ufpe – ´ area ii – c 2019 prof. fernando j. o. souza MA036 (geometria anal´ıtica 1) – 2019.1 – turma p6
3
aUNID. – GABARITO DA REVIS ˜ AO – PARTE 1 DE 2 - v. 1.1:
RESPOSTAS DISPON´IVEIS EM FORMATO DIGITADO
Est´a fixado um sistema de coordenadas cartesianas Oxy para o plano euclidiano. Um ponto P de coordenadas (x
P, y
P) no plano euclidiano ser´a denotado por P (x
P, y
P), sem sinal de igualdade. A origem ´e O (0, 0). J´a um vetor − → v no plano de coordenadas (v
x, v
y) com rela¸c˜ao `a base canˆonica ξ
2(uma base ortonormal positiva fixada) ser´a denotado por − → v = (v
x, v
y), evitando confus˜ao com os pontos, apesar de valer −→
OP = (x
P, y
P).
Quest˜ ao 1. Mudando o sistema de coordenadas por uma rota¸ c˜ ao e/ou uma transla¸ c˜ ao se for necess´ario, obter uma equa¸c˜ao reduzida para a curva cˆo- nica dada, identificar o tipo de curva cˆonica, e calcular todos os valores not´aveis que se aplicam `a curva dada dentre os seguintes: coordenadas do centro (no sistema de coordenadas Oxy original); raio; comprimentos dos ei- xos maior, menor, transverso (real, focal) e conjugado (imagin´ario), conforme o caso; distˆancia focal; e excentricidade.
1.a. x
2− 3xy + 5y
2− 4 = 0;
Resolu¸ c˜ ao de 1.a. Devido ao monˆomio − 3xy (um “termo cruzado”), ´e necess´aria uma rota¸c˜ao. Na ausˆencia de monˆomios lineares, n˜ao ´e necess´aria uma transla¸c˜ao. Identificam-se os coeficientes A = 1, B = − 3 e C = 5. Para a elimina¸c˜ao de termo cruzado, como no livro-texto [Boulos/Camargo, 3
aed.], escolheremos o ˆangulo trigonom´etrico θ ∈ 0,
π2∴ 2θ ∈ (0, π) ∴ sen(2θ) > 0 e, assim, podemos usar:
cot (2θ) = A − C
B (1)
No exemplo, cot (2θ) =
1−−35=
43. Da identidade sen
2(2θ) = 1/ (1 + cot
2(2θ)), segue-se que sen
2(2θ) = 1/ (1 + (4/3)
2) = 1/ (1 + (16/9)) =
259. Mas sen(2θ) >
0 ∴ sen(2θ) = 3/5. Da´ı, temos ˜ B = 0 e o sistema de equa¸c˜oes abaixo:
( A ˜ + ˜ C = A + C = 1 + 5 = 6 ∴ 2 ˜ A = 6 − 5 = 1 ∴ A ˜ = 1/2
A ˜ − C ˜ =
sen(2θ)B=
3/5−3= − 5 ∴ C ˜ = 6 − A ˜ = 11/2.
1
2 x
21+ 11
2 y
12− 4 = 0 ∴ x
218 + y
12(8/11) = 1 ∴ x
21(2 √
2)
2+ y
122 q
2 11
2= 1 Desta equa¸c˜ao reduzida, conclui-se que se trata de uma elipse. Seu centro
´e O = (0, 0). a = 2 √
2 e b = 2 p
2/11 ∴ c = r
8 − 8
11 = 4 p
5/11. Logo, os comprimentos dos eixos maior e menor s˜ao, respectivamente, 2a = 4 √
2 e 2b = 4 p
2/11 . A distˆancia focal ´e 2c = 8 p
5/11, e a excentricidade ´e e = c/a = p
10/11 . No sistema de coordenadas Ox
1y
1, os demais pon- tos not´aveis s˜ao dados por: v´ertices ± 2 √
2, 0 e
0, ± 2 p 2/11
; e focos ± 4 p
5/11, 0 .
Quest˜ ao “1 e meio”. Seja o ponto P (6, − 2) no sistema de coordenadas Oxy.
Suponha-se que este sistema foi rotacionado pelo ˆangulo trigonom´etrico π/6 (radianos), resultando num sistema de coordenadas cartesianas Ox
′y
′. Cal- cular as coordenadas (x
′, y
′) do ponto P neste novo sistema.
Resolu¸ c˜ ao de “1 e meio”. Sendo x
′= x cos θ + y sen θ, y
′= − x sen θ + y cos θ, e θ = π/6, obt´em-se que x
′= x
√ 3 2 + y 1
2 e y
′= − x 1 2 + y
√ 3
2 . Sendo (x, y) = (6, − 2) para P , tem-se que (x
′, y
′) = 6 ·
√ 3
2 − 2 · 1
2 , − 6 · 1 2 − 2 ·
√ 3 2
!
= ( − 1 + 3 √
3, − 3 − √ 3).
Quest˜ ao 2. Considerem-se os novos sistemas de coordenadas a seguir:
O
′x
′y
′resulta da transla¸c˜ao de Oxy pelo vetor de coordenadas (3, 4) em Oxy;
O
′′x
′′y
′′resulta da rota¸c˜ao do novo sistema O
′x
′y
′pelo ˆangulo trigonom´etrico π/3 (radianos); e
O ˜ x˜ ˜ y resulta da rota¸c˜ao do sistema original Oxy pelo mesmo ˆangulo π/3.
2.a. Escrever as coordenadas (x
′′, y
′′) de um ponto qualquer como fun¸c˜oes de suas coordenadas originais (x, y);
2.b. Considere-se a transla¸c˜ao que leva o sistema de coordenadas ˜ O x ˜ y ˜ no
sistema de coordenadas O
′′x
′′y
′′. Seja − → u o vetor do plano que representa
aquela transla¸c˜ao. Dar as coordenadas de − → u no sistema ˜ O x˜ ˜ y.
Resolu¸ c˜ ao de 2.a. Dado um ponto S de coordenadas (x, y) no sistema Oxy, estas s˜ao tamb´em as coordenadas do vetor −→
OS em ambos os sistemas
1Oxy e O
′x
′y
′. Por sua vez, as coordenadas (x
′, y
′) de S no sistema O
′x
′y
′s˜ao tam- b´em as coordenadas do vetor −−→
O
′S em Oxy e O
′x
′y
′. Mas −→ OS = −−→
OO
′+ −−→
O
′S, donde (x
′, y
′) = −−→
O
′S = −→ OS − −−→
OO
′= (x, y) − (3, 4) ∴ (x
′, y
′) = (x − 3, y − 4), pois O
′´e o resultado da transla¸c˜ao de O, isto ´e, tem coordenadas (3, 4) no sistema Oxy (e, ´e claro, coordenadas (0, 0) no sistema O
′x
′y
′).
Sendo x
′′= x
′cos θ + y
′senθ, y
′′= − x
′senθ + y
′cos θ e θ = π/3, tem-se que: x
′′= x
′1
2 + y
′√ 3
2 e y
′′= − x
′√ 3 2 + y
′1
2 . Combinando-se os resultados:
x
′′= (x − 3) 1
2 + (y − 4)
√ 3
2 e y
′′= − (x − 3)
√ 3
2 + (y − 4) 1 2 ∴ x
′′= x
2 +
√ 3 2 y −
3 2 + 2 √
3
e y
′′= −
√ 3 2 x + y
2 + 3
2
√ 3 − 2
2.b. – um caminho. Dado um ponto S de coordenadas (x, y ) no sistema Oxy , suas coordenadas (˜ x, y) no sistema ˜ ˜ O x ˜ y ˜ s˜ao an´alogas a x
′′e y
′′como fun¸c˜oes de x
′e y
′:
˜ x = x
2 + y
√ 3
2 e ˜ y = − x
√ 3 2 + y
2
Agora, considerem-se as coordenadas (x
′′, y
′′) de S no sistema O
′′x
′′y
′′, as quais tamb´em s˜ao as coordenadas do vetor −−→
O
′′S em ambos os sistemas O
′′x
′′y
′′e ˜ O x˜ ˜ y, pois o primeiro ´e obtido do segundo atrav´es da transla¸c˜ao por − → u , que
´e igual a −−→ OO ˜
′′. Da mesma forma, (˜ x, y) s˜ao as coordenadas do vetor ˜ −→ OS ˜ em O
′′x
′′y
′′e ˜ O x˜ ˜ y. Mas −→ OS ˜ = −−→ OO ˜
′′+ −−→
O
′′S e, portanto:
−
→ u = −−→ OO ˜
′′= −→ OS ˜ − −−→
O
′′S = (˜ x, y) ˜ − (x
′′, y
′′) = (˜ x − x
′′, y ˜ − y
′′),
1
Como O
′x
′y
′foi obtido de Oxy por uma transla¸c˜ ao, vetores tˆem as mesmas coorde-
nadas em Oxy e O
′x
′y
′pois, em ambos os sistemas, os deslocamentos representados por
tais coordenadas s˜ao os mesmos.
onde as coordenadas se aplicam a ambos os sistemas O
′′x
′′y
′′e ˜ O x˜ ˜ y. Segue-se que, em ˜ O x˜ ˜ y:
−
→ u = 3
2 + 2 √
3, 2 − 3 2
√ 3
2.b. – outro caminho. A transla¸c˜ao no Item 2.b tem o mesmo efeito sobre o plano que a transla¸c˜ao original. O que muda ´e a sua express˜ao com rela¸c˜ao a sistemas de coordenadas cujas dire¸c˜oes foram modificadas pela rota¸c˜ao.
Como ˜ O = O e O
′′= O
′, tem-se que − → u = −−→ OO ˜
′′= −−→
OO
′e, portanto, suas coordenadas nos sistemas Oxy e O
′x
′y
′s˜ao (3, 4). J´a nos sistemas O
′′x
′′y
′′e ˜ O x˜ ˜ y, suas coordenadas mudam da mesma forma que as do ponto de co- ordenadas (3, 4) em Oxy mudariam segundo a rota¸c˜ao por π/3. Podem-se, portanto, calcular as novas coordenadas de − → u utilizando-se (x, y) = (3, 4) na express˜ao de ˜ x e ˜ y como fun¸c˜oes de x e y obtidas no caminho anterior:
˜ x = x 1
2 + y
√ 3
2 e ˜ y = − x
√ 3 2 + y 1
2 ∴ − → u = 3
2 + 2 √
3, 2 − 3 2
√ 3
Est´a fixado um sistema de coordenadas cartesianas Oxyz para o espa¸co euclidiano. Um ponto P de coordenadas (x
P, y
P, z
P) ser´a denotado por P (x
P, y
P, z
P). A origem ´e O (0, 0, 0). J´a um vetor − → v no espa¸co de coor- denadas (v
x, v
y, v
z) com rela¸c˜ao `a base canˆonica ξ
3= n
b i, b j, b k o
(uma base ortonormal positiva fixada) ser´a denotado por − → v = (v
x, v
y, v
z).
Quest˜ ao “3 e meio”. Seja S a superf´ıcie esf´erica de centro (0, 1, 2) e raio 6. Dar equa¸ c˜ oes gerais para os dois planos ortogonais ao vetor ~ n = (2, − 1, − 2)
Eque s˜ao tangentes a S.
Resolu¸ c˜ ao de “3 e meio”. Os planos s˜ao ortogonais a ~ n = (2, − 1, − 2)
Ee, portanto, pertencem ao feixe de planos definido por 2x − y − 2z + d = 0
(fixado d ∈ R para cada plano). Determinem-se os valores de d para os dois
planos em quest˜ao, π
1e π
2. Denotem-se os pontos de tangˆencia nos dois
planos em quest˜ao, π
1e π
2, por P
1e P
2, respectivamente. Determina-se-˜ao
os respectivos valores de d.
Um caminho: Observe-se que P
1e P
2realizam as distˆancias entre o centro C
S= (x
0, y
0, z
0) = (0, 1, 2) da esfera e os planos π
1e π
2, respectivamente, Tais distˆancias tˆem que ser iguais ao raio devido `as posi¸c˜oes relativas (planos tangentes `a esfera). Denotando-se por d
o valor d de π
para ∈ { 1, 2 } :
6 = dist (C
S, π
) = | 2x
0− y
0− 2z
0+ d
|
|| ~ n || = | 2 · 0 − 1 − 2 · 2 + d
|
|| (2, − 1, − 2)
E|| =
= | d
− 5 |
p 2
2+ ( − 1)
2+ ( − 2)
2= | d
− 5 |
√ 9 = | d
− 5 |
3 ∴ | d
− 5 | = 18 ∴ d
= 5 ± 18
∴ d
∈ { 23, − 13 } . Assim, os planos desejados admitem as equa¸c˜oes:
2x − y − 2z + 23 = 0 e 2x − y − 2z − 13 = 0.
Outro caminho: Como no caminho anterior, dist (C
S, π
) = 6, onde ∈ { 1, 2 } . Mas tal distˆancia ´e realizada pelos p´es das retas perpendiculares
`aqueles planos pelo centro, ou seja, estes p´es s˜ao P
1e P
2. Sendo π
1e π
2nor- mais a ~ n, segue-se que −−−→ C
SP
´e normal a π
, ou seja, ele ´e paralelo a (m´ ultiplo de) ~ n: para algum α
∈ R , tem-se que −−−→ C
SP
= α
~ n e, da´ı (com || ~ n || acima):
6 = dist (C
S, π
) = −−−→
C
SP
= || α
~ n || = | α
| || ~ n || = 3 | α
| ∴ | α
| = 2 ∴ α
= ± 2. Mas P
= C
S+ −−−→ C
SP
= C
S± 2 ~ n = (0, 1, 2) ± 2 (2, − 1, − 2)
E∴ P
= (0, 1, 2) ± (4, − 2, − 4)
E∴ P
1= ( − 4, 3, 6) e P
2= (4, − 1, − 2). Calculando- se − (2x − y − 2z) = − 2x + y + 2z em P
, tem-se o respectivo valor d
: d
1= − 2( − 4) + 3 + 2 · 6 = 8 + 3 + 12 = 23, e d
2= − 2 · 4 + ( − 1) + 2( − 2) =
− 8 − 1 − 4 = − 13, fornecendo a resposta no caminho anterior.
Quest˜ ao 4. Para cada superf´ıcie qu´adrica apresentada abaixo por meio de uma equa¸c˜ao geral, obter sua equa¸c˜ao reduzida (no sistema de coordena- das original) e identificar seu tipo, fazendo, se necess´ario, uma transla¸c˜ao.
Estudar seus cortes (tra¸cos, interse¸c˜oes) pelos planos coordenados e pelos planos paralelos a estes.
4.a. 16x
2− y
2+ z
2+ 16 = 0; 4.b. 3x
2− 2z
2+ 6x − y + 8z − 3 = 0;
4.c. x
2− 4y
2+ 4z
2− 6x + 8z + 9 = 0; 4.d. 25x
2− 25y
2+ z
2= 0;
4.e. x
2− y
2+ 4z
2− 2x + 16z + 21 = 0.
Resolu¸ c˜ ao de 4.a. Isolando-se o termo constante, e dividindo-se por ele:
− 16x
2+ y
2− z
2= 16 ∴ y
24
2− x
2− z
24
2= 1 (equa¸c˜ao reduzida),
donde se reconhece que a superf´ıcie ´e um hiperbol´oide de duas folhas
2. Deno- tˆemo-la por Q. Equa¸c˜oes para as intersec¸c˜oes de Q com os planos coordena- dos Oxy (isto ´e, z = 0) e Oyz (isto ´e, x = 0) s˜ao obtidas da equa¸c˜ao reduzida, anulando-se a respectiva coordenada. Portanto, elas s˜ao hip´erboles, sendo a primeira dada pelo sistema de equa¸c˜oes y
24
2− x
2= 1 e z = 0, e a segunda pelo sistema y
24
2− z
24
2= 1 e x = 0. J´a a intersec¸c˜ao de Q com o plano coordenado Oxz (isto ´e, y = 0) satisfaz o sistema de equa¸c˜oes − x
2− z
24
2= 1 e y = 0.
Como o termo − x
2− z
24
2n˜ao ´e positivo
3, ele n˜ao pode assumir valor igual a 1 e, assim, a primeira equa¸c˜ao n˜ao possui solu¸c˜ao real (nem o sistema). Por conseguinte, a intersec¸c˜ao de Q com o plano Oxz ´e o conjunto vazio.
Resolu¸ c˜ ao parcial de 4.b. Completando-se os quadrados:
0 = 3x
2− 2z
2+ 6x − y + 8z − 3 = 3(x
2+ 2x) − y − 2(z
2− 4) − 3 = 3(x
2+ 2 · 1x + 1 − 1) − y − 2(z
2− 2 · 2z + 2
2− 2
2) − 3 =
3(x + 1)
2− 3 − y − 2(z − 2)
2+ 8 − 3 = 3(x − ( − 1))
2− (y − 2) − 2(z − 2)
2∴ 3x
2− y − 2z
2= 0 (geral), isto ´e, y = 3x
2− 2z
2(reduzida), onde o novo sistema de coordenadas cartesianas O x y z ´e o resultado da transla¸c˜ao
4do sistema original pelo vetor −→
OO = ( − 1, 2, 2). Como y aparece apenas com o termo linear, e as outras vari´aveis aparecem apenas com termos quadr´aticos cujos coeficientes tˆem sinais opostos, trata-se de um parabol´oide hiperb´olico.
2
Observe-se que os trˆes monˆ omios de grau 2 n˜ ao s˜ao nulos, e que apenas um deles tem coeficiente positivo.
3
O termo − x
2assume valor 0 em x = 0, e ´e negativo para todos os demais valores de x.
Portanto, ele n˜ ao ´e positivo. Analogamente, − z
24
2n˜ ao ´e positivo. A soma de dois termos que nunca assumem valor positivo tamb´em n˜ ao ´e positiva.
4
Logo, x = x + 1, y = y − 2 e z = z − 2.
Resolu¸ c˜ ao parcial de 4.c. A equa¸c˜ao geral dada para a superf´ıcie n˜ao tem “termos cruzados”, de modo que apenas uma transla¸c˜ao ´e necess´aria.
Completando-se os quadrados:
0 = x
2− 4y
2+ 4z
2− 6x + 8z + 9 = x
2− 6x
− 4y
2+ 4 z
2+ 2z + 9 =
= x
2− 6x + 9
− 4y
2+4 z
2+ 2z + 1 − 1
= (x − 3)
2− 4y
2+4 (z + 1)
2− 4 ∴
∴ (x − 3)
2− 4y
2+ 4 (z + 1)
2= 4 ∴ (x − 3)
22
2− y
21
2+ (z + 1)
21
2= 1, donde se reconhece que a superf´ıcie ´e um hiperbol´oide de uma folha
5. Resolu¸ c˜ ao parcial de 4.d. A equa¸c˜ao geral dada para a superf´ıcie equivale
`a equa¸c˜ao reduzida y
2= x
2+ z
25
2, donde se reconhece um cone (el´ıptico reto) (um cone qu´adrico). Para z = 0, tem-se o sistema de equa¸c˜oes: z = 0 e y
2= x
2. A segunda equa¸c˜ao equivale a y = ± x, reconhecendo-se um par de retas concorrentes (no plano z = 0).
Obs. Em contraste, para y = 1, ter-se-ia o sistema de equa¸c˜oes: y = 1 e x
2+ z
25
2= 1, reconhecendo-se uma elipse (no plano y = 1) devido `a segunda equa¸c˜ao.
Resolu¸ c˜ ao parcial de 4.e. A equa¸c˜ao geral dada para a superf´ıcie n˜ao tem “termos cruzados”, de modo que apenas uma transla¸c˜ao ´e necess´aria.
Completando-se os quadrados:
0 = x
2− y
2+ 4z
2− 2x + 16z + 21 = x
2− 2x
− y
2+ 4 z
2+ 4z
+ 21 =
= x
2− 2x + 1 − 1
− y
2+ 4 z
2+ 4z + 2
2− 2
2+ 21 =
= (x − 1)
2− 1 − y
2+ 4 (z + 2)
2− 16 + 21 = (x − 1)
2− y
2+ 4 (z + 2)
2+ 4 ∴
∴ (x − 1)
2− y
2+ 4 (z + 2)
2= − 4 ∴ − (x − 1)
22
2+ y
22
2− (z + 2)
21
2= 1, isto ´e, − x
212
2+ y
122
2− z
121
2= 1 no sistema de coordenadas O
1x
1y
1z
1= (O
1, E ), onde O
1= (1, 0, − 2) no sistema de coordenadas original, cuja base ortonor- mal ´e E . Reconhece-se que a superf´ıcie ´e um hiperbol´oide de duas folhas.
5
O centro ´e o ponto (3, 0, − 1).
Quest˜ ao 5. A intersec¸c˜ao (tra¸co, corte) de um elips´oide E com o plano co- ordenado xy ´e a elipse de centro na origem O, eixo maior de comprimento 20 na dire¸c˜ao x, e eixo menor de comprimento 16 na dire¸c˜ao y. J´a a intersec¸c˜ao de E com o plano coordenado yz ´e a elipse de centro na origem O, eixo maior de comprimento 16 na dire¸c˜ao y, e eixo menor de comprimento 12 na dire¸c˜ao z. Obter a equa¸c˜ao reduzida para o elips´oide E .
Resolu¸ c˜ ao de 5. E admite equa¸c˜ao reduzida x
2a
2+ y
2b
2+ z
2c
2= 1, onde a, b e c s˜ao constantes positivas. Sua intersec¸c˜ao com o plano coordenado xy (isto ´e, z = 0) ´e dada pelo sistema de equa¸c˜oes x
2a
2+ y
2b
2+ z
2c
2= 1 e z = 0, equivalente a x
2a
2+ y
2b
2= 1 e z = 0. Isto descreve a elipse no plano xy descrita no enunciado, donde se reconhecem os valores a =
202= 10 e b =
162= 8.
Analogamente, intersec¸c˜ao com o plano coordenado yz (isto ´e, x = 0) ´e dada pelo sistema de equa¸c˜oes x
2a
2+ y
2b
2+ z
2c
2= 1 e x = 0, equivalente a y
2b
2+ z
2c
2= 1 e x = 0. Isto descreve a elipse no plano yz descrita no enunciado, donde se reconhece o valor c =
122= 6. Assim, E tem equa¸c˜ao reduzida dada por:
x
2100 + y
264 + z
236 = 1
Quest˜ ao 6. Para cada superf´ıcie abaixo, descrevˆ e-la, primeiro, parame- trizada por (λ, µ) como foi estudado e, depois, por uma equa¸c˜ao em (x, y, z) apenas (eliminando os parˆametros). A superf´ıcie ´e gerada pela rota¸c˜ao, em torno do eixo coordenado:
6.a. Oy, da reta s dada pelas equa¸c˜oes planares 2x − 3y = 0 e z = 0;
6.b. Oz, da curva c dada pelo sistema de equa¸c˜oes y = 2 + sen(z) e x = 0;
6.c. Oz, da reta s dada pelas equa¸c˜oes planares 4z − 3y = 0 e x = 0;
6.d. Oy, da curva c dada pelo sistema de equa¸c˜oes z = e
ye x = 0.
Uma resolu¸ c˜ ao de 6.a. Dado um ponto P
S(x, y, z) qualquer sobre a super- f´ıcie, considere-se a circunferˆencia de centro C
S(0, y, 0) que lhe corresponde pelo processo de constru¸c˜ao da superf´ıcie. Seja P
s(x
1, y, 0) um ponto de intersec¸c˜ao da circunferˆencia com a reta s. Por defini¸c˜ao de s, tem-se que 2x
1− 3y = 0 ∴ x
1=
32y. O raio daquela circunferˆencia ´e igual a
−−−→
C
SP
S=
−−−→ C
SP
s. Mas:
−−−→ C
SP
S= || (x, y, z) − (0, y, 0) || = || (x, 0, z) || = √
x
2+ z
2, enquanto
−−−→
C
SP
s= || (x
1, y, 0) − (0, y, 0) || = || (x
1, 0, 0) || = | x
1| =
32y . Substituindo-se estes valores nas respectivas express˜oes do raio, tem-se a se- guinte equa¸c˜ao
6para a superf´ıcie:
32| y | = √
x
2+ z
2.
Uma resolu¸ c˜ ao de 6.b. Dado um ponto P
S(x, y, z) qualquer sobre a super- f´ıcie, considere-se a circunferˆencia de centro C
S(0, 0, z) que lhe corresponde pelo processo de constru¸c˜ao da superf´ıcie. Seja P
c(0, y
1, z) um ponto de in- tersec¸c˜ao da circunferˆencia com a curva c. Por defini¸c˜ao de c, tem-se que y
1= 2 + sen(z). O raio daquela circunferˆencia ´e igual a
−−−→ C
SP
S=
−−−→ C
SP
c. Mas:
−−−→ C
SP
S= || (x, y, z) − (0, 0, z) || = || (x, y, 0) || = p
x
2+ y
2, enquanto
−−−→
C
SP
c= || (0, y
1, z) − (0, 0, z) || = || (0, y
1, 0) || = | y
1| = 2 + sen(z), pois 2 + sen(z) ≥ 1 ≥ 0 devido `a fun¸c˜ao seno. Substituindo-se estes valores nas respectivas express˜oes do raio, tem-se a seguinte equa¸c˜ao
7para a superf´ıcie:
2 + sen(z) = p
x
2+ y
2.
Uma resolu¸ c˜ ao de 6.c. Dado um ponto P
S(x, y, z) qualquer sobre a super- f´ıcie, considere-se a circunferˆencia de centro C
S(0, 0, z) que lhe corresponde pelo processo de constru¸c˜ao da superf´ıcie. Seja P
s(0, y
1, z) um ponto de in- tersec¸c˜ao da circunferˆencia com a reta s. Por defini¸c˜ao de s, vale 4z − 3y
1= 0 ∴ y
1=
43z. O raio daquela circunferˆencia ´e igual a
−−−→
C
SP
S=
−−−→
C
SP
s. Mas: −−−→ C
SP
S= || (x, y, z) − (0, 0, z) || = || (x, y, 0) || = p
x
2+ y
2, enquanto
−−−→ C
SP
s= || (0, y
1, z) − (0, 0, z) || = || (0, y
1, 0) || = | y
1| =
43z . Substituindo- se estes valores nas respectivas express˜oes do raio, tem-se a seguinte equa¸c˜ao
8para a superf´ıcie:
43| z | = p
x
2+ y
2.
6
Observe-se o valor absoluto, esquecido por diversos estudantes. Uma equa¸c˜ ao alter- nativa ´e obtida a partir do quadrado do raio (equa¸c˜ ao, esta, equivalente `a obtida acima porque o raio n˜ ao ´e negativo):
94y
2= x
2+ z
2, isto ´e, 4x
2− 9y
2+ 4z
2= 0 (forma reduzida).
7
Uma equa¸c˜ ao alternativa ´e obtida a partir do quadrado do raio (equa¸c˜ ao, esta, equi- valente `a obtida acima porque o raio n˜ ao ´e negativo): x
2+ y
2= (2 + sen(z))
2.
8
Observe-se o valor absoluto! Uma equa¸c˜ ao alternativa ´e obtida a partir do quadrado do raio (equa¸c˜ ao, esta, equivalente ` a obtida acima porque o raio n˜ ao ´e negativo):
16
9
z
2= x
2+ y
2, isto ´e, 9x
2+ 9y
2− 16z
2= 0.
Uma resolu¸ c˜ ao de 6.d. Dado um ponto P
R= (x, y, z) qualquer sobre a superf´ıcie de revolu¸c˜ao obtida R, considere-se a circunferˆencia de centro C
R= (0, y, 0) que lhe corresponde pelo processo de constru¸c˜ao da superf´ıcie.
Seja P
c= (0, y, z
1) um ponto de intersec¸c˜ao da circunferˆencia com a curva c.
Por defini¸c˜ao de c, tem-se que z
1= e
y. O raio daquela circunferˆencia ´e igual a
−−−→
C
RP
R=
−−−→
C
RP
c. Mas:
−−−→
C
RP
R= || (x, y, z) − (0, y, 0) || = || (x, 0, z) || =
√ x
2+ z
2, enquanto −−−→ C
RP
c= || (0, y, z
1) − (0, y, 0) || = || (0, 0, z
1) || = | z
1| =
| e
y| = e
y. Substituindo-se estes valores nas respectivas express˜oes do raio, tem-se a seguinte equa¸c˜ao
9para a superf´ıcie: √
x
2+ z
2= e
y.
Quest˜ ao 7. E uma tabela mais pr´atica de situa¸c˜oes para qu´adricas que a do ´ livro-texto adotado. Ela ´e uma vers˜ao melhorada daquela em [Lehmann]. O exerc´ıcio pedido depende das escolhas de dados de cada estudante, servindo apenas para ajud´a-lo(a) a se familiarizar com a tabela.
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