DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA
Formação do instituto - Brasil
Rubens Requião 1969 – Universidade do Paraná Código de Proteção e Defesa do Consumidor – 1990 Legislação específica – década de 90
Código Civil Brasileiro – 2002/2003 Código de Processo Civil - 2015
Conceito
Autonomia patrimonial
Limitação da responsabilidade
Responsabilidade subsidiária do Prof. Alexandre Assumpção – UERJ X K. Comparado Decisão sempre fundamentada
Enunciado 281 CJF – Jornada de Direito Civil
A aplicação da teoria da desconsideração, descrita no art. 50 do Código Civil, prescinde da demonstração de insolvência da pessoa jurídica.
Teorias – Teoria Maior
Rolf Serick (ALE)
“Maior cautela”
“prova inequívoca de abuso ou fraude”
Pressuposto: a manipulação fraudulenta e abusiva
Teorias – Teoria Maior
Teoria Maior subjetiva
análise casuística / intenção de fraudar / intenção do ilícito
Teoria Maior objetiva
prova inequívoca pelo demandante de abuso / fraude Confusão patrimonial desconsidera ? Resp. 970.635 SP Insolvência desconsidera ? Resp. 1.141.447 SP
Teorias – Teoria Menor
“Menor cautela”
Shopping Osasco – MP/SP ACP Caso Panasonic
Teorias – Teoria Menor Artigo 28 §5 CDC
Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
Crítica com base na Civil Law
Prof. Alexandre Assumpção – UERJ – Temas de Direito Civil-Empresarial –Ed. Renovar
Teoria – Teoria Invertida / ao inverso Aplicação
Artigo 133 §2 Código de Processo Civil
Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
Teoria – Teoria Invertida / ao inverso
Enunciado nº 283 do CJF – Jornada de Direito Civil
É cabível a desconsideração da personalidade jurídica denominada “inversa” para alcançar bens de sócio que se valeu da pessoa jurídica para ocultar ou desviar bens pessoais, com prejuízo a terceiro.
INF 606
REsp 1.522.142-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, por unanimidade, julgado em 13/6/2017, DJe 22/6/2017.
Desconsideração inversa da personalidade jurídica. Ação de divórcio. Evidências da intenção de um dos cônjuges de subtrair do outro, direitos oriundos da sociedade afetiva. Aplicação da teoria da asserção. Sócia beneficiada por suposta transferência fraudulenta de cotas sociais por um dos cônjuges. Legitimidade passiva daquela sócia para a ação de divórcio. Existência de pertinência subjetiva.
A sócia da empresa, cuja personalidade jurídica se pretende desconsiderar, que teria sido beneficiada por suposta transferência fraudulenta de cotas sociais por um dos cônjuges, tem legitimidade passiva para integrar a ação de divórcio cumulada com partilha de bens, no bojo da qual se requereu a declaração de ineficácia do negócio jurídico que teve por propósito transferir a participação do sócio/ex-marido à sócia remanescente.
... Na origem, trata-se de ação de divórcio em que a cônjuge foi instada a emendar a inicial, com a finalidade de incluir sua irmã no polo passivo da demanda, em razão desta ter recebido, por parte de seu cunhado (marido da autora), a totalidade de cotas empresariais que seriam objeto da partilha de bens. Nesse contexto, a controvérsia central se limita a aferir a legitimidade passiva da sócia remanescente da empresa, cuja personalidade jurídica pode vir a ser desconsiderada, caso comprovada a ocorrência de fraude praticada entre esta e o ex-consorte da autora, com a intenção de esvaziar o patrimônio a ser partilhado entre o casal. Inicialmente, cabe lembrar que, na ação de divórcio, a pertinência subjetiva recai tão somente sobre os cônjuges varão e virago, possuindo notório caráter personalíssimo, segundo exegese do art.
1.582 do CC/02. Também não se desconhece a possibilidade de cumulação de pedidos em demandas desta natureza, conforme o disposto no art. 1.581 do CC/02 – o que efetivamente ocorrera na hipótese, na medida em que a autora, além da súplica de partilha de bens, requereu a declaração de ineficácia da alteração contratual que resultou na cessão de todas as cotas sociais do ex-cônjuge para a sócia remanescente...
... Saliente-se que, embora esse requerimento não tenha sido deduzido expressamente na peça inicial, decorre da interpretação lógico-sistemática da causa de pedir – procedimento amplamente amparado pela jurisprudência desta Corte Superior (REsp 1.654.980-MG, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe 12/5/2017). No tocante ao cabimento da desconsideração da pessoa jurídica em ação de divórcio, a Terceira Turma do STJ, no julgamento do REsp 1.236.916-RS, de relatoria da Min. Nancy Andrighi, examinou situação análoga, ratificando ser "possível a desconsideração inversa da personalidade jurídica sempre que o cônjuge ou companheiro empresário valer-se de pessoa jurídica por ele controlada, ou de interposta pessoa física, a fim de subtrair do outro cônjuge ou companheiro direitos oriundos da sociedade afetiva". Na hipótese em análise, a pertinência subjetiva da sócia remanescente e, por conseguinte, a sua legitimidade para figurar no polo passivo da ação de divórcio é proveniente da relação jurídica de direito material existente entre ela e os ex- consortes, consubstanciada por eventual conluio no intuito de malograr a partilha de bens. Diante de tais premissas, firma-se o entendimento pela possibilidade de aplicação da medida, no caso concreto, desde que comprovados os requisitos legais previstos no art. 50 do CC, circunstâncias a serem analisadas pelo Magistrado de primeiro grau.
Teorias – Teoria Indireta Grupo econômico
Separação apenas de índole formal Irradiação dos efeitos
Teorias – Teoria Expansiva
Busca ao patrimônio do sócio oculto
Presença de verdadeiros “testas de ferro”
Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul
Dissolução irregular – Enunciado 282 CJF – Jornada de Direito Civil
Enunciado 282 CJF – Jornada de Direito Civil
O encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica, por si só, não basta para caracterizar abuso de personalidade jurídica.
Pressupostos Civil Law
Artigo 133 §1 do Código de Processo Civil
O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei.
Pressupostos – Constituição regular da Pessoa Jurídica
Sociedade irregular/em comum Sociedade em conta de participação Empresário Individual
Empresa Individual de Responsabilidade Limitada
Enunciado 470 CJF – Jornada de Direito Civil
O patrimônio da empresa individual de responsabilidade limitada responderá pelas dívidas da pessoa jurídica, não se confundindo com o patrimônio da pessoa natural que a constitui, sem prejuízo da aplicação do instituto da desconsideração da personalidade jurídica
Pressupostos – Abuso ou fraude Teoria Menor ?
Pressupostos – Prejuízo a terceiro Regra da Separação patrimonial
Pressupostos – Impossibilidade de sanção diversa
Excepcional
Segurança Jurídica e econômica
Abordagens diferenciadas Despersonificação
Teoria dos Atos Ultra Vires
Redirecionamento da execução Ampliação do polo passivo
Tema multidisciplinar – Lei 8.078/1990
Código de Proteção e Defesa do Consumidor Primeiro texto legal no Brasil
Artigo 28 § 5 do CDC - Teoria Menor
Tema multidisciplinar – Lei 8.078/1990 Conflitando com “caso Salomon”
Visão do Direito Empresarial x Direito Consumerista Prof. Alexandre Assumpção
Tema multidisciplinar - 10.406/2002 Código Civil Brasileiro
Artigo 50 – Teoria Maior
Harmonia com a doutrina e jurisprudência internacional Indícios e presunções de atos fraudulentos são insuficientes Conflito com C.D.C.
Enunciado nº 51 do CJF – Jornada de Direito Civil
A teoria da desconsideração da personalidade jurídica – disregard doctrine – fica positivada no Código Civil, mantidos os parâmetros existentes nos microssistemas legais e na construção jurídica sobre o tema.
Enunciado nº 146 do CJF – Jornada de Direito Civil
Nas relações civis, interpretam-se restritivamente os parâmetros de desconsideração da personalidade jurídica previstos no art. 50 (desvio de finalidade social ou confusão patrimonial).
Enunciado nº 9 do CJF - I Jornada de Direito Comercial
Quando aplicado às relações jurídicas empresariais, o art. 50 do Código Civil não pode ser interpretado analogamente ao art. 28, § 5º, do CDC ou ao art. 2º, § 2º, da CLT.
Tema multidisciplinar – CDC X CCB X CPC
O Juiz pode de ofício desconsiderar a Personalidade Jurídica ou dependeria da iniciativa das partes ?
Lei 13.105/2015 – Novo CPC
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
Artigo 50 CCB
Tema multidisciplinar – CDC X CCB X CPC Artigo 50 do Código Civil
Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Tema multidisciplinar – NCPC
Art. 133. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ministério Público, quando lhe couber intervir no processo.
§ 1o O pedido de desconsideração da personalidade jurídica observará os pressupostos previstos em lei.
§ 2o Aplica-se o disposto neste Capítulo à hipótese de desconsideração inversa da personalidade jurídica.
Art. 134. O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o.
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.
Art. 135. Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
INF 594
REsp 1.391.830-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 22/11/2016, DJe 1/12/2016.
Alienação de imóvel por sócio da pessoa jurídica após a citação desta e antes do redirecionamento da execução. Desconsideração da personalidade jurídica. Fraude à execução não configurada.
A fraude à execução só poderá ser reconhecida se o ato de disposição do bem for posterior à citação válida do sócio devedor, quando redirecionada a execução que fora originariamente proposta em face da pessoa jurídica. A questão consistiu em determinar se a venda de imóvel realizada por sócio de pessoa jurídica executada, após a citação desta, mas antes da desconsideração da personalidade jurídica da mesma sociedade, configura fraude à execução. De acordo com o art. 593, II, do CPC/1973, depreende-se que, para a configuração de fraude à execução, deve correr contra o próprio devedor demanda capaz de reduzi-lo à insolvência. No mais, urge destacar que é indispensável a citação válida para configuração de fraude à execução (REsp 956.943-PR, Corte Especial, DJe 1/12/2014)...
... Dessa feita, tem-se que a fraude à execução só poderá ser reconhecida se o ato de disposição do bem for posterior à citação válida do sócio devedor, quando redirecionada a execução que fora originariamente proposta em face da pessoa jurídica... ... Somente com a superveniência da desconstituição da personalidade da pessoa jurídica é que o sócio da pessoa jurídica foi erigido à condição de responsável pelo débito originário desta. Inclusive, este é o entendimento adotado por esta Corte nas hipóteses de execução fiscal, que pode ser utilizado, por analogia, na espécie (AgRg no REsp 1.186.376-SC, Segunda Turma, DJe 20/9/2010). No mesmo sentido, tem- se: EREsp 110.365/SP, Primeira Seção, DJ 14/3/2005; e REsp 833.306-RS, Primeira Turma, DJ 30/6/2006.
Tema multidisciplinar – Direito Tributário STJ – CTN pioneiro
Luciano Amaro
Ricardo Mariz Oliveira – STJ
Tema multidisciplinar – Direito Ambiental Artigo 4 da Lei 9.605/1998
Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados à qualidade do meio ambiente.
Teoria Menor
Influência do CDC
Tema multidisciplinar – Abastecimento de Combustível Artigo 18§3 da Lei 9.847/1999
Poderá ser desconsiderada a personalidade jurídica da sociedade sempre que esta constituir obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados ao abastecimento nacional de combustíveis ou ao Sistema Nacional de Estoques de Combustíveis.
Teoria Menor
Influência do CDC
Tema multidisciplinar – Infração a ordem econômica – CADE Lei 8.884/1994 artigo 18 revogado pela Lei 12.529/2011
Artigo 34 - A personalidade jurídica do responsável por infração da ordem econômica poderá ser desconsiderada quando houver da parte deste abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social.
Teoria Menor Influência do CDC
Tema multidisciplinar – Efetivação pela Administração Pública Case - RMS 15.166 BA
Moralidade
Efetividade da atuação administrativa
Autoexecutoriedade dos atos administrativos Indisponibilidade de bens e interesses públicos
Tema multidisciplinar – Efetivação pela Administração Pública
Márcio Tadeu Guimarães – artigo 2 XII da Lei 9.784/1999 (Processo administrativo Federal)
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;
RMS 15.166/BA
(...) - A constituição de nova sociedade, com o mesmo objeto social, com os mesmos sócios e com o mesmo endereço, em substituição a outra declarada inidônea para licitar com a Administração Pública Estadual, com o objetivo de burlar à aplicação da sanção administrativa, constitui abuso de forma e fraude à Lei de Licitações Lei n.º 8.666/93, de modo a possibilitar a aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica para estenderem-se os efeitos da sanção administrativa à nova sociedade constituída...
...A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA PODE, EM OBSERVÂNCIA AO PRINCÍPIO DA MORALIDADE ADMINISTRATIVA E DA INDISPONIBILIDADE DOS INTERESSES PÚBLICOS TUTELADOS, DESCONSIDERAR A PERSONALIDADE JURÍDICA DE SOCIEDADE CONSTITUÍDA COM ABUSO DE FORMA E FRAUDE À LEI, DESDE QUE FACULTADO AO ADMINISTRADO O CONTRADITÓRIO E A AMPLA DEFESA EM PROCESSO ADMINISTRATIVO REGULAR. Rel.
Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/08/2003, DJ 08/09/2003 p.
262)
Tema multidisciplinar - Prática de atos contra administração Pública Lei 12.846/2013
Artigo 14
A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar confusão patrimonial, sendo estendidos todos os efeitos das sanções aplicadas à pessoa jurídica aos seus administradores e sócios com poderes de administração, observados o contraditório e a ampla defesa.
Tema multidisciplinar – Lei 8.009 / 1990
Alegação de bem de família – Proteção da Pessoa Jurídica STJ - Resp. 35.281 / MG
Pressupostos: conceito de entidade familiar - LAR Enunciado 285 CJF
Enunciado 285 do CJF – Jornada de Direito Civil
A teoria da desconsideração, prevista no art. 50 do Código Civil, pode ser invocada pela pessoa jurídica em seu favor.
Tema multidisciplinar – Lei 8.009 / 1990 STJ - Resp. 1.024.394 / RS
Princípio da intangibilidade/indisponibilidade do Capital Social Pessoa Jurídica tem família ?
INF 579 STJ
DIREITO CIVIL. IMPENHORABILIDADE DO BEM DE FAMÍLIA.
A impenhorabilidade do bem de família no qual reside o sócio devedor não é afastada pelo fato de o imóvel pertencer à sociedade empresária. A jurisprudência do STJ tem, de forma reiterada e inequívoca, pontuado que a impenhorabilidade do bem de família estabelecida pela Lei n. 8.009/1990 está prevista em norma cogente, que contém princípio de ordem pública, e a incidência do referido diploma somente é afastada se caracterizada alguma hipótese descrita em seu art. 3º (EREsp 182.223-SP, Corte Especial, DJ 7/4/2003). Nesse passo, a proteção conferida ao instituto de bem de família é princípio concernente às questões de ordem pública, não se admitindo sequer a renúncia por seu titular do benefício conferido pela lei, sendo possível, inclusive, a desconstituição de penhora anteriormente feita (AgRg no AREsp 537.034-MS, Quarta Turma, DJe 1º/10/2014; e REsp 1.126.173-MG, Terceira Turma, DJe 12/4/2013).
Precedentes citados: REsp 949.499-RS, Segunda Turma, DJe 22/8/2008; e REsp 356.077- MG, Terceira Turma, DJ 14/10/2002. EDcl no AREsp 511.486-SC, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 3/3/2016, DJe 10/3/2016.
INF 585 STJ
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. PENHORABILIDADE DE BEM DE FAMÍLIA IMÓVEL DADO EM HIPOTECA NÃO REGISTRADA.
A ausência de registro da hipoteca em cartório de registro de imóveis não afasta a exceção à regra de impenhorabilidade prevista no art. 3º, V, da Lei n. 8.009/1990, a qual autoriza a penhora de bem de família dado em garantia hipotecária na hipótese de dívida constituída em favor de entidade familiar. A hipoteca é um direito real de ga- rantia (art. 1.225, IX, do CC) incidente, em regra, sobre bens imóveis e que dá ao credor o poder de excutir o bem, alienando-o judicialmente e dando-lhe primazia sobre o produto da arrematação para satisfazer sua dívida. Por um lado, a constituição da hipoteca pode dar-se por meio de contrato (convencional), pela lei (legal) ou por sentença (judicial) e, desde então, já tem validade inter partes como um direito pessoal. Por outro lado, nos termos do art. 1.227 do CC, só se dá a constituição de um direito real após a sua inscrição no cartório de registro de imóveis da circunscrição imobiliária competente. Assim é que essa inscrição confere à hipoteca a eficácia de direito real oponível erga omnes. Nesse sentido, há entendimento doutrinário de acordo com o qual ...
... "Somente com o registro da hipoteca nasce o direito real. Antes dessa pro-vidência o aludido gravame não passará de um crédito pessoal, por subsistente apenas inter partes; depois do registro, vale erga omnes". Se a ausência de registro da hipoteca não a tor-na inexistente, mas apenas válida inter partes como crédito pessoal, a ausência de registro da hipoteca não afasta a exceção à regra de impenhorabilidade prevista no art. 3º, V, da Lei n. 8.009/1990. REsp 1.455.554-RN, Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 14/6/2016, DJe 16/6/2016.
INF 591 STJ
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. HIPÓTESE DE IMPENHORABILIDADE DE IMÓVEL COMERCIAL.
É impenhorável o único imóvel comercial do devedor quando o aluguel daquele está destinado unicamente ao pagamento de locação residencial por sua entidade familiar.
Inicialmente, registre-se que o STJ pacificou a orientação de que não descaracteriza automaticamente o instituto do bem de família, previsto na Lei n. 8.009/1990, a constatação de que o grupo familiar não reside no único imóvel de sua propriedade (AgRg no REsp 404.742-RS, Segunda Turma, DJe 19/12/2008; e AgRg no REsp 1.018.814- SP, Segunda Turma, DJe 28/11/2008). A Segunda Turma também possui entendimento de que o aluguel do único imóvel do casal não o desconfigura como bem de família (REsp 855.543-DF, Segunda Turma, DJ 3/10/2006). Ainda sobre o tema, há entendimento acerca da impossibilidade de penhora de dinheiro aplicado em poupança, por se verificar sua vinculação ao financiamento para aquisição de imóvel residencial (REsp 707.623-RS, Segunda Turma, DJe 24/9/2009). REsp 1.616.475-PE, Rel.
Min. Herman Benjamin, julgado em 15/9/2016, DJe 11/10/2016.
Tema multidisciplinar – Código de Processo Civil - Lei 13.105 / 2015
“O incidente de desconsideração” - Prática ! Artigo 134
O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
Qual momento processual ? Qual instrumento ? Falência ?
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o.
Contraditório / ampla defesa / cautela / segurança jurídica
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.
Civil Law
Artigo 135
Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Contraditório / ampla defesa
Citação desde do início ? Informativo 501 do STJ
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
Paisagem recursal !
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
Efetividade !
Observações finais
Legitimidade para recorrer da decisão ? Inf. 422 X 1.347.627 SP Morte do sócio como fundamento ?
Desconsideração e o limite das quotas ? Informativo 463 STJ Decadência / Prescrição ?
Observações finais
Encerramento irregular
Enunciado 282 CJF – Jornada de Direito Civil
O encerramento irregular das atividades da pessoa jurídica, por si só, não basta para caracterizar abuso de personalidade jurídica.
Observações finais
Desconsideração de outras Pessoas Jurídicas Enunciado 284 do CJF – Jornada de Direito Civil
As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos ou de fins não-econômicos estão abrangidas no conceito de abuso da personalidade jurídica.
TÍTULOS DE CRÉDITO
• Análise teórica:
Princípios
Características
Declarações cambiais
Aval
Aval parcial
Aval de cônjuge – artigo 1.647 CC Autonomia do Aval
Aval Aval PJ
Aval com poderes especiais Aval superior
Aval condicionado
Endosso
Próprio / impróprio Condicionado
Parcial
Endosso
Sem garantia
Proibitivo de novo endosso Cláusula sem protesto
CONTRATOS
• Legislação
• Código Civil – artigos 1.361 ao 1.368
• Lei 9.514/97
• Decreto 911/69
• Requisito específico
•“Para o leigo, é mais fácil, intuitivo e célere verificar a existência de gravame no próprio certificado do veículo em vez de peregrinar por diferentes cartórios de títulos e documentos ou ir ao cartório de distribuição nos estados que contam com serviço integrado em busca de informações."
• Mora do devedor
• Instrumento processual
• Busca e Apreensão – prova da mora
• Mora do devedor
• Instrumento processual
• Busca e Apreensão – prova da mora
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
• Alteração pela 13.043 / 14
Art. 103. A Lei no 9.514, de 20 de novembro de 1997, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 26
§4o Quando o fiduciante, ou seu cessionário, ou seu representante legal ou procurador encontrar-se em local ignorado, incerto ou inacessível, o fato será certificado pelo serventuário encarregado da
diligência e informado ao oficial de Registro de Imóveis, que, à vista da certidão, promoverá a intimação por edital publicado durante 3 (três) dias, pelo menos, em um dos jornais de maior circulação local ou noutro de comarca de fácil acesso, se no local não houver imprensa diária, contado o prazo para
purgação da mora da data da última publicação do edital.
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA
Inf. 467 STJ
ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. BUSCA. APREENSÃO. NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL.
A Turma, ao prosseguir o julgamento, entendeu ser válida a notificação extrajudicial efetivada por via postal no endereço do devedor por cartório de títulos e documentos de comarca diversa daquela em que ele é domiciliado. In casu, trata-se da notificação necessária à comprovação da mora do recorrido para que o banco recorrente proponha a ação de busca e apreensão pelo inadimplemento do contrato de financiamento de automóvel garantido por alienação fiduciária. Inicialmente, ressaltou o Min. Relator ser inaplicável ao caso dos autos o precedente da Terceira Turma deste Superior Tribunal que consignou não ser válido o ato do tabelião praticado fora do município para o qual recebeu delegação, conforme estabelecido pelos arts. 8º, 9º e 12 da Lei n. 8.935/1994, por entender que esses dispositivos referem-se apenas aos tabelionatos de notas e aos registros de imóveis e civis das pessoas naturais... Precedentes citados: AgRg no REsp 1.041.543-RS, DJe 28/5/2008;
REsp 692.237-MG, DJ 11/4/2005, e REsp 810.717-RS, DJ 4/9/2006. REsp 1.237.699-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/3/2011.
• Alteração pela 13.043 / 14 Art. 2 do Decreto
§ 2o A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser
comprovada por carta registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso seja a do próprio destinatário.
§ 4o Os procedimentos previstos no caput e no seu § 2o aplicam-se às operações de arrendamento mercantil previstasnaformadaLeino6.099,de12desetembrode1974.”
(NR)
“Art.3oOproprietáriofiduciáriooucredorpoderá,desdequecomprovadaamora,naforma
estabelecida pelo § 2o do art. 2o, ou o inadimplemento, requerer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente,
podendo ser apreciada em plantão judiciário.
• Alteração pela 13.043 / 14
Art. 103. A Lei no 9.514, de 20 de novembro de 1997, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art.26
§ 4o Quando o fiduciante, ou seu cessionário, ou seu representante legal ou procurador encontrar-se em local ignorado, incerto ou inacessível, o fato será certificado pelo
serventuário encarregado da diligência e informado ao oficial de Registro de Imóveis, que, à vista da certidão, promoverá a intimação por edital publicado durante 3 (três) dias, pelo menos, em um dos jornais de maior circulação local ou noutro de comarca de fácil acesso, se no local não houver imprensa diária, contado o prazo para purgação da mora da data da última
publicação do edital.
• Prazo ?
• Purga da mora ?
• Alteração pela 13.043 / 14
Art. 101. O Decreto-Lei no 911, de 1o de outubro de 1969, passa a vigorar com as seguintes alterações:
“Art. 2o No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida prestação de contas.
• Alteração pela 13.043 / 14
“Art.1.368-B. A alienação fiduciária em garantia de bem móvel ou imóvel confere direito real de aquisição ao fiduciante, seu cessionário ou sucessor.
Parágrafo único. O credor fiduciário que se tornar proprietário pleno do bem, por efeito de realização da garantia, mediante consolidação da propriedade, adjudicação, dação ou outra forma pela qual lhe tenha sido transmitida a propriedade plena, passa a responder pelo
pagamento dos tributos sobre a propriedade e a posse, taxas, despesas condominiais e quaisquer outros encargos, tributários ou não, incidentes sobre o bem objeto da
garantia, a partir da data em que vier a ser imitido na posse direta do bem.”
• Alteração pela 13.043 / 14
“Art.4oSeobem alienado fiduciariamente não for encontrado ou não se achar na posse do devedor, fica facultado ao credor requerer, nos mesmos autos, a
conversão do pedido de busca e apreensão em ação executiva, na forma prevista no Capítulo II do Livro II da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de ProcessoCivil.”(NR)
“Art.5oSeocredorpreferirrecorreràaçãoexecutiva,diretaouaconvertidana
forma do art. 4o, ou, se for o caso ao executivo fiscal, serão penhorados, a critério
do autor da ação, bens do devedor quantos bastem para assegurar a execução.
• Teoria do Inadimplemento Mínimo / Adimplemento Substancial
REsp 1.622.555
“teoria do adimplemento substancial não é prevista expressamente em lei e decorre de interpretação extensiva de dispositivos do Código Civil. Por isso, a tese não pode se sobrepor à lei especial que rege a alienação fiduciária, por violação à regra de que lei especial prevalece sobre lei geral.”
““A aplicação dessa tese com intuito de impedir o exercício do direito de se ingressar com a ação de busca e apreensão terá como efeito imediato o surgimento de um risco até então inexistente: a perda da eficácia conferida ao instrumento da alienação fiduciária.”
• Alienação Fiduciária de Bens Imóveis
• Legislação
• Conceito
• Registro
• Mora
• Ação Judicial
• Sub rogação
• Jurisprudência
• Leasing
Conceito Espécies Mora
Reintegração de posse Purga da mora
Teoria do inadimplemento mínimo
FAMÍLIAS
• Famílias
Execução empresário individual
Registro pacto antenupcial do empresário individual
Sociedade entre cônjuges
• Famílias
Momento da partilha ou acordo prévio de bens ?
Prestação de quotas administração pós separação
Venda de quotas ascendente para descendente – reconhecimento de paternidade post mortem?
• Famílias
Conta corrente conjunta – responsabilidade
Embargos de terceiro – bloqueio valor depositado em conta
Desconsideração invertida / inverso – enunciado 263 CJF – NCPC
Legitimidade processual sócio
• Famílias
Bem de família – propriedade sociedade
Hipoteca bem de família
Impenhorabilidade de imóvel comercial – bem de família
Propriedade rural impenhorável – mesmo ausência de moradia – origem dívida ?
• Famílias
Não integralização LTDA e cônjuge
Protesto alimentos – objeto protesto ?
Aval de cônjuge
Pontos contratuais e cambiários
• Factoring
Comunicado ao assistido pela transferência ?
Esquiva do pagamento pelo avalista
Esquiva pelo endossante ou devedor principal
• Títulos
Prazo para cobrança do cheque
Duplicata fria / simulada – causalidade
Prazos do Protesto – cancelamento e sustação
Protesto por indicação
• Títulos
Aval por Pessoa Jurídica
Declaração Sucedânea
Alegações extracartulares e Princípios
• Contratos
Todo contrato bancário é consumerista ?
Princípios contratuais
Base de leasing e de alienação fiduciária – Teoria do Inadimplemento Mínimo – ADI 4.333 – Resp 1.622.555
Notícia site STJ 11/10/2018 REsp 1677079
Impenhorabilidade de bem de família deve prevalecer para imóvel em alienação fiduciária
A regra da impenhorabilidade do bem de família, prevista na Lei 8.009/90, também abrange os imóveis em fase de aquisição, a exemplo daqueles objeto de compromisso de compra e venda ou de financiamento para fins de moradia, sob pena de impedir que o devedor adquira o bem necessário à habitação de seu grupo familiar.
“No caso, trata-se de contrato de alienação fiduciária em garantia, no qual,
havendo a quitação integral da dívida, o devedor fiduciante consolidará a
propriedade para si (artigo 25, caput, da Lei 9.514/97). Assim, havendo a
expectativa da aquisição do domínio, deve prevalecer a regra de
impenhorabilidade”
INF 624
REsp 1.704.498-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em 17/04/2018, DJe 24/04/2018
Ação de cobrança. Cotas condominiais. Obrigação propter rem. Legitimidade da arrendatária de imóvel para figurar no polo passivo da demanda juntamente com o proprietário.
A ação de cobrança de débitos condominiais pode ser proposta contra o
arrendatário do imóvel.
A controvérsia posta nos presentes autos consiste em definir se a obrigação
ao pagamento das despesas condominiais encerra-se, exclusivamente, na
pessoa que é proprietária do bem ou se ela se estende a outras pessoas que
tenham uma relação jurídica vinculada ao imóvel – que não o vínculo de
propriedade –, a fim de determinar se está o condomínio credor autorizado
a ajuizar a ação de cobrança de débitos condominiais não somente em face
da empresa proprietária, mas também em desfavor da empresa arrendatária
do ponto comercial ...
Na hipótese, a arrendatária exerce a posse direta sobre o imóvel e usufrui dos serviços prestados pelo Condomínio, não sendo razoável que não possa ser demandada para o pagamento de despesas condominiais inadimplidas.
Ressalte-se, por fim, que não se está a falar de solidariedade entre
proprietário e arrendatário para o pagamento dos débitos condominiais em
atraso, até mesmo porque, como se sabe, a solidariedade decorre da lei ou
da vontade das partes. O que se está a reconhecer é a possibilidade de a
arrendatária figurar no polo passivo da ação de cobrança, haja vista que a
ação pode ser proposta em face de qualquer um daqueles que tenha uma
relação jurídica vinculada ao imóvel, o que mais prontamente possa cumprir
com a obrigação.
REsp 848.498-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 25/04/2018, DJe 07/06/2018
Bem de família. Garantia real hipotecária. Proprietários do imóvel e únicos sócios da Pessoa Jurídica devedora. Proveito revertido em benefício da entidade familiar. Presunção. Impenhorabilidade. Exceção.
É possível a penhora de bem de família dado em garantia hipotecária pelo
casal quando os cônjuges forem os únicos sócios da pessoa jurídica
devedora.
Terceira Turma, entendeu que "é possível a penhora de imóvel dado em garantia hipotecária de dívida contraída em favor de pessoa jurídica da qual são únicos sócios os cônjuges, proprietários do imóvel, pois o benefício gerado aos integrantes da família nesse caso é presumido". Já o acórdão paradigma (REsp 988.915/SP, Rel. Min. Raul Araújo, Quarta Turma, DJe 08/06/2012) entendeu que "somente é admissível a penhora do bem de família hipotecado quando a garantia foi prestada em benefício da própria entidade familiar, e não para assegurar empréstimo obtido por terceiro".
Sobre o tema, prevalece nesta Corte o entendimento de que o proveito à
família é presumido quando, em razão da atividade exercida por empresa
familiar, o imóvel onde reside o casal (únicos sócios daquela) é onerado com
garantia real hipotecária para o bem do negócio empresarial...
... Nesse sentido, constitui-se ônus dos prestadores da garantia real
hipotecária, portanto, comprovar a não ocorrência do benefício direto à
família, mormente tendo em vista que a imposição de tal encargo ao credor
contrariaria a própria organicidade hermenêutica, inferindo-se flagrante
também a excessiva dificuldade de produção probatória. Deste modo, pode-
se assim sintetizar o tema: a) o bem de família é impenhorável quando for
dado em garantia real de dívida por um dos sócios da pessoa jurídica,
cabendo ao credor o ônus da prova de que o proveito se reverteu à entidade
familiar; e b) o bem de família é penhorável quando os únicos sócios da
empresa devedora são os titulares do imóvel hipotecado, sendo ônus dos
proprietários a demonstração de que não se beneficiaram dos valores
auferidos.
INF 632
REsp 1.569.840-MT, Rel. Min. Francisco Falcão, por unanimidade, julgado em 16/08/2018, DJe 27/08/2018
Contrato de arrendamento mercantil (leasing). Descaracterização. Prazo mínimo de vigência. Vida útil do bem arrendado.
Fica descaracterizado o contrato de arrendamento mercantil (leasing) se o
prazo de vigência do acordo celebrado não respeitar o período mínimo
estabelecido com base na vida útil do bem arrendado.
Nesse contexto, com base no conteúdo da sessão do Conselho Monetário Nacional de 28/8/1996, o Banco Central do Brasil publicou a Resolução n.
2.309/1996, a qual, no art. 8º, inciso I, alíneas "a" e "b", de seu anexo, prevê que os contratos de arrendamento mercantil financeiro devem estabelecer o prazo mínimo de vigência, estipulados de acordo com a vida útil do bem arrendado. O prazo delimitado pelo CMN para o arrendamento mercantil financeiro é de: a) dois anos compreendidos entre a data de entrega dos bens à arrendatária, consubstanciada em termo de aceitação e recebimento dos bens, e a data de vencimento da última contraprestação, quando se tratar de arrendamento de bens com vida útil igual ou inferior a cinco anos;
ou ...
b) três anos observada a definição do prazo constante da alínea anterior, para o arrendamento de outros bens.
Dessa forma, na hipótese de o bem arrendado possuir vida útil superior a
cinco anos e o prazo de vigência do contrato for inferior a dois ou três anos,
conforme exigido pela referida lei, o contrato de arrendamento fica
descaracterizado.
INF 632
HC 439.973-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Antonio Carlos Ferreira, por maioria, julgado em 16/08/2018, Dje 04/09/2018
Prisão civil. Débito alimentar incontroverso. Teoria do adimplemento substancial. Não aplicabilidade pela via estreita do writ.
A teoria do adimplemento substancial não tem incidência nos vínculos
jurídicos familiares, revelando-se inadequada para solver controvérsias
relacionadas a obrigações de natureza alimentar.
Trata-se de habeas corpus em que se discute a possibilidade de aplicação da
teoria do adimplemento substancial em controvérsias relacionadas a
obrigações de natureza alimentar. A par de encontrar um estreito espaço de
aplicação no direito contratual – exclusivamente nas hipóteses em que o
inadimplemento revela-se de escassa importância quando cotejado com a
obrigação como um todo, ao lado de elementos outros cuja análise
demanda uma avaliação qualitativa, casuística e aprofundada da avença,
incompatível com o rito do habeas corpus –, a teoria do adimplemento
substancial não tem incidência nos vínculos jurídicos familiares, menos
ainda para solver controvérsias relacionadas a obrigações de natureza
alimentar...
...Ora, a subtração de um pequeno percentual pode mesmo ser
insignificante para um determinado alimentando, mas possivelmente não
para outro, mais necessitado. Tem-se que o critério quantitativo não é
suficiente nem exclusivo para a caracterização do adimplemento substancial,
como já se manifesta parte da doutrina: "Observa-se, ainda, que predomina
nos julgados a análise meramente quantitativa da parte inadimplida,
principalmente através de percentual, sendo raros os acórdãos que abordam
a significância do montante inadimplido em termos absolutos, o que
entendemos correto. A ressalva que se faz, nesse ponto, é que o critério
quantitativo é o menos relevante e significativo.
Tema multidisciplinar – Código de Processo Civil - Lei 13.105 / 2015
“O incidente de desconsideração” - Prática ! Artigo 134
O incidente de desconsideração é cabível em todas as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada em título executivo extrajudicial.
Qual momento processual ? Qual instrumento ? Falência ?
§ 1o A instauração do incidente será imediatamente comunicada ao distribuidor para as anotações devidas.
§ 2o Dispensa-se a instauração do incidente se a desconsideração da personalidade jurídica for requerida na petição inicial, hipótese em que será citado o sócio ou a pessoa jurídica.
§ 3o A instauração do incidente suspenderá o processo, salvo na hipótese do § 2o.
Contraditório / ampla defesa / cautela / segurança jurídica
§ 4o O requerimento deve demonstrar o preenchimento dos pressupostos legais específicos para desconsideração da personalidade jurídica.
Civil Law
Artigo 135
Instaurado o incidente, o sócio ou a pessoa jurídica será citado para manifestar-se e requerer as provas cabíveis no prazo de 15 (quinze) dias.
Contraditório / ampla defesa
Citação desde do início ? Informativo 501 do STJ
Art. 136. Concluída a instrução, se necessária, o incidente será resolvido por decisão interlocutória.
Parágrafo único. Se a decisão for proferida pelo relator, cabe agravo interno.
Paisagem recursal !
Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente.
Efetividade !