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E DIREITOS HUMANOS, ENSINO E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA: UMA ANÁLISE DA 9A. MOSTRA CINEMA E DIREITOS HUMANOS NO HEMISFÉRIO SUL DA UEG*

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DIREITOS HUMANOS, ENSINO

E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA:

UMA ANÁLISE DA 9A. MOSTRA

CINEMA E DIREITOS HUMANOS

NO HEMISFÉRIO SUL DA UEG*

ADEMIR LUIZ DA SILVA** LORENA BORGES SILVA***, VALDEIR CESÁRIO DOS SANTOS****

E

m 2015, a Universidade Estadual de Goiás (UEG) completou quinze anos de sua criação. É uma das universidades mais novas do Brasil, possuindo um caráter interiorizador desde sua origem, mantendo um grande número de campus nas mais diversas regiões do estado. Está presente, atualmente, em um total de trinta e nove municípios, cada um com características e demandas sociais e econômicas próprias. Essa

Resumo: este artigo analisa o contexto no qual a Universidade Estadual de Goiás (UEG),

a partir do ano de 2014, incorporou em seu Núcleo Comum a disciplina Diversidade, Ci-dadania & Direitos como estratégia de fomentar nos cursos de graduação debates acerca da questão dos Direitos Humanos. Como parte desse cenário, a UEG participou da 9º Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul, realizado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em parceria com o Ministério da Cultura e a Uni-versidade Federal Fluminense (UFF). A partir dessa experiência, analisando os resultados observados nas exibições públicas dos filmes selecionados para participarem da Mostra, pre-tendemos discutir o papel do audiovisual na Educação Superior, destacando seu potencial como difusor de reflexões sobre os Direitos Humanos.

Palavras-chave: Direitos Humanos. Cinema. Ensino Superior.

* Recebido em: 02.09.2015. Aprovado em: 17.092015.

** Doutor em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e professor na Universidade Estadual de Goiás (UEG), nos cursos de História e Arquitetura e Urbanismo. Docente no programa de mestrado interdisciplinar Territórios e Expressões Culturais no Cerrado (TECCER). E-mail: ademir.hist@bol.com. br / Lattes: http://lattes.cnpq.br/7707506683519747.

*** Mestranda em Territórios e Expressões Culturais no Cerrado pela Universidade Estadual de Goiás - TECCER. Assessora da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da Universidade Estadual de Goiás. E-mail: lorena23418@hotmail.com / Lattes: http://lattes.cnpq.br/9563253295328695. **** Mestrando em Direitos Humanos pela Universidade Federal de Goiás - PPGIDH. Assessor da Pró-Reitoria

de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da Universidade Estadual de Goiás. E-mail: valdeir.geo@ hotmail.com / Lattes: http://lattes.cnpq.br/2503974306444669

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diversidade de pessoas, costumes e paisagens tornou-se uma característica singular da UEG enquanto instituição.

Em 2014, a universidade reestruturou seu currículo em Conselho Acadêmico (CsA), aprovando disciplinas que comporão o que foi designado como Núcleo Comum dos cursos de graduação da UEG. São elas: Diversidade, Cidadania & Direitos e Linguagem, Tecnologias & Produção Textual. As atividades acadêmicas somadas à vivência dentro de uma universidade marcada por seu caráter plural tornou necessário pensar seu currículo como uma ferramenta dinâmica e não estanque, buscando atender às exigências de uma sociedade multifacetada. Nesse sentido, incorporar debates sobre a questão dos Direitos Hu-manos, procurando não se filiar à influência de tendências ideológicas e partidárias, mostrou--se uma necessidade, que pode configurarmostrou--se, também, como um avanço.

Como parte desse cenário, também em 2014 a Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis estruturou uma equipe para desenvolver de modo mais efetivo projetos com ênfase em temas culturais. Um dos projetos no qual se engajaram foi a participação da UEG na 9º Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul, realizado pela Se-cretaria de Direitos Humanos da Presidência da República em parceria com o Ministério da Cultura. A Mostra é uma produção da Universidade Federal Fluminense (UFF), por meio de seu Departamento de Cinema e Vídeo, com apoio da Organização dos Estados Ibero-ameri-canos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), Centro de Informação das Nações Uni-das (UNIC-RIO), Centro Técnico Audiovisual (CTAv), Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), contando com o patrocínio da Petrobras e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Com a escolha da UEG como um ponto de exibição da 9º Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul, abriu-se uma oportunidade para a instituição dialogar com a sociedade sobre esse tema tão delicado e, ao mesmo tempo, tão importante. Destaca-se que o meio de difusão das ações se dá por meio do audiovisual, destacadamente o cinema; ferramenta didática que têm gerado diversos debates e pesquisas entre os membros da co-munidade acadêmica mundial, brasileira e, também, entre docentes e discentes da UEG. A intenção desse artigo é discutir, ainda que brevemente, acerca dessa experiência, destacan-do de que forma essa mostra de cinema repercutiu nos pontos de exibição selecionadestacan-dos pela equipe da Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis da Universidade Estadual de Goiás, bem como suas principais contribuições detectáveis.

DIREITOS HUMANOS NA CONTEMPORANEIDADE E O PAPEL DO ENSINO SUPERIOR

O debate acerca dos direitos humanos tal como se conhece atualmente advém, sobretudo, de dois constitucionalismos, o francês e o norte americano. O primeiro com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, o segundo com sua Constituição. Gra-ças a eles, o desejo de direitos humanos que abarcasse todos os cidadãos foi estendido até a culminância da Declaração Universal dos Direitos Humanos, em 1948. No entanto, num panorama geral, a defesa dos direitos humanos data de antes de Cristo e a história que leva até suas primeiras manifestações é muito longa.

O embate entre resistência e opressão foi motivo propulsor para se chegar ao que se reconhece como sendo os primeiros documentos de garantia de direitos estendidos a todo

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cidadão. O processo histórico, político e social das lutas pela liberdade e emancipação revela a evolução, tanto na França quanto nos Estados Unidos da América, das legislações, fruto da demanda social daqueles que não poderiam mais viver sob a condição de oprimidos, sem que lhes fosse garantido o mínimo de direitos de cidadania.

Os direitos previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos, foram cons-tituídos como princípios universais e utilizados como referência para as nações alcançarem a paz e a justiça, portanto, enquanto princípios e não como força de lei. A partir daí as nações poderiam formular ações para que os direitos previstos na declaração fossem estendidos a todos, indistintamente de raça, sexo, língua ou religião.

Segundo Bobbio (2004), a concepção histórica da evolução dos direitos humanos, descrita em quatro gerações, foram historicamente conquistados por diversos grupos sociais que buscaram sua emancipação, combatendo toda espécie de tutela. A primeira geração de direitos compreende os Direitos Civis, a segunda geração os Direitos Políticos, a terceira os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e a quarta geração compreende os Direitos de Soli-dariedade. Enquanto princípios, esses direitos são invioláveis e inalienáveis. A filósofa alemã Hannah Arendt (1989, p. 324) discorreu sobre a concepção desses direitos no séc. XIX:

Como se afirmava que os Direitos do Homem eram inalienáveis, irredutíveis e indeduzí-veis de outros direitos ou leis, não se invocava nenhuma autoridade para estabelecê-los; o próprio homem seria a sua origem e seu objetivo último. Além disso, julgava-se que nenhuma lei especial seria necessária para protegê-los, pois se supunha que todas as leis se baseavam neles.

No entanto, definidos como inalienáveis os Direitos Humanos deveriam ser inde-pendentes de qualquer governo, visto que se deixasse de ter um governo próprio ainda lhes poderia restar alguém para protegê-los ou alguma instituição disposta a garanti-los.

A influência de tais perspectivas foi enorme e espalhou-se pelo mundo. Em alguns casos, como no Brasil, esse debate se desenvolveu tardiamente. O período do Regime Militar Brasileiro tornou-se um bom exemplo para representar tal cenário. Tanto os militares gol-pistas quanto grupos de resistência politicamente engajados, com treinamento em guerrilha rural e urbana em países estrangeiros como China e Cuba, violaram largamente os Direitos Humanos, matando e torturando, na defesa de suas perspectivas políticas antagônicas. De um lado os excessos e abusos do Estado, do outro a violência de militantes de esquerda, comba-tendo por uma causa que consideravam justa, e pela qual estavam dispostos a matar e a mor-rer. Entre inúmeras prisões ilegais, desaparecimentos injustificados e “justiçamentos”, o Brasil passou por esse período traumático onde os Direitos Humanos pairavam incomodamente em meio a uma guerra ideológica.

Destaca-se que a Constituição Brasileira de 1988 foi elaborada sob o trauma do Regime Militar, sendo que muitos dos deputados constituintes foram presos políticos nas décadas de 1960 e 1970. Essa Carta Magna estabeleceu princípios fundamentais para garantir a prevalência dos Direitos Humanos. O artigo 4º prevê os direitos e deveres indivi-duais e coletivos, reforçando preceitos já presentes na Declaração Universal. O objetivo foi não só não esquecer a história como trazer à memória a fim de se resguardar contra novas rupturas democráticas. Atualmente o país enfrenta novos desafios em relação aos Direitos Humanos.

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Em tempos conturbados por inúmeros conflitos sociais, a necessidade de mobili-zação para criar uma cultura da paz, do respeito e da tolerância é cada dia mais necessária. A educação em Direitos Humanos deve ser uma forma de promoção e defesa dos direitos indi-viduais e coletivos, criando formas de se reinventar nos diversos espaços educacionais, formais ou não. Nesse sentido, as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos lembra que “o indivíduo pode e deve, por meio da educação em direitos humanos, adotar uma posi-ção de sujeito de direitos e assim reconhecer que o outro também o é, em uma troca mútua de respeito e reciprocidade” (BRASIL, 2013b, p. 13).

Muitos avanços foram conquistados. É fato estatístico que, comparativamente, o mundo contemporâneo é muito menos violento e mais tolerante que no passado. Não apenas no passado distante da Roma Antiga ou na Idade Média, mas também no início da Era Indus-trial e mesmo em relação às primeiras décadas do século XX. Contudo, se, em função da ação de líderes carismáticos, como Martin Luther King ou Churchill, ou de grupos organizados, a situação global melhorou muito, as demandas também foram ampliadas. Situações que ante-riormente eram consideradas conjunturais hoje são vistas como inaceitáveis.

Assim, é urgente discutir Direitos Humanos numa sociedade em que há um crescimen-to no número de jovens assassinados, em que ativistas e grupos hiscrescimen-toricamente excluídos são per-seguidos, em que mulheres são violentadas, em que ainda há intolerância a diversas manifestações religiosas, ainda que a liberdade de culto seja uma garantia constitucional, em que as opções indi-viduais são ignoradas e em que ainda há trabalho análogo ao escravo. Nessa perspectiva, a educação em Direitos Humanos deve contribuir não só para evitar a reprodução da desigualdade, como também para favorecer o reconhecimento das diferenças e a promoção da participação social, com vistas à proposição de políticas públicas que garantam a universalização dos direitos.

Diversas linguagens são necessárias para atingir os objetivos de educar em Direi-tos Humanos. Entre elas o audiovisual. Durante a 9ª Mostra Cinema e DireiDirei-tos Huma-nos no Hemisfério Sul, tendo como ponto de exibição a Universidade Estadual de Goiás, confirmou-se a efetividade do cinema nesse debate. A experiência contribuiu para pensar novas formas de trabalho com a temática no ensino superior e na extensão universitária.

A base desses debates ocorridos ao longo da Mostra partiram das metas definidas, principalmente, no Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (BRASIL, 2013a), que propõe os princípios e as ações programáticas para construir a cultura do respeito à di-versidade. Em outro documento (BRASIL, 2013b) são estabelecidas as metodologias que norteiam a EDH bem como um histórico dos DH’s no mundo e no Brasil. Sobre o papel das Instituições de Ensino Superior na promoção e defesa dos DH’s, assim aborda o PNEDH:

A conquista do Estado Democrático delineou, para as Instituições de Ensino Superior (IES), a urgência em participar da construção de uma cultura de promoção, proteção, defesa e reparação dos direitos humanos, por meio de ações interdisciplinares, com formas diferentes de relacionar as múltiplas áreas do conhecimento humano com seus saberes e práticas. Nesse contexto, inúmeras iniciativas foram realizadas no Brasil, introduzindo a temática dos direitos humanos nas atividades do ensino de graduação e pós-graduação, pesquisa e extensão, além de iniciativas de caráter cultural (BRASIL, 2013, p. 29).

Mesmo antes do plano, em 2005, em conformidade com a Lei Estadual nº 14.832/2004, a UEG foi pioneira em Goiás na implantação do sistema de cotas para

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ingres-so dos alunos afro-descendentes, índios e portadores de deficiências físicas em seu procesingres-so seletivo. Entre outras ações, também houve a inserção no ano letivo de 2015, da disciplina Diversidade, Cidadania e Direitos no núcleo comum do currículo.

A inserção da disciplina Diversidade, Cidadania e Direitos como núcleo comum do currículo na UEG possibilita uma imensa gama de debates acadêmicos que podem, efetiva-mente, contribuir na formação pessoal e política do estudante universitário. Destaca-se que essa ação vai de encontro das metas do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos para o ensino superior, bem como evidencia o compromisso de instituições como a UEG com a formação critica e a criação do pensamento autônomo de seus alunos, como prática permanente.

Essa disciplina pretende discutir os processos históricos culturais e as influências exercidas no cenário social pela diversidade de grupos, valorizando o respeito e a importância destes. Ainda são abordadas as dimensões da formação da cidadania e suas garantias, bem como a evolução dos direitos, a defesa e garantias, articuladas às discussões de liberdade, direito planetário e sustentabilidade socioambiental. A universidade como promotora do co-nhecimento deve contribuir para a formação de uma cultura baseada no respeito aos Direitos Humanos, articulando as diversas áreas do conhecimento, formulando metodologias adequa-das aos cursos de graduação e pós-graduação, bem como estendendo à comunidade novas formas de pensar os Direitos Humanos.

Para Bobbio (2004), a importância de estudar Direitos Humanos hoje está ligado à democracia e à paz. Segundo ele, dois problemas contemporâneos, visto que a base das cons-tituições democráticas é exatamente a proteção dos direitos do homem, ao mesmo tempo em que a paz é a condição necessária para sua proteção. A luta por direitos se refere a uma prote-ção contra violações de diversos poderes constituídos, como os poderes religiosos, políticos e econômicos, além das ameaças à vida, à liberdade, à segurança,

A 9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul, tendo como ponto de exibição em Anápolis a Universidade Estadual de Goiás, foi uma oportunidade ímpar para discutir e propor formas de defesa e promoção dos direitos humanos por diversos atores. O PAPEL DO CINEMA PARA EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS

O século XX, e agora o século XXI, são períodos históricos dominados pela vi-sualidade. Se em época anteriores o acesso, tanto físico quando em representações, às artes plásticas, musicais, arquitetônicas entre outras eram muito restritos, atualmente se tornou praticamente cotidianas. Por exemplo: sem nunca ter ido à França, multidões de pessoas, de diferentes classes sociais, são capazes de reconhecer a Torre Eiffel ou a Mona Lisa. Em grande parte, esse fenômeno se deve à difusão massiva da cultura audiovisual. Ver à distân-cia tornou-se cada vez mais comum. Primeiramente, por fotografias, depois o cinema, em seguida a televisão, hoje a internet, com suas infindáveis possibilidades.

Para alguns críticos, essa universalização da imagem em movimento como vetor cultural é nociva, uma vez que perderia muito do fator reflexivo que existe necessariamente, por exemplo, no ato da leitura. Para o italiano Giovanni Sartori, o mundo contemporâneo, dominado pela TV, cinema, internet, música pop, está mudando a matriz de pensamen-to da humanidade, metamorfoseando o ser humano de homo sapiens (homem sábio) para

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2001, p. 15). Para Sartori, essa mudança significaria que o ato de olhar tornado demasiado importante necrosa a capacidade de refletir acerca do elemento olhado. Em outras palavras, interpretando livremente a proposta de Sartori à luz de nossa problemática, o audiovisual desumaniza o ser humano, retirando dele o que possui de melhor: a capacidade de pensar.

A simples percepção da imensa popularidade alcançada por alguns filmes com con-teúdo culturalmente questionáveis, seja pelo caráter sexista ou violência explícita, bem como de vídeos degradantes que se tornam famosos na internet tornam tais críticas pertinentes. Contudo, o potencial de audiovisual de chamar atenção de vastas platéias não pode ser des-considerado, uma vez que

enquanto a informação verbal não diz respeito senão à parte intelectual de nosso ser, a informação visual mobiliza-nos por inteiro: corporalmente, afetivamente, intelectualmen-te. Os mecanismos de aprovação das mensagens tornam-se outros. O cinema ensina-nos que não há apenas uma compreensão geral, que funciona de forma idêntica em todas as situações, mas tipos de compreensão, comportamentos diversos de compreensão (TAR-DY, 1976, p. 93).

Dessa forma, o audiovisual pode ser transformado numa poderosa ferramenta para o ensino, por sua capacidade única de unir o lúdico e o informativo, a partir de representa-ções gráficas da realidade. Inclusive sobre temas como os Direitos Humanos. Essa amalgama cultural é um elemento inescapável do mundo contemporâneo. “Num século de aceleração técnica, uma pedagogia tática do imaginário parece mais urgente que no lento desenrolar-se da sociedade neolítica, na qual os reequilíbrios se faziam por si próprios, ao ritmo lento das gerações” (TARDY, 1976, p. 98). A velocidade do século XX, conforme pontificou Hobsba-wm, acelerou-se século XXI. A preponderância da cultura audiovisual é um sinal dos tempos e o ensino precisa apoderar-se dele.

Se nossa época mais do que visual é audiovisual é preciso expandir as fronteiras dessa possibilidade cognitiva, pois

Todo filme sempre ensina algo. Se ele pertence ao gênero “ficção”, ensina a beleza de narração e poesia através de seus conteúdos e seus procedimentos de linguagem artística, ajuda a ver mais aspectos desses conteúdos a partir da razão sensível, anuncia, através do que não existe ainda, um mundo em transformação. Se ele é um “documentário”, permite o acesso a informação e análises sobre um tema via procedimentos jornalísticos ou ensaísticos, aproximando-se mais da razão explicativa sem que isso impeça diálogos com o universo da arte (SILVA; RAMOS, 2011, p. 11).

Os filmes com temáticas voltadas para discutir os Direitos Humanos podem ser colo-cados nesse contexto. Seja ficção ou documentários. Alguns podem questionar, afirmando que a indústria do cinema não teria interesse em discutir tais assuntos. De fato, sendo uma atividade que necessita de altos investimentos de produção e divulgação, o cinema depende da massifica-ção de seus produtos para se viabilizar enquanto um “negócio”. Nesse sentido, eventualmente, o tema dos Direitos Humanos não é dos mais vendáveis. É verdade, mas não sem nuances.

Apesar de sua difusão, a cultura audiovisual está em crise permanente, necessitando de revoluções constantes em sua estética para sobreviver. Essa realidade é mais evidente na

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área do cinema. Do desenvolvimento técnico do som, passando pela concorrência da tele-visão a partir da década de 1950, até a era das locadoras, e, atualmente, dos filmes on line e popularização das tecnologias de captação de imagens, as demandas de cada época obrigou-o a tornar-se multifacetada.

A interpretação das “imagens em movimento” deve partir desse contexto. Há filmes concebidos para o simples entretenimento escapista, outros para a reflexão, outros para a excitação, outros ainda para a crítica social, todos eles representando diferentes perspectivas e, de certo modo, fatias do mercado. Até porque não se pode negar que grande parte dos consumidores de audiovisual sejam pessoas interessadas em temas como Ecologia, Direitos Civis, Gênero e outras coisas. O fato é que filmes de grandes estúdios já abordaram temas caros à agenda dos Direitos Humanos. Vai de dramas realistas denunciando a utilização de cobaias humanas pela indústria farmacêutica, presente em O Jardineiro Fiel (2005), de Fer-nando Meirelles, até alegorias sobre o desmatamento e o genocídio de populações indígenas, conforme visto na ficção científica Avatar (2009), de James Cameron.

Cabe ao espectador municiar-se de ferramentas críticas para conseguir aferir tais camadas interpretativas das obras cinematográficas que assiste. Participar de debates públicos, conforme proposto pela agenda da 9º Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul pode ser uma experiência interessante nesse sentido, vivenciando-a enquanto uma pro-posta de extensão universitária. Ou seja: a Universidade expandindo os debates que realiza, em seu contexto de pesquisa e ensino, para fora de suas fronteiras físicas. E mesmo quando o faz entre seus próprios alunos, propondo debates que expandem as atividades realizadas comumente. Tanto no quesito de divulgação das obras exibidas quanto no de formar platéias. E não apenas platéias em termos quantitativos, mas também qualitativos, escapando do diag-nóstico de Sartori do espectador enquanto mero “homo videns”. Assistir não basta, é preciso refletir sobre o filme.

Sem cair no deslumbrando pela imagem. Afinal, “os processos técnicos do cinema e da televisão possuem atrativos capciosos e a pedagogia, por sua própria natureza, é muito predisposta a responder ao chamado das sereias. Deixando-se encantar muito facilmente.” (TARDY, 1976. p. 81). Quando isso ocorre, mesmo em se tratando de filmes que abordam temas como desigualdade, racismo, sexismo, violência, segregação e outras coisas, o conteúdo mais superficial ganha destaque e o que deveria ser uma reflexão séria e propositiva sobre a sociedade ganha ares de demagogia e condescendência. Afinal,

a representação despolitizada do excluído resume-se à imagem do pobre carente. Porém, sãos os próprios excluídos que se opõem a esse enquadramento, interpretando o mundo social a partir das raízes econômicas das mazelas que os envolvem e, ainda em que pese à obscuridade de uma identidade formada a partir de vínculos locais, étnicos e religio-sos, se organizam em entidades para lutar por uma representação social que configure a imagem do pobre como o cidadão que reivindica seus direitos (SILVA, 2008, p. 156).

Inegavelmente, considerado o conjunto de filmes selecionados para a 9º Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul cair nessa armadilha interpretativa é um perigo real que se correu. Coube aos debatedores, tanto os convidados quanto os membros da platéia, não permitir que o senso comum dominasse os debates. Equilibrar o “homo videns” que há em todos nós, com o homo sapiens que todos nós somos.

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A EXPERIÊNCIA DA MOSTRA COMO EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS A 9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul foi uma iniciativa do Governo Federal para consolidar a cultura de respeito aos direitos humanos. Por meio do Projeto Democratizando, a Mostra se estendeu para mil pontos de exibição pelo país. Desta forma, locais como praças, aldeias, centros comunitários ou universidades dos mais diversos e distantes municípios brasileiros se tornam pontos de debate sobre Direitos Humanos, mo-bilizado pelo cinema.

A Universidade Estadual de Goiás foi um dos pontos inscritos e selecionados que recebeu um kit do Democratizando com parte dos filmes da 9ª Mostra.

De 09 até 22 de março de 2015, a cidade de Anápolis foi ponto de exibição da 9ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul. Ao longo dessas duas semanas, diferentes locais da cidade recebeu a Mostra, o público entrou em contato com histórias de supressão ou promoção dos Direitos Humanos no Brasil. Não foi uma seleção de filmes leves, que visam o mero entretenimento. Pelo contrário, a maior parte das narrativas traz forte cará-ter de denuncia e engajamento. Sendo que algumas questões levantadas são muito próximas à realidade dos pontos de exibição.

Ciente da importância de levar a temática dos Direitos Humanos para a comuni-dade, a experiência como ponto de exibição da 9º Mostra Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul, desenvolveu um papel de difusão tanto do cinema quanto da temática dos Direitos Humanos nas cidades goianas de Anápolis e Jaraguá. Explanaremos nesse tópico a experiência/recepção/repercussão da mostra nos sete pontos de exibição selecionados.

O câmpus da UEG Jaraguá ficou por conta da exibição do filme Que bom te ver

viva, primeiro longa-metragem da cineasta brasileira Lúcia Murat, de 1989. Homenageada

da 9ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos no Hemisfério Sul, a carioca Lúcia Murat é uma das cineastas que estiveram envolvidas com os movimentos políticos de resistência ao Golpe Militar de 1964. Presa em 1971, levou suas experiências para as telas neste longa-me-tragem no qual oito ex-presas políticas e uma personagem fictícia trazem seus relatos, medos e esperanças do tempo de prisão e tortura. Ficção e realidade, memória individual e coletiva, reconstrução da memória, se misturam na tela.

Essa abordagem historiográfica da obra de Murat não é realizada por acaso, uma vez que

A ‘imaginação histórica’ e a ‘imaginação cinematográfica’ têm muito em comum uma com a outra – mais ainda: têm muito uma da outra dentro de si mesmas. Quantas vezes encontraremos nos grandes mestres historiadores, inclusive naqueles que viveram em épocas muito anteriores ao cinema, algo que, com alguma licença poética e historiográ-fica, poderíamos qualificar como ‘imaginação cinematográfica’? (NÓVOA; BARROS, 2008, p. 8).

Apesar de ser uma narrativa bastante pessoal, contextualizando, Que Bom Te Ver

Viva permite essa leitura mais ampla, interpretando-a como um relato que se identifica

ime-diatamente com um cenário político bem mais amplo e, portanto, reconhecível.

Um filme forte, construído dramaticamente para ser comovente, sem perder o aspecto crítico ou cair no melodrama, aguçou nos espectadores e debatedores sentimentos diversos. Por isso a vontade de se expressar foi grande durante esse encontro. Os

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espectado-res demonstram surpespectado-resa quanto aos relatos das mulheespectado-res do filme, sobretudo em relação a resistentes à tortura física, psicológica e sexual. Trata-se de uma narrativa fortemente influen-ciada pela estética feminista, reforçando o papel e a força moral das personagens femininas. Em contrapartida, vários presos do sexo masculino não suportaram a pressão da tortura e se mataram, formando um contraste com a resistência delas. Vale destacar que a experiência da maternidade foi apontada como um dos motivos de tal resistência. A experiência de ver a vida renascer em meio à morte era o que motivavam as mulheres.

O debate subseqüente a exibição do filme, permeou não só a esfera dos Direitos Humanos, mas a questão de Gênero, o Machismo ainda existente na sociedade, a pouca re-presentação feminina no âmbito da política e em outros segmentos considerados ambientes masculinos, além da complexa questão das diferenças salariais em relação ao gênero ainda serem tão evidentes em Goiás e no Brasil.

Outro câmpus que recebeu a 9ª Mostra foi o de Ciências Socieconômicas e Huma-nas da UEG, sediado em Anápolis, com a exibição do filme Pelas Janelas, dirigido conjunta-mente por Carol Perdigão, Guilherme Farkas, Sofia Maldonado e Will Domingos. A escolha da obra se fez devido o perfil dos participantes da sessão: estudantes de licenciatura dos cursos de História, Geografia, Pedagogia e Letras. A abordagem do filme é justamente a tentativa da inclusão de recursos audiovisuais dentro da sala de aula e como a participação dos alunos é importante no processo de construção do conhecimento.

Tal abordagem insere o filme numa tendência muito atual do cinema brasileiro, que considera que “há ainda na tradição documentarista a pretensão de revelar ao Brasil as imagens de seu povo. Enquanto a determinação de retratar o povo brasileiro se instaura como principal item de permanência histórica, a exclusão social surge como o elemento perturba-dor da transformação nos documentários mais recentes (SILVA, 2008, p. 156).

Em Pelas Janelas essa mudança é vivenciada no ambiente escolar, num contexto de formação do estudante. O que chamou a atenção da platéia. Sendo acadêmicos de diversos cursos de licenciatura da UEG não faz muito tempo que estavam na mesma situação e faixa etária das figuras mostradas na tela. Por tudo isso, tornou-se notável o interesse dos alunos na discussão, pela própria vivência na academia direcionada pelo estágio supervisionado, e na vida profissional.

O Cineclube Xicara da Silva foi parceiro da UEG para exibição de filmes da mostra, no auditório do SESC de Anápolis. Local onde foi exibido novamente o filme Que bom te

ver viva, de Lúcia Murat. O público do cineclube é constituído basicamente pela

comuni-dade, cineclubistas e professores, mas também por interessados em cinema da comunicomuni-dade, reforçando o aspecto de extensão universitária da Mostra. O debate subseqüente à sessão foi realizado por historiadores que discorreram acerca do ambiente político que cercou o Regime Militar, destacando a institucionalização da prática da tortura como modo de obter informa-ções ou quebrar a resistência psicológica dos presos políticos.

Outro ponto de exibição foi o Núcleo Centro de Ensino, instituição que em outras ações já utilizou o cinema como difusor do conhecimento. A sessão deu-se em uma sala de cinema comercial de Anápolis que concordou em exibir o filme sem cobrar ingresso. O que indica a preocupação de alguns setores produtivos e comerciais em fomentar debates sobre a História do Brasil e a memória do Regime Militar. Novamente, o filme Que bom te ver viva foi o foco da discussão, abordando como as mulheres enfrentaram a tortura durante o período da ditadura no Brasil, mostrando como suas vítimas sobreviveram e como encaram aqueles anos

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de violência. Por se tratar de depoimentos das vítimas que sobreviveram à tortura o filme foi impactante chegando a comover alguns estudantes que estavam na platéia. O que, em termos artísticos, comprovou a eficiência do filme e gerar empatia.

O aspecto mais interessante desse debate foi notar que os aluno(a)s perceberam ou-tros nuances do filme. Alguns questionaram não só o desrespeito aos Direitos humanos, mas também como é importante a participação das mulheres na política. Destacaram o quanto a sociedade ainda se constitui culturalmente machista, e a presença das mulheres naquela época não representava apenas a militância contra a repressão, mas a participação efetiva das mulhe-res em um ambiente dominado por homens.

O Cine Prisma cineclube organizado por alunos e professores do curso de Arquite-tura e Urbanismo da Universidade Estadual de Goiás trouxe para o debate o filme A

vizinhan-ça do Tigre, de Affonso Uchoa. Nessa obra, a vida de jovens moradores do bairro Nacional

em Contagem (MG) é acompanhada: suas relações com o bairro, o trabalho e a violência são alguns dos temas abordados. O filme propõe um olhar íntimo sobre a vida na periferia, apostando em uma abordagem semi-documental que mescla ficção e realidade para compor o retrato das vidas de seus personagens. Nesse sentido, A Vizinhança do Tigre concede espaço para que os atores que interpretam os personagens, muito semelhantes a eles mesmos, sejam também diretores e protagonistas da criação, numa experiência onde vida e cinema estão imantados.

É de se esperar e desejar que os jovens que atuaram no filme possam ter tido acesso ao resultado final, pois “comumente as pesquisas, os projetos, as entrevistas, os filmes são realizados, e a comunidade jamais conhece o resultado daquele seu trabalho” (MONTENE-GRO, s/d. p. 190). Acreditamos que seja o caso que sim.

No filme fica clara a falta de políticas públicas para juventude. Bem como a carência de iniciativas privados que valorizem o esporte, o lazer a e cultura na periferia. Os persona-gens interagem com o que tem à mão: com frutas, pedaço de madeira e outros objetos. O ob-jetivo e mostrar a monotonia que eles vivem e ao mesmo tempo em que exalta a possibilidade de usar criatividade para sair dela.

Durante o debate chamou atenção o fato dos estudantes destacarem que o governo tem um papel fundamental para que os jovens da periferia não sejam conduzidos para o cri-me, por meio de projetos esportivos e culturais que os tirem das ruas, traçando uma relação direta entre pobreza e criminalidade. Interessante perceber como tal estereótipo está dissemi-nado e mesmo àqueles que esperam combatê-lo, muitas vezes constituem-se em difusores.

O Colégio Estadual Polivalente Frei João Batista, de Anápolis, também parti-cipou da Mostra. A sala de cinema ficou cheia todos os dias em que houve exibição de filmes. A professora responsável escolheu o filme Sophia, dirigido por Kennel Rógis. Trata-se de um curta-metragem que busca representar a perspectiva sensorial de uma criança com de-ficiência auditiva. Foi muito interessante a reação dos alunos. Alguns não identificaram que Sophia, a personagem protagonista que dá nome ao filme, não ouvia. Muitos questionaram sobre o trabalho quase escravo da mãe em uma confecção. A principal contribuição do filme foi propor o exercício de se colocarem no lugar do outro.

O último ponto de exibição foi a Faculdade SENAI Roberto Mange, onde realiza-ram alguns encontros. Forealiza-ram escolhidos os filmes Que bom te ver viva, Lúcia Murat, e o vídeo

Ciclo do trabalho escravo contemporâneo, do programa “Escravo nem Pensar”, coordenado pela

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formação econômica do estado de Goiás ser pautada no agronegócio e na cultura de grãos, que, segundo eles, seria responsável pela maioria dos casos de pessoas em condições análogas de escravidão e a não preocupação dos grandes latifundiários em garantir os direitos trabalhis-tas. Embora constituam perspectivas simplificadoras da realidade, baseadas no senso comum, vale destacar a iniciativa de procurarem participar do debate, problematizando a realidade a partir de suas opiniões.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A principal contribuição da 9º Mostra para a consolidação do debate sobre os Di-reitos Humanos na UEG é demonstrada pela disponibilidade dos vários pontos de exibição, tanto em ceder os espaços quanto em promover as discussões. Professores, gestores, comuni-dade, a própria multiplicidade dos parceiros, mostra a preocupação da sociedade em refletir sobre a inclusão do cinema como ferramenta didática, mas principalmente acerca da inserção do debate sobre Direitos Humanos como palma permanente.

O evento itinerante possibilitou o encontro da sociedade com a academia, a troca de vivências entre o público e os debatedores. Muitas dúvidas e curiosidades foram esclareci-das. Certamente, algumas perguntas ainda permanecem. O que é natural em se tratando de um tema tão complexo, que envolve preconceitos, opiniões formadas pelo senso comum e situações que geram diferentes interpretações da realidade. Mas o fundamental foi o fomento de uma visão de alteridade, que ainda tem muito que caminhar, mas que, sem dúvida, está no caminho, seja qual for ele.

HUMAN RIGHTS, TEACHING AND UNIVERSITY EXTENSION: AN ANALYSIS OF THE 9th CINEMA AND HUMAN RIGHTS IN SOUTHERN HEMISPHERE SHOW IN THE STATE UNIVERSITY OF GOIÁS

Abstract: this article analyzes the context in which the State University of Goiás (UEG), from

the year 2014, has incorporated into its Common Core the discipline: Diversity, Citizenship & Rights as a strategy to instigate in undergraduate courses debates on the issue of Human Rights. As part of this scenario, the UEG participated in the 9th Exhibition of Cinema and Human Rights in the Southern Hemisphere, organized by the Secretariat of the Presidency of Human Rights in partnership with the Ministry of Culture and the Federal Fluminense University (UFF). From this experience, analyzing the results seen in public displays of the selected films to participate in the show, it is intended to discuss the role of audiovisual in college education, highlighting its potential as a reflections diffuser on human rights.

Keywords: Human Rights. Movies. College Education.

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Referências

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