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CINÉTICA DA EXTRAÇÃO DE COBRE DO MINÉRIO OXIDADO DA MINA DO SOSSEGO EM CANAÃ DOS CARAJÁS COM H2SO4 EM COLUNAS

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Academic year: 2021

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CINÉTICA DA EXTRAÇÃO DE COBRE DO MINÉRIO OXIDADO DA MINA DO SOSSEGO EM CANAÃ DOS CARAJÁS COM H

2

SO

4

EM

COLUNAS

PINHEIRO, M.L.B.1, CASSULI, A.2, SABÓIA, R.P.3

1Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), Instituto de Geociências e Engenharia, Laboratório de Hidro e Heletrometalurgia.

e-mail: marcelypinheiro@unifesspa.edu.br

2Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), Instituto de Geociências e Engenharia, Laboratório de Hidro e Heletrometalurgia.

e-mail: angélica_cassuli@hotmail.com

3Universidade Federal do Sul e Sudeste do Para (UNIFESSPA), Instituto de Geociências e Engenharia, Laboratório de Hidro e Eletrometalurgia.

e-mail: regisabo@ufpa.br

RESUMO

O minério de cobre oxidado da província de Canaã dos Carajás, localizada no sudeste do Pará, tem sido estocado em pilhas como rejeito da lavra desde o início da extração do cobre sulfetado, sendo que o teor médio de cobre encontrado neste minério gira em torno de 1%. Atualmente este rejeito ainda é considerado inviável economicamente por falta de estudos que viabilizem sua extração. O método de lixiviação vem sendo considerado uma alternativa viável para extração do cobre de baixo teor por ter um baixo custo de capital e de operação, se comparado com o processo de flotação (utilizado no minério de cobre sulfetado) que além do elevado custo com reagentes tem uma grande dificuldade de processamento de minério oxidado. Neste estudo foram realizados testes laboratoriais de lixiviação em coluna, para estimar o tempo ótimo para a saturação do ácido sulfúrico em contato com minério de cobre oxidado, além de determinar a vazão de entrada e saída do líquido lixiviador para que ele fique em uma altura constante pré-estabelecida e em contato com todo o minério. Para isso foram propostos modelos matemáticos, utilizando-se de técnicas do cálculo diferencial e integral, tendo como peça fundamental para análise e controle operacional entre a vazão e tempo de residência, a Transformada Inversa de Laplace. Esses teste e melhorias foram realizados objetivando a validação de um modelo cinético para lixiviação em colunas para que futuramente o minério de cobre oxidado possa ser beneficiado de maneira eficiente e o processo se torne economicamente rentável.

PALAVRAS-CHAVE: Laplace; saturação; cinética; lixiviação.

ABSTRACT

The oxidized copper ore from Canaan province of Carajás, located in the southeast of Pará, has been stored in batteries as the mining waste from the beginning of the extraction of copper sulphide, and the average grade of copper ore found this revolves around 1%. Currently this ore is still considered economically unfeasible for lack of studies that allow its extraction. The leaching method has been considered a viable alternative to low copper extraction by having a low capital cost and operation, compared to the flotation process (used in sulphide copper ore) that besides the high

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cost reagents has great difficulty of oxide ore processing. In this study laboratory leaching tests were performed on column to estimate the optimum time for saturation of sulfuric acid in contact with oxidized copper ore, and to determine the input flow and output of the leaching liquid so that it is in a constant height pre-established and in contact with all the ore. To this have been proposed mathematical models, using techniques of differential and integral calculus, with the cornerstone for analysis and operational control between flow and residence time, to transform Inverse Laplace.

These test and improvements were carried out aiming at the validation of a kinetic model for leaching in columns so that future oxidized copper ore can be benefited efficiently and the process becomes economically viable.

KEYWORDS: Laplace; saturation; kinetic; leaching.

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1. INTRODUÇÃO

Segundo DNPM 2013, o cobre é um metal cujas características lhe conferem alguma superioridade em muitas aplicações quando comparado a materiais similares ou potenciais substitutos, tais como alta condutividade elétrica e térmica, trabalhabilidade, alta ductilidade e maleabilidade, boa resistência à corrosão, capacidade de formar ligas, flexibilidade do uso e alto índice de recuperação ao final do seu ciclo de vida. Para muitas aplicações não há um substituto economicamente viável, (PEREIRA, 2000). Por ser encontrado na natureza disseminado e a baixas concentrações e ter suas jazidas com teores maiores escassas, é fundamental o aprimoramento em tecnologias que viabilizem economicamente o processamento do metal menos concentrado, (BERALDO 1981).

Atualmente o cobre metálico puro proveniente de minerais sulfetados é, em sua grande maioria, produzido através da rota pirometalúrgica, com uma prévia concentração, geralmente por flotação, fundição do concentrado e posterior refino a fogo. Já para os minerais oxidados, o cobre metálico é geralmente produzido através da rota hidrometalúrgica de processamento, que envolve um conjunto de operações unitárias em série, compreendendo: lixiviação, extração por solvente e eletrorrecuperação (LX-SX-EW) (SILVEIRA, 2010).

Na mina do Sossego em Canaã dos Carajás-Pa, o mineral oxidado sobrepõe-se ao sulfetado. Na lavra, este é decapeado e estocado como estéril. Tendo em vista a utilização da grande quantidade de cobre estocada, a ampla utilidade deste metal e a esgotabilidade de suas jazidas, a lixiviação surge como uma opção promissora para o processamento do mesmo. A rota hidrometalurgia por lixiviação permite tratar minérios com baixos teores, e quando comparada à pirometalurgia tem a vantagem de necessitar de pequeno investimento, ter baixo custo de operação e ter características mais sustentáveis, pois reduz os impactos ambientais provenientes das descargas de SO2 na atmosfera e permite a recirculação dos reagentes diminuindo a produção de efluentes (PAIVA et al (2011).

O presente artigo tem por objetivo padronizar o tempo de saturação do minério oxidado de cobre de Canaã dos Carajás, usando colunas de lixiviação para simular o método de lixiviação em pilhas e, por fim, propor um modelo matemático de primeira ordem para descrever a cinética de extração do cobre.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Foi desenvolvido na Mini Usina de Beneficiamento de Minérios e no LHE (Laboratório de Hidro e Eletrometalurgia), ambos pertencentes à Faculdade de Engenharia de Minas e Meio Ambiente – FEMMA de Marabá-PA. Foi subdividido em: Preparação das amostras; Ensaios de lixiviação em colunas; Análise química;

Modelamento matemático.

2.1. Preparação das amostras

Cerca de 8,4 kg de minério oxidado de cobre proveniente da mina do Sossego de Canaã dos Carajás-Pa, foram obtidos através dos processos de britagem em um

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Britador de Mandíbulas e peneiramento por fração granulométrica, sendo recolhido a porção retida entre o intervalo de tamanho de 6,3 mm e em 4# (4,75 mm) com meta em tamanhos mais próximos possíveis de 5 mm.

Ao final da fase de adequação granulométrica efetuou-se o processo de homogeneização e quarteamento (Figura 1). Fazendo-se posteriormente pilhas longitudinais, as quais foram fracionadas em partes iguais em pilhas cônicas e achatadas, sendo este material depositado em sacos plásticos para uso futuro em ensaios de lixiviação.

Figura 1. Quarteamento das amostras de cobre.

2.2. Ensaios de lixiviação em colunas

Foram utilizados parâmetros determinados em ensaios de lixiviação anteriores em tanques de agitação, tais como: ácido sulfúrico (H2SO4) a 8% e relação líquido/sólido de 2,5. Outro parâmetro pré-estabelecido foi a granulometria em torno de 5 mm para do material britado, que nas pesquisas de aglomeração com finos mostrou melhores qualidades na aglomeração com finos, tempo de desagregação e resistência. Os ensaios de lixiviação foram executados em colunas com leito fixo, confeccionadas em acrílico transparente, possuindo medidas de 10 cm de diâmetro, 46 cm de altura e 0,5 cm de espessura. Um sistema de filtragem foi montado acima da grade de alívio de pressão, de maneira a filtrar o licor e ao mesmo tempo aumentar o tempo de contato do reagente líquido com o minério, como pode ser visto na Figura 2.

Figura 2. Lixiviação em pilhas: a) camada filtrante e b) ensaio de lixiviação em coluna.

(5)

Amostras de aproximadamente 50 g de cobre oxidado foram submetidas a lixiviação.

Diversos ensaios foram realizados, onde se variou o tempo de exposição do mineral ao agente lixiviante, a fim de determinar o tempo de saturação da solução, bem como construir a curva da cinética de extração que ocorre no processo.

Devida a filtração a vácuo criar borras que prejudicam as análises químicas, a filtragem do material lixiviado foi realizada por ação da gravidade. Utilizaram-se papéis de filtro de 18,5 µm de espessura e funis de vidro para a realização desse processo (Figura 3). Decorrido o processo de filtragem as amostras foram submetidas a análises químicas para a determinação do teor de cobre contido.

Figura 3. Filtragem do licor.

2.3. Análises químicas

Para a determinação do teor de cobre da alimentação, licor e rejeito optou-se por realiza-los através do método da iodometria em triplicata, usando-se como agente titulante o Tiossulfato de Sódio (Na2S2O3) 0,1 N de acordo com VOGEL, 1985.

Os ensaios de lixiviação em colunas e suas respectivas análises químicas foram realizadas em quadruplicatas. Usando-se 13 pontos representativos da curva de dissolução do mineral, determinou-se a média dos resultados experimentais referentes aos teores de cobre presentes no licor.

2.4. Modelamento matemático

Sabe-se que, para um determinado estágio, a quantidade que entra (E) na coluna menos a quantidade que sai (S) é igual ao que acumula (Ac).

Ac S

E (1) A equação (1) pode ser representada por:

t

V c C q Co qe s 1

(2) Onde C é a concentração, V é o volume, qe é a quantidade que entra e qs é a que sai.

(6)

Utilizando-se da Transformada de Laplace na equação (2), o domínio tempo é transformado em frequência, logo:

 

1( )

1 s vsc s

C q Co

qe s (3)

Pelo fato de a quantidade do material que sai (qs) de um ensaio de lixiviação ser dependente da altura da camada líquida (H) e da resistência do leito fixo (R), podemos dizer que qs = H/R, então dividindo por qs e trabalhando (3), obtêm-se:

0 1

1 )

( C

q s V

q q s

C

s s E





(4)

Considerando-se

𝑘 =

𝑞𝑞𝐸

𝑆 e

∅ =

𝑞𝑉

𝑆 , teremos:

0

1( ) ( 1)C

s s k

C  

 (5)

Como a vazão de entrada é constante, C0 tem passo de 𝐴𝑆 , chegando-se a:

1) ( ) 1

1(

s s s Ak

C

(6) Utilizando-se a tabela em NUNES, 2013 e considerando-se 𝑎 = 1 é possível obter a Transformada inversa de Laplace para o termo 1

𝑠(𝑠+𝑎) , assim, tem-se que:

) 1

( )

1(

t

e Ak t

C

 (7)

O valor de Ak e 1

foram obtidos através da regressão linear (NUNES, 2013), onde chegou-se a seguinte equação:

) 1

( 74 , 0 )

( 0,00396

1

e t

t

C (8)

(7)

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Teor da alimentação

A Tabela 1 ilustra os resultados referentes à análise em triplicata da determinação do teor da alimentação.

Tabela 1. Análise química da alimentação.

Massa(g) Volume de Na2S2O3(mL) Massa de Cu no licor(g) Teor de Cu(%)

0,6 9,6 0,006101 1,0

3.2. Curva teórica e experimental da cinética de extração

Utilizando-se da equação (9), pôde-se realizar uma previsão dos teores determinados com a variação de tempo. Assim, as duas curvas de extração cinética obtidas nesse trabalho (teórica e experimental) são apresentadas na Figura 4.

Figura 4. Curva teórica e experimental da cinética de extração do cobre oxidado.

A equação proposta mostrou-se adequada para a prescrição do fenômeno ocorrido, pois é possível perceber que o perfil se desenvolve de acordo com resultados experimentais. Percebe-se distorção entre alguns resultados experimentais e teóricos. Provavelmente isto ocorre devida as perdas de cristais que são formados durante a filtragem, que segundo PAIVA, 2011 e BRAGA, 2011, precipitam e não passam através do papel de filtro ou pode ser devida a equação ainda não levar em consideração a desintegração das partículas que provocam mudanças na porosidade do leito e em consequência no termo volume do leito, pois segundo Sylvester 2014, para tempos pequenos deve-se levar em consideração a variação da porosidade com o tempo para a obtenção de resultados mais precisos, pois observou-se que as partículas se desintegravam ao longo do experimento.

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4. CONCLUSÕES

O presente artigo propôs um modelo matemático de primeira ordem para descrever a cinética de extração para simular o método de lixiviação em pilhas, utilizando-se colunas de lixiviação com o intuito de padronizar o tempo de saturação do minério oxidado de cobre.

É necessário que o agente lixiviante permaneça em contato com o minério por um tempo de 24 horas (1440 minutos), após esse período percebeu-se que não ocorreu mais dissolução do minério de cobre por mais que houvesse um maior tempo de contato. A partir do tempo determinado, é possível predizer o número de estágios da coluna conforme a capacidade de retenção do fluído em um único estágio.

De uma amostra de minério com concentração inicial de 1%, com partículas de aproximadamente 5 mm foi possível extrair 0,74% de cobre em somente um estágio de lixiviação.

5. REFERÊNCIAS

BERALDO, J.L. Concentração por Flotação, exemplar pré-edição, 1981, P. 105-106, 11 e 41.

BRAGA, A.L. et. al. Estudo do comportamento da recuperação metalúrgica do cobre oxidado da mina do Sossego de Canaã submetido a lixiviação com H2SO4. In: XXIV ENTMME. Salvador – Bahia: 2011.

DNPM - Departamento Nacional de Pesquisa Mineral (Brasil) Cobre, 2009.

Disponível em: <www.dnpm.gov.br>. Acesso em: 23 set. 2013.

NUNES, M.F. Modelagem e Controle em Colunas de Extração Mineral, Trabalho de Conclusão de Curso, FEMMA, IGE, UNIFESSPA, Marabá, Pará, 2013.

PAIVA, R.S., RESPLANDES J.P., LIMA, A.R.R., SATLER M.C. Estudo do Comportamento do Minério de Médio Teor de Cobre Oxidado de Canaã dos Carajás Submetido à Lixiviação com H2SO4 In: XXIV ENTMME - 2011 - Salvador/Bahia, 2011, Salvador. XXVI ENTM M E - 2011 - Salvador/Bahia. , 2011.

PEREIRA, G.S.P. Lixiviação em pilhas de minério oxidado de cobre. 2000. 93 f.

Dissertação (Mestrado em Engenharia) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.

SALES S.S.P., Influência da Porosidade no Controle da Cinética de Extração do Cobre Oxidado em Colunas com Leito Fixo, Trabalho de Conclusão de Curso, FEMMA, IGE, UNIFESSPA, Marabá, Pará, julho 2014.

SILVEIRA, J.R.P. Hidrometalurgia do Cobre: Lixiviação de cobre oxidado. Estado- Da-Arte. P.74. Monografia (Graduação em Engenharia de Minas e Meio Ambiente).

Marabá: UFPA, 2010.

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VOGEL, A.I. Análise Inorgânica Quantitativa, Editora Guanabara S. A., Rio de Janeiro, 1985, P.282-283.

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