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Mana vol.7 número2

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Academic year: 2018

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Nascido em Jena em 1883, Curt Unkel aportou no Brasil em 1903 e aqui viveu até sua morte, em 1945, em uma aldeia dos índios Tikuna, no Alto Solimões. Autodidata, desenvolveu intensa atividade científica como etnólogo, arqueólogo, lingüista, cartógrafo, historiador e indigenista, ten-do colaboraten-do com diversas instituições como o Museu Nacional, o Museu Paraense Emílio G oeldi e o Serviço de Proteção aos Índios (SPI). De 1905 a 1945, realizou quase quarenta expedições etnográficas e arqueológicas, cujos resultados ampliaram de maneira extraordinária o conhecimento sobre os povos indígenas situados no território brasileiro, fazendo dele o maior especialista no assunto da primeira metade do sécu-lo XX. Naturalizando-se brasileiro em 1922, passa então a assinar Curt Nimuendajú, nome que recebera em 1906 dos Ñandeva-G uarani, com os quais conviveu por cinco anos no sul do Mato Grosso, norte paranaen-se e oeste paulista. “ Nimongaraí” , o primeiro dos dois textos que ora apresentamos, publicado em 1910, em alemão, no semanário De u tsch e Z e itu n g (ano VI, no3), descreve justamente a cerimônia de sua própria nominação entre esses índios.

Em 1928, inicia-se a " fase jê" das pesquisas de Nimuendajú, que se estende até o final da década de 30. As três monografias resultantes (Th e A p in ay é, 1939; Th e S h e re n te, 1942; Th e Easte rn Tim b ira, 1946)

inaugu-ram a moderna etnologia jê, ao revelar os intricados esquemas institu-cionais e a rica vida cerimonial que caracterizavam a vida coletiva de povos até então marcados pelo signo da rudimentaridade. A etnografia de Nimuendajú está na raiz não apenas do interesse de Claude Lévi-Strauss pelos Jê e pelo dualismo característico de sua organização social, como também daquele que veio a ser um dos mais influentes projetos coletivos de pesquisa na etnologia indígena no Brasil: o projeto Harvard-Brasil Central (desenvolvido pelo Museu Nacional e pela Universidade de Harvard).

DOCUMENTA

APRESEN TAÇÃO

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O segundo texto que oferecemos aos leitores, “ A Corrida de Toras dos Timbira” , descreve uma prática que, componente obrigatório da maior parte dos rituais desses grupos de língua jê (hoje concentrados principalmente no Estado do Maranhão), foi também observada em uma série de povos cultural, lingüística e geograficamente vizinhos. Escrito em alemão, constituía originalmente um capítulo da primeira versão da monografia timbira enviada, em 1935, a Robert Lowie, que se tornaria editor, tradutor e patrocinador das pesquisas etnológicas de Nimuendajú. No processo de tradução para o inglês, o capítulo sobre a corrida de toras foi desmembrado e parte de seu conteúdo distribuído em diferentes seções, como as referentes aos esportes, à organização social e cerimo-nial. Sua publicação em M an a, na forma integral, tem assim um duplo

objetivo: tornar acessível um material hoje disponível apenas em inglês e em edição há muito esgotada, e restituir o texto original, acompanhado da rica documentação fotográfica selecionada pelo próprio autor.

Os dois artigos publicados em M an afazem parte do material de Curt

Nimuendajú que se encontra depositado nos arquivos do Departamento de Antropologia do Museu Nacional-UFRJ. A divulgação dos textos se tornou possível graças à pesquisa desenvolvida atualmente nesses arqui-vos por Elena Welper

*

.

* Nos textos que se seguem, as denominações grupais e as palavras indígenas estão grafadas conforme o original, respeitando, inclusive, as inconsistências existentes na grafia de Nimuendajú. No segundo artigo, todavia, substituímos C por C e S por X. Por razões tipográficas, alguns dos diacríticos usados pelo autor foram ignorados.

Referências

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