas em que elas se encontram. Vygotsky (1998) afirma que, para brincar conforme as regras da brincadeira do “faz de

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conta ‘‘, a criança tem que se esforçar para exibir um comportamento que não é o seu no cotidiano, o que a impulsiona para além de seu comportamento como criança”.

Por exemplo, se comportar como a mãe, motorista, medico, jogando através desses papeis em situações variadas. Oliveira (1992) afirma que durante a brincadeira a criança passa a assumir e exercitar diversos papeis com os quais interage no cotidiano.

Como o espaço social das crianças a escola é capaz de promover uma realidade social, semelhante com as que as mesmas têm em casa. Pois no momento da brincadeira ela interpreta o que acontece no seu dia a dia, sendo ela é capaz de desenvolver o seu potencial quanto às questões da criatividade.

A brincadeira torna-se importante durante crescimento infantil, pois a partir da mesma, a criança pode criar novos entendimentos, rompendo o processo de submissão imposta ao objeto, mostrando-lhe sua capacidade de desenvolvimento. (BRANCO, MACIEL, QUEIROZ, 2006).

3.3. A Legislação da Educação Infantil

Como todas as etapas de ensino a educação infantil é regida por leis, as quais determinam o caminho a ser seguido pelos professores, pela gestão escolar e pela família para que seja alcançado o objetivo da aprendizagem na idade certa.

A educação brasileira passou por várias transformações até chegar ao patamar que se encontra hoje. Essas modificações começaram a partir da década de 30 com a primeira LDB, lei de diretrizes e bases da educação nacional, que se modificou passando por transformações durante o decorrer do tempo. A atual LDB tem por nº 9.394/96 e insere a educação infantil como primeira etapa da educação básica, da infância. (LDB, 1996)

A referida lei condiciona a educação, a família e ao poder publico, deixando claro que a educação se faz em conjunto, ou seja, para conseguir os objetivos educacionais a família anda lado a lado com os gestores, cobrando quando se é preciso, apoiando em medidas certas, sem deixar de lado o educando, que é um dos fatores da educação que merece ser preparado para os desafios da

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sociedade. Em seu artigo 2º a LDB diz a educação, dever da família e do estado (LDB, 1996).

A LDB trata sobre a educação infantil como a porta de entrada da criança no ambiente escolar e caracteriza o desenvolvimento integral das crianças até os 6 anos de idade, expondo que a família, bem como a comunidade devem complementar o aprendizado infantil.

Outro documento que complementa a ação educacional é o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI), que contém um conjunto de orientações e referencias pedagógicas, que visão contribuir com a implantação ou implementação de práticas educativas de qualidade, que contribuam com o crescimento educacional das crianças.

A função do referencial é contribuir com as políticas de educação infantil, possibilitando um acréscimo de conhecimento por parte dos docentes, para uma maior eficiência em sala de aula. Essas propostas são diversas e heterogêneas, e possibilitam articular as práticas sociais, políticas públicas e a sistematização dos conhecimentos desta etapa educacional. (BRASIL, 1998 a).

A produção escrita sobre o referencial revela a riqueza de soluções para a educação das várias regiões brasileiras, mas também revela as desigualdades que existem entre as mesmas, o que dificulta a garantia da qualidade nesta etapa educacional. O referencial é uma proposta aberta, flexível e não obrigatória que subsidia os sistemas educacionais a implementarem programas e currículos condizentes com a realidade e singularidades, de cada situação.(BRASIL, 1998 a)

Seu estado de não obrigatoriedade visa favorecer o diálogo com o PPP (Projeto Político Pedagógico) e os currículos existentes nas instituições sejam creches, pré-escola ou outros grupos de formação existentes nos diferentes sistemas de ensino. O referencial curricular para educação infantil funciona como um orientador para ação docente, e tenta mudar a qualidade da educação infantil brasileira, mas por outro lado não tem a pretensão de resolver os problemas mais complexos que cercam esta etapa educacional.

A infância apresenta-se como um momento privilegiado e rico de aprendizagens. No que se refere à Educação Infantil, merece destaque a aprendizagem do movimento corporal proporcionada nas aulas de Educação Física escolar. Essa etapa de ensino inserido no contexto social brasileiro,

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particularmente no campo da educação, tem ganhado importância no cenário da Educação Básica. Estudos que abrangem a Educação Física no Ensino Infantil tornam-se relevantes por representarem um passo importante na superação de entendimentos reducionistas do ensino às crianças pequenas. Em nosso país, apesar de sua inegável importância para o desenvolvimento das crianças menores, a Educação Física não tem ocupado espaço relevante na Educação Básica.

A educação física está estabelecida como um componente curricular obrigatório da educação básica, inscrito no artigo 26, parágrafo 3º da LDB. A referida lei conclui que a disciplina educação física deve ser incluída à proposta curricular da escola e se ajustar as diversas especificidades de educação da criança e do processo de ensino-aprendizagem nos diversos níveis de ensino.

Tal obrigatoriedade encontra-se explícita também no Parecer nº 376/97, de 11/6/97, do Conselho Nacional de Educação (CNE), que reafirma o artigo 26 da LDB (LDB, 1996).

Mas, diante da obrigação imposta pela lei e das insuficiências das escolas para se regularizarem, as instituições criam estratégias inadequadas para transmitir o conhecimento sobre a disciplina. O que se verifica, é que as instituições de educação infantil utilizam seus professores que muitas vezes são pedagogos para ministrarem uma aula de recreação em substituição da aula propriamente dita de educação física com o profissional da respectiva área de atuação. (BRASIL, 1998).

3.4. Ludicidade na Educação Infantil

O ato de brincar proporciona a criança uma interação ao meio em que ela esta inserida. Como nos diz Debortoli (2008, p.82)“o brincar é potencializador na construção do conhecimento, ... brincar é reconstrução da realidade e dos atores sociais que se encontram envolvidos naquela cultura”.

A atividade lúdica possui um fim em si mesmo, isto é, ela é diferente de uma atividade didática, pois na aula a ludicidade se caracteriza como um ciclo terminando em si próprio e a atividade didática no momento de seu termino inicia-se uma correlação com outras temáticas. Na educação infantil, as

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atividades realizadas têm um objetivo especifico algo a ser aprendido (TEIXEIRA, 2010).

Brincar é uma situação em que a criança constitui conceitos e assimila-os e compreendem as relações afetivas e sociais que ocorrem em seu meio, bem como para a formação do conhecimento.

Quanto a ludicidade, tem sido um tema atual que vem crescendo continuamente, principalmente na escola, deixando claro sua eficácia na formação da criança durante o seu processo de ensino-aprendizagem, como também, na formação docente. A ludicidade significa então criar o conhecimento por meio de ações simples. Segundo Oliveira (1985), a ludicidade é definida como recurso para construção de aprendizagens espontâneas.

Quanto ao termo lúdico pode ser recurso pedagógico e social, uma ferramenta que o educador utiliza em sua didática e que o auxilia na sala de aula, bem como na interação que o educador exerce com seu aluno. A atividade lúdica prepara o aluno para o conviver em sociedade pois revela aspectos espontâneos e naturais que são essenciais para a aprendizagem do aluno. Para Friedman (2006, p.65) “a atividade lúdica oferece uma importante contribuição para o desenvolvimento cognitivo, pois propicia o acesso a mais informações e torna mais rico o conteúdo do pensamento infantil”.

Pode-se constatar que a ludicidade tem uma importância significativa, porque ela é concebida como atividade potencializadora e interativa. É através das atividades lúdicas que os sujeitos adquirem experiências internas e externas, ou seja, o lúdico é o elo integrador entre a relação do sujeito com a realidade interior e a sua relação com a realidade externa ou compartilhada (CARDOSO, 2008).

A atividade lúdica é, portanto, uma das formas pelas quais a criança se apropria do mundo humano entra em conjunto, na formação de seu sujeito histórico.

O ato de brincar proporciona um suporte para a educação, que por meio da mesma, possibilita a aprendizagem do educando. Esta aquisição de conhecimento potencializa aspectos do desenvolvimento educacional de cada criança, pois ao brincar ela é moldada continuamente, através de frustações e conquistas.

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Nessa perspectiva da temática do brincar, outro aspecto relevante no campo educacional é a brincadeira. A mesma mantém um vínculo essencial com aquilo que é o não brincar, isso significa que ocorre uma ação da imaginação implicando em linguagem simbólica mais representativa. (BRASIL, 1998).

As brincadeiras são entendidas pelas crianças como ações do seu cotidiano familiar ou social. Tudo que interpreta, ela reconstrói dando-lhes suas próprias características. “Seus conhecimentos provêm da imitação de alguém ou de algo conhecido, de uma experiência vivida na família ou em outros ambientes, do relato de um colega ou de um adulto, de cenas assistidas na televisão, no cinema ou narradas em livro etc.” (BRASIL, 1998, p.27).

Por meio da brincadeira, a criança aprende a seguir regras experimenta formas de comportamento e socializa, descobrindo o mundo ao seu redor.

Brincando com outras crianças, encontra seus pares e interage socialmente, descobrindo, desta forma, que não é o único sujeito da ação, e que para alcançar seus objetivos, precisa considerar o fato de que outro também tem objetivos próprios (TEIXEIRA, 2010).

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A pesquisa ocorreu na zona rural de Caridade no distrito de São domingos. A amostra utilizada foi composta por todos os 8 (oito) Professores lotados e atuando na área da educação infantil, conforme mostram as tabelas abaixo cuja denominação será de professor 1,2,3,4,5,6,7 e 8.

O primeiro questionamento feito aos professores pesquisados foi em relação à sua situação enquanto educador se o mesmo considera importante incluir a brincadeira no processo ensino aprendizagem na educação infantil (TABELA 1) Os 8 (oito)professores pesquisados, ou seja, a sua totalidade, concordam que a brincadeira é importante para a aprendizagem durante a etapa da educação infantil, pois nesta etapa de ensino ela torna-se indispensável, no processo ensino-aprendizagem. Segundo os professores pesquisados, ao incluir a brincadeira no momento da aula para ensinar alguma temática os alunos mostram-se mais desenvolvidos facilitando a apropriação do conhecimento que é repassado pelos professores. E a brincadeira praticada em sala é de primordial importância para o desenvolvimento das crianças.

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Os resultados encontrados corroboram com Andrade; Marques (2003) quando afirmam que a brincadeira proporciona a criança o desenvolvimento integral, ou seja, o seu corpo, seu ritmo, o relacionamento com as pessoas e os seus limites. E brincando a mesma encontra várias soluções para vários desafios.

Tabela 1 – Ludicidade como pilar da educação infantil

PROFESSOR 1 Sim, pois com ela as crianças aprendem com mais facilidade.

PROFESSOR 2 Sim, pois ela facilita a aprendizagem.

PROFESSOR 3 Sim, pois ela facilita a aprendizagem.

PROFESSOR 4 Sim, pois possibilita a criança crescer intelectualmente.

PROFESSOR 5 Sim, pois facilita a sua compreensão durante as aulas.

PROFESSRO 6 Sim, pois facilita a aprendizagem.

PROFESSRO 7 Sim, pois através dela a criança abre seus horizontes.

PROFESSOR 8 Sim, pois através dela o aprendizado fica mais fácil.

Fonte: elaborada pelo autor (2021)

Os 8 (oito) professores pesquisados consideram que a ludicidade é sim um dos pilares mais importantes da educação infantil, e sem ela não existe o processo de ensino-aprendizagem.

Também proporciona uma interação entre o aluno e o conhecimento, fazendo que os conteúdos aplicados em sala de aula fiquem mais fáceis, do que se fossem executados sem o auxílio da ludicidade, tornando-os mais atraentes aos olhos dos alunos, e deixando de lado uma forma autoritária de lecionar dando espaço a uma metodologia renovada facilitando o aprendizado dos alunos.

Para Grassi (2008) a partir da brincadeira a criança vai moldando-se elaborando suas teorias sobre o mundo, suas relações sociais e sua vida. Ela age no mundo integrando-se a outros sujeitos e objetos explorando novos ambientes e reinventado o que domina.

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Tabela 2 – Brincadeiras utilizadas na escola

PROFESSOR 1 Brincadeira de roda, amarelinha, cama de gato e dramatização.

PROFESSOR 2 Amarelinha, circuito com cordas, brincadeiras de roda, faz de conta e jogos.

PROFESSOR 3 Brincadeiras de roda, jogos e brincadeiras livres.

PROFESSOR 4 Dança das cadeiras, jogos de dados e cama de gato.

PROFESSOR 5 Brincadeiras de roda, morto-vivo e pega-pega.

PROFESSRO 6 Jogo da memória, amarelinha, boliche, jogo das cores, quebra- cabeça e cama de gato.

PROFESSRO 7 Cantigas de roda, pega-pega, o grilo e amarelinha.

PROFESSOR 8 Brincadeiras de roda, canções de números, amarelinha, jogos de bingo, quebra-cabeça e mímicas.

Fonte: elaborada pelo autor (2021)

Nessa segunda tabela a pergunta feita aos professores foi sobre as brincadeiras utilizadas em sala. Analisamos que os professores pesquisados relataram que as brincadeiras da roda são as mais utilizadas. Depreendemos pela questão da socialização que a mesma se coloca no momento de sua utilização. Em segundo a amarelinha brincadeira que dispõe de um aparato motor apurado para as crianças da educação infantil, e que desperta nas crianças uma liberdade de fazer algo sozinho sem ajuda do outro.

Durante a pesquisa outras brincadeiras foram citadas como a brincadeira

“cadê o grilo, cama de gato jogos de dados, morto-vivo etc”. Alguns professores executam as mesmas brincadeiras. Os professores (1, 2, 3, 5, 7 e 8) utilizam a brincadeira de roda e jogos populares. Os demais (4 e 6) fazem uso de outros jogos como por exemplo os jogos de dados, da memória.

Todos os tipos de brincadeiras proporcionam alegria e conhecimento sobre determinados assuntos que os professores querem repassar. Velasco (1996) afirma que as brincadeiras abordam aspectos relevantes para as crianças, pois proporcionam desenvolvimento, a socialização e a aprendizagem. É nesse momento que a criança se satisfaz ao realizá-las, pois executa sem muito esforço. Independente do momento histórico ou da cultura, todas as crianças

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brincaram ou brincam, e continuaram brincando e aprendendo da forma que mais gostam.

Tabela 3 – Socialização na escola

PROFESSOR 1 Através de rodas de conversa.

PROFESSOR 2 Rodas de conversa e recreação.

PROFESSOR 3 Rodas de conversa e brincadeiras em grupo.

PROFESSOR 4 De forma lúdica.

PROFESSOR 5 Rodas de conversa.

PROFESSRO 6 Rodas de conversa, músicas, brincadeiras de faz de conta.

PROFESSRO 7 Trabalhos em grupo.

PROFESSOR 8 De forma lúdica.

Fonte: elaborada pelo autor (2021)

A maioria dos professores (1, 2, 3, 5,6) trabalham com rodas de conversa pois acham que facilitam o diálogo com o aluno, os outros professores(4 e 8) trabalham basicamente com uma forma mais lúdica. Os docentes pesquisados responderam que as brincadeiras utilizadas por eles tem o respectivo objetivo de socializar os alunos, ou seja, integrar cada vez mais o grupo dos estudantes, tendo como metodologia principal a roda de conversa em que os professores proporcionam aos alunos se expressarem, instigando-os a comentar sobre o que aconteceu no dia anterior e o que querem que aconteçam no dia presente, os profissionais da educação não deixam de trabalhar em grupo, pois cada criança tem algo a oferecer, e outras atividades se encaixam como a dramatização musical, percebida quando as crianças eram estimuladas a interpretar cenas de livros infantis.

Corroborando com Brasil (1998) quando expõe que a criança é um ser que se socializa desde o nascimento e vai amadurecendo várias capacidades que tem, dentre elas as afetivas, sociais emocionais e cognitivas. A partir destas consegue ampliar a socialização e as formas de comunicação necessárias para que possam interagir com outras crianças e adultos.

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Tabela 4 – Práticas pedagógicas utilizadas na escola

PROFESSOR 1 Experiências do dia a dia de cada criança.

PROFESSOR 2 Jogos, brincadeira, aulas lúdicas e temáticas.

PROFESSOR 3 Através da didática.

PROFESSOR 4 Através de novas metodologias.

PROFESSOR 5 Dinâmicas e jogos.

PROFESSRO 6 Rodas de conversa, jogos educativos e brincadeiras.

PROFESSRO 7 Através de brincadeiras.

PROFESSOR 8 Através de brincadeiras.

Fonte: elaborada pelo autor (2021)

De acordo os professores (2, 5, 6, 7 e 8) o que uma boa parte utiliza são as brincadeiras, mas as formas habituais do ensino como escrita, leituras ainda são bastante utilizadas por todos. Os demais, ou seja, 1, 3 e 4 utilizam como prática pedagógica atividades diferenciadas que utilizem temas que poderão ser trabalhados continuamente relacionados ao dia a dia das crianças, pois facilita a compreensão por parte delas, utilizam-se também outras práticas como colagens de figuras conhecidas por elas facilitando a sua compreensão. As práticas utilizadas por todos são um pouco parecidas, haja vista que o planejamento mensal é feito por todos o que os diferenciam, são o modo como expõe o conhecimento em sala.

Segundo Brasil (1998) propõe uma capacidade que o professor deve ter para conduzir e tomar decisões que são executadas em sala de aula, levando sempre em conta regras, os valores e a situação do outro.

Uma boa educação deve proporcionar as crianças uma autonomia, considerando que elas são capazes e competentes para construir o seu próprio conhecimento através de coisas simples e interferir no meio em que habitam.

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Tabela 5 – Ludicidade como metodologia de ensino PROFESSOR 1 Sim. Jogos lúdicos.

PROFESSOR 2 Sim. Atividades lúdicas.

PROFESSOR 3 Sim. Através de dinâmicas.

PROFESSOR 4 Sim. Jogos educacionais.

PROFESSOR 5 Sim. Jogos educacionais.

PROFESSRO 6 Sim. Através de dinâmicas PROFESSRO 7 Sim. Através de jogos.

PROFESSOR 8 Sim. Através de jogos.

Fonte: elaborada pelo autor (2021)

Os professores pesquisados reforçam que utilizam a ludicidade como principal metodologia, pois é através dela que o objetivo de repassar o conhecimento aos alunos é alcançado.

Nesta metodologia exposta por todos os professores (N=8) os jogos, as dinâmicas são os mais utilizados, pois demonstram que são importantes para o desenvolvimento infantil, sendo colocados como forma de expor o conhecimento e deixar sempre um entendimento pratico aos alunos.

Brasil (1998) apresenta o lúdico como uma maneira eficaz para envolver todas as crianças nas atividades propostas pelos professores, pois a brincadeira está sempre liada à criança, segundo o mesmo é de fundamental importância aprender com prazer e alegria.

Enquanto estudam ao mesmo tempo brincam e conhecem o mundo ao seu redor, podendo viajar nos diversos caminhos que o estudo e as brincadeiras propõem.

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Tabela 6 – Contribuição da ludicidade na aprendizagem dos alunos PROFESSOR 1 Sim, pois ela faz com que a criança goste de apreender

coisas novas através da brincadeira.

PROFESSOR 2 Sim, pois com ela o aprendizado torna-se mais eficiente.

PROFESSOR 3 Sim, pois através dela a aprendizagem e total.

PROFESSOR 4 Sim, pois com ela as crianças constroem seu conhecimento de forma simples e eficaz.

PROFESSOR 5 Sim, pois ela ajuda aos alunos tornarem mais independentes e consequentemente, mais ativos.

PROFESSRO 6 Sim, pois ela facilita a o aprendizado escolar.

PROFESSRO 7 Sim, pois através dela todos apreendem.

PROFESSOR 8 Sim, através dela o conhecimento e repassado aos alunos de forma mais eficiente, simples e alegre, sem ser repassado de uma forma mais brusca interrompendo fazes das mesmas.

Fonte: elaborada pelo autor (2021)

Os professores pesquisados concordam que a ludicidade possibilita uma aprendizagem, mais rápida por parte dos alunos e, mas deixam claro que não é somente no momento da brincadeira que os alunos aprendem, ou seja, no momento em que os mesmos pegam um livro e veem suas figuras aprendem suas cores, no momento em que começam a escrever. Para eles a junção de todos esses elementos proporciona uma boa aprendizagem.

Kishimoto(2002) colabora com a pesquisa quando diz que a brincadeira exerce uma função importantíssima para o desenvolvimento das crianças, pois no ato de brincar a criança estabelece comportamentos mais avançados, entende o que lhe é proposto com mais facilidade e estabelece relações que são mais atraentes do que nas simples atividades de seu dia a dia. Por ser uma ação simples para os adultos a brincadeira para as crianças possibilita uma exploração do que ainda está oculto e exerce um papel fundamental na construção do saber fazer.

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5 ANÁLISE CRÍTICA DA OBSERVACÃO NÃO PARTICIPATIVA

Após a coleta de dados foi observado que as ações dos professores foram compatíveis com as respostas apresentadas por eles. Durante a coleta houve uma ação como pesquisador muito intensa dialogando e atuado juntamente com os professores pesquisados, retratando toda uma rotina diária bem como seus desafios que não são poucos e a partir dos dados coletados percebemos quão grande é o trabalho de todos os (N=8) professores pesquisados.

A pesquisa ocorreu durante sete dias uteis com cada professor da educação infantil, a mesma ocorreu durante o período matutino. Os métodos utilizados para o estudo foram a observação das aulas dos professores da educação infantil que fizeram uso de jogos como amarelinha, brincadeiras de roda, morto- vivo, pega-pega e boliche. Os materiais foram bolas, garrafas pet, cordas, papel, giz de cera entre outros. O espaço onde tudo foi realizado é de tamanho razoável dando condições para as diversas atividades praticadas durante a pesquisa.

Para Moreira (2002), uma observação participativa é aquela em que o pesquisador combina a participação e a observação intensa dos agentes pesquisados em seus ambientes específicos com questionários abertos ou perguntas informais.

Percebeu-se nesse contexto que a teoria, ou seja, as respostas dos professores estavam de acordo com a prática que os mesmos adotavam em suas aulas com as crianças. Os professores colocaram várias vezes que a ludicidade contribuí com a aprendizagem das crianças e que seu uso é feito durante as aulas, o que realmente pode ser percebido no momento em que a ludicidade era introduzida na aula às crianças ficavam mais participativas, havia uma maior integração entre elas e os professores.

A observação não participativa favoreceu um contexto mais ampliado sobre a atuação prática dos professores, suas metodologias lúdicas e o interesse das crianças em participar de aulas que favorecessem a ludicidade como fator de contribuição para a aprendizagem dos mesmos.

Mas claro que a sua utilização ainda precisa ser mais ampliada e discutida para que seu uso não seja feito de forma pontual.

Durante a pesquisa podemos perceber que as respostas dadas pelos professores foram compatíveis as suas ações demonstradas por eles, diferenciando apenas na metodologia que cada um expunha durante as suas

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aulas. Percebeu-se também que ocorriam adaptações nos planos de aula, pois algumas vezes não se contemplava algumas características da turma.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste estudo procuramos analisar e refletir sobre a brincadeira na visão dos professores da educação infantil, mostrando que ela é de fundamental importância para a aprendizagem dos alunos. Percebemos como o entendimento se torna mais fácil quando as crianças utilizam a ludicidade neste processo do conhecimento que se torna atraente e favorável ao seu desenvolvimento. Procuramos ao longo do escrito debater o objetivo principal investigar a relação da brincadeira com a educação infantil.

A ludicidade permite que as crianças criem situações imaginárias, que muitas vezes representam situações cotidianas de sua vida e são apresentadas na escola espaço onde ela pode criar e reinventar alguma historia a qualquer momento. No ato de brincar, a criança cria regras e desenvolve seu aprendizado, expressando-se através de ações simples para alguns, mas complexas para elas.

Pudemos perceber que as práticas pedagógicas utilizadas pelos professores giram em torno da brincadeira. As atividades são desenvolvidas e pensadas para estimular a vivência do lúdico, através de simples ações como um jogo recreativo, dinâmicas, dramatização entre outras tudo isso proporcionando um momento rico na escola.

Neste texto buscamos a essência da brincadeira dentro da escola e como o professor utiliza essa ferramentas para estimular os alunos a aprenderem.

Pesquisar a brincadeira como pratica dos professores foi muito gratificante expressando e retratando textualmente a importância de se inserir mais e mais a brincadeira, como uma pratica pedagógica na educação infantil.

A pesquisa pôde contribuir para algumas reflexões sobre o aprendizado que é adquirido através do lúdico e que possamos analisar e pensar sobre a sua utilização mais constante na sala de aula. Reforçamos ainda que o lúdico pode trazer para a vida do sujeito, principalmente daquele que experimenta e vivencia práticas que tendem a descobrir as incógnitas do mundo e da realidade em que vive.

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Portanto, percebe-se que a brincadeira é imprescindível para que a criança possa conhecer um mundo novo cheio de novidades e que participe ativamente como agente produtor de conhecimento.

7. REFERÊNCIAS

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Referências

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