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A ESCOLA COMO ESPAÇO DE INCLUSÃO

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Academic year: 2022

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Kátia Siene Santos Dias Escola Caminho do Saber e-mail:katiasiene@yahoo.com.br

RESUMO

Este artigo busca refletir sobre a escola como espaço de inclusão destacando os desafios que ela enfrenta para desenvolver práticas pedagógicas que possibilitem um ensino de qualidade para todos os alunos com ou sem deficiência no contexto de classes comuns respeitando as diferenças e vivenciando a diversidade. A relevância desse artigo esta em mostrar o quanto torna-se necessário fazer acontecer o principio da escola inclusiva que é proporcionar um ambiente onde todos os alunos aprendam juntos,independente de suas dificuldades ou talentos,deficiência,origem sócio-econômica ou cultural.Através de uma abordagem teórica mostrando a posição de diversos autores que defendem a escola inclusiva, buscou-se chegar a conclusão que a escola como espaço de inclusão é uma realidade exige uma mudança de postura e atitudes no contexto educacional vigente.

Palavras Chaves: Escola inclusiva, classes comuns, alunos com deficiência.

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A escola deveria ser um espaço sempre acolhedor para todas as crianças, independentemente de suas condições físicas, sociais, intelectuais, emocionais etc...Todavia, este tem sido o grande desafio da escola nesse e em séculos anteriores torná- la um espaço de qualidade de ensino para todos capaz de educar com êxito na diversidade adaptando a aprendizagem a cada criança.

Dentro desse contexto de escolas para todos a inclusão parece ficar muito atrelada a questão da aceitação de alunos portadores de deficiência no ensino regular. No entanto, percebo que a escola inclusiva não seria necessariamente aquela que aceita alunos com deficiência , mas aquela que está aberta a resgatar uma questão primordial que implica no avanço de uma sociedade: a capacidade do ser humano conviver com as diferenças.

Nesse sentido, poderíamos nos perguntar: Por que é difícil fazer a escola ser inclusiva? Arrisco-me em dizer que é porque não temos uma sociedade inclusiva , mas sim uma sociedade excludente.

De certo, que a curtos passos essa sociedade inclusiva tem sido desejada podemos dizer que ela esteja sendo constituída a partir de um conjunto de atitudes às vezes coletivas as vezes isoladas nos diversos setores sociais que trabalham na perspectiva da inclusão social ( órgãos públicos, privados, ongs,) etc...Reconhecemos também que houve um avanço na questão da legitimação neste contexto da inclusão, porém as escolas ainda resistam nesse desafio que não é exclusivo da escola ,mas de toda sociedade.

.Temos visto vivências de inclusão em escola de ensino regular e percebemos que nela se constitui um espaço onde todos os alunos são capazes de aprender independente da deficiência que venha ter. Acreditar na capacidade que a criança tem de aprender, de superar seus limites de interagir com o outro faz surgir uma escola aberta que pensa o ser humano na sua singularidade.

Dessa forma, segundo Stainback e Stainback (1999), a educação acontece no contato com os outros, e as potencialidades a as falibilidades das pessoas moldam a extensão e a textura do crescimento de cada um de nós. É preciso deixar claro que no processo de inclusão há muitos ganhos não somente para os alunos, mas para todos que fazem a escola.

Para Vygotsky (1991), o desenvolvimento humano é uma construção de natureza social que ocorre no contato com o outro.Esse contato social requer aceitação,

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entendimento do que seja diversidade numa sociedade tão desigual. Dessa forma, a escola é um espaço propicio para vivenciar as diferenças porque ela tem um papel na formação intelectual e humana do sujeito.

Diante desse contexto, a construção de uma escola inclusiva implica em transformações no para quê e no para quem serve a escola. A escola deve ou deveria nascer inclusiva partindo do pressuposto que ela é para todos. Todavia, faz-se necessário que se mude a forma de se pensar as nossas escolas e isso requer mudá-la estruturalmente.

A tomada de consciência para a formação da escola inclusiva envolve a todos desde os alunos, aos pais, a comunidade, os gestores. Mudar a escola é de fato travar uma luta um embate que envolve vários setores de cunho político, econômico e social. Segundo a cartilha produzida pela procuradoria federal dos direitos do cidadão ( 2004), para que a escola seja transformada na direção de um ensino de qualidade e conseqüentemente, inclusiva a ação deve acontecer colocando a aprendizagem como eixo das escolas, garantindo tempo e condições para que todos possam aprender de acordo com o perfil de cada aluno, formando continuamente e valorizando o professor.

Formar, gerar, constituir escolas inclusivas com salas inclusivas é e continuará sendo um desafio deste século e se a escola conseguir vivenciar na integra esse processo e não de forma parcial como vem acontecendo, talvez possamos construir uma educação para diversidade.

Nesse aspecto sinto-me otimista porque temos escolas inclusivas vivenciando esse desafio da diversidade e mostrando que é possível uma escola para todos. Temos muita gente comprometida com essa luta de uma escola para todos sem discriminação, sem preconceitos. Há muitas escolas surgindo, nascendo e apostando nessa prática educativa de conviver com as diferenças.Temos muitas vivências significativas de crianças portadoras de deficiências estudando em classes regulares e mostrando o quanto é capaz de aprender tão quanto as crianças ditas normais.

Segundo Mantoan,(2004), para que as escolas sejam verdadeiramente inclusivas há que reverter o modo de pensar e de fazer educação nas salas de aula, de planejar e de avaliar o ensino e de formar e aperfeiçoar o professor.

Percebemos que constituir escolas inclusivas é uma tarefa difícil porque a relação entre os que pensam e fazem a escola e os que necessitam dela muitas das vezes se

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converge. E isso as estatísticas comprovam quando revelam o número de crianças sejam elas portadoras ou não de deficiências que estão fora da escola.

Diante do exposto, podemos ressaltar que a escola inclusiva consiste de uma tomada coletiva de vontade e de compromisso de toda uma sociedade e não apenas do sistema educacional ou daqueles que defendem as práticas inclusivas. A democratização do ensino parte do princípio de que todos tenham acesso a um ensino de qualidade, talvez assim desmistificasse essa consciência de que abrir as portas da escola para inclusão é apenas aceitar crianças com deficiências é muito mais do que isso é aceitar crianças, é dar a elas o direito de serem cidadãos.

Sendo assim, a escola inclusiva não deve ser vista como uma utopia, mas como um caminho que nos leva ou poderá levar a um lugar chamado sociedade inclusiva. Para chegar lá é preciso que acreditemos que todos nós somos peças chaves para concretização desse tipo de sociedade.

Um outro aspecto relevante na escola que vivência esse processo de inclusão é a formação dos professores que deve ser repensada em seus diferentes níveis para que estes tenham uma autoavaliação dentro da sua própria formação, dos seus conceitos teórico- metodológicos, no sentido de buscar uma formação continuada que os levem a uma transformação da cultura pedagógica.

Quando falamos em uma escola para todos estamos falando em uma escola que busca atender as necessidades de cada criança através de práticas pedagógicas pois estas devem se adaptar ao processo educativo, na perspectiva de uma pedagogia centralizada na criança.Nesse sentido, não basta colocar a criança em uma sala de ensino regular e dizer que ela está inclusa.Torna-se necessário reconhecer suas necessidades de aprendizagem, sua modalidade de aprendizagem e acompanhar seu desenvolvimento sobre todos os aspectos social,afetivo e cognitivo.

Segundo Mantoan (2004 p.12),a intenção de incluir todas as crianças nas escolas comuns implica em que reconheçamos as diferenças à multiplicidade dos saberes e das condições sobre as quais o conhecimento é aplicado o de transitar por novos caminhos, estabelecendo teias de relações entre o que se conhece e o que se há de conhecer, nos encontros e nas infinitas combinações entre os conteúdos disciplinares.

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Nesse contexto, no ambiente inclusivo as crianças aprendem a valorizar as diferenças pela convivência com seus pares, favorecendo-as a uma construção de personalidades humanas mais autônomas,criticas onde elas aprendem a serem pessoas, a inclusão passa a beneficiar a todos da escola porque contempla nessa construção do ser, suas subjetividades.

Partindo desse pressuposto Mantoan (2004), coloca que a meta da inclusão escolar é transformar as escolas, de modo que se tornem espaços de formação e de ensino de qualidade para todos os alunos e não apenas para os que não têm deficiência.

Vygotsky (1989), parte do principio de que uma criança com deficiência deve ter uma vida em comum com a que não tem deficiência. Ela deve estudar em escolas comuns,pois as diferenças, singularidades, heterogeneidade de cada aluno deficiente só podem ser possíveis ao se manifestarem na interação, na relação com o outro que é diferente.

Assim sendo, a escola deve privilegiar aspectos que possibilitem não a cura da deficiência,ou sua negação, mas a sua superação pelas diferentes formas alternativas de ação pedagógica onde não somente o professor, mas todos que fazem parte da comunidade escolar devem ser autores desse processo inclusivo.

Nessa perspectiva a inclusão de alunos com deficiência em salas comuns torna-se um desafio que segundo Tunes (2003,p.11), é um desafio porque não sabemos como fazer.

Temos que investigar, buscar,descobrir,mas a questão a ser feita não é se estamos ou não preparados , é se queremos aceitar o desafio.

Aceitar o desafio da inclusão é abrir as portas para a diversidade, é concretizar um sonho de vivenciar uma sociedade inclusiva onde todos sejam atendidos nas suas necessidades não somente as pessoas com deficiência,mas o menino de rua, o trabalhador do campo, os idosos, e todos os que sofrem a exclusão social numa sociedade de “normais”

e de padrões e normas estabelecidas para a igualdade quando todos somos diferentes.

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Referências Bibliográficas:

MANTOAN.MARIA TERESA EGLÉR.Inclusão ou direito de ser diferente na escola.Construir noticias,Recife,v.três,n.16,p.12-13,2004b

________________Inclusão Escolar: Oquê? Por quê? Como fazer? São Paulo:moderna,2003

TUNES,E. Por que falamos de inclusão? Revista Linhas Criticas,Brasília,v.9,n.16,p.5- 12.2003..

VYGOTSKY,LEV SEMENOVICH. Obras escogidas: Fundamentos de defectologia .Madrid:Visor,1989.

__________Pensamento e Linguagem.São Paulo.3ª ed.Martins Fontes,1991.

STAINBACK, S. & STAINBACK W. Inclusão:um guia para educadores.Trad. Magda França Lopes. Porto Alegre, Artes Médicas Sul,1999.

Referências

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